1) O documento discute os conceitos de gênero e sexualidade apresentados por Simone de Beauvoir em seu livro "O Segundo Sexo" e Pierre Bourdieu em "A Dominação Masculina".
2) Beauvoir argumenta que a feminilidade é uma ficção criada pelos homens para limitar as mulheres, enquanto Bourdieu vê a dominação masculina como resultado da violência simbólica incorporada no habitus.
3) Ambos os autores rejeitam a ideia de que a inferioridade feminina é natural, mostrando como a or
1) O documento discute os conceitos de gênero e sexualidade apresentados por Simone de Beauvoir em seu livro "O Segundo Sexo" e Pierre Bourdieu em "A Dominação Masculina".
2) Beauvoir argumenta que a feminilidade é uma ficção criada pelos homens para limitar as mulheres, enquanto Bourdieu vê a dominação masculina como resultado da violência simbólica incorporada no habitus.
3) Ambos os autores rejeitam a ideia de que a inferioridade feminina é natural, mostrando como a or
1) O documento discute os conceitos de gênero e sexualidade apresentados por Simone de Beauvoir em seu livro "O Segundo Sexo" e Pierre Bourdieu em "A Dominação Masculina".
2) Beauvoir argumenta que a feminilidade é uma ficção criada pelos homens para limitar as mulheres, enquanto Bourdieu vê a dominação masculina como resultado da violência simbólica incorporada no habitus.
3) Ambos os autores rejeitam a ideia de que a inferioridade feminina é natural, mostrando como a or
Simone de Beauvoir e O Segundo Sexo impossibilidade de relações de reciprocidade e de igualdade entre os homens e as mulheres. O Segundo Sexo é um clássico publicado por Entretanto, como mostra Beauvoir, nada de Simone de Beauvoir em 1949. É uma obra naturalidade nem biológico acantona a mulher seminal que estabeleceu de imediato uma ao seu papel, a sua condição é, na verdade, um discussão sobre a condição feminina e o(s) fenômeno meramente cultural. Não é a feminismo (s). Apesar das várias polêmicas inferioridade das mulheres que determinou a suscitadas, tem servido de referência para a sua insignificância histórica, mas a sua maior parte dos ensaios, debates e discussões insignificância histórica que a dedicou à posteriores. São dois livros sobre a situação da inferioridade. Ao fugir a este determinismo, mulher e o seu papel na sociedade. O primeiro Beauvoir abrir as portas a todas as mulheres no sentido de formarem o seu próprio ser e escolherem o seu próprio destino, libertando- se de todas as ideias pré-concebidas e dos mitos pré-estabelecidos que lhes dão pouca ou 16 nenhuma escolha. Assim, a mulher, qualquer mulher, deve criar a sua própria via, mesmo que seja a de cumprir um papel tradicional, se for esse o escolhido por ela e só por ela. Segundo Beauvoir, é de uma igualdade total entre os dois sexos que nascerá a liberdade da mulher. volume recebeu o subtítulo de “Fatos e Mitos”, e o segundo volume foi denominado “A Pierre Bourdieu e A Dominação Masculina experiência vivida”. Numa perspectiva histórica e apoiando-se sobre experiências vividas, O conceito de dominação masculina só pode Simone de Beauvoir mostra como, de uma ser compreendido diante de outros conceitos maneira ou outra, a mulher sempre foi o importantes da sociologia de Bourdieu, como escravo do homem. Beauvoir queria as noções de habitus e violência simbólica. demonstrar que a própria noção de feminilidade era uma ficção inventada pelos homens, na qual as mulheres consentiam, fosse por estarem pouco treinadas nos rigores do pensamento lógico ou porque calculavam ganhar algo com a sua passividade, perante as fantasias masculinas. No entanto, ao fazê-lo, caiam na armadilha de se auto-limitarem. Os homens chamaram a si os triunfos da transcendência, oferecendo às mulheres segurança e tentando-as com as teorias da aceitação e da dependência, dizendolhes que tais características são inatas do seu caráter. Todos estes conceitos se referem, de certo Que seja mãe, esposa, rapariga ou prostituta, a modo, a uma preocupação cara ao autor, que é mulher define-se apenas em função do homem a questão da reprodução social: de que e nunca para a própria: encarna o outro. Esta maneira a ordem social é mantida? É coerção simbólica, ou melhor, de uma violência necessária uma coerção direta para garantir a simbólica. reprodução desta ordem? Seguindo estas É a partir destas noções que o sociólogo perguntas o autor procura pensar sobre a francês pensa a dominação do “masculino” permanência da dominação masculina e sobre sobre o “feminino”. Ela é resultado de uma seu processo histórico de reprodução. violência “suave” e “invisível”, que se exerce De acordo com o pensamento de Bourdieu, a principalmente por vias simbólicas, através do ordem social não se trata de uma reconhecimento dos dominados. Parece estar representação, de uma fantasia ou de uma na “ordem das coisas” e ser normal, não “ideologia”, ela corresponde a um sistema de precisando ser enunciada ou justificada, dado estruturas duradouras que são reproduzidas que ela coloca as diferenças biológicas entre tanto objetivamente como subjetivamente, já homens e mulheres como seu fundamento que estão inscritas nas coisas, nos corpos, nas natural e evidente, como se ela fosse uma mentes, nas atividades e nas posições sociais. dominação a-histórica. Mais do que isso, esta Estas estruturas organizam não apenas a dominação é reconhecida e reproduzida tanto realidade social, mas também as percepções e pelos homens quanto pelas mulheres, dado as representações que os indivíduos fazem que as estruturas históricas da ordem desta realidade, de si mesmos e dos outros; são masculina são incorporadas sob a forma de incorporadas na forma de habitus. A habitus, ou seja, sob a forma de esquemas reprodução destas estruturas se dá inconscientes de percepção e de apreciação especialmente por meio de vias simbólicas, não que determinam quais comportamentos e necessitando de uma violência física que se posturas são adequados a homens e mulheres. imponha sobre os indivíduos ou de qualquer Estas estruturas correspondem às próprias outro tipo de coerção direta – trata-se de uma categorias de pensamento que os indivíduos utilizam para entender o mundo.