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Ceticismo
Hume também é conhecido pelo seu ceticismo filosófico. Entendeu
que não podemos conhecer nada além do que a experiência nos diz, e
que não podemos ter a certeza de que as leis da natureza continuarão
sendo as mesmas no futuro. Acreditava que nossas crenças são
alimentadas em hábitos e expectativas, em vez de uma compreensão
racional do mundo.
Segundo ele, muitas das crenças que temos são alimentadas em
costumes e esperanças, em vez da razão. Por exemplo, acreditamos que o
sol nascerá amanhã porque ele nasceu todos os dias no passado, mas
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não temos a certeza de que isso acontecerá novamente. Para o autor, não
podemos ter a certeza sobre nada além do que a experiência nos diz.
Impressões e ideias
Hume elucidou que todas as nossas ideias são inspiradas em
impressões. As impressões são experiências sensoriais vívidas e imediatas,
enquanto as ideias são imagens menos vívidas e oriundas de impressões.
Afirmou que todas as ideias são cópias ou combinações de impressões.
Empirismo
O empirismo é uma corrente filosófica que sustenta que todo o
conhecimento deriva da experiência (dos sentidos, olfato, paladar, tato,
audição). Segundo essa corrente filosófica, não há ideias inatas ou
inerentes ao ser humano, e todo o conhecimento é adquirido através da
observação e da experiência sensorial.
David Hume é considerado um dos principais filósofos empiristas da
história. Para ele, todo o conhecimento é resultante da experiência, e todas
as nossas ideias são construídas a partir de impressões sensoriais. Ou seja,
enfatiza que todo o conhecimento que temos sobre o mundo é limitado ao
que podemos perceber através dos nossos sentidos.
O filósofo distingue entre dois tipos de conceitos: impressões e
ideias. As impressões são diretas e intensas, como as sensações visuais,
auditivas, táteis, gustativas e olfativas. As ideias, por outro lado, são
induzidas indiretamente, menos intensas e proveniente das
impressões. Por exemplo, a ideia de um unicórnio é derivada da
combinação de impressões diferentes (por exemplo, a imagem de um
cavalo e o chifre de uma cabra).
Para o pensador, todas as ideias complexas, incluindo as ideias
abstratas e as ideias relacionadas à causalidade e às leis naturais, são
derivadas de impressões sensoriais. Ele aclara que não podemos ter
conhecimento de nada que não possamos perceber diretamente através dos
nossos sentidos.
Por conseguinte, critica a noção de causa e efeito, que é fundamental
para a compreensão da natureza do mundo. Ele demonstra que a ideia de
causa e efeito é apenas uma inferência que fazemos a partir da nossa
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experiência de uma sequência constante de eventos, e que não há base
racional para assumir que um evento causa outro.
Hume também defende que não podemos provar a existência de
Deus através da razão, porque Deus é uma ideia que não é derivada da
experiência sensorial. Isto é, a única forma de conhecermos algo é
através da experiência, e como Deus não é um objeto de experiência,
não podemos ter certeza de que ele existe.
Em resumo, o empirismo de Hume afirma que todo conhecimento
humano é decorrente da experiência sensorial, e que as ideias são
construídas a partir de impressões. Ele enfatiza que não podemos ter
conhecimento de nada que não possamos perceber diretamente através dos
nossos sentidos, e que a ideia de causa e efeito é apenas uma inferência que
fazemos a partir da nossa experiência.
Impressões e Ideias
Para David Hume, as impressões são perceções vívidas e imediatas
que sentimos do mundo ao nosso redor, como as sensações que temos
ao ver uma cor, ouvir um som, sentir um gosto ou cheiro. As impressões
são experiências diretas e intensas, e são a base fundamental de todo o
conhecimento humano.
As ideias, por sua vez, são originárias das impressões. Elas são
cópias, imagens ou combinações das impressões, formando uma
representação mais fraca e menos vívida do objeto ou evento em
questão. Por exemplo, a ideia de uma maçã é uma representação mental
das impressões que tivemos ao ver, sentir o cheiro e o gosto de uma maçã.
