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Subjetivismo

O subjetivismo moral é a teoria segundo a qual, embora existam factos morais, estes
não são objetivos. As afirmações acerca do bem e do mal, do que é certo e errado, embora
sejam proposições genuínas, são subjetivas: são verdadeiras ou falsas, mas não o são
independentemente dos sujeitos que as fazem.

O principal argumento a favor do subjetivismo é o argumento dos desacordos em que


não há consenso em várias respostas como a eutanásia e o aborto. Sendo assim se houvesse
uma verdade objetiva sobre essa questão, não haveria tanto desacordo, consistindo que a ética
é um domínio que cada um tem a sua opinião, e assim esta é apenas meramente subjetiva.

Para explicar melhor a ideia por trás deste argumento podemos analisar o seguinte
cenário: Existem dois amigos, a Carla e o Paulo, eles gostam ambos de filmes e frequentemente
debatem sobre qual é o melhor de todos os tempos. A Carla argumenta que é "Harry Potter" e
o Paulo defende que é "Star Wars". Nesta situação ambos têm conhecimento e acesso às
mesmas informações, mas mesmo assim não chegam a um consenso pois as suas opiniões são
distintas, tal como o argumento dos desacordos afirma.

Quem procurar refutar o subjetivismo afirma que, ainda que exista um domínio de
factos morais, há espaço para a interpretação dos mesmos. Para comprovar este argumento a
parte que se encontra contra o subjetivismo demonstra que mesmo no campo das ciências
empíricas existem desacordos entre especialistas que, por exemplo, podem ter diferentes
respostas para o mesmo problema. Estes afirmam ainda que mesmo dentro do domínio da
ética existem alguns consensos, mas dificilmente discutimos esses problemas pois estamos
predispostos a aceitar uma só resposta para os mesmos, não sendo do nosso interesse a sua
discussão. Tentando refutar assim o argumento dos desacordos.

Segundo os subjetivistas os nossos juízos são reflexos dos nossos sentimentos. No


entanto, se eu disser concordo com o aborto, mas outra pessoa (S) discordar, estamos na
verdade a dizer que “Eu aprovo o aborto” e que “S não aprova o aborto”. Isto faz com que
estas proposições não se contradigam, o que faz com que não existam desacordos morais
genuínos.

Aceitar o subjetivismo implicaria ainda aceitar que somos moralmente infalíveis, já que
ao aceitar o subjetivismo aceitamos também que quando formulamos um juízo moral este é
uma afirmação das nossas preferências. Por exemplo, quando temos 15 anos, podemos pensar
não estudar é o ideal, porém quando tivermos 40 anos, a nossa opinião poderá ter mudado, o
que não faz sentido segundo o subjetivismo, já que se fossemos moralmente infalíveis não
teríamos motivos concretos para o fazer.

Por fim, outro problema que o subjetivismo apresenta é direcionado à premissa de


que os nossos juízos morais correspondem às nossas preferências, mas muitas vezes fazemos
ou aceitamos juízos morais com os quais não concordamos para sair de alguma situação,
quando da verdade preferíamos que aquilo que é enunciado no juízo fosse o contrário.

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