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Alguns pontos básicos sobre argumentos

James Racheis

A filosofia sem argumento seria como um exercício sem vida. Que bem poderia
produzir uma teoria se não houvesse razões para pensar que ela é correta? E
qual o interesse de rejeitar uma teoria se não houvesse boas razões para pensar
que ela é incorreta? Uma ideia filosófica é exatamente tão boa quanto o argu-
mento que a apoia.
Portanto, se quisermos pensar claramente sobre questões filosóficas, temos
que aprender alguma coisa sobre avaliação de argumentos. Nós temos que apren-
der a distinguir entre os bons e os maus argumentos. Isso pode ser algo tedioso,
mas é indispensável se quisermos ficar perto dos gritos da verdade.

ARGUMENTOS
No inglês ordinário, a palavra argumento (argument) significa, frequentemente,
disputa e há na palavra uma insinuação de desprazer. Esse não é o modo como a
palavra é usada aqui. No sentido lógico, um argumento é uma cadeia de razões
desenhada para provar alguma coisa. Ele consiste em uma ou mais premissas e
uma conclusão, juntamente com a pretensão de que a conclusão siga das pre-
missas. Aqui está um argumento simples. O exemplo não é em si mesmo parti-
cularmente interessante, mas ele é pequeno, claro e nos ajudará a compreender
os pontos principais que necessitamos entender.

(1) Todos os homens são mortais.


Sócrates é homem.
Logo, Sócrates é mortal.

As duas primeiras afirmações são as premissas; a terceira afirmação é a


conclusão. Pretende-se que a conclusão siga das premissas. O que significa dizer
Acoisa certa a fazer 33

que a conclusão "segue das" premissas? Significa que uma certa relação lógica
existe entre as premissas e a conclusão, a saber, que, se as premissas forem ver-
dadeiras, então, a conclusão tem de ser também verdadeira. (Um outro modo
de colocar a mesma questão seria: a conclusão segue das premissas se, e somen-
te se, for impossível para as premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa, ao
mesmo tempo.) No exemplo (1), nós podemos ver que a conclusão segue das
premissas. Se for verdade que todos os homens são mortais e Sócrates for um
homem, então, tem de ser verdade que Sócrates é mortal. (Ou é impossível que
seja verdadeiro que todos os homens sejam mortais, que seja verdadeiro que
Sócrates é um homem e seja falso que Sócrates seja mortal.)
No exemplo (1), a conclusão segue das premissas e as premissas são de
fato verdadeiras. Porém, a conclusão de um argumento pode seguir das pre-
missas mesmo se as premissas não forem realmente verdadeiras. Considere este
argumento:

(2) Todas as pessoas da Georgia são famosas.


Jimmy Carter é da Georgia.
Portanto, Jimmy Carter é famoso.

Claramente, a conclusão desse argumento não segue das premissas: se fos-


se verdade que todas as pessoas da Georgia são famosas e Jimmy Carter fosse da
Georgia, então, seguiria que Jimmy Carter é famoso. Essa relação lógica entre
as premissas e a conclusão se mantém, mesmo que uma das premissas seja, de
fato, falsa.
Nesse ponto, os lógicos introduzem um pouco de terminologia. Eles di-
zem que um argumento é válido em caso de sua conclusão seguir das premissas.
Ambos os argumentos dados são válidos, em sentido técnico.
Porém, para ser um bom argumento, duas coisas são necessárias: o argu-
mento tem de ser válido e suas premissas têm de ser verdadeiras. Desse modo, o
argumento sobre Sócrates é um bom argumento, mas o argumento sobre Jimmy
Carter não é bom, porque, ainda que ele seja válido, suas premissas não são
todas verdadeiras.
É importante destacar que um argumento pode ser ruim, mesmo que
suas premissas e conclusão sejam verdadeiras. Considere o seguinte argu-
mento tolo:

(3) A terra tem uma lua.


