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Pensar nesta questão é a nossa missão para esta semana. Vou afirmar que a filosofia é a
atividade de trabalhar da maneira correta de pensar sobre coisas.
Antes de começar a explicar o que isso significa, observe que minha definição começa di-
zendo que a filosofia é uma atividade. Na verdade, acho que isso é mais importante
ponto sobre filosofia do que o resto do que digo esta semana.
Como a filosofia é uma atividade, para entender o que é a filosofia, você precisa ficar preso e
fazê-lo. Você precisa começar a pensar em problemas filosóficos e na maneira como outros
pensadores os abordaram. É isso que faremos no restante do curso. Muito do
filosofia é aprender ferramentas e técnicas específicas para raciocinar, argumentar e se
expressar.
Por exemplo, ao fazer física, investigamos a realidade física construindo experimentos, me-
dindo, formulando teorias.
Ao fazer filosofia da física, podemos perguntar: ‘O que queremos dizer com’ realidade física
‘?’; “Como os resultados experimentais confirmam ou não confirmam uma hipótese?”, Ou; ‘O
que distingue uma boa ciência teoria de uma má?
Ao praticar medicina, tentamos curar ou tratar as pessoas de acordo com nossas melhores
teorias médicas atuais.
Ao fazer a filosofia da medicina, podemos recuar e pensar se os conceitos que nossas me-
lhores teorias médicas empregam fazem sentido ou o que “saúde” e “doença” realmente
significam.
Isso nos mostra que a relação entre filosofia e outros assuntos pode ser embaçada - po-
demos estar interessados na maneira correta de pensar em vários domínios diferentes; e
muitas vezes somos forçados a fazer filosofia pelos desafios
ou resultados que outros assuntos levantam para nós.
Uma sensação em que isso não é verdade: há muitas perguntas e atividades que você pode
realizar, perfeitamente legitimamente sem fazer nenhuma filosofia.
Um sentido em que é verdade: não importa que tipo de perguntas você esteja fazendo ou
que atividades esteja realizando, sempre poderão surgir outras questões filosóficas.
Isso ocorre porque a filosofia envolve recuar e examinar os pressupostos do que você está
fazendo ou as perguntas que está fazendo.
É por isso que a filosofia, como assunto, é tão ampla - esse “retrocesso” é algo que sempre
podemos fazer, independentemente do que estamos perguntando ou pensando.
Novamente, há um sentido em que claramente não existe - porque (como sugeri) per-
guntas filosóficas podem surgir sobre qualquer coisa, muitas serão triviais ou chatas
demais para incomodar a pergunta!
o Pensar filosoficamente (por exemplo, recuar e examinar pressupostos) pode nos aju-
dar a questionar ou ver dogmas passados ou sabedoria aceita que pode não ser a me-
lhor coisa para pensar ou acreditar.
Mas mesmo antes de fazer isso, você já tem uma boa idéia de como a filosofia é feita -
porque tentar pensar nas coisas da maneira certa é algo que fazemos o tempo todo.
Pensar no que essa evidência lhe dá motivos para fazer (ou pensar na questão de ir ao
cinema) o Talvez você já tenha visto esse filme antes - mas foi tão bom que
você gostaria de vê-lo novamente; Talvez você tenha dinheiro suficiente - mas realmente
deveria estar economizando para outra coisa.
Chegando a uma conclusão sobre o que fazer ou pensar, com base nessas evidências
Por exemplo. “Considerando tudo, eu realmente não deveria ir ao cinema hoje à noite”
Suponha que, ao decidir se devo ou não ir ao cinema hoje à noite, raciocino assim:
1. Eles têm bons cachorros-quentes no cinema
2. eu gosto de cachorro-quente
3. Portanto, eu deveria ir ao cinema Ao fazer isso, dei um argumento muito simples para a
conclusão de que eu deveria ir ao cinema.
Observando isso, podemos ver que um argumento, na filosofia, é apenas uma sequência de
evidências e raciocínios projetados para apoiar uma conclusão específica.
Esse argumento tem duas premissas (denominadas ‘1’ e ‘2’, acima), bem como sua conclu-
são (denominada ‘3’).
