Curso de bacharelado em Filosofia- Terceiro Período
Docente: Prof. Artur Hidalgo - Componente: Filosofia moderna Discente: Heyke Gondim Passos
Freios e contra-pesos; Constitucionalismo de Montesquieu.
Montesquieu foi um grande idealizador de fundamentos que engendraram as
constituições no mundo. De maneira introdutória é preciso discorrer sobre o sistema de freios e contra-pesos e sua contribuição para o surgimento da teoria da separação dos poderes por meio do modelo tripartido, pensado por Montesquieu, no intuito de demonstrar de que forma o combate ao ativismo judicial fortalece sua estrutura. O pioneiro da teorização da separação dos poderes, Montesquieu, já havia sido inserido nessa dinâmica de pensamento e composição da política governamental, com o que se construíra na Grécia antiga, acontece que desde Sócrates, questões de separação de poderes e de funções no coletivo, já eram refletidas, ainda que essas tentativas tenha ajudado, foi Montesquieu que no século XVIII, desenvolveu a teoria da separação dos poderes no modelo tripartido. O que fomenta a busca por uma organização funcional e eficaz do governo, é o desejo de combate as atuações de governantes tiranos e despóticos, sobretudo os da monarquia absolutista, fazendo com o que poder pudesse moderar a si mesmo, pensando nisso, o filósofo, propõe o modelo tripartido de governo. Tripartido, significa três poderes, assim no governo deveriam existir três poderes distintos e autônomos entre si, mas com o objetivo fundante de limitar as ações do outro, evitando assim que nenhum lado venha a se exceder, os três poderes são portanto: O executivo (instância máxima), o legislativo e o judiciário, ao primeiro cabe a execução das leis, ao segundo a elaboração e legislação das leis e ao terceiro o papel de fiscalizar a lei e os poderes, nenhum dos poderes são supremos e dotados de infalibilidade, sendo portanto limitados uns pelos outros. Destarte, entende-se que por meio desse sistema podemos garantir aquilo que é de direito dos cidadãos e assegurar sua liberdade política e dignidade de vida, isso é realidade na vida de um indivíduo, quando sua tranquilidade de espírito o permite viver sem temer outro individuo. Pouco pode intuir um acadêmico na metade de seu curso de bacharelado, mas em tempos sombrios na política de seu país, há de se recorrer a liberdade poética ou nesse caso a liberdade acadêmica, que será certamente por parte do docente entendida, para defender algo que julgo louvável preservar, a presença do poder judiciário como fundamental a democracia; Segue-se nesse texto compreendendo o constitucionalismo de Montesquieu, dando ênfase a importância do poder judiciário. Os chamados “Checks anda balances”, que são os sistemas de pesos e contra- pesos, como já fora supramencionado tornam-se imprescindíveis para garantir a independência dos poderes e ao mesmo tempo sua limitação, sendo a composição do legislativo disposta em duas partes, no qual uma prende a outra com sua mútua faculdade de impedir. Ambas estão presas ao poder executivo, que estará ele mesmo preso ao legislativo e todas as partes dependem do judiciário como este também depende do todo, uma inação poderia ser resultado disso tudo, o que a impede é o fluxo necessário da nação que por sua vez pede que elas avancem, e para avançar devem fazer isso concomitantemente. Sob o teto de vidro de argumentos superficiais, eminentemente embasados em senso comum, o Brasil vive tempos de seríssimas ameaças ao poder judiciário, o supremo tribunal federal, que exerce esse poder é alvo represálias por parte de grupos que defendem veementemente o poder executivo, dessa forma muitas decisões políticas que deveriam ser encaminhadas sem empecilhos, com objetivo de salvaguardar a dignidade do povo brasileiro, resultam em lentos processos comprometendo a vida de todos. No Brasil, os perfis de tirania, apresentados pelo poder executivo, vêm sendo limitados pelos outros dois poderes, mostrando o quão eficiente pode ser o sistema tripartido no combate ao despotismo, preservando a democracia, a liberdade e a segurança da nação.