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Lógica Informal

Disciplina de Filosofia

Realizado por:
Gonçalo Costa 10ºC, nº13

Data de realização do trabalho: 27/11/2022


Data de entrega do trabalho: 05/12/2022
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Índice

INTRODUÇÃO...............................................................................................................................3
ARGUMENTOS NÃO DEDUTIVOS................................................................................................3
1. ARGUMENTOS INDUTIVOS..............................................................................................3
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ARGUMENTOS INDUTIVOS...............................................3
2. ARGUMENTOS POR ANALOGIA.......................................................................................4
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ARGUMENTOS POR ANALOGIA........................................4
3. ARGUMENTOS DE AUTORIDADE.....................................................................................5
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ARGUMENTOS DE AUTORIDADE......................................5
OUTRAS FALÁCIAS INFORMAIS...................................................................................................7
1. PETIÇÃO DE PRINCÍPIO....................................................................................................7
2. FALSO DILEMA.................................................................................................................7
3. FALSA RELAÇÃO CAUSAL.................................................................................................8
4. AD HOMINEM..................................................................................................................8
5. AD POPULUM...................................................................................................................8
6. APELO À IGNORÂNCIA.....................................................................................................9
7. ESPANTALHO (OU BONECO DE PALHA)...........................................................................9
8. DERRAPAGEM (OU BOLA DE NEVE)...............................................................................10
CONCLUSÃO...............................................................................................................................10
BIBLIOGRAFIA............................................................................................................................10
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INTRODUÇÃO
A lógica informal estuda os argumentos não dedutivos - aqueles argumentos que, no caso de
serem válidos/fortes e terem as premissas verdadeiras garantem apenas que a conclusão é
provavelmente verdadeira.

ARGUMENTOS NÃO DEDUTIVOS

Um argumento não-dedutivo é um argumento em que se pretende que as premissas apoiem


ou suportem a conclusão.

TIPOS DE ARGUMENTOS NÃO DEDUTIVOS

Os tipos de argumentos não dedutivos são:

1. Argumentos indutivos (generalizações e previsões);

2. Argumentos por analogia;

3. Argumentos de autoridade.

1. ARGUMENTOS INDUTIVOS

Os argumentos indutivos baseiam-se num determinado número de casos conhecidos para


justificar uma conclusão que inclui casos desconhecidos.

Os argumentos indutivos são classificados como generalizações ou previsões.

GENERALIZAÇÃO

Num argumento por generalização partimos de casos particulares para retirar uma conclusão
geral:

 Todos os A observados até agora são B. Logo, todos os A são B. 

Ex. Todos os corvos observados até agora são pretos. Logo, todos os corvos são pretos. 

PREVISÃO

Numa previsão partimos também de casos particulares para concluir sobre um caso futuro: 
Todos os A observados até agora são B. Logo, o próximo A que vou observar será B. 

Ex. Todos os corvos observados até agora são pretos. Logo, o próximo corvo que vir será
preto. 
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CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ARGUMENTOS INDUTIVOS

Os critérios de avaliação dos argumentos indutivos são:

1. O número de casos observados tem de ser relevante e não podem existir


contraexemplos depois de ativamente procurados. Caso contrário incorremos numa
falácia da generalização precipitada.
 
Ex: Concluir que os alemães são antipáticos depois de se conhecer apenas três alemães 
antipáticos. 

2. Os casos observados têm de representar adequadamente o universo em causa. Caso


contrário incorremos numa falácia da amostra não representativa.

Ex: Concluo que todos os alunos do 10ºC do Colégio Vasco da Gama são bons alunos depois de
conhecer apenas os alunos de quadro de mérito.

Os alunos do quadro de mérito não representam adequadamente todos os alunos da turma.

3. Não pode haver informação de fundo que ponha em causa a validade do argumento. Caso
contrário incorremos numa falácia da omissão de dados.

Ex: Uma pessoa que conclui que o Sol irá brilhar para sempre porque até agora sempre brilhou
não está a considerar o conhecimento científico de fundo de que todas as estrelas nascem e
morrem.

2. ARGUMENTOS POR ANALOGIA

Estes argumentos baseiam-se na semelhança (ou analogia) entre coisas diferentes. 


Se duas coisas são semelhantes em vários aspetos relevantes então serão também
semelhantes noutro aspeto ainda não considerado:

Os A têm as propriedades u, v, x, y. 


Os B, tal como os A, têm as propriedades u, v, x, y. 
Os A têm ainda a propriedade z. 
Logo, os B têm também a propriedade z.

Resumindo:
Os A são z. Os B são como os A. 
Logo, os B são z.