Uma parte muito importante de se fazer filosofia é pensar se argumentos específicos fazem
ou não um bom trabalho ao estabelecer suas conclusões. Como podemos questionar o ar-
gumento acima?
No caso do argumento acima, parece que existem muitos casos em que as premissas po-
dem ser verdadeiras, mas a conclusão pode não ser verdadeira.
O argumento é inválido.
Portanto, um argumento pode falhar em ter uma ou mais premissas falsas ou por ser invá-
lido.
3.2 Temos livre-arbítrio?
Vamos pensar em um argumento um pouco mais difícil e talvez mais interessante para
avaliar.
Parece a todos nós que temos muita liberdade em relação ao que escolhemos ou não fazer.
Mas existem argumentos que tentam colocar isso em questão:
1. A maneira como o mundo era no passado controla exatamente como é no presente e
como será no futuro
2. Fazemos parte do mundo, como todo o resto.
3. Não podemos controlar como as coisas eram no passado ou como o passado controla o
presente e o futuro
4. Portanto, não controlamos nada do que acontece no mundo, incluindo todas as coisas
que pensamos, dizemos e fazemos.
É muito mais difícil descobrir se esse argumento é bom ou ruim do que foi para o nosso
primeiro argumento - mas nós o avaliamos da mesma maneira
maneiras:
o Por exemplo o passado realmente fixa o presente e o futuro? Somos realmente partes do
mundo como todo o resto?
A verdade das premissas garante a verdade da conclusão (ou seja, o argumento é válido)?
Por exemplo ‘controle’ significa a mesma coisa em ‘1’ como em ‘4’? Caso contrário, talvez o
que ‘1’ nos diga sobre controle não leve à conclusão em ‘4’.
Não faz parte de nossa tarefa esta semana refletir sobre as maneiras de responder a esse
argumento em detalhes (embora você queira compartilhar suas idéias sobre isso
nos fóruns de discussão).
Mas observe que cada uma das maneiras de responder que eu (muito rapidamente) sugeri
acima tem algum trabalho associado a ela - cada uma das formas de responder ao argumen-
to precisa ser explicada e defendida com muito mais detalhes. Esse tipo de trabalho é o que
fazemos quando fazemos filosofia.
Ao tentar pensar sobre algum tópico da maneira correta, tentamos obter o entendimento
mais claro possível das evidências a favor de nosso pensamento, como fazemos, e da ma-
neira como ela apoia as conclusões sobre o tópico que
chegar em.
“A filosofia precisa de visão e argumento [...] há algo decepcionante em uma obra filosófica
que contém argumentos, por mais bons que não sejam inspirados por alguma visão genuí-
na, e algo decepcionante em uma obra filosófica que contém uma visão, por mais inspiradora
que seja sem suporte de argumentos […]
Especulações sobre como as coisas estão juntas requerem [...] a capacidade de estabele-
cer distinções e conexões conceituais e a capacidade de argumentar [...] Mas visões es-
peculativas, por mais interessantes ou bem apoiadas por argumentos ou perspicazes, não
são tudo o que precisamos.
Também precisamos do que [o filósofo Myles] Burnyeat chamou de ‘visão’ - e entendo isso
como visão de como viver nossas vidas e como ordenar nossas sociedades ”.
Uma lição aqui é que devemos ter em mente o “quadro geral” ao apresentar ou criticar ar-
gumentos filosóficos.
Às vezes, isso pode envolver voltar atrás e pensar em por que um tópico é interessante ou
útil para ser considerado em primeiro lugar
Às vezes, isso pode envolver o pensamento sobre a visão que pode ter inspirado um ar-
gumento que estamos criticando ou avaliando. O pensamento sobre essa visão pode nos
ajudar a entender melhor um argumento ou talvez fazer um trabalho melhor em expressar
como está sendo o argumento?
Essas são questões realmente importantes para a filosofia. Eu os exponho não porque acho
que posso respondê-las (certamente não posso!), Mas porque enfatizam algo que eu já
mencionei sobre questões filosóficas - elas podem surgir em qualquer lugar, mesmo em
resposta à definição de filosofia em que estive. tentando dar.
