O documento discute a ideia de ser humano como homogêneo e consumidor e questiona se podemos cair em um "abismo" ao desestabilizar esse padrão. Também reflete sobre como a ciência se tornou capturada pela mercadoria e propõe que precisamos encontrar "paraquedas coloridos" para aliviar a queda em um mundo em constante mudança.
O documento discute a ideia de ser humano como homogêneo e consumidor e questiona se podemos cair em um "abismo" ao desestabilizar esse padrão. Também reflete sobre como a ciência se tornou capturada pela mercadoria e propõe que precisamos encontrar "paraquedas coloridos" para aliviar a queda em um mundo em constante mudança.
O documento discute a ideia de ser humano como homogêneo e consumidor e questiona se podemos cair em um "abismo" ao desestabilizar esse padrão. Também reflete sobre como a ciência se tornou capturada pela mercadoria e propõe que precisamos encontrar "paraquedas coloridos" para aliviar a queda em um mundo em constante mudança.
• Homogêneo • Consumidor Ideia de ser humano “Talvez estejamos muito condicionados a uma ideia de ser humano e a um tipo de existência. Se a gente desestabilizar esse padrão, talvez a nossa mente sofra uma espécie de ruptura, como se caíssemos num abismo. Quem disse que a gente não pode cair?”(p. 29) O mundo como a gente espera ser “Quem sabe se, quando o astronauta Iúri Gagárin disse “a Terra é azul”, ele não fez um retrato ideal daquele momento para essa humanidade que nós pensamos ser. Ele olhou com o nosso olho, viu o que a gente queria ver.” (p. 29) Efeitos do Antropoceno Imaginário coletivo
“Essa configuração mental é mais
do que uma ideologia, é uma construção do imaginário coletivo...É como se tivéssemos feito um photoshop na memória coletiva planetária, entre a tripulação e a nave, onde a nave se cola ao organismo da tripulação e fica parecendo uma coisa indissociável.” (p. 29, 30) “O fim do mundo talvez seja uma breve interrupção de um estado de prazer extasiante que a gente não quer perder.” (p.30) Medo da cair “Por que tanto medo assim de uma queda se a gente não fez nada nas outras eras senão cair?”. (p.31) Medo da cair “Não tem fim do mundo mais iminente do que quando você tem um mundo do lado de lá do muro e um do lado de cá, ambos tentando adivinhar o que o outro está fazendo. Isso é um abismo, isso é uma queda.” (p. 31) Paraquedas para aliviar a queda “Então, talvez o que a gente tenha de fazer é descobrir um paraquedas. Não eliminar a queda, mas inventar e fabricar milhares de paraquedas coloridos, divertidos, inclusive prazerosos.” (p. 31) Ciência e mercadoria “Há muito tempo não existe alguém que pense com a liberdade do que aprendemos a chamar de cientista. Acabaram os cientistas. Toda pessoa que seja capaz de trazer uma inovação nos processos que conhecemos é capturada pela máquina de fazer coisas, da mercadoria.” (p. 31) Ciência e mercadoria “Os laboratórios planejam com antecedência a publicação das descobertas em função dos mercados que eles próprios configuram para esses aparatos, com o único propósito de fazer a roda continuar a girar.” (p. 31, 32) De que lugar se projetam os paraquedas? “Do lugar onde são possíveis as visões e o sonho. Um outro lugar que a gente pode habitar além dessa terra dura: o lugar do sonho.” (p. 32) De que lugar se projetam os paraquedas? “Quando, por vezes, me falam em imaginar outro mundo possível, é no sentido de reordenamento das relações e dos espaços, de novos entendimentos sobre como podemos nos relacionar com aquilo que se admite ser a natureza, como se a gente não fosse natureza..” (p.33) Mas é esse mundo que deixaram para a gente? “Há duzentos, trezentos anos ansiaram por esse mundo... Qual é o mundo que vocês estão agora empacotando para deixar às gerações futuras?” (p.33) Como chegar a esse novo mundo? “Esse contato com outra possibilidade implica escutar, sentir, cheirar, inspirar, expirar aquelas camadas do que ficou fora da gente como “natureza”, mas que por alguma razão ainda se confunde com ela.” (p. 33) Efeitos do Antropoceno