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Catarina, Filipe, Joana G.

, Lucas

FTG filosofia- O empirismo cético de David Hume.

1-Hume acredita que a indução não pode ser justificada racionalmente a


priori e sim a posteriori, isto é, através da experiência, sendo uma filosofia
empirista. Hume inspira-se na ciência, procurou em relação aos problemas
epistemológicos determinar a natureza e a possibilidade de conhecimento,
reconhecendo na experiência sensível a principal fonte de conhecimento,
para sustentar a sua convicção O argumento cético de Hume contra a
indução pode ser assim explanado nas suas premissas e conclusão:
As inferências causais necessárias de tipo indutivo baseiam-se no princípio
da indução.
Este princípio não pode ser justificado racionalmente a priori.
Este princípio não pode ser justificado empiricamente a posteriori.
Logo, nenhuma inferência indutiva é justificável.
O raciocínio indutivo não é logicamente válido- a conclusão não decorre
necessariamente das premissas- e por isso, não tem legitimidade. Inferir o
futuro com base no que ocorreu no passado é, na verdade, um passo
muito grande, uma vez que não existe nenhum fundamento que o posso
justificar. Logo, não nos é possível chegar com evidência a essa conclusão.

2-Hume considerou que a justificação empírica da indução e do Princípio


da Uniformidade da Natureza (PUN) envolvia um erro lógico. Hume afirma
que esse princípio significa que a Natureza se comporta de forma regular
mantendo as circunstâncias do passado que se irão verificar no futuro,
mas do ponto de vista irracional não é possível provar que seja verdade,
logo é um raciocínio falacioso, existia uma petição de princípios, porque a
conclusão está inscrita numa das premissas, justifica-se que a conclusão
com a sua indução torna o argumento circular. “Até hoje, a Natureza tem
sido contante e regular. O PUN diz que a natureza é regular. Logo a
Natureza é regular”. Hume considera que por não conseguir provar os
eventos futuros, o raciocínio indutivo não permite obter conhecimentos
verdadeiros, universais e necessários.
Catarina, Filipe, Joana G., Lucas

3-David Hume argumenta que há um tipo de ceticismo, por ele chamado


de «consequente», que é o ceticismo radical, que sugere a ideia de que o
conhecimento é de todo em todo impossível. Hume critica este tipo de
ceticismo afirmando ser impraticável, uma vez que está em contradição
com a experiência e a natureza correta das evidências quotidianas. Além
disso, há crenças que se impõem de tal modo à nossa mente que é
impossível suspeitar delas, por exemplo, a evidência de que há um mundo
exterior ao sujeito com objetos cuja existência é autónoma. Hume afirma
também que se tomássemos uma posição de céticos radicais
consequentes teríamos uma dissociação do pensamento, uma separação
do pensamento, que é o que acontece precisamente no quadro clínico da
esquizofrenia, pois um mesmo sujeito não acreditaria que há um mundo
externo, enquanto experimenta a existência desse mesmo mundo externo.
4-Ele é muitas vezes associado a um "ceticismo mitigado" devido à sua
postura no quotidiano. Apesar de Hume ter questionado a justificação do
conhecimento empírico e criticado a indução, Hume reconheceu que
continuamos a confiar nas nossas experiências habituais (a posteriori).
Hume admitiu que, mesmo que não tenhamos uma base sólida para
justificar racionalmente as nossas crenças, a natureza humana leva nos a
agir de acordo com os nossos hábitos.
Essa atitude, apesar e ter dúvidas filosóficas, é muitas vezes interpretada
como um "ceticismo mitigado", pois Hume reconheceu as limitações do
conhecimento. Hume aconselham-nos a evitar os dois extremos sobre a
possibilidade de conhecer o que quer que seja: evitar o dogmatismo da
razão e evitar a dúvida radical dos céticos pois seria impraticável na nossa
vida quotidiana. Hume acredita em parte no ceticismo, este aplica-se
apenas em relação às ideias de tipo metafísico.Hume é um cético
moderado com intenção pedagógica: aconselha que devemos ter atitudes
mais moderadas sobre certos problemas ou questões e assumir de modo
humilde a consciência das limitações humanas, evitando atitudes radicais
que se acabam por revelar prejudiciais à nossa existência.

5- Hume é empirista e cético em relação ao conhecimento. Ele acredita


que o nosso conhecimento se baseia na experiência (a posteriori). Hume
questiona a validade de proposições matemáticas que não podem ser
verificadas através da experiência, uma vez que se tratam de proposições
Catarina, Filipe, Joana G., Lucas

de tipo "a priori", isto é, somente do nosso pensamento. Vários filósofos


têm opiniões diversas sobre essa questão. Alguns concordam com a
perspetiva de Hume, enquanto outros defendem a objetividade é
independente das matemáticas. O debate continua na filosofia da
matemática. Parece que Hume tem razão sobre o valor do conhecimento
matemático, sobretudo se, na nossa própria experiência pessoal. Mas, fora
essa intuição pessoal, há algo de estranho na opinião de Hume: primeiro
tentou convencer-nos que a matemática, assente em relações de ideias,
possui verdades tautológicas, universais e necessárias; em seguida,
declarou que esse conhecimento racional é independente da experiência,
a priori, em sentido absoluto. Mesmo que não existisse mais nenhum ser
humano, as verdades matemáticas e as verdades dos axiomas da
geometria de Euclides continuariam a ser verdades.
O filósofo afirmou que os cálculos matemáticos são úteis para resolver
questões de facto. Só que esta linha de argumentação envolve uma
contradição. Se a matemática não serve para conhecer o mundo, então,
por que razão temos de aprender matemática aplicá-la no quotidiano?
Parece existir na opinião de Hume um paradoxo, pois admite assim, na
aplicação prática para resolver problemas empíricos, que há um valor no
conhecimento matemático e este revela-se indispensável ou substancial.
O que sabemos da matemática enquanto conhecimento substancial?
Claramente, a matemática, aplicada à vida, ajuda-nos a conhecer melhor o
mundo, a criar modelos teóricos. Hume não pode estar certo porque a
matemática, nas suas variantes é um saber substancial para a
humanidade.
Hume contradiz-se sobre o valor do conhecimento matemático.

6- Se a interpretação de Hume sobre a relação de causalidade necessária


fosse entendida como uma mera relação de conjunção constante,
teríamos de aceitar várias consequências absurdas ou crenças falsas sobre
os factos ou fenómenos da Natureza. Algumas explicações dos fenómenos
físicos teriam uma base falaciosa, pois incorreriam na falácia da falsa causa
ou “Post Hoc”, tal como:
Catarina, Filipe, Joana G., Lucas

-Se os dias se sucedem às noites, então estas seriam as causas dos dias (o
que é falso, uma vez que as causas dos dias e das noites são os
movimentos de rotação da Terra)
-Se o relâmpago surge sempre de modo constante antes do trovão,
significa que o trovão é causa do relâmpago, o que não é verdade, pois
porque embora vejamos primeiro o relâmpago e depois ouvimos o trovão
não significa que uma seja causa do outro, pois vemos primeiro a
luz(relâmpago) pois a luz viaja a uma velocidade superior que o som.
-Se o universo teve, por hipótese, um começo no espaço e no tempo, teve
de existir uma causa ou conjunto de fatores causais; Só que esse evento
cósmico foi singular, não há conjunção constante do inicio do universo
(Assim há causalidade sem conjunção constante).

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