Você está na página 1de 4

Supostas questões que podem sair no teste

Identificar as formas argumentativas válidas

As formas argumentativas válidas são inúmeras e imensamente variadas. Algumas, no


entanto, são bastante comuns, ou seja, ocorrem frequentemente na argumentação
acabando por ganhar títulos próprios.
Qualquer uma dessas formas argumentativas pode ter diversas variações, mas
mantendo o mesmo padrão de interferência.
Algumas das formas de interferência válidas:

- Modus ponens- afirmação do antecedente na segunda premissa e do


consequente na conclusão.
Exemplo: Se canto, então sou feliz. Canto. Logo, sou feliz.

- Modus tollens- negação do consequente na segunda premissa e do antecedente


na conclusão.
Exemplo: Se canto, sou feliz. Não sou feliz. Logo, não canto.

- Contraposição- Exemplo: Se há sol, então vou caminhar. Logo, se não caminhar,


então não há sol.

- Silogismo disjuntivo- Exemplo: Passeio ou sorrio. Não passeio. Logo, sorrio.

- Silogismo hipotético- Exemplo: Se durmo bem , então descanso. Se descanso,


então tenho saúde. Logo, se durmo bem, então tenho saúde.

- Leis de Morgan:
- Negação da conjunção- Exemplo: Não é verdade que sou injusto e cruel. Logo,
não sou injusto ou não sou cruel.
- Negação da disjunção- Exemplo: Não é verdade que há sol ou chuva. Logo,
não há sol e não há chuva.

- Negação dupla- Exemplo: Não é verdade que eu não penso. Logo, eu penso.

Identificar falácias formais

Uma falácia é um argumento que parece correto mas não é. Uma maneira de um
argumento ser falacioso é parecer válido, mas não ser.
Uma falácia formal parece ter uma forma lógica válida, mas, por sua vez, não a tem.
Existem muitas falácias formais, mas apresentaremos apenas duas das mais frequentes.
Falácia da afirmação da consequente
- Exemplo- Se está sol, então vamos para a praia. Vamos para a praia. Logo, está
sol.
- Forma lógica-

Falácia da negação da antecedente

- Exemplo: Se está sol, então vamos para a praia. Não está sol. Logo, não vamos
para a praia.
- Forma lógica-

Caracterizar os argumentos não dedutivos

Em qualquer discurso argumentativo são vários os tipos de argumentos que poderemos


usar quando queremos convencer alguém da razoabilidade de uma tese. Para além dos
argumentos dedutivos, podemos usar outro tipo de argumento- não dedutivos,
indutivos, por analogia e de autoridade.

Os argumentos não dedutivos são aqueles em que a verdade das premissas


apenas sugere, com maior ou menor grau de possibilidade, a verdade da conclusão.
Neste tipo de argumentos, quando válidos, as premissas dão apenas um suporte parcial
à conclusão, fornecendo razões a seu favor, mas não a tornando necessariamente
verdadeira.
A validade dos argumentos não dedutivos depende do grau da probabilidade , da
razoabilidade ou ainda da relevância com que as premissas sustentam a conclusão.
Assim, tal validade depende de aspetos que vão para lá da forma lógica do argumento.
Um argumento dedutivo é válido quando é improvável, mas não propriamente
impossível, ter premissas verdadeiras e a conclusão falsa. Se as premissas oferecem um
apoio forte à conclusão, o argumento é válido- também se lhe chama argumento forte.
Se, ao invés, o apoio que as premissas oferecem à conclusão é fraco ou inexistente, o
argumento é inválido- também se lhe chama argumento fraco. A validade não dedutiva
possui graus de força, entre o muito fraco e o muito forte.

Os argumentos indutivos podem ser de dois tipos: a generalização e a previsão.


A indução por generalização consiste num argumento cuja conclusão é mais geral do
que as premissas.
Exemplo: Todos os gatos observados até agora miam. Logo, todos os gatos miam.

Uma generalização é válida se cumprir os seguintes requisitos:


- se partir de um número relevante de casos observados;
- se não tiverem encontrado, depois de procurados, quaisquer contra-exemplos;
- se os casos observados forem representativos do universo em questão.
A indução por previsão é o argumento que, baseando-se em casos passados,
antevê casos não observados, presentes no futuro.
Uma indução por previsão é válida se cumprir os seguintes requisitos:
- se existir uma forte probabilidade de a conclusão corresponder à
realidade;
- se não existir informação disponível contrária ao que afirma no
argumento.