Uma motivação para fazer essas perguntas pode ser o pensamento de que há algo suspeito
sobre a noção de uma ‘maneira correta de pensar’ que eu usei em minha definição - então
talvez minha definição não seja a maneira correta de pensar sobre filosofia.
Como um bom filósofo empirista, Hume pensou que era crucial que a filosofia permanecesse
fiel à nossa experiência sensorial do mundo. No entanto, ele argumentou que nossa expe-
riência nos diz muito menos sobre o mundo do que normalmente pensamos. Por exemplo:
Causa: Nós nunca observamos uma coisa causando outra. Podemos ver uma bola de bilhar
rolar para outra e depois ver a segunda bola de bilhar rolar. Mas tudo o que realmente ob-
servamos são as bolas de bilhar em vários momentos e lugares.
Nossa experiência de uma bola fazendo a outra rolar é algo extra, além dos horários e locais
em que as bolas de bilhar estão ocupando.
É algo extra que nossas mentes adicionam aos eventos que observamos.
Nós mesmos: nunca realmente nos observamos - podemos observar vários pensamentos,
sentimentos e impressões à medida que passam pela mente de “nossa”, mas nunca obser-
vamos o único assunto que deveria unificar ou
tem, tudo isso.
Portanto, para Hume, a idéia de um eu persistente, além dos vários pensamentos e senti-
mentos que passam pela mente de ‘nossa’ é algo extra que nossas mentes acrescentam ao
que realmente observamos.
Faça esses hábitos de nossas mentes - experimentar o mundo como se contivesse eventos
causalmente conectados; experimentar a nós mesmos como mais do que feixes de impres-
sões e sentimentos - correspondia à maneira como as coisas realmente são no mundo? Em
outras palavras, eles são os modos corretos de pensar sobre a causa e sobre nós mesmos?
Hume achou que não sabíamos a resposta para essas perguntas - tudo o que sabemos é
que esses são os hábitos que nossas mentes têm, não se esses são os certos ou os erra-
dos.
Isso levou Hume à conclusão sombria de que:
“A observação da cegueira e fraqueza humanas é o resultado de toda a filosofia e nos encon-
tra a todo momento, apesar de nossos esforços para evitar ou evitá-la.”
4.2 Kant no “caminho certo” de pensar O grande filósofo alemão Immanuel Kant disse que
essas idéias de Hume o despertaram de seus sonolentos dogmáticos. Anteriormente, Kant
havia assumido que o pensamento filosófico poderia nos colocar em contato com o mundo,
mas agora ele percebia que tinha que provar isso.
As opiniões de Kant são muito complicadas - mas, em poucas palavras, ele tentou mostrar
que a possibilidade de um mundo que não se enquadrava nas regras e padrões que nossa
mente impõe à experiência não fazia sentido.
Hume estava certo ao apontar que a reflexão filosófica descobre maneiras pelas quais não
podemos evitar pensar e experimentar o mundo - como se estender pelo espaço, se des-
dobrar ao longo do tempo, conter contenções causais
eventos.
Mas ele estava errado ao sugerir que esses fatos poderiam ser apenas fatos sobre nós -
hábitos arbitrários de nossas mentes. Kant tentou mostrar que também eram fatos sobre
o que é para um mundo estar lá para pensar em primeiro lugar.
Se tentarmos pensar em um mundo que não está em conformidade com as formas de pen-
sar acima, descobrimos que não podemos fazê-lo. Talvez pensemos que podemos imaginar
a simples possibilidade de que o mundo não esteja em conformidade com essas formas de
pensar (mesmo que não possamos imaginar exatamente como isso seria). Mas podemos
entender Kant como sugerindo que, se podemos fazer isso, não estamos mais pensando
em como o mundo pode estar.
Em outras palavras, Kant tentou mostrar que as regras que governam nosso pensamento
são as mesmas que governam o mundo, e que podemos saber disso apenas pensando nis-
so.
Portanto, para Kant, existe uma maneira correta de pensar sobre as coisas, e podemos
chegar a ela pelo uso claro e cuidadoso da razão.