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Os argumentos não

dedutivos:
 Até agora estudámos a lógica formal
 Mas o campo da argumentação não pode limitar-se à lógica dedutiva ou formal.
 Na argumentação quotidiana , politica, do direito ou da publicidade, dá-se tanto
importância à forma como ao conteúdo
 Vamos ver a importância do conteúdo na análise dos argumentos não dedutivos
A lógica informal:

 Lê o último parágrafo da pág. 74 e


responde às seguintes questões:

1. O que estuda a lógica informal?


2. Onde podemos encontrar este tipo de
argumentação?
3. Qual a sua principal tarefa?
4. Que tipo de argumentos são estudados
pela lógica informal?
Vamos estudar agora os principais tipos de
argumentos não dedutivos:

1.1 Generalização e
1.2 Previsão e falácia
1 - Argumentos falácia da
da amostra não
Indutivos por: generalização
significativa
precipitada

2 - Argumentos por 3 - Argumentos de


analogia e falácia da autoridade e falácia
falsa analogia do apelo à autoridade
Diferenças entre os argumentos dedutivos
e os não dedutivos:
Argumentos dedutivos Argumentos não dedutivos

A sua validade depende apenas da sua forma lógica A sua validade não depende apenas da sua forma
lógica mas também do conteúdo

A verdade- suposta ou de facto – das premissas torna A verdade das premissas não torna impossível a
impossível a falsidade da conclusão falsidade da conclusão, só a torna mais provável ou
plausível. (são só probabilidades) Cada um tem de
ser avaliado por si.
Serem válidos significa que a verdade das premissas Ser válido significa só que a verdade das premissas
implica a verdade da conclusão; porque é uma torna mais provável a da conclusão do que a
consequência lógica delas falsidade dela.
A sua validade não permite graus – ou é válido ou não. São argumentos cuja validade possui graus: podem
ser fracos ou fortes, ou mais ou menos fortes
entre si.
Exemplo dos graus de validade:

 1. Até à data, nenhum português foi campeão olímpico de halterofilia.


 Logo em 2022 nenhum português será campeão de halterofilia.

 2. Até à data, nenhum português foi campeão olímpico de halterofilia.


 Logo nos próximos dez anos nenhum português será campeão de halterofilia.

 3. Até à data, nenhum português foi campeão olímpico de halterofilia.


 Logo nunca um português será campeão de halterofilia.

 Qual será o mais forte e o mais fraco dos três argumentos?


1 . Os argumentos indutivos:

No entanto,
Um argumento é
nunca é
indutivamente válido São argumentos
quando é mais provável do impossível que
de risco. Só
que improvável que a as premissas
trabalhamos com
verdade das premissas sejam
probabilidades.
sustente a verdade da verdadeiras e a
conclusão. conclusão falsa.
Exemplo:

 Até à data, nenhum português foi prémio nobel da química.


 Logo, nos próximos dez anos, nenhum português será prémio nobel da química.
1 . Tipos de argumentos indutivos

 1.1 As generalizações
 1.2 As previsões

 Aparecem muito no quotidiano e na ciência


 Partem de informações menos gerais (amostras)
para extrair conclusões mais gerais e universais.
Assim dão um salto cognitivo do conhecido para
o desconhecido.
1.1 as
generalizações:  Exemplo:
 Cada um dos cães que observei até hoje ladrava.
 Logo, todos os cães ladram.

 Forma lógica do argumento:


 Alguns A são B
 Logo, todos os A são B.
 São casos em que as premissas se baseiam em
casos passados observados ou conhecidos e a
conclusão se refere a casos particulares não
observados.

1.2 As Exemplo:

 Todos os banhistas desta praia observados até hoje

previsões: 
estavam queimados pelo sol.
Logo, o próximo banhista que for observado estará
queimado pelo sol.

 Forma lógica do argumento:


 Alguns A são B
 Logo, o próximo A será B.
Regras das generalizações e das previsões, para um
argumento bom ou forte:

2. A amostra deve ser 3. A amostra não deve


1. A amostra deve ser representativa e omitir informação relevante
ampla(ex. amostras dos diversificada ( a conclusão ( se há contra exemplos
cosméticos) as mulheres…. , os homens não é válida a menos que
….) sejam refutados)
Falácias possíveis, argumento fraco:

 Generalizações precipitadas ou apressadas: acontecem quando a amostra é muito


pequena ou ignoramos contra-exemplos ( um só caso invalida este raciocínio)
 Exemplo quando eu concluo de um caso mau que todos são assim.

 Previsão:
 Falácia da amostra não representativa – a amostra não é representativa da
diversidade do universo em causa ( más estatísticas)
 Previsão inadequada: acontece quando concluo do passado para o futuro longínquo.
 Exemplo quando concluo porque até à data nunca houve uma mulher dirigente de um
clube desportivo que nunca vai acontecer tal coisa.
Exercício:
REALIZA A ATIVIDADE DA PÁG. 79
2. Argumentos por analogia

 Baseiam-se em comparações entre


coisas semelhantes.
 Tira-se uma conclusão a partir de
semelhanças relevantes.
 Parte-se de uma semelhança A
observada, estendendo a comparação
para outra semelhança B, não
observada ou menos óbvia
 Os mercedes são semelhantes aos BMW.
 Os mercedes têm a caraterística de serem seguros.
 Logo, os BMW são carros seguros.

Exemplo:
 Forma lógica do argumento:
 A é semelhante a B ( em x e Y)
 A tem a caraterística C.
 Logo, B tem a caraterística C.
Regras, para um argumento bom ou forte:

3 – as semelhanças
2 – o número de semelhanças verificadas devem ser
1 – A amostra deve ser
deve ser suficiente (é mais relevantes (devem ser
suficiente ( quanto mais casos
forte quando há mais idênticos no que estamos a
mais forte)
semelhanças) comparar, não devem ter
diferenças importantes)
Falácia da falsa analogia, argumento
fraco:

 Acontece quando um dos critérios de construção de uma analogia não é


respeitado, ex: Quando as semelhanças comparadas não são relevantes para a
conclusão.
Exercício:
REALIZA A ATIVIDADE DA PÁG. 81
3. Argumentos São argumentos que fornecem como justificação para

tirar uma conclusão o facto de ela ter sido
construída/defendida por uma pessoa ou instituição,
de autoridade: livros, tradições… qualificada na matéria.
 Como ministro das finanças considerou que a
redução do défice é impossível sem a reforma do
estado.
 Logo a reforma do estado é urgente.
Exemplo:
 Forma lógica:
 A disse que P é verdade
 Logo, P é verdade.
Regras para um argumento bom ou forte:

4 – as autoridades
1 – as pessoas ou 2 – deve existir
3 – A autoridade sobre o devem ser
organizações citadas consenso entre os
assunto deve ser corretamente citadas
têm de ser especialistas especialistas sobre a
imparcial. (quem disse e em que
na matéria. matéria em questão.
contexto)
Apelo falacioso à autoridade, argumento
fraco:

 Acontece quando violo uma das regras enunciadas anteriormente.


 Exemplo – através dos séculos, civilizações praticaram a escravatura. Quem
somos nós para rejeitar esta tradição?
 Ou então usar uma autoridade num assunto para justificar informações sobre outra
área de conhecimento
 Ou a internet – é uma fonte de maus argumentos de autoridade (falsas crenças,
teorias pseudocientíficas,e as fake news)
Exercício:
REALIZA AS ATIVIDADES DA PÁG. 84

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