O argumento por analogia consiste em partir de certas semelhanças ou relações entre


dois objetos ou duas realidades e em encontrar novas semelhanças ou relações.
Baseia-se, assim, na comparação que se estabelece entre as realidades, apresentando
semelhanças novas a partir das já conhecidas.
Um argumento por analogia é válido se cumprir os seguintes requisitos:
- se as semelhanças entre as realidades forem relevantes no que diz respeito à
conclusão;
- se as semelhanças relevantes no que diz respeito à conclusão forem em número
suficiente;
- se não existirem diferenças relevantes no que diz respeito à conclusão.

O argumento de autoridade pode ser definido como o argumento que se apoia na


opinião de um especialista ou de uma autoridade para fazer valer a sua conclusão.
Para o argumento de autoridade ser válido deve cumprir os seguintes requisitos:
- deve referir-se o nome da autoridade ea fonte em que ela se exprimiu essa ideia,
ou seja, a autoridade não deve ser anónima;
- a autoridade invocada deve ser um efetivo especialista ou perito na área em
questão, ou seja, uma autoridade reconhecida;
não pode existir controvérsia entre os especialistas da área em questão, ou seja,
aquilo que é afirmado deve ser amplamente consensual entre as autoridades
dessa área;
- o especialista invocado não pode ter interesses pessoais ou de classe no âmbito
do assunto em causa, ou seja, deve haver imparcialidade;
- o argumento não pode ser mais fraco do que o outro argumento contrário.

Falácias informais

As falácias informais são argumentos inválidos, aparentemente válidos, e cuja invalidade


não resulta de uma deficiência formal, antes decorre do conteúdo do argumento, da sua
matéria, da linguagem natural comum usada nesses argumentos.
Uma vez que este tipo de falácias não depende da forma lógica do argumento, pode
haver bons argumentos com a mesma forma que sejam fortes ou fracos, bons ou maus,
válidos ou inválidos.
Algumas falácias informais já foram referidas-as de generalização precipitada, da
previsão inadequada, da falsa analogia e do apelo ilegítimo à autoridade.

A falácia do falso dilema é a falácia que ocorre quando, num argumento, se reduzem as
opções possíveis a apenas duas, ignorando-se as restantes alternativas. “ Falso Dilema” é
sinónimo de “falsa dicotomia”.

A falácia da falsa relação causal, é a falácia que se comete sempre em que se toma como
causa de algo aquilo que é apenas um antecedente ou uma qualquer circunstância
acidental. Trata-se, por isso, de concluir que há uma relação de causa efeito entre dois
acontecimentos que se verificam em simultâneo ou em que um se verifica após o outro.

A falácia ad hominem é o tipo de argumento dirigido contra a pessoa sendo assim a


falácia que se comete quando, em vez de se atacar ou refutar a tese de alguém, se ataca
a pessoa que a defende.
Os ataques pessoais poderão centrar-se, por exemplo, na classe social, no partido
político ou na religião da pessoa em causa. Muitas vezes, o objetivo destes argumentos
consiste em desviar as atenções daquilo que está em causa.

A falácia ad populum é a falácia que se comete quando se apela à opinião da maioria para
fazer valer a verdade de uma conclusão.

A falácia do apelo à ignorância é a falácia que se comete quando uma proposição é tida
como verdadeira só porque não se provou a sua falsidade ou como falsa só porque não
se provou que é verdadeira.

A falácia do espantalho é a falácia cometida sempre que alguém, em vez de refutar o


verdadeiro argumento do seu opositor, ataca ou refuta uma versão simplificada, mais
fraca e deturpada desse argumento, a fim de ser mais fácil rebater a tese oposta.
Trata-se de distorcer as ideias do interlocutor para que elas pareçam falsas.

A falácia da derrapagem é a falácia cometida sempre que alguém, para refutar uma tese
ou para defender a sua, apresenta, pelo menos, uma premissa falsa ou duvidosa e uma
série de consequências progressivamente inaceitáveis.
A partir da primeira premissa, outras vão surgindo, até se mostrar que um determinado
resultado indesejável inevitavelmente se seguirá.

Você também pode gostar