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UNIVERSIDADE PÚNGUÈ

Departamento de Letras, Ciência Sociais e Humanidades

Métodos de Estudos e Investigação Científica

Técnicas ou Instrumentos de Recolha de Dados

Curso de Licenciatura em Ensino de Português

Trabalho em Grupo

Gabriela Isaías Ginó;


Guente Mateus Rimpo Guente;
Iracelma Agostinho António;
Maria Mário Pedro Viandro;
Micheque Fambissai Raice;
Miguel Fernando Jairosse; e

Teodósia Ribeiro Júlio Lagos Correia.

Tete

Maio, 2023
Gabriela Isaías Ginó;
Guente Mateus Rimpo Guente;
Iracelma Agostinho António;
Maria Mário Pedro Viandro;
Micheque Raice;
Miguel Fernando Jairosse; e

Teodósia Ribeiro Júlio Lagos Correia.

Técnicas ou Instrumentos de Recolha de Dados

Trabalho em Grupo à ser


apresentado no curso de Português
na cadeira de MEIC para fim de
avaliacação.

Docente: Prof. Doutor Rufino


Alfredo

Tete

Maio, 2023
Índice
Introdução...................................................................................................................................4

Objectivos................................................................................................................................5

Objectivos Gerais....................................................................................................................5

Objectivos Específicos........................................................................................................5

1. Técnicas ou Instrumentos de Recolha de Dados.................................................................6

1.1. Análise de Documento (ou Análise Institucional).......................................................6

1.2. Questionários................................................................................................................7

1.2.1. Tipos de Questionários :.......................................................................................7

1.3. Entrevista......................................................................................................................9

1.3.1. Tipos de Entrevistas:...........................................................................................10

1.4. Observação.................................................................................................................12

1.5. Grupo Focal...............................................................................................................13

1.5.2. Diferenças entre Grupo Focal e Questionários...................................................13

Conclusão..................................................................................................................................17

Referência Bibliográfica...........................................................................................................18
4

Introdução
No presente trabalho vamos falar sobre as técnicas ou instrumentos de recolha de dados,
iremos apresentar os principais instrumentos de recolha de dados aplicados nas pesquisas.
Para tal destacamos, Análise de documentos, Questionários, Entrevistas, Observação e Grupo
focal. E também abordaremos sobre a importância de cada uma das técnicas ou instrumentos,
onde iremos detalhar as vantagens e desvantagens da utilização de algumas destas técnicas.
5

Objectivos
Objectivos Gerais:

 Identificar as principais técnicas ou instrumentos de recolhas de dados.

Objectivos Específicos:

 Definir o conceito de cada uma das técnicas ou instrumentos de recolha de dados; e


 Caracterizar as vantagens e desvantagens no uso de Análise de documentos,
Questionários, Entrevista, Observação e Grupo focal e durante a recolha de dados.
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1. Técnicas ou Instrumentos de Recolha de Dados


Dados do latim datum “aquilo que se dá”, um dado é um documento, uma informação ou um
testemunho que permite chegar ao conhecimento de algo ou deduzir as consequências
legítimas de um facto, e que serve de apoio.

Por exemplo: “Descobrimos o assassino graças aos dados fornecidos por uma testemunha”.

1.1. Análise de Documento (ou Análise Institucional)


Uma das primeiras fontes de informação a serem consideradas é a existência de registos
na própria organização, sob a forma de documentos, fichas, relatórios ou arquivos em
computador. O uso de registos e documentos já disponíveis reduz tempo e custo de pesquisas
para avaliação. Além disto, esta informação é estável e não depende de uma forma específica
para ser recolhido. Deve ser observado que, na maioria das vezes, já existe uma grande
quantidade de informação nas organizações e cujo uso para fins de avaliação tem sido
muito pouco efectivo.

