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Lógica
O que é um argumento? O que é uma conclusão?
■ A conclusão é aquela afirmação no
■ Um conjunto de afirmações argumento que apresenta ou expõe
conectadas das quais pelo menos uma ideia ou opinião que se quer
uma (a premissa) pretende oferecer defender.
razões para mostrar que a outra (a ■ Um argumento possui sempre uma
conclusão) é verdadeira. conclusão e uma ou mais premissas.
■ Para termos um argumento Em princípio, quanto maior o número
precisamos de premissas e de premissas mais convincente será
conclusões. o argumento.
• se … • então …
• dado que… • logo …
• pela razão de que … • daqui se infere …
• porque … • portanto …
• pois … • assim …
• pelo fato de … • por isso …
• como … • verifica-se …
Análise de exemplos de argumentos
Exemplo 1
Exemplo 2
“Ontem fui ao mercado. Comprei dois litros de leite, um pouco de carne e pão.
Tudo muito caro. Fico imaginando como as pessoas que estão desempregadas no
Brasil conseguem sobreviver. Volto triste para casa com esses pensamentos.”
Para termos um argumento, do ponto de vista lógico, é
importante termos premissas e conclusão e estar claro que a
pessoa que fez a afirmação fez uma inferência, ou seja, quis
justificar a conclusão usando as premissas. A afirmação acima
possui apenas um relato, uma descrição e portanto não há
argumento.
Exemplo 3
“Os ratos são mamíferos e possuem um sistema nervoso que inclui um cérebro
desenvolvido. Os humanos, assim como os ratos, também são mamíferos que
possuem um sistema nervoso que inclui um cérebro desenvolvido. Quando
exposto ao Agente Nervoso 274, 90% dos ratos morreram. Portanto, se expostos
ao Agente Nervoso 274, 90% dos humanos morrerão.”
■ Para um argumento ser bom, ou seja, para que seja capaz de provar o que
pretende provar, são necessárias duas condições: que tenha premissas
verdadeiras e que seja válido.
■ Inicialmente, podemos dizer que verdadeiro ou falso são valores que
reservamos para qualificar as premissas ou a conclusão de um argumento.
■ Ou seja, são usados para se referir às partes do argumento. Válida ou inválida,
por outro lado, é a inferência feita no argumento, ou seja, a passagem das
premissas para a conclusão.
Primeiro exemplo
■ Uma rápida análise desse argumento nos permite dizer que é bom, porque satisfaz
as duas condições que apresentamos acima.
■ As premissas do argumento (“todo homem é mortal” e “Pelé é homem”) são
verdadeiras.
■ Além disso, oferecem razões suficientes para chegarmos à conclusão de que ele é
mortal, por isso podemos dizer que o argumento é válido. Sendo assim, a conclusão
é verdadeira.
Segundo exemplo
■ Suponha que a premissa é verdadeira. Nesse caso, umas das condições para termos
um bom argumento foi satisfeita.
■ No entanto, essa premissa oferece garantia suficiente para dizer que a conclusão
também é verdadeira? A resposta é não, pois, mesmo ela sendo verdadeira, é possível
que a conclusão seja falsa.
■ Geralmente nossos amigos tendem a possuir características parecidas com as nossas,
sendo assim o fato de meus amigos votarem no candidato X não pode significar apenas
que minha preferência política tem influenciado bastante minhas escolhas de amizade.
Terceiro exemplo
■ Esse argumento também não é muito bom, pois certamente você não ficou
convencido de que poderia encontrar por aí a Gertrudes voando naturalmente. Ele
não foi capaz de provar sua conclusão, mas por uma razão diferente do argumento
anterior. Nesse caso, a culpa é das premissas, que são falsas. Isso compromete
toda a argumentação.
■ É importante notar que o fato de as premissas serem falsas não torna o argumento
automaticamente inválido, pois verdade e validade são coisas diferentes. Para
observar isso, suponha por um instante que as premissas são verdadeiras, ou seja,
que gatos de fato voam e que existe uma gata chamada Gertrudes. Nesse caso,
poderíamos concluir com segurança que nossa Gertrudes voa. Isso mostra que as
premissas oferecem razões suficientes para mostrar que a conclusão é verdadeira.
■ Para concluir a análise desses três argumentos podemos dizer o seguinte:
1. Para um argumento ser bom, deve ter premissas verdadeiras e que seja válido.
2. Um argumento pode ser ruim tendo premissas falsas e sendo válido;
3. Ou tendo premissas verdadeiras e sendo inválido.
■ Ao observar a maneira como os conceitos de “verdadeiro” e “válido” foram usados na
análise do argumento acima, é possível notar uma diferença fundamental.
■ “Verdadeiro” e “falso” são valores usados na análise de argumentos para qualificar
proposições. E nesse sentido têm um significado comum. Uma proposição é verdadeira
quando se refere a um fato real e falsa quando não.
■ “Válido” e “inválido” são valores usados para qualificar o processo de inferência. Quando
uma conclusão é tirada de uma ou mais premissas, ela pode ser considerada válida ou
inválida. Nesse sentido, validade se refere à capacidade que as premissas têm de
justificarem ou não a conclusão, independente de serem verdadeiras ou falsas.
Resumo
Argumento válido
■ Considere o seguinte exemplo:
Todas as aranhas têm doze pernas.
Todo ser humano é uma aranha.
Portanto, todo ser humano tem doze pernas.
■ Cada uma das proposições do argumento acima é falsa. Porém, o argumento como
um todo é válido. Isso porque um argumento válido é aquele que a conclusão se
segue necessariamente das premissas. Ou seja, se as premissas forem
verdadeiras, a conclusão também será verdadeira.
■ Suponha que a primeira e a segunda proposição são verdadeiras. Se você aceita
que ambas são verdadeiras, então terá que aceitar que a conclusão também é
verdadeira, porque não existe nenhuma possibilidade de a conclusão ser falsa
nesse caso.
■ Considere um segundo exemplo:
■ Em lógica, há outro termo usado para se referir a um argumento que além de ser válido,
possui premissas verdadeiras e, portanto, a conclusão verdadeira: sólido ou correto.
■ Um argumento sólido ou correto é aquele que, além de ser válido, possui premissas
verdadeiras.
Premissas verdadeiras ou aceitáveis
Significado de “deduzir”
■ Como "π é um número racional" é uma proposição falsa, então, de acordo com
a tabela verdade acima, o valor lógico de ~p será verdadeiro.
Construção de tabelas verdade
■ Na tabela verdade são colocados os valores lógicos possíveis (verdadeiro ou
falso) para cada uma das proposições simples que formam a proposição
composta e a combinação destes.
■ O número de linhas da tabela dependerá da quantidade de sentenças que
compõem a proposição. A tabela verdade de uma proposição formada
por n proposições simples terá 2n linhas.
■ Por exemplo, a tabela verdade da proposição "x é um número real e maior que 5 e
menor que 10" terá 8 linhas, pois a sentença é formada por 3 proposições (n = 3).
■ Com o objetivo de colocarmos todas as possibilidades possíveis de valores
lógicos na tabela, devemos preencher cada coluna com 2n-k valores verdadeiros
seguidos de 2n-k valores falsos, com k variando de 1 até n.
■ Depois de preencher a tabela com os valores lógicos das proposições,
devemos adicionar colunas relativas as proposições com os conectivos.
Exemplo
■ Construa a tabela verdade da proposição
– P(p,q,r) = p^q^r.
Solução
■ Neste exemplo, a proposição é formada por 3 sentenças (p, q e r). Para
construir a tabela verdade, utilizaremos o seguinte esquema: