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Resumos de Filosofia

Tipos de argumentos e de falácias informais:

Argumentos não dedutivos


● Um argumento dedutivo é um argumento em que se pretende que a verdade
da(s) premissa(s) seja suficiente para garantir ou estabelecer a verdade da
conclusão. Essa pretensão pode ser bem-sucedida e nesse caso dizemos que o
argumento é válido – ou não – e nesse caso dizemos que o argumento é
inválido. Assim, num argumento dedutivamente válido, se as premissas
forem verdadeiras, a conclusão não poderá ser falsa, sendo que a sua
validade depende exclusivamente da sua forma lógica.
● Um argumento não-dedutivo é um argumento em que se pretende apenas
que a verdade da(s) premissa(s) apoie ou suporte a verdade da conclusão.
Caso essa pretensão seja bem-sucedida dizemos que o argumento é forte, caso
contrário dizemos que o argumento é fraco. A força dos argumentos
não-dedutivos não é detetável através da sua forma lógica. Num bom
argumento não-dedutivo, a verdade das premissas torna apenas provável a
verdade da conclusão.
Argumentos indutivos
● Existem dois tipos de argumentos indutivos muito recorrentes: generalizações e
previsões.
● Num argumento indutivo por generalização, extraímos uma conclusão geral
(que inclui casos de que não tivemos experiência), a partir de um conjunto de
premissas referentes a alguns casos de que já tivemos experiência. Por
exemplo:
(1) Cada um dos corvos observados até agora é preto.
(2) Logo, todos os corvos são pretos.
● Num argumento indutivo por previsão, baseamo-nos num conjunto de
premissas referentes a alguns acontecimentos observados no passado para
inferir uma conclusão acerca de um acontecimento futuro.
Por exemplo:
(1) Cada um dos corvos observados até agora é preto.
(2) Logo, o próximo corvo que observarmos será preto.
Argumentos por analogia
● Num argumento por analogia partimos de um conjunto de semelhanças
relevantes entre dois elementos para atribuir a um deles uma característica
observada no outro. Por exemplo, um argumento de analogia como o
seguinte parece bom:
(1) O José tem tosse, dor de garganta, febre alta, tremores e suores, dor de
cabeça, dor muscular, cansaço.
(2) As pessoas com esses sintomas normalmente têm gripe.
(3) Logo, o José provavelmente tem gripe.
● Num mau argumento por analogia, as semelhanças observadas não são
relevantes para a característica em causa e/ou existem diferenças relevantes
entre os dois elementos da comparação que não estão a ser devidamente tidas
em conta. Um mau argumento por analogia designa-se de “falácia da falsa
analogia”.
Por exemplo,
(1) Tal como os homens as mulheres também têm pulmões, fígado e rins.
(2) Os homens têm próstata.
(3) Logo, as mulheres também têm próstata.

Argumento de autoridade
● Num argumento de autoridade recorre-se à opinião de um perito ou de um
especialista para reforçar a aceitação de uma determinada proposição. Por
exemplo:
(1) Nos livros e aulas de história ensina-se que Dom Afonso Henriques foi
aclamado como primeiro rei de Portugal em 1139, sendo isso consensual
entre os especialistas nessa matéria.
(2) Logo, Dom Afonso Henriques foi aclamado como primeiro rei de
Portugal
em 1139.
● Um bom argumento de autoridade identifica claramente as suas fontes, cita
autoridades que, para além de serem reconhecidamente especialistas no
assunto em questão, são igualmente imparciais e isentas e cuja opinião não
é disputada por outros peritos igualmente qualificados. Se esses critérios não
forem satisfeitos, incorre-se na falácia da falsa autoridade. Como acontece,
por exemplo, no argumento que se segue:
(1) Platão é um filósofo de renome e defende existem almas imortais.
(2) Logo, existem almas imortais.

falácias informais
Petição de princípio
● Comete-se a falácia da circularidade ou petição de princípio quando se
pressupõe nas premissas aquilo que se quer ver provado na conclusão. Por
exemplo:
(1) Não estou a mentir.
(2) Logo, estou a dizer uma verdade verdade.
● Na primeira premissa deste argumento já está implícito o que é afirmado na
conclusão. Ou seja, pressupõe-se na premissa a conclusão que se visa
estabelecer. A petição de princípio também se designa por “argumento
circular” ou “falácia da circularidade”, dado que se parte do ponto a que se
quer chegar, formando uma argumentação em círculo.

Falso dilema
● Incorre-se numa falácia do falso dilema quando numa das premissas se
consideram apenas duas possibilidades ou alternativas, quando na
realidade existem outras possibilidades que não estão a ser devidamente
consideradas. Por exemplo:
(1) Ou és vegetariano, ou és carnívoro.
(2) Não és vegetariano.
(3) Logo, és carnívoro.