Dependendo do desenvolvimento da cultura organizacional, da estrutura e


funcionamento dos sistemas de informação existentes na instituição, pode haver alguma
dificuldade com esta técnica, pois:

 Nem todos os dados estão completos (por exemplo: registos de 2 anos atrás não
estão completos);
 Os dados disponíveis estão excessivamente agregados, dificultando seu uso;
 Mudanças de padrões com o tempo inviabilizam a comparação entre dados obtidos
em épocas diferentes; e
 Dados só são disponíveis para uso confidencial.

1.1.1. Vantagens e Desvantagens no Uso de Técnica de Análise Documental

Em relação às desvantagens, destaca-se que nem sempre os documentos retratam a realidade.


Por exemplo, ao buscar compreender os temas e as actividades desenvolvidas por um
determinado professor por meio da análise do diário de aula, pode-se perceber que diferenças
entre o registo escrito e o que realmente é apresentado e discutido na sala de aula. Esta
situação pode ocorrer também em propostas estabelecidas pelo Ministério da Educação
7

(MEC), projectos políticos pedagógicos, etc. É preciso, portanto que a garantia e a validade
da análise sejam acompanhadas de outras técnicas, como a observação e entrevistas.

1.2. Questionários
(Cervo; Bervian 2002, p. 48), o questionário “refere-se a um meio de obter respostas às
questões por uma fórmula que o próprio informante preenche”. Ele pode conter perguntas
abertas e/ou fechadas. As abertas possibilitam respostas mais ricas e variadas e as fechadas
maiores facilidades na tabulação e análise dos dados.
De forma idêntica, (Marconi; Lakatos 1996, p. 88) definem o questionário
estruturado como uma “série ordenada de perguntas, respondidas por escrito
sem a presença do pesquisador”. Dentre as vantagens do questionário,
destacam-se as seguintes: ele permite alcançar um maior número de pessoas; é
mais económico; a padronização das questões possibilita uma interpretação
mais uniforme dos respondentes, o que facilita a compilação e comparação das
respostas escolhidas, além de assegurar o anonimato ao interrogado.

Contudo, o questionário também possui alguns inconvenientes, dentre os quais podem ser
citados: o anonimato não assegura a sinceridade das respostas obtidas; ele envolve aspectos
como qualidade dos interrogados, sua competência, franqueza e boa vontade; os interrogados
podem interpretar as perguntas da sua maneira; alguns temas podem deixar as pessoas
incomodadas; há uma imposição das respostas que são predeterminadas, além de poder
ocorrer um baixo retorno de respostas (Laville; Dionne, 1999, citado por Malhotra et al..,
2001).

1.2.1. Tipos de Questionários :


As perguntas dos questionários podem ser classificadas de duas formas: abertas e
fechadas:
 Questões abertas: oferece maior condição para análise da opinião dos sujeitos sobre
determinado tema. Sua interpretação é mais complexa, porém representa melhor as
ideias dos pesquisados em comparação aos questionários fechado.

As questões abertas apresentam inconveniência tanto para contagem,


um procedimento que exige paciência, como para interpretação
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subjectiva. Elas devem ser redigidas de forma simples e natural, bem


como conduzir a uma reposta precisa. Além disso, interrogações
directas devem aparecer de forma suave, para deixar claro que a questão
está sendo formulada à procura de uma resposta (Fachin, 2006, p. 163).

 Questões Fechadas: ao contrário das questões abertas, as fechadas apresentam uma


série de alternativas já determinadas pelo pesquisador. Cabe ao investigado, apenas
escolher uma ou mais alternativas apresentada neste tipo de pergunta. Neste tipo de
questão, observa-se, portanto um menor grau de liberdade à apresentação das repostas
pelos sujeitos da pesquisa.
Geralmente são usadas questões para análise do perfil dos pesquisados ou para
identificação de algumas informações mais gerais e introdutórias do trabalho de
pesquisa.
Existem também os questionários que poderíamos definir como misto, pois são
compostos de questões abertas e fechadas. Em ambos os casos deve-se buscar a
validação e aplicação de pré-testes antes da recolha inicial dos dados. Outro ponto
importante é evitar solicitar mais de uma resposta em uma mesma pergunta, diminuído
assim as possibilidades de duplo sentido nas questões elaboradas (Fachin, 2006).