John F. Kennedy foi assassinado.
Portanto, a neve é branca.
34 James Racheis & Stuart Racheis

As premissas desse "argumento" são ambas verdadeiras e a conclusão tam-


bém é verdadeira. Ainda assim, obviamente, é um argumento ruim porque não
é válido - a conclusão não segue das premissas. O ponto é que quando nós
perguntamos se um argumento é válido, nós não estamos perguntando se as pre-
missas são realmente verdadeiras, ou se a conclusão é realmente verdadeira. Nós
estamos somente perguntando se, caso as premissas sejam verdadeiras, a conclu-
são realmente seguiria delas.
Eu usei esses exemplos triviais porque eles nos permitem tornar claros e
incontroversos os pontos lógicos essenciais. Esses pontos são aplicáveis à análi-
se de qualquer argumento, trivial ou não. Para ilustrar, vamos considerar como
esses pontos podem ser usados para analisar questões mais importantes e con-
troversas. Nós iremos olhar para os argumentos do ceticismo moral com algum
detalhe.

CETICISMO MORAL

O ceticismo moral é a ideia de que não há uma tal coisa como verdade moral
objetiva. Não é somente a ideia de que nós não podemos conhecer a verdade
sobre o certo e o errado. É a ideia mais radical de que, quando se trata da ética,
a "verdade" não existe. O ponto essencial pode ser colocado de muitas maneiras
diferentes. Pode-se dizer que:
~

• A moralidade é subjetiva. E uma questão de como nós sentimos as


coisas; não é uma questão de como as coisas são.
• A moralidade é somente uma questão de opinião. A opinião de uma
pessoa é tão boa quanto a de qualquer outra.
• Os valores existem somente em nossas mentes, não no mundo fora de
,
nos.

Seja lá como o ponto for colocado, o pensamento de base é o mesmo: a


ideia de "verdade moral objetivá, é somente uma ficção; na realidade não há
uma tal coisa.
Nós queremos saber se o ceticismo moral é correto. É a ideia de "verdade"
moral somente uma ilusão? Que argumentos podem ser dados em favor dessa
ideia? Com a finalidade de determinar se ele é correto, nós necessitamos pergun-
tar que argumentos podem ser dados em seu apoio e se tais argumentos são bons.
O argumento da diferença cultural. Um argumento para o ceticismo moral
pode ser baseado na observação de que em culturas diferentes as pessoas têm
A coisa certa a fazer 35

ideias diferentes a respeito do certo e do errado. Por exemplo, na sociedade


esquimó tradicional, considerava-se o infanticídio moralmente aceitável - se
uma família já tivesse crianças demais, um novo bebê poderia ser deixado para
morrer na neve. Porém, em nossa sociedade isso seria considerado errado. Há
muitos outros exemplos do mesmo tipo. Culturas diferentes têm códigos mo-
rais diferentes.
Refletindo sobre tais fatos, muitas pessoas concluíram que não há tal coisa
como o objetivamente certo ou errado. Assim, fizeram avançar o argumento
seguinte:

(4) Em algumas sociedades, como entre os esquimós, o infanticídio é


considerado moralmente aceitável.
Em outras sociedades, como a nossa, o infanticídio é considerado mo-
ralmente odioso.
Logo, o infanticídio não é nem objetivamente certo nem objetivamen-
te errado; é somente uma questão de opinião que varia de cultura para
cultura.

Nós podemos chamá-lo de "argumento da diferença cultural': Esse tipo de


argumento tem sido tremendamente influente. Ele tem persuadido muitas pes-
soas a serem céticas a respeito da ideia toda de "verdade moral': Não obstante,
é um argumento bom? Nós podemos fazer duas questões sobre ele: primeira,
são as premissas verdadeiras?; e, segunda, a conclusão realmente segue delas?
Se a resposta a qualquer das questões for não, o argumento tem de ser rejeitado.
Nesse caso, as premissas parecem ser corretas - houve muitas culturas nas quais
o infanticídio foi aceito. Logo, a nossa atenção tem de ser focada na segunda
questão: o argumento é válido?
Para calcular isso, nós podemos começar observando que as premissas
dizem respeito ao que as pessoas acreditam. Em algumas sociedades, a pessoas
pensam que está bem praticar o infanticídio; em outras, acreditam que é imoral.
A conclusão, no entanto, concerne não ao que as pessoas acreditam, mas sim a
se o infanticídio realmente é imoral. O problema é que esse tipo de conclusão
não segue daquele tipo de premissa. Não segue do mero fato de que as pessoas
têm crenças diferentes em relação a alguma coisa sobre a qual não haja "verda-
de" a respeito. Logo, o argumento da diferença cultural não é válido.
Para tornar a questão clara, considere este argumento análogo:

(5) Em algumas sociedades, o mundo é pensado como sendo plano.


