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Mandalas

MANDALAS

Referência:
Dahlke, R. Mandalas: Formas que representam a harmonia do cosmos e a energia divina.
São Paulo: Editora Pensamento, 1985
Mandala

“A mandala é um instrumento de meditação usado há


séculos pelos povos orientais pela sua capacidade de
representar as relações entre o ser humano e o Cosmos.

A simples contemplação de uma mandala inspira


serenidade, restabelece a ordem psíquica, estimula a
criatividade e abre as portas do inconsciente, fazendo
emergir símbolos, arquétipos coletivos e o ser verdadeiro
que está dentro de nós.”
Rüdiger Dahlke
História
Mandala
• vem do Sânscrito: significa CÍRCULO
– Origem oriental / druída
– É uma representação geométrica da dinâmica relação entre o
homem e o cosmo. De fato, toda mandala é a exposição plástica
e visual do retorno à unidade pela delimitação de um espaço
sagrado e atualização de um tempo divino

• Mandala também possui outros significados, como


concentração de energia, e universalmente a mandala
é o símbolo da integração e da harmonia.

• encontram-se nas raízes de todas as culturas e vivem


nas raízes de todo ser humano.
História

• Difícil dizer algo sobre a história da mandala, pois ela existe em


essência, além do tempo e do espaço.
• A mandala é mais velha do que todos nós- tão velha quanto o mundo,
tão antiga quanto a criação.
• A sua antiguidade remonta pelo menos ao século VIII a.C. e são
usadas como instrumentos de concentração e para atingir estados
superiores de meditação (sobretudo no Tibete e no budismo japonês).
• Uma história muito diferenciada é encotrada nas representações das
rosáceas góticas, tanto como imagem e como símbolo. Os
construtores góticos utilizavam a mandala, porque outro símbolo
dificilmente seria mais adequado para representar o caráter cíclico da
criação e a união da transcendência (ponto central) com a polaridade
(contorno da rosácea)
História – Exemplos
História
• Depois do apogeu das catedrais, teve início a destruição das
mandalas, e com isso, a das culturas unitárias e impregnadas pelo
“sagrado”.
• Os espanhóis começaram destroçando as culturas da América
Central, roubaram astecas, maias e incas.
• Ocidente estava unido pela idéia da conquista, e vários povos
europeus se encarregaram de destruir culturas inteiras que viviam
sob a mandala.
• Culturas indígenas da América do Norte, com suas mandalas de
areia, foram vencidas pelos Europeus.
• Nos outros continentes, as culturas “sagradas” também não tiveram
nenhuma chance contra o novo modo de pensar e agir. Assim, a
mandala sucumbiu também na Índia.
História
• A destruição das culturas orientadas por mandalas teve um certo
encerramento representado pela sujeição do Tibete à China.

• As mandalas vivas da Europa, das Américas, da África, da Austrália


e da Ásia foram destruídas ou tiveram seus destroços arrastados
para museus. O labirinto de Chartres foi obstruído por cadeiras.

• Contudo, as mandalas jamais morreram inteiramente. Sobreviveram


nas sombras, nos destroços, nas fantasias [ ...]

• Atualmente, estamos num ponto de transição, no ponto da


redescoberta de nossas raízes, da nossa mandala interior. Isso
também não é bom, nem mau, apenas é.
O PONTO PRIMORDIAL
O Centro e a unidade
• O que todas as mandalas de todos os tempos
têm em comum é o ponto central uno [...] Nele
se reconciliam todos os opostos; nele toda
polaridade é anulada. Ele é a essência de toda
mandala.
O simbolismo das cores
Jung
A VIDA DE JUNG
• Nasceu na Suíça
• Estudou Medicina com especialização em Psiquiatria
• Em 1900 tornou-se interno da Clínica Psiquiátrica Bughozli em Zurique
• Em 1902 foi estudar em Paris onde conheceu Freud
• Nessa época desenvolveu o que chamou de “imaginação ativa”
• Jung morreu a 6 de junho de 1961, aos 86 anos
“Arte é a expressão mais pura que há
para a demonstração do inconsciente
de cada um. É a liberdade de expressão,
é a sensibilidade, criatividade, é vida”
(Jung 1920)
Para Jung a criação artística de um paciente
partia de três premissas:
1. Origina-se no inconsciente, assim como nos
sonhos. “somos indivíduos que se assemelham
ao iceberg, com apenas uma parte visível e o
resto submerso” (Jung 1920).
2. A produção artística junto com todas suas figuras,
símbolos e conteúdos devem ser aceitas como um
método válido de comunicação entre o consciente e o
inconsciente, sendo totalmente pessoal e confiável.