1.2.2. Vantagens e Desvantagens do uso de Questionários


Apresentam algumas vantagens e desvantagens do uso de questionários como instrumento de
recolha de dados. Iremos discutir as que consideramos como principais. (Fachi, 2006, citado
por Goldenberg et al.., 2011)

Vantagens:

 Deixa em aberto o tempo para as pessoas pensarem sobre as respostas;


 Facilidade de conversão dos dados para arquivos de computador; e
 Custo razoável.
 A pouca dificuldade para aplicação;
 Outra questão interessante é a liberdade que os sujeitos da pesquisa possuem no
processo de apresentação de suas opiniões e ideias; e
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 Destaca-se ainda, a menor pressão exercida sobre o investigado, durante a resolução


do questionário, os sujeitos possuem neste sentido maior liberdade para apresentar sua
resposta.

Desvantagens:

 A limitada compreensão do problema a ser estudado;


 Baixa taxa de respostas para questionários;
 Inviabilidade de comprovar respostas ou esclarecê-las;
 Difícil pontuar questões abertas;
 Dá margem a respostas influenciadas pelo“desejo de nivelamento social”; e
 Existências de respostas que não são identificadas no questionário.

Especialmente pelo baixo índice de resposta. Isso requer bastante cuidado do pesquisador
durante a elaboração do seu roteiro de questões.

Se as perguntas estiverem mal redigidas ou com duplo sentido pode levar o pesquisado a
interpretá-las de maneira errada, e de forma tendenciosa. Quando o pesquisador não está
presente durante a aplicação ou dependendo do número de sujeitos, questionários podem ser
perdidos ou extraviados.

“Pode ocorrer também atraso na devolução dos questionários. Neste caso, sugerimos sempre
que possível que, a aplicação ocorra acompanhada do pesquisador. Por fim, como o
questionário é respondido pelo próprio sujeito a sua amostra deve ser alfabetizada” (Fachin,
2006).

1.3. Entrevista
A entrevista é uma das principais técnicas de recolha de dados e pode ser definida como
conversa realizada face a face pelo pesquisador junto ao entrevistado, seguindo um método
para se obter informações sobre determinado assunto (Cervo; Bervian, 2002)

A entrevista é uma das técnicas de recolha de dados mais utilizadas nas pesquisas sociais.
Esta técnica de recolha de dados é bastante adequada para a obtenção de informações acerca
do que as pessoas sabem, crêem, esperam e desejam, assim como suas razões para cada
resposta. Para tanto, o responsável pela entrevista deverá dedicar especial atenção ao
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planeamento da pesquisa, considerando a preparação do entrevistador para contornar os


problemas apresentados (Gil, 1999).

O desenvolvimento de questões para entrevista deve considerar alguns


aspectos, para que seja efectiva, tais como:
 Adaptar a linguagem ao nível do entrevistado;
 Evitar questões longas;
 Manter um referencial básico (objectivo) para a entrevista; e
 Sugerir todas as respostas possíveis para uma pergunta, ou não sugerir nenhuma
(para evitar direccionar a resposta).

Algumas habilidades desejáveis no entrevistador são:


 Conhecimento do assunto objecto da entrevista;
 Capacidade de síntese e decisão;
 Boa comunicação oral;
 Colocação imparcial perante o entrevistado; e
 Auto-controle emocional.

1.3.1. Tipos de Entrevistas:


As entrevistas podem ser classificadas em três tipos principais: entrevistas estruturadas ou
padronizadas, não estruturadas ou despadronizadas, semi-estruturadas ou semi-
padronizadas. O tipo de entrevista mais usada é a semi-estruturada, por meio de um roteiro
de entrevista (Laville; Dionne, 1999).