Em outras sociedades, o mundo é pensado como redondo.
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Logo, objetivamente falando, o mundo não é nem plano e nem redon-


do, mas é somente uma questão de opinião que varia de cultura para
cultura.

Claro, esse argumento não é válido. Nós não podemos concluir que o
mundo não tem forma simplesmente porque nem todo mundo concorda com
qual forma ele tem. O mesmo pode ser dito sobre o argumento da diferença
cultural: nós não podemos nos mover de forma válida de premissas sobre o que
as pessoas acreditam para uma conclusão sobre como as coisas são, porque as
pessoas - mesmo sociedades inteiras - podem estar erradas. O mundo tem uma
forma definida e os que pensam que ela seja plana estão errados. Similarmente,
o infanticídio pode ser objetivamente errado (ou não errado) e os que pensam
diferentemente podem estar enganados. Logo, o argumento da diferença cultu-
ral não é válido e, portanto, não providencia apoio legítimo para a ideia de que
a "verdade moral,, é só uma ilusão.
Há duas reações comuns a essa análise. Essas reações ilustram armadilhas
nas quais as pessoas frequentemente caem.
1. A primeira reação é mais ou menos a seguinte: muitas pessoas acham
a conclusão do argumento da diferença cultural muito atraente. Isso torna di-
fícil para elas acreditar que o argumento é inválido - quando é apontado que o
argumento é falacioso, tendem a responder: "certo e errado são somente uma
questão de opinião!,: Elas cometem o erro de pensar que, se rejeitamos um ar-
gumento, estamos impugnando a verdade de sua conclusão. Mas não é assim.
Relembre o exemplo (3) anterior: ele ilustra como um argumento pode ter uma
conclusão verdadeira a ainda assim ser um mau argumento. Se um argumento
é ruim, então ele falha em providenciar uma razão para pensar que a conclusão
seja verdadeira. A conclusão pode ainda ser verdadeira - isso permanece uma
questão aberta -, mas o ponto é justamente que um argumento ruim não lhe
dá apoio.
2. Poderia objetar-se que não é equitativo comparar a moralidade com
uma questão obviamente objetiva como a forma da Terra, porque nós podemos
provar qual a forma que a Terra tem por métodos científicos. A moralidade é
diferente. Não há meio de provar que uma opinião moral é verdadeira ou falsa.
Essa objeção perde o ponto. O argumento da diferença cultural tenta deri-
var a conclusão cética sobre a moralidade de um certo conjunto de fatos, a saber,
fatos sobre discordâncias culturais. Essa objeção sugere que a conclusão pode-
ria ser derivada de um conjunto de fatos diferentes, a saber, fatos sobre o que é
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e o que não é provável. Ele sugere, com efeito, um argumento diferente, o qual
poderia ser formulado deste modo:

(6) Se o infanticídio (ou qualquer outra coisa, para tal questão) for obje-
tivamente certo ou errado, então, deveria ser possível provar que ele é
certo ou errado.
Porém, não é possível provar que o infanticídio é certo ou errado.
Portanto, o infanticídio não é nem objetivamente certo nem objeti-
~

vamente errado. E meramente uma questão de opinião que varia de


cultura para cultura.

Esse argumento é fundamentalmente diferente do argumento da dife-


rença cultural, ainda que ambos tenham a mesma conclusão. Eles são diferen-
tes porque apelam a considerações diferentes na tentativa de provar a conclu-
são - em outras palavras, eles têm premissas diferentes. Logo, a questão de se
o argumento (6) é bom é separada da questão de se o argumento da diferença
cultural é bom. O argumento da diferença cultural não é válido, pela razão
dada anteriormente.
Nós devemos enfatizar a importância de manter os argumentos separados.
É fácil escorregar de um argumento para o outro sem perceber o que se está
~

fazendo. E fácil pensar que, se os juízos morais são "não passíveis de provà:
então o argumento da diferença cultural é fortalecido. Mas não é. O argumento
(6) meramente introduz um conjunto diferente de questões. É importante deli-
mitar um argumento e avaliá-lo tão cuidadosamente quanto possível, antes de
passar para considerações diferentes.