Ex: O João tem febre, dores de cabeça, dificuldade em respirar e tosse seca. A Ana também. 
O João tem Covid. Logo, a Ana tem também Covid.

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ARGUMENTOS POR ANALOGIA


Os critérios de avaliação dos argumentos por analogia são:
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1. As semelhanças têm de ser relevantes em relação à conclusão. Caso contrário incorremos


numa falácia da falsa analogia.

Ex: O João gosta de massa, salada, bolachas e batatas. A Ana também. O João tem Covid. 
Logo, a Ana tem Covid.

(Gostar de massa, salada, etc., não é relevante para saber se uma pessoa tem ou não Covid).

2. É preciso que o número de semelhanças relevantes com respeito à conclusão seja


suficiente. Caso contrário incorremos, novamente, numa falácia da falsa analogia.

Ex: O João tal como a Ana tem tosse seca. O João tem Covid. Logo, a Ana tem Covid.

(Não basta comparar um sintoma, deste modo é mais provável que a conclusão seja falsa, a
tosse seca pode ser causada por muitas outras coisas).

3. É preciso que não existam diferenças relevantes com respeito à conclusão. Caso contrário
incorremos, novamente, numa falácia da falsa analogia.

Ex: O João tem febre, dores de cabeça, dificuldade em respirar e tosse seca. A Ana também. O
João tem Covid. Logo, a Ana tem também Covid.

(Mas imaginemos que estamos a ignorar que a Ana fez o teste e deu negativo - essa é uma
informação relevante que devíamos ter tido em conta).

3. ARGUMENTOS DE AUTORIDADE

Num argumento de autoridade, recorre-se à opinião de um perito ou de um especialista para


reforçar a aceitação de uma determinada proposição.

x diz que P
Logo, P

Ex: A Direção Geral da Saúde diz (nos seus comunicados oficiais) que devemos usar máscara  de
modo a evitar propagar o coronavírus. Logo, devemos utilizar uma máscara para evitar
propagar o coronavírus. 

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ARGUMENTOS DE AUTORIDADE


Os critérios de avaliação dos argumentos de autoridade são:

1. Deve-se indicar o nome da autoridade e a fonte em que defende tal ideia.

É necessário referir os nomes das autoridades que estamos a invocar e os locais onde vem
expressa a ideia que dizemos que elas defendem.
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Caso contrário podemos incorrer numa falácia do apelo à autoridade (autoridade não
reconhecida).

Exemplo:
i. há cientistas que dizem que existe matéria negra.
ii. Logo, existe matéria negra. (Que cientistas? Onde dizem isso?)

2. Deve haver consenso entre as autoridades da área.


Não pode haver grandes divergências de opinião entre especialistas da mesma área.
Imaginemos, por exemplo, que não havia um consenso científico sobre o facto da terra ser
redonda e alguém invocava um ou outro cientista para defender a conclusão de que a terra é
redonda, ignorando todos os outros que disputam justificadamente essa conclusão.

Estaríamos novamente perante uma falácia do apelo à autoridade (ausência de consenso).

Exemplo:
i. O filósofo Alvin Plantinga diz que Deus existe.
ii. Logo, Deus existe.

3. A autoridade invocada deve ser imparcial.

Por exemplo, um cientista pago por uma empresa de tabaco publica um estudo a defender que
fumar não provoca cancro.

Alguém que cite este estudo de modo a defender que fumar não provoca cancro  incorre numa
falácia de apelo à autoridade (autoridade anónima).

Isto porque o cientista que escreveu tal estudo está num claro conflito de interesses (não é
imparcial), visto que é pago pela empresa de tabaco. 

Exemplo:
iii. Dizem que antes do final da década vai haver uma nova pandemia.
iv. Logo, antes do final da década vai haver uma nova pandemia.
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OUTRAS FALÁCIAS INFORMAIS

1. PETIÇÃO DE PRINCÍPIO

Esta falácia acontece quando se assume a verdade da conclusão nas premissas de que se
parte. 

Estrutura:
i. P.
ii. Logo, P.

Exemplo:

i. Tudo o que a Bíblia diz é verdade porque foi escrita por inspiração divina. A Bíblia
diz que Deus existe.
ii. Logo, Deus existe.

Como identificar esta falácia?

Identifica-se esta falácia mostrando que o argumento está a pressupor aquilo que pretende
provar.

2. FALSO DILEMA

Esta falácia acontece quando se apresentam apenas duas opções, negando uma delas, de
modo a dizer que a outra tem de ser verdadeira.

O que faz disto falacioso é o facto de a situação em causa não ter apenas duas opções de
escolha possíveis.

