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FACULDADE SALESIANA DOM BOSCO−FSDB

Curso de bacharelado em Filosofia- Terceiro Período


Docente: Prof. Artur Hidalgo - Componente: Filosofia moderna
Discente: Heyke Gondim Passos

Os pilares da filosofia de Jhon Locke

Jhon locke é um dos grandes pensadores dos liberalismo clássico, além de ser
um grande pensador iluminista e contratualista, não de menos foi considerado o “pai do
liberalismo”, sua filosofia é eminentemente empirista, como a de Hume . Discente em
Oxford ali estudou para ser médico e curiosamente acabou se envolvendo com a
filosofia política, fazendo parte da comitiva de Shaftersbury, engajado na oposição de
Charles II e James II, Locke foi exilado na Holanda e só retornou a Inglaterra após a
revolução gloriosa.
Para dar início a esse itinerário de compreensão dos pilares da filosofia de Jhon
Locke, é necessário discorrer sobre suas principais ideias, em seu segundo tratado sobre
o governo, Locke apresenta o núcleo do liberalismo clássico, nele se fala de direitos
naturais e direitos de propriedade nele são elencadas questões com a interferência do
governo na sociedade e a resistência da sociedade ao governo.
Para traçar os limites das autoridades governamentais, o autor fala de um estado
natural, que nada mais é, do que os resultados da organização da sociedade sem o
governo, aqui se desvela quais problemas existem ou não, se caso não houvesse
interferência política na vida social, apontando que autoridades políticas precisamos e
quais são desnecessárias.
Outro aspecto importante da investigação sobre o estado de natureza é perceber
quais direitos os indivíduos possuem em sociedade, dai surge uma reflexão sobre
direitos naturais, se eles existirem, serão possuídos com base nas características
fundamentais da existência humana, sustentado pela ideia de que o ser humano age pela
autopreservação, entretanto, já que há a necessidade da igualdade de preservação de
direitos, qualquer reivindicação individual e racional de direitos deve reconhecer que
todos os indivíduos têm os mesmos direitos.
Assim é necessário que todo indivíduo, no estado de natureza, respeite os
direitos naturais uns dos outros, pois todos são dotados de liberdade e propriedade, isto
inclui o direito sobre aquilo que o indivíduo produz, isto é, seu trabalho, assim Locke
usa o trabalho para justificar a primeira apropriação.
Todo ser humano tem direito a vida, a liberdade e a propriedade, assim cabe ao
indivíduo defender-se contra qualquer violação desses direitos. Nesse sentido Locke
afirma que os conflitos do estado surge de tentativas desordenadas de fazer cumprir as
leis da natureza, portanto é necessário definir a quem pertence o quê, portanto a justiça
deve ser imparcial e confiável, do mesmo modo que o poder governamental também
deve ter esses atributos, assim podendo fazer com que o indivíduo renuncie aos seus
direitos de agir como executor da lei, existindo assim um ordenamento na defesa dos
direitos e consequentemente um contrato social entre governo e individuo para
assegurar a ordem na sociedade.
Locke aponta também para a tirania do governo, e afirma que o indivíduo pode
responder ativamente as falhas do estado, e não construir uma relação de cega
submissão. Na medida em que o governo ao invés de assegurar, exerce o papel de
vilipendiar os direitos individuais, ele perde sua reivindicação de autoridade e pode ser
substituído, inclusive pela força, assim as feridas causadas por uma revolução justa tem
sua causa atribuída ao governo que primeiro se rebelou contra justiça e não ao ser
humano que a reivindicou.
Outra importante contribuição de Locke se dá no campo da educação, Locke é
um dos pioneiros em refletir sobre a educação na infância e seu papel fundamental na
sociedade, de pequenos se fazem os grandes, e o filósofo acreditava, com sua teoria da
tábula rasa, que todo indivíduo é uma folha em branco a ser preenchido durante sua
vida, com base nas suas experiências, o que conhecemos como subjetividade.
Em sua obra: Alguns pensamentos referentes à educação, Locke afirma que é
possível levar a alma das crianças em outra direção, assim a educação intelectual e
moral, trabalho de seus educadores, sejam professores ou tutores, deve ser prioridade da
sociedade, para ensinar a criança a agir adequadamente, esse aprendizado deve ser feito
por meio de atividades pelo qual a criança pelo hábito entende o que está fazendo.
Para afirmar sua teoria, Locke idealizou uma educação promovida em casa e a
destinou para os filhos de seus amigos, pensou inicialmente nas crianças nobres, pois
pensava que delimitar a elas a priori, faria a posteriori fazer educar as demais.
Ainda que valorizasse a racionalidade, Locke como Hume era cético quanto ao
alcance da compreensão da mente, um dos seus principais objetivos foi determinar as
capacidades de aprendizado do homem. Assim como todo conhecimento provém dos
sentidos só podemos captar as coisas e os fenômenos em sua superficialidade e nunca na
sua essência, assim como o que se tem como verdade é mera associação de ideias, o
conhecimento nada mais é do que concordância e discordância de ideias.
A filosofia do célebre filósofo, com grandes contribuições no campo da política,
da educação e da natureza humana, possui grande relevância no passado e no hodierno,
contribuindo, para refletir e questionar o homem, enquanto ser pensante existente em
sociedade, participante ativamente de forma positiva ou negativa em sociedade.

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