O argumento da possibilidade de prova. Agora, vamos considerar em mais


detalhes a questão a respeito de se é possível provar um juízo moral como ver-
dadeiro ou falso. O argumento seguinte, que nós podemos chamar de o "argu-
mento da possibilidade de provà', é uma forma mais geral do argumento (6):

(7) Se houvesse uma tal coisa como verdade objetiva na ética, nós deve-
ríamos ser capazes de provar que algumas opiniões morais são verda-
deiras e outras falsas.
Porém, de fato, nós não podemos provar quais opiniões morais são
verdadeiras e quais são falsas.
Logo, não há uma tal coisa como verdade objetiva na ética.
38 James Racheis & Stuart Racheis

Mais uma vez, temos um argumento com certo apelo superficial. Mas suas
premissas são verdadeiras? E a conclusão realmente segue delas? Parece que a
conclusão segue, logo, a questão crucial será se as premissas são de fato verda-
deiras.
A pretensão geral de que os argumentos morais não podem ser provados
parece correta: qualquer um que tenha argumentado sobre uma questão como
o aborto sabe quão frustrante pode ser tentar "provar" que o ponto de vista de
alguém é correto. Porém, se inspecionarmos essa pretensão mais de perto, ela
pode ser questionada.
Suponha que consideremos uma questão mais simples do que o aborto.
Um estudante diz que um teste dado por um professor não foi equitativo. Isso
é claramente um julgamento moral - equidade é um valor moral básico. Pode
o estudante provar que o teste foi não equitativo? Ele pode mostrar que o teste
foi tão longo que nem mesmo os melhores estudantes puderam completá-lo no
tempo permitido (o teste foi feito sob a pressuposição de que poderia ser com-
pletado). Ademais, o teste cobriu matérias triviais, ao mesmo tempo em que
ignorou matérias que o professor tinha acentuado como importantes. Final-
mente, o teste incluiu questões sobre algumas matérias que não foram tratadas,
nem nas leituras recomendadas, nem nas discussões de classe.
Suponha que tudo isso seja verdadeiro. Ademais, suponha que o pro-
fessor, quando foi questionado a respeito, não teve defesa a oferecer. (De
fato, o professor pareceu confuso sobre todas as coisas e pareceu não ter
qualquer ideia do que estava fazendo.) Agora, o estudante não provou que
o teste foi não equitativo? O que mais poderíamos querer como meio de
prova?
É fácil pensar em outros exemplos que apontam para a mesma questão:

• fones é um homem mau: para provar isso, pode-se apontar que Jones é
um mentiroso habitual; ele manipula as pessoas; engana quando pensa
que não pode ser descoberto; é cruel com outras pessoas e assim por
diante.
• O dr. Smith é irresponsável: ele baseia seus diagnósticos em conside-
rações superficiais; bebe cerveja antes de fazer cirurgias delicadas;
recusa-se a dar ouvidos aos conselhos dos outros médicos e assim por
diante.
• Um certo vendedor de carros usados é antiético: ele oculta defeitos em
seus carros; explora pessoas pobres pressionando-as a pagar preços altos
por carros que sabe que são defeituosos; faz propaganda enganosa na
internet e assim por diante.
Acoisa certa a fazer 39