 Entrevistas estruturadas: são aquelas nas quais as questões e a ordem em que elas
comparecem são exactamente as mesmas para todos os respondentes. Todas as
questões devem ser comparáveis, de forma que, quando aparecem variações entre as
respostas, elas devem ser atribuídas a diferenças reais entre os respondentes.
Geralmente, abrangem um número maior de entrevistados, para o que a própria
padronização das perguntas auxilie na tabulação das respostas (Marconi; Lakatos,
1996).
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 Entrevistas não estruturadas: são radicalmente opostas às entrevistas estruturadas. O


entrevistador não possui um conjunto especificado de questões e nem as questões são
perguntadas numa ordem específica. O entrevistador possui grande liberdade de acção
e pode explorar por vários assuntos e testar várias hipóteses durante o curso da
entrevista. A principal desvantagem das entrevistas não padronizadas é sua
incapacidade de permitir comparações directas entre os entrevistados (Gil, 1999).

 Entrevistas semi-estruturadas: podem ser definidas como uma lista das informações
que se deseja de cada entrevistado, mas a forma de perguntar (a estrutura da
pergunta) e a ordem em que as questões são feitas irão variar de acordo com as
características de cada entrevistado. Geralmente, as entrevistas semi-estruturadas
baseiam-se em um roteiro constituído de uma série de perguntas abertas, feitas
verbalmente em uma ordem prevista, apoiadas no quadro teórico, nos objectivos e nas
hipóteses da pesquisa. Durante a realização da entrevista é importante seguir algumas
recomendações, tais como fazer boas perguntas e interpretar as respostas; ser um bom
ouvinte, não deixando se enganar por ideologias e preconceitos, no sentido de buscar a
“objectivação” (Laville; Dionne, 1999).

1.3.2. Vantagens e Desvantagens da Técnica de Entrevista durante a Recolha de


Dados

Vantagens:
 Flexibilidade na aplicação;
 Facilidade de adaptação de protocolo;
 Viabiliza a comprovação e esclarecimento de respostas;
 Taxa de resposta elevada; e
 Pode ser aplicada a pessoas não aptas à leitura.

Desvantagens:
 Custo elevado;
 Consome tempo na aplicação;
 Sujeita à polarização do entrevistador;
 Não garante o anonimato;
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 Sensível aos efeitos no entrevistado; e


 Características do entrevistador e do entrevistado.

1.4. Observação
Este método de recolha de dados baseia-se na actuação de observadores treinados para obter
determinados tipos de informações sobre resultados, processos, impactos, etc. Requer um
sistema de pontuação muito bem preparado e definido, treinamento adequado dos
observadores, supervisão durante aplicação e procedimentos de verificação periódica para
determinar a qualidade das medidas realizadas. Observações realizadas em fases iniciais de
um projecto ou mesmo antes de seu início podem ser de carácter não estruturada, ou
seja, realizadas de maneira informal.

A observação directa depende mais da habilidade do pesquisador em captar informação


através dos 5 sentidos, julgá-las sem interferências e registá-las com fidelidade do que da
capacidade das pessoas de responder a perguntas ou se posicionar diante de afirmações.
Em geral, este método é aplicado com o
pesquisador completamente fora das situações, fatos ou pessoas que está observando.

Vantagens e Desvantagens do uso da Técnica de Observação Directa durante a Recolha


de Dados:

Vantagens:

 Uma das vantagens desta técnica é que o pesquisador não precisa se preocupar com
as limitações das pessoas em responder às questões.

