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Empirismo
Como empirista, Hume baseia o seu pensamento filosófico nas seguintes ideias
principais:
Impressões Ideias
(sensações) (imagens/cópias)
Esta capacidade de associar ideias não funciona de modo arbitrário; Hume estabeleceu
leis/princípios associativos que dirigem essa combinação de ideias pela imaginação:
✓ Causalidade (causa e efeito): a água fria posta ao lume (causa), leva a pensar na fervura
(efeito).
O nosso conhecimento do mundo deriva destas leis associativas da imaginação e não de ideias a
priori.
(p. 168 do manual)
David Hume e o empirismo
Como se caracterizam?
(analisar texto 14, p. 169 do manual)
David Hume e o empirismo
• São a posteriori, pois a sua verdade depende da verificação empírica (são indutivas);
• Constituem-se em proposições/juízos sintéticos, pois afirmam alguma coisa sobre o
que acontece na realidade;
• As questões de facto assentam sobre a relação de causa e efeito - princípio da
causalidade;
• As proposições relativas a factos não se fundamentam no princípio da contradição, já
que é sempre possível afirmar o contrário de um juízo de facto; o calor dilata os
corpos não é uma certeza, podemos afirmar o seu contrário, pois no futuro ninguém
pode garantir que o calor deixe de dilatar os corpos;
• As questões de facto resultam em verdades contingentes, pois a sua negação é
logicamente possível.
David Hume e o empirismo
→ A ideia de relação causa/efeito está na base das inferências (por indução) acerca de
factos/acontecimentos futuros – é entendida como sendo uma conexão necessária: um
determinado efeito produz-se necessariamente a partir de uma causa;
→ Por isso, na perspetiva de David Hume, o conhecimento humano acerca dos factos,
não é rigorosamente conhecimento; trata-se de uma crença, no sentido de suposição
ou de probabilidade;
→ Tal não significa que não se tenha a certeza que o fogo queimará, ou que a água
molhará;
→ Esta certeza, contudo, tem apenas um fundamento psicológico e não gnoseológico:
trata-se do hábito ou costume;
→ É o hábito de observar um facto suceder ao outro, que nos leva à crença de que
sempre assim sucederá;
→ Ainda que um grande guia na vida prática, o hábito não pode constituir um princípio
racional de conhecimento.
David Hume e o empirismo
Como a inferência causal/conhecimento só pode ser aceite com base numa impressão:
→ as três substância cartesianas - eu, mundo e Deus – deixam de fazer parte do nosso
conhecimento:
→ afirmar a existência de uma realidade/mundo que seja causa das nossas perceções,
distinta e exterior a elas, não faz sentido, pois não temos a impressão de tal realidade
(apenas uma crença intuitiva na existência do real);
→ por último, Deus não é objeto de nenhuma impressão pelo que tanto podemos
afirmar a sua existência como o seu contrário, a sua não-existência.
David Hume e o empirismo
Conclusão:
• a causalidade do real não é acessível ao conhecimento (e por conseguinte a sua
explicação), pois não pode ser diretamente observada ( e todo o conhecimento
humano decorre da experiência), menos ainda inferida pela razão; assim, não
podemos justificar a crença na realidade do mundo exterior;
• Dado que só conhecemos as perceções, a realidade acaba por se reduzir aos
fenómenos, ou seja, ao que aparece – fenomenismo;
• O empirismo de Hume resulta num ceticismo moderado, defendendo que a posição
cética, em certas questões, é insuperável, que o conhecimento humano é
efetivamente limitado, mas que a necessidade de insistir na crença intuitiva na
existência do real e na possibilidade do seu conhecimento, não deve ser abandonada,
em nome da sobrevivência humana – defesa do antidogmatismo e do espírito de
abertura do entendimento do homem.