O ponto é que nós podemos, e frequentemente fazemos isso, fundamentar


nossos juízos éticos com boas razões. Assim, não parece correto dizer que não
são passíveis de prova, como se fossem nada mais do que "meras opiniões': Se
uma pessoa tem boas razões para seus julgamentos, então ela não está mera-
mente dando "suas opiniões". Pelo contrário, pode estar fazendo um julgamento
com o qual qualquer pessoa razoável teria de concordar.
Se podemos, algumas vezes, dar boas razões para nossos juízos morais, o
que sustenta a impressão persistente de que eles "não são passíveis de provà'?
Há duas razões pelas quais o argumento da possibilidade de prova parece me-
lhor do que é.
Primeiro, há uma tendência em focar a atenção somente nas questões mo-
rais mais difíceis. A questão do aborto, por exemplo, é uma questão enorme-
mente difícil e complicada. Se nós pensamos somente em questões como essa,
é fácil acreditar que é impossível "provà' na ética. O mesmo poderia ser dito
de outras ciências. Há muitas questões complicadas em que os físicos não po-
dem se pôr de acordo. Se focarmos nossa atenção inteiramente nelas, podemos
concluir eu não há "provà' em física. Mas, naturalmente, há muitas questões
mais simples em física que podem ser provadas e em relação às quais todos
os físicos competentes concordam. Similarmente, na ética, há muitas questões,
muito mais simples do que o aborto, sobre as quais todas as pessoas razoáveis
têm de concordar.
Segundo, é fácil confundir duas questões que são realmente muito dife-
rentes:

1. Provar que uma opinião é correta


2. Persuadir alguém a aceitar sua prova

Suponha que você esteja discutindo uma questão moral com um amigo.
Você tem razões perfeitamente cogentes em apoio a sua posição, ao passo que ele
não tem boas razões ao seu lado. Ainda mais, ele se recusa a aceitar a sua lógica
e continua a insistir que está correto. Essa é uma experiência comum, mesmo
frustrante. Você pode ser tentado a concluir que é impossível provar que está
certo. Porém, isso seria um engano. A sua prova pode ser impecável. O problema
pode ser que o seu amigo esteja sendo teimoso. (Naturalmente, essa não a única
explicação do que está acontecendo, mas é uma explicação possível.) A mesma
coisa pode acontecer em qualquer tipo de discussão. Você pode argumentar sobre
desenho inteligente versus evolução e a outra pessoa pode ser não razoável. No
entanto, isso não significa necessariamente que alguma coisa está errada com seus
argumentos. Alguma coisa pode estar errada com a outra pessoa.
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CONCLUSÃO
Nós examinamos dois dos argumentos mais importantes em apoio ao ceticismo
moral e vimos que esses argumentos não são bons. O ceticismo moral ainda po-
deria ser verdadeiro, mas, se fosse, argumentos melhores teriam de ser encon-
trados. Provisoriamente, ao menos, temos de concluir que o ceticismo moral
não é, olhado de perto, tão plausível quanto tínhamos pensado.
O objetivo desse exercício, contudo, foi ilustrar o processo de avaliar ar-
gumentos filosóficos. Nós podemos resumir o que aprendemos sobre avaliar
argumentos deste modo:

1. Argumentos são apresentados para dar apoio a uma teoria ou ideia.


Uma teoria filosófica pode ser vista como aceitável somente se houver
bons argumentos a seu favor.
2. Um argumento é bom somente se suas premissas são verdadeiras e a
conclusão segue logicamente delas.
a) Uma conclusão "segue das" premissas quando ocorre o seguinte:
se as premissas forem verdadeiras, então, a conclusão teria de ser
verdadeira também. (Um modo alternativo de dizer a mesma
coisa: uma conclusão segue das premissas quando é impossível
para as premissas serem verdadeiras e a conclusão falsa, ao mes-
mo tempo.)
b) Uma conclusão pode seguir de premissas mesmo se elas forem, de
fato, falsas.
c) Uma conclusão pode ser verdadeira e ainda assim não seguir de
um conjunto dado de premissas.
3. Portanto, na avaliação de um argumento, nós temos duas questões
separadas. As premissas são verdadeiras?; e, a conclusão segue delas?
4. É importante evitar dois enganos comuns. Devemos ser cuidadosos
para manter os argumentos separados e, então, não escorregar de um
ao outro, desse modo confundindo questões diferentes. E não devemos
pensar que um argumento é mais forte do que é porque acorre de
concordarmos com sua conclusão. Acima de tudo, devemos lembrar
que, se um argumento é ruim, isso não significa que a conclusão tenha
de ser falsa - isso significa somente que esse argumento não contribui
em nada para mostrar que a conclusão é verdadeira.

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