Apelo à ignorância
● A falácia do apelo à ignorância consiste em tentar provar que uma
proposição é verdadeira porque ainda não se provou que é falsa, ou que é
falsa porque ainda não se provou que é verdadeira. Por exemplo:
(1) Até hoje ninguém conseguiu provar que temos liberdade.
(2) Logo, a liberdade é uma ilusão.
Ataque à pessoa
● Numa falácia do ataque à pessoa (ad hominem), procura-se descredibilizar
uma determinada proposição ou argumento atacando a credibilidade do seu
autor. Por exemplo:
(1) Defendes que Deus não existe porque apenas estás a seguir a moda.
(2) Logo, Deus existe.

Derrapagem
● A falácia da derrapagem (bola de neve) consiste em tentar mostrar que uma
determinada proposição é inaceitável, porque a sua aceitação conduziria a
uma cadeia de implicações com um desfecho inaceitável, quando, na
realidade, ou um dos elos dessa cadeia de implicações é falso, ou a cadeia no
seu todo é altamente improvável.
(1) Se permitirmos o casamento entre pessoas do mesmo sexo, não tarda
estaremos a permitir a poligamia, o incesto e até a pedofilia.
(2) Mas isso é claramente intolerável, dado que conduzirá ao fim da
civilização.
(3) Logo, não devemos permitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Espantalho
● Através da falácia do espantalho pretende-se mostrar que se refutou um
determinado argumento, ou teoria, através da refutação de uma versão
distorcida e enfraquecida do(a) mesmo(a). Por exemplo:
(1) Os defensores dos direitos dos animais sustentam que é tão errado matar
um animal como matar um humano.
(2) Mas isso é obviamente falso.
(3) Logo, os defensores dos direitos dos animais estão errados (ou seja, os
animais não têm direitos).

Falsa relação causal


● A falácia da falsa relação causal, também conhecida pela expressão
latina como “post hoc ergo propter hoc” (“depois disso, logo causado
por isso”), é um erro indutivo que consiste em concluir que há uma
relação de causa-efeito entre dois acontecimentos A e B que ocorrem
sempre em simultâneo ou em que A ocorre imediatamente após B. Por
exemplo:
(1) Sempre que o José entra com o pé direito na sala de aula tira
positiva no teste de filosofia.
(2) Logo, a positiva que o José tira no teste é causada por entrar com o
pé direito.
Ad populum
● A falácia ad populum consiste em apelar à opinião da maioria ou “ao
povo” para se sustentar a verdade de alguma afirmação. A estrutura
do argumento é a seguinte: a maioria das pessoas afirma que P logo,
P é verdadeiro. O problema desta inferência é que a maioria das
pessoas pode estar equivocada. Uma ilustração desta falácia pode ter
esta forma:
(1) As sondagens indicam que os socialistas vão ter maioria no
parlamento.
(2)Logo, deves votar nos socialistas.

Ação Humana -Livre Árbitro

Ação Humana

Estamos inteiramente submetidos à causalidade que rege os fenómenos naturais


ou, para além de um certo conjunto de condicionantes e limitações, a ação
humana é livre?

Será que temos livre-arbítrio?

Acontecimentos e ações

Todas as ações são acontecimentos, mas nem todos os acontecimentos são ações.

Ação

Envolve um agente – o É consciente, voluntária e Resulta muitas vezes de


sujeito da ação. intencional. uma deliberação.
Será livre?

Liberdade

Liberdade circunstancial Livre-arbítrio

Capacidade de realizar uma ação sem Pode escolher um curso de ação em vez
a interferência de obstáculos, forças de outro. Exercício da vontade de um
externas e limitações que a restrinjam agente racional autónomo que é capaz
ou imponham. de escolher entre várias possibilidades
de ação.

Liberdade circunstancial

Limites e obstáculos da Exerce-se num quadro de Possibilidades de ação e


ação condicionantes condições do agir

Condicionantes Condicionantes Condicionantes histórico


físico-biológicas psicológicas -culturais

Problema do livre-arbítrio

Será que temos livre-arbítrio?


Será possível compatibilizar o determinismo com o livre-arbítrio?

Determinismo Radical Libertismo Determinismo Moderado

Incompatibilismo Compatibilismo

Determinismo

Todos os eventos, nos quais se incluem as ações humanas, são o resultado


necessário de acontecimentos anteriores às leis da Natureza.

Se fosse possível ter um conhecimento completo do universo no presente, seria


possível prever rigorosamente o que aconteceria no futuro.

As escolhas, desejos e ações são eventos do mundo, resultando de causas


anteriores.
Determinismo Radical

Estamos determinados Se estamos determinados, não temos a


liberdade necessária para sermos
moralmente responsáveis.

Como não tem qualquer controlo sobre as suas ações,que são o resultado
inevitável de causas anteriores, o sujeito não tem livre-arbítrio e,por isso, não
pode ser responsabilizado.

Objeções ao determinismo Radical

As ações humanas podem A sociedade está Somos livres porque nos


ser fenômenos organizada no apercebemos de que o
indeterminados pressuposto da liberdade somos.
e da responsabilidade

Libertismo

Argumento da Causalidade do agente: Argumento da


experiência autodeterminação e responsabilidade
dualidade entre o corpo e
a mente/alma

Objeções ao libertismo

O facto de termos Os sentimentos O libertismo não nos


experiência da liberdade associados à fornece grandes
não prova que está existe responsabilidade moral explicações sobre aquilo
podem não ser que produz as nossas
justificáveis decisões

Determinismo Moderado: perspectiva compatibilista

Estamos determinados Temos a liberdade necessária para


sermos moralmente responsáveis
Um ato pode ser,ao mesmo tempo, livre e determinado

Ações livres Ações não-livres

Aquelas que fazemos com vontade de as Aquelas em que somos forçados ou


fazer e sem que nada nem ninguém nos constrangidos a escolher .
force ou obrigue.

As ações livres resultam do exercício da vontade de uma agente, das suas crenças
e dos seu desejos, surgindo por um processo natural,sem coações, apesar de serem
determinadas.

Compatibilismo clássico

Princípio das possibilidades alternativas

Só há responsabilidade e livre arbítrio se o agente pudesse ter agido de modo


diferente daquele que agiu

Um agente tem possibilidades Ele teria agido de modo diferente, se o


alternativas tivesse desejado

Ao conciliar o determinados com o livre-arbítrio,o compatibilismo permite


responsabilizar o agente.

Objeção ao determinismo Moderado

O carácter, as crenças e os desejos Mas não temos consciência desses


dependem de forças que não constrangimentos causais.
controlamos, constrangendo-nos a agir
de determinado modo .

Em rigor, nunca poderíamos ter agido


de outro modo nem ter desejos
diferentes

Assim, não somos realmente livres nem


podemos ser responsabilizados.
A dimensão pessoal e social da ética

Ética

Disciplina filosófica que se ocupa das questões relativas à modalidade, tendo em


conta sobretudo, os conceitos de bem e de mal

Ética Normativa Metaética Ética aplicada

Qual é a natureza dos juízos morais?

Valores

Encontram-se na base das nossas avaliações e decisões

Os valores morais servem de critérios na Os juízos morais, remetendo para


avaliação de comportamentos e valores morais, podem classificar-se
atitudes como juízos de valor

Juízos

Juízos de facto Juízos de valor

Pretendem apenas descrever a Pretendem avaliar a realidade,


realidade. Têm valor de verdade, atribuindo a algo um valor positivo ou
independentemente dos sujeitos negativo, ou reconhecer nela a presença
individuais ou das culturais de determinado valor. Podem ser
considerados normativos ou prescritivos

Perspectivas cognitivistas

Subjetivismo Moral Relativismo Moral Objetivismo Moral

Os juízos morais não são objetivos Os juízos morais são


objetivos
Subjetivismo Moral

Perspetiva segundo a qual os valores morais são subjetivos, totalmente


dependentes da avaliação que os sujeitos fazem da realidade. Os juízos morais
traduzem as preferências pessoais, sendo a sua verdade relativa ao sujeito e
puramente subjetiva.

Argumento da existência de desacordos Argumento da tolerância


sobre questões morais

Objeções ao subjetivismo moral

Não dá conta da nossa falibilidade.

Impossibilita a discussão de questões ou problemas morais.

Pode levar a consequências indesejáveis do ponto de vista moral.

Torna difícil explicar a existência de acordos e consensos éticos.

Admite aparentemente algumas formas de intolerância.

Relativismo moral

Perspetiva que considera que os valores morais – e os respectivos juízos morais –


são relativos às diferentes sociedades ou comunidades. Os juízos morais só são
verdadeiros ou falsos relativamente a
uma cultura ou comunidade.

Argumento da diversidade cultural Argumento da tolerância

Objeções ao relativismo moral

O desacordo entre as crenças morais de diferentes sociedades não implica que


não haja uma verdade moral objetiva.

O facto de existir diversidade cultural não implica que não haja valores morais
comuns entre diferentes culturas.

A aceitação de determinado código moral pela maior parte dos elementos de uma
sociedade não basta para o considerar justo.

O fenómeno da dissidência mostra que os juízos de valor


morais nem sempre são um reflexo exato da cultura.

O relativismo pode levar ao conformismo e a tolerar atitudes intolerantes.

Se o relativismo moral for verdadeiro, o progresso moral acaba por se tornar


incompreensível.

Objetivismo moral

Perspetiva que considera que o valor de verdade dos juízos morais é independente
de preferências individuais ou de contextos culturais, sendo os juízos morais
objetivos (à semelhança dos juízos de facto).

Os realistas morais entendem que os Outros filósofos destacam o papel da


juízos morais descrevem factos morais, razão e consideram que um juízo moral
podendo ser considerados será objetivo se resultar de uma
objetivamente verdadeiros ou falsos. avaliação imparcial.

Objeções ao objetivismo moral

O argumento contra a ideia de tolerância relativa não consegue provar que a


tolerância é um valor objetivo.

Os desacordos das perspectivas éticas põem em causa a objectividade da ética.

Em questões de decisão moral, as pessoas não são rigorosamente imparciais.

Sociedades atuais

Marcadamente plurais e multiculturais.

Ocorrência frequente de conflitos de valores e de perspectivas, que dão origem a


fenómenos de racismo, xenofobia, etc.