Uma das principais diferenças entre impressões e ideias é a
intensidade e a vivacidade da experiência. As impressões são mais fortes e
mais vívidas do que as ideias, e é a partir das impressões que as ideias são
formadas. Por isso, ele considera as impressões como a fonte original e
mais forte do conhecimento.
Outra diferença entre impressões e ideias é que as impressões são
diretamente percebidas, enquanto as ideias são representadas. As
impressões são a base para todas as nossas ideias, mas as ideias podem ser
combinadas, divididas e ordenadas de diversas maneiras. As ideias são
importantes porque nos permitem fazer inferências e estabelecer conexões
entre diferentes impressões.
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Além disso, Hume elucida que todas as nossas ideias são derivadas
das impressões, o que significa que todo o nosso conhecimento tem
origem na experiência sensorial. Sendo assim, sustenta que não podemos
ter ideias inatas ou inerentes (crítica a Descartes) e que todo o nosso
conhecimento é adquirido a partir das nossas sensações sensoriais.
Em resumo, as impressões são experiências diretas e vívidas
(vivacidade), no qual percebem o mundo, enquanto as ideias são aspetos
das impressões. As impressões são mais fortes e mais vívidas do que as
ideias, e são a base fundamental de todo o conhecimento humano.
Indução e dedução
David Hume fez importantes contribuições à filosofia da ciência,
incluindo a distinção entre indução e dedução. Ele explica que a dedução é
um processo lógico que nos permite deduzir a partir de premissas, enquanto
a indução é um processo psicológico que nos leva a formar crenças ou
experiências vividas das nossas experiências passadas.
A dedução é um processo lógico que começa com uma premissa
geral e usa regras lógicas para deduzir uma conclusão específica. Por
exemplo, se aceitamos que todos os seres humanos são mortais,
podemos deduzir que João, um ser humano, é mortal. A dedução é
frequentemente usada em matemática e em argumentos filosóficos
formais.
Por outro lado, a indução é um processo psicológico que envolve
uma generalização a partir de casos específicos. Por exemplo, se
observarmos que todos os cisnes que vemos são brancos, podemos
formar uma crença de que todos os cisnes são brancos. No entanto,
Hume esclarece que a indução não é um processo lógico, e que não
podemos justificar racionalmente as nossas crenças através da
indução. Em vez disso, ele sugere que a indução é uma questão de
hábito mental, e que nossos conhecimentos, adquiridos por esse
método, são formados a partir das nossas experiências passadas.
Segundo o filósofo, a indução não pode justificar a inferência de uma
lei universal a partir de observações particulares. Por exemplo, não
podemos observar todas as instâncias de um evento para concluir que
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existe uma lei universal que governa esse evento. Em vez disso, Hume
afirma que nossa crença em leis universais é baseada numa suposição
não justificada de que o futuro será semelhante ao passado.
Em resumo, para o pensador, a dedução é um processo lógico que nos
permite inferir a partir de premissas, enquanto a indução é um processo
psicológico que nos leva a formar crenças alcançadas nas nossas
experiências passadas. A indução não é um processo lógico e não podemos
justificar racionalmente as nossas crenças em indução. Além disso, Hume
questiona a possibilidade de inferir leis universais a partir de
observações particulares.
Conclusão
Hume é conhecido pela sua abordagem empírica e cética da filosofia.
Ele sustenta que todo o conhecimento humano é derivado da experiência
sensorial, e que não podemos ter certeza de nada além do que podemos
perceber diretamente através dos nossos sentidos. Ele critica a noção de
causa e efeito, argumentando que essa ideia é apenas uma inferência que
fazemos a partir da nossa experiência de uma sequência constante de
eventos, e que não há base racional para assumir que um evento causa
outro. (Problema da causalidade)