3. Mente e corpo, psique e soma estão inerentemente


ligados, sendo assim possível usar as produções artísticas de
forma terapêutica, tanto psicologicamente quanto
fisicamente.
Jung e as Mandalas
• Encontrou enquanto estudava religião oriental
• Utilizava como ponte entre o inconsciente e o
consciente, pois o desenho pode ser feito de dentro
para fora ou de fora para dentro
Mandala na tradição hinduísta
• A mandala tradicional hinduísta faz parte do ritual de
orientação e do espaço sagrado central, que são: o altar e o
templo. É o símbolo espacial da presença divina, no centro do
Mundo (Vastu-Purusha mandala).

• As mandalas são diagramas circulares e esféricos para a


visualização durante as práticas religiosas. É um dos maiores
símbolos da experiência humana. Ela é a passagem de um
estado para outro, ou seja, do material ao espiritual. Seu
centro é uma entidade; sua periferia é a perfeição. É um
instrumento visual para a concentração ou meditação
introvertida que conduz à realização das formas sobrenaturais
que se encontram na mandala.
Mandala na tradição budista
• Na tradição budista, notadamente entre os adeptos da crença
tântrica, a chamada mandala kalachakra (mandala da roda do tempo)
está baseada em textos sagrados tibetanos.
• Segundo a tradição, esta mandala foi ensinado por Buda. Essas
figurações concêntricas das mandalas são imagens dos dois aspectos
complementares e idênticos à realidade: o aspecto da razão original,
que é inata nos seres humanos (e que utiliza imagens e idéias do
Mundo material, ilusório) e o aspecto do conhecimento terminal
produzido pelos exercícios físicos e mentais que são adquiridos pelos
Budas (Iluminados) e que se fundem uns com os outros, na intuição
do estado da mais alta felicidade possível, chamado Nirvana.
Mandala na tradição tibetana
• O que se chama na atualidade Tibet é uma região autônoma da
China contemporânea, com população essencialmente budista. C. G.
Jung descobriu que as mandalas na tradição budista tibetana
derivam do conhecimento religioso dos lamas.
• Nesse sentido, os lamas consideram a verdadeira mandala uma
imagem interior que, gradualmente, é construída nos momentos de
equilíbrio psíquico perturbado ou quando um pensamento não pode
ser encontrado e deve ser procurado, porque não está contido na
doutrina sagrada. Podemos entender assim: a mandala como um
guia imaginário e provisório de meditação.
Mandala na visão da psicologia analítica

• As pesquisas de Jung sobre o simbolismo das mandalas contribuíram


para torná-las acessíveis ao público ocidental. Foi quando se
identificou uma relação entre o material espontâneo dos sonhos dos
indivíduos que atravessavam crises interiores e os estranhos
símbolos encontrados nos desenhos mandálicos.

• O tema mandala é observado nas obras básicas e complementares


de Jung (1875-1961). Nesse sentido, o fundador da psicologia
analítica recorreu à imagem da mandala para designar uma
representação simbólica da psique
Diz Jung:

[...] as mandalas não provêm dos sonhos, mas da imaginação ativa [...]
As mandalas melhores e mais significativas são encontradas no âmbito
do budismo tibetano [...]

E prossegue:

Este centro não pensando como sendo o “eu”, mas se assim se pode
dizer, como o “si mesmo”. Embora o centro represente, por um lado,
um ponto mais interior, a ele pertence também, por outro lado, uma
periferia ou área circundante, que contém tudo quanto pertence a si
mesmo, isto é, os pares de opostos, que constituem o todo da
personalidade.
• Percebemos que Jung, estudando as mandalas e sua manifestação no
mundo oriental como instrumento de culto e de meditação, passou a
desenhá-las.

• Observando-as no mundo ocidental, descobriu o efeito de autocura


que elas exerciam, inclusive em si mesmo. Em seguida, passou a
utilizá-las como método psicoterapêutico. E conclui que esses
círculos mágicos da tradição cultural oriental, hinduísta ou budista,
eram representações instintivas de um símbolo universal desenhadas
desde os primórdios da humanidade.
Vantagens do uso da mandala
no atendimento do
naturólogo
• Centro
• Atividade meditativa
• Harmonia
• Geometria simbólica
• Ressonância com o interno
• Acionamento de algo dentro de nós (aceitar o que vem)
• Linguagem: o que não pode ser falado

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