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Nome: Manoella de Aguiar Ramos

R.A: 2380502

TEORIA DE SEPARAÇÃO DOS PODERES DE


MONTESQUIEU E A DECISÃO DO STF – SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL

(APS)

SÃO PAULO

2023
Objetivo:

PRECEDENTE JURISPRUDENCIAL: STF

Órgão julgador: Segunda Turma Relator(a): Min. EDSON FACHIN

Julgamento: 27/09/2019

Publicação: 04/10/2019

Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM


AGRAVO. INTERPOSIÇÃO EM 14.02.2019.

DIREITO FUNDAMENTAL À MORADIA. IMÓVEL PÚBLICO. OCUPAÇÃO


IRREGULAR. INÉRCIA DO PODER PÚBLICO. DIRETRIZES E
INSTRUMENTOS DA POLÍTICA URBANA. APLICABILIDADE. AFRONTA AO
PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. NÃO CONFIGURAÇÃO.
PRECEDENTES.

1. É firme o entendimento deste Tribunal de que o Poder Judiciário pode, sem


que fique configurada violação ao princípio da separação dos Poderes,
determinar a implementação de políticas públicas em defesa de direitos
fundamentais.

2. O exercício do poder de polícia de ordenação territorial pode ser analisado a


partir dos direitos fundamentais, que constituem, a toda evidência, o fundamento
e o fim da atividade estatal.

3. Agravo regimental a que se nega provimento.

QUESTÃO: Explique em no mínimo 5 linhas a teoria da separação dos poderes


de Montesquieu. A decisão do STF acima deverá ser usada como exemplo
Resposta:

A Teoria de Separação dos Poderes, também conhecida como Sistema de


Freios e Contrapesos, foi desenvolvida pelo francês Charleis-Louis de Secondat,
Baron de La Brède et de Montesquieu, no período da Revolução Francesa.
Montesquieu permeando as ideias desses pensadores e, com isso, explica,
amplia e sistematiza com grande percuciência, esta divisão de poderes.

Montesquieu, acreditava que para afastar os governos absolutistas e evitar a


produção de normas tirânicas, seria fundamental, estabelecer a autonomia e os
limites de cada poder. Sendo assim, criou-se então a ideia de que apenas o
poder controlava os limites de cada um deles, e por isso, o Sistema de freios e
contrapesos, tornou-se um poder autônomo e deve exercer determinada função,
porém, este deve ser controlado pelos outros poderes.

Montesquieu pensava que, através desse sistema, os poderes do Estado


poderiam ser divididos em:

- Legislativo (Possuir a função de legislar e fiscalizar);

- Executivo (Administrar a coisa pública);

- Judiciário (Julgar, aplicando a lei a um caso concreto que lhe é posto, resultante
de um conflito de interesses);

Aplicar o Sistema de freios e contrapesos, significa conter os abusos dos outros


poderes, para que se possa ter um equilíbrio entre todas as partes, sem que uma
seja prejudicada.

Por exemplo, o Judiciário ao declarar a inconstitucionalidade de uma lei é um


freio ao ato legislativo, que poderia conter uma arbitrariedade, assim, o
contrapeso é que todos os poderes possuíssem funções distintas, fazendo-se
com que não houvesse uma hierarquia entre eles, tornando-os poderes
harmônicos e independentes.

Entende-se para Montesquieu que, a liberdade estaria em fazer tudo o que as


leis permitissem e tudo também que se referisse a liberdade política, sendo
assim, estaria presente nos governos moderados. Para que o abuso não
ocorresse entre os poderes, é necessário que, “o poder freia-se o poder”.

Em uma das suas obras, “O Espírito das leis”, descreve sobre a necessidade de
se estabelecer a autonomia e os limites entre os poderes. Para Montesquieu,
cada poder teria uma função específica como prioridade, ainda que pudesse
exercer, há outras divisões de poderes dentro da sua própria administração.

Esta Teoria surgiu na época da formação do Estado Liberal, inspirada na


iniciativa livre e na menor interferência do Estado, nas liberdades individuais.

Se formos analisar para que serve o Poder, diríamos que, é uma formal legal de
controlar a sociedade e direcioná-las a conduta de um determinado grupo,
contudo, entende-se que o exercício do poder tende, a ultrapassar e, até mesmo,
abusar dos limites já estabelecidos pela própria lei. Sendo assim, essa
separação de poderes, é o princípio básico para organização da maioria dos
Estados Democráticos. O princípio desta separação inspirou em modelos
constitucionais das liberdades, já fundamentadas pelo homem, estando presente
no Estado liberal, no Estado Social e no Estado Democrático.

A República Federativa no Brasil, tem como fator principal a separação destes


poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), como a base para se constituir em
um Estado Democrático (Direito).

O Estado Democrático, tem como: assegurar os exercícios dos direitos sociais e


individuais, a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a
igualdade, a justiça, os valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista
e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, como solução
pacífica dentre tantas controvérsias.

Está ação, é um fruto desejado e intencionado constituinte, de estabelecer


funções diferenciadas, conjugando princípios por vezes aparentemente
contrapostos, com o objetivo de proteger e garantir os direitos individuais e
coletivos.
Outro fator de Montesquieu que devemos considerar é que, ele defendia a
separação dos poderes e dos direitos dos cidadãos e a liberdade, para que
tivessem mais segurança e garantia. Não haveria abusos de poder, nas mãos
de uma única pessoa, na época em que viveu o monarca, detinha-se este poder
absoluto sobre o Estado, e com a tripartição dos diferentes poderes, seria
diferente.

Quanto a tripartição dos poderes, na ementa abaixo podemos compartilhar uma


decisão que foi imposta pelo STF – Supremo Tribunal Federal, em que determina
o poder judiciário que tem o poder de determinar a implementação de políticas
públicas em defesa de direitos fundamentais, como o direito à moradia, sem que
isso configure violação ao princípio da separação dos poderes. Uma vez em que
estes direitos fundamentais constituem o fundamento e o fim da atividade estatal,
a Constituição acaba sendo protegida, e deve ser garantida pelo Estado, ou seja,
quando o Poder Executivo ou o Legislativo não cumprem sua obrigatoriedade de
implementar políticas públicas, que garantem estes direitos, o Poder Judiciário,
deve ser acionado para tal fim, sem que os outros poderes invadam, mas,
exigindo-se que cumpram tal dever constitucional.

Mapa Mental: Divisão dos 3 Poderes


Referências:

Considerações sobre a Teoria dos freios e contrapesos (Checks and Balances


System) - Juíza Oriana Piske e Antonio Benites Saracho — Tribunal de Justiça
do Distrito Federal e dos Territórios (tjdft.jus.br)

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