Estrutura:
i. P ou Q
ii. Não- P
iii. Logo, Q

Exemplo:

i. Ou estás comigo, ou estás contra mim.


ii. Não estás comigo.
iii. Logo, estás contra mim.

Como identificar esta falácia?

Identifica-se esta falácia apresentando uma terceira possibilidade, mostrando assim que a
disjunção apresentada nas premissas é falsa.
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3. FALSA RELAÇÃO CAUSAL

Confunde-se uma mera sucessão temporal com uma relação causal.

Estrutura:
i. x ocorreu de seguida de y.
ii. Logo, x ocorreu por causa de y.

Exemplo:

i. Sempre que acordo, o Sol está a brilhar.


ii. Logo, o Sol brilha porque eu acordo.

Como identificar esta falácia?

Identifica-se esta falácia mostrando que um dos eventos podia ter ocorrido sem que o outro
ocorresse.

4. AD HOMINEM

Procura-se mostrar que uma proposição é falsa atacando a credibilidade do seu autor.

Estrutura:
i. x diz que P.
i. Mas x é y (y = a uma qualquer característica negativa que visa descredibilizar).
ii. Logo, Não- P.

Exemplo:

i. O Zé acredita que a Terra é redonda.


ii. Mas o Zé é má pessoa.
iii. Logo, é falso que a Terra é redonda.

Como identificar esta falácia?

Identifica-se esta falácia mostrando que não foram apresentadas boas razões para se
considerar que a proposição é falsa.

5. AD POPULUM

Recorre-se à opinião popular, ou seja, à opinião da maioria, para estabelecer a verdade de


uma proposição.

Estrutura:
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i. A maioria pensa que P.


ii. Logo, P.

Exemplo:

i. A maioria das pessoas acredita que Deus existe.


ii. Logo, Deus existe.

Como identificar esta falácia?

Identifica-se esta falácia que a maioria pode ser ignorante acerca do assunto em questão.

6. APELO À IGNORÂNCIA

Tenta-se provar que uma proposição é verdadeira porque ainda não se provou que é falsa, ou
vice-versa.

Estrutura:
i. Até hoje ninguém provou que P.
ii. Logo, Não- P.

Exemplo:

i. Ninguém provou que não há vida após a morte.


ii. Logo, há vida após a morte.

Como identificar esta falácia?

Identifica-se esta falácia mostrando que a ausência de provas pode dever-se apenas à nossa
incapacidade.

7. ESPANTALHO (OU BONECO DE PALHA)

Tenta-se mostrar que se refutou uma teoria (ou argumento) atacando uma versão distorcida e
enfraquecida.

Estrutura:
i. P caracteriza-se por defender Q (Q= versão distorcida e enfraquecida de P).
ii. Não-Q.
iii. Logo, Não-P.

Exemplo:

i. A lógica defende que os argumentos válidos levam sempre a conclusões


verdadeiras.
ii. Mas isso é claramente falso.
iii. Logo, a lógica é falsa.
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Como identificar esta falácia?

Identifica-se esta falácia mostrando que o argumento falha o alvo, pois limita-se a criticar uma
caricatura da posição em análise.

8. DERRAPAGEM (OU BOLA DE NEVE)

Argumenta-se com base numa cadeia de implicações pouco plausível.

Estrutura:
i. Se P, então Q.
ii. Se P, então R.
iii. Logo, se P, então R.

Exemplo:

i. Se tirar negativa no próximo teste, tenho má nota no final do ano.


ii. Se tiver má nota no final do ano, nunca vou arranjar emprego.
iii. Logo, se tirar negativa no próximo teste, nunca vou arranjar emprego.

Como identificar esta falácia?

Identifica-se esta falácia mostrando que uma das implicações em que se baseia o argumento é
falsa, ou que a sequência de implicações no seu todo é improvável.

CONCLUSÃO
Em conclusão sobre os argumentos não dedutivos, são fracos ou fortes, são fortes quando a
verdade das premissas torna improvável, mas não impossível, que a conclusão seja falsa. Os
arguementos não dedutivos dividem-se em argurmentos indutivos (generalizações e
previsões), em argumentos por analogia e em argumentos de autoridade. Os critérios para a
avaliação destes argumentos dizem respeito a aspetos não formais.

Em relação ás falácias podemos concluir que as falácias informais são argumentos que
parecem frequentemente bons sem o serem e que o carácter falacioso das falácias informais
decorre de outros aspetos que não a sua forma lógica.

BIBLIOGRAFIA
https://auladigital.leya.com/share/1719eb5c-6b6d-4506-b04c-e6e13dd569a9

http://filosofialogoss.blogspot.com/2020/11/resumos-logica-informal.html

https://ensina.rtp.pt/etiqueta/logica/

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