Desvantagens:

 É um procedimento de custo elevado e difícil de ser conduzido de forma


confiável, principalmente quando se trata da obtenção de dados sobre
comportamentos que envolvem alguma complexidade. Outro ponto a considerar é o
problema da interferência do pesquisador (observador) no comportamento do
observado. Além disto, requer um intenso treinamento do observador.
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1.5. Grupo Focal


O grupo focal, como seu nome indica, a existência de um foco ou tema, em torno do qual as
pessoas irão expor suas ideias, percepções, sentimentos. É necessário, então, que o processo
de discussão seja cuidadosamente planeado, sequenciando-se os aspectos do tema a ser
discutido. Os tópicos devem ser organizados, e roteirizados, segundo o esquema lógico mais
adequado ao projecto de pesquisa em questão. Essa medida auxiliará o moderador a se
orientar no decorrer da sessão, dando-lhe maior controle sobre a situação. Além disso,
favorecerá uma abordagem mais “homogénea” dos grupos focais, quando houver mais de um
facilitador conduzindo os encontros. (Krueger e Giovinazzo, 2001) avaliam que o número
ideal de questões para compor o roteiro de entrevista é de aproximadamente 12, discutidas ao
longo de 1h30 a 2h00.

1.5.1. As principais características de um grupo focal são:


 Cada grupo é organizado com pequeno número de pessoas ( no máximo 12)
para incentivar interacção entre os membros;
 Cada sessão dura aproximadamente 90 minutos;
 A conversação concentra-se em poucos tópicos (no máximo 5 assuntos);
 O moderador tem uma agenda onde estão delineados os principais tópicos a serem
abordados. Estes tópicos são geralmente pouco abrangentes, de modo que a
conversação sobre os mesmos se torne
relevante; e
 Há a presença de observador externo (o qual não se manifesta) para captar reacções
dos participantes.

1.5.2. Diferenças entre Grupo Focal e Questionários

 Grupo Focal obtém dados qualitativos, enquanto o Questionários obtém,


prioritariamente, dados quantitativos;

 Grupo Focal usa pequenos grupos, enquanto o Questionários requer grandes


amostras;

 Grupo Focal não é útil para inferências precisas a respeito de toda a população; e
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 Grupo Focal utiliza questões e respostas não estruturadas, enquanto o Questionários


utiliza questões muito bem estruturadas, padronizadas, e respostas recodificadas.

1.5.3. Participantes do Grupo Focal


A escolha dos participantes que integraram o grupo focal deve ser feita conforme os
propósitos da pesquisa. Embora (Morgan 1997) recomende a utilização de pessoas estranhas
entre si para compor o grupo, muitas vezes, até mesmo desejável, a participação de pessoas
que se conhecem. (Vichas e Giovinazzo, 2001) afirmam que os grupos devem ser
homogéneos quanto a determinados parâmetros definidos de acordo com a pesquisa a ser
realizada. Essa homogeneidade favorece a identificação e integração entre os participantes,
evitando posições radicalmente conflitantes entre os membros do grupo. Contudo, muitas
vezes, interessam exactamente as diferenças contrastantes de perspectivas e pontos de vista
dos participantes, exigindo-se, nesse sentido, uma certa heterogeneidade na composição do
grupo focal.

1.5.4. Moderador ou Facilitador do Grupo Focal


O moderador do grupo focal deverá apresentar certas habilidades decisivas para uma boa
condução do encontro:
 Ser capaz de criar um ambiente de empatia, não ameaçador, que encoraje os
participantes a exporem suas ideias e sentimentos;
 Ser flexível ao lidar com as dúvidas e questionamentos do grupo, ao controlar a
sequência de tópicos a serem discutidos e o tempo disponível para isso;
 Controlará a emergência de comportamentos de dominação por parte de um ou mais
integrantes do grupo, resguardando o fluxo democrático da palavra; e
 Deverá, ainda, ser capaz de identificar o momento em que o assunto já se esgotou ou
está se tornando excessivamente ameaçador.

O nível de defectividade do moderador dependerá dos objectivos estabelecidos para a


pesquisa e, consequentemente, do tipo de informação que se espera do grupo. De maneira
geral, a baixa defectividade é indicada quando a recolha de informações possui o carácter
francamente exploratório e há tempo disponível para sessões sequenciais que permitam o
aprofundamento gradual do tema discutido.
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Seja como for, mesmo quando o moderador vier a assumir uma conduta mais directiva,
evitará a expressão de suas próprias opiniões a respeito do tema em discussão. O seu papel
deve ser percebido pelos participantes como o de um facilitador do fluxo de comunicação.

1.5.5. Saturação Informacional do grupo focal

(Mattar e Giovinazzo, 2001) considera que o número ideal dos participantes para os grupos
deve ficar entre 8 e 12 pessoas. Segundo o autor, experiências mostram que grupos acima de
12 pessoas inibem e reduzem as possibilidades de participação de todos. Assim, quando o
número de integrantes exceder a 12 pessoas, é aconselhável dividir o grupo. Segundo
Morgan (1997), é necessário que se formem de três a cinco grupos, composto de seis a dez
pessoas cada. Observou-se que um número maior de grupos raramente produz mais
informações. Aqui, intervém a habilidade do pesquisador em cessar a recolha de dados
quando perceber que o ponto de saturação já foi atingido.

1.5.6. Vantagens e Desvantagens do Grupo Focal


Para Morgan (1997), o grupo focal ocupa uma posição intermediária entre a técnica de
observação participante e a da entrevista aberta, e apresenta, como qualquer outro
instrumento, vantagens e desvantagens em sua utilização.

Vantagens
 A principal vantagem do grupo focal consiste na oportunidade de observar uma
quantidade muito maior de interacção entre os participantes a respeito de um tópico,
em um limitado intervalo de tempo, podendo o pesquisador direccionar e focalizar o
tema da pesquisa;
 A interacção em ambientes naturais, objecto da observação participante, possibilita a
recolha de informações sobre uma ampla variedade de comportamentos
 Maior variedade de interacção entre os participantes e discussão mais aberta sobre os
tópicos da pesquisa; e
 Possibilita o acesso a uma grande variedade de tópicos, seleccionados segundo o
interesse do pesquisador.

Desvantagens
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 Limitação ao comportamento verbal, consistindo apenas de interacção em discussões


de grupo, criadas e administradas pelo pesquisador;
 Maior probabilidade do facilitador influenciar as interacções do grupo;
 A presença de outras pessoas pode, para alguns participantes, afectar o que eles dizem
ou como dizem; e
 Dificuldade de reunir as pessoas que participarão dos encontros.
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Conclusão
Feita a pesquisa, percebemos que as técnicas ou instrumentos de recolha de dados devem ser
vistas como uma actividade que consiste em compilar informação dentro de um determinado
contexto. Recolha de Dados é o processo de recolher reunir ou apanhar informação que
permite gerar determinado conhecimento. Por fim, destacamos que os questionários podem
fornecer dados que possibilitem o surgimento de outras questões para o aprofundamento do
trabalho e utilização de outras técnicas, como a entrevista. Assim, a partir de estudo inicial
roteiros de investigação mais bem elaborados podem ser traçados.
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Referência Bibliográfica

Barbosa, E. F. (2008). Instrumentos de colecta de dados em PE.pp 1, 5


Lakatos, E. M, Marconi, M.A..(2001). Fundamentos metodologia científica. (4ªed).
São Paulo: Atlas.

Lakatos, E. M, Marconi, M.A.. (1992). Metodologia do trabalho científico. (4ªed). São


Paulo: Atlas.

Laville, C, Dionne, J.. (1999). A construção do saber: manual de metodologia da


pesquisa em ciências humanas. Belo Horizonte: UFMG.

Marconi, M. A.,Lakatos, E. M.. (1996). Técnicas de pesquisa: planejamento e


execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração e
interpretação de dados. (3ªed). São Paulo: Atlas.

Giovinazzo, R. A.. (2001). Grupo focal em Pesquisa Qualitativa – Fundamentos e Reflexões.


Administração On-Line – Prática – Pesquisa – Ensino, 2, nº 4.

González Rey, F. L.. (2002). Pesquisa Qualitativa em Psicologia – Caminhos e Desafios. São
Paulo: Pioneira Thomson Learning.

Morgan, D. L.. (1997). Grupo Focal

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