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5- É possível fazer uma análise comparativa das teorias de Descartes e Hume, sendo que estas
divergem nos seus pontos essenciais. Ao nível da origem do conhecimento, para Descartes, a
razão é a fonte principal do conhecimento e todas as ideias têm uma origem empírica
(empirismo). Deste modo, também as ideias que conduzem a proposições evidentes e
necessárias derivam, em última análise, da experiência. Ao nível das operações da mente e
ideias, para Descartes, para além das ideias factícias e adventícias, existem ideias inatas. A
partir destas últimas, é possível obter o conhecimento, mediante as operações fundamentais
da mente: a intuição e a dedução. Por outro lado, para Hume, não existem ideias inatas. Todas
as ideias derivam das impressões. As operações da mente baseiam-se nos princípios de
associação de ideias: a semelhança, a contiguidade no espaço e no tempo e a causalidade.
Sublinha-se o papel do raciocínio indutivo. Ao nível da possibilidade do conhecimento, para
Descartes, usando a dúvida, adotando um ceticismo metódico, era possível obter
conhecimento. Mas, uma vez que depositava inteira confiança na razão, poderá ser
enquadrado, no que se refere à possibilidade do conhecimento, no âmbito do dogmatismo.
Por outro lado, para Hume, a realidade a que temos acesso reduz-se à esfera das perceções. A
capacidade cognitiva do entendimento humano limita-se ao âmbito do provável. Dá o
ceticismo mitigado. Nada podemos conhecer para lá do âmbito da experiência. Dá o ceticismo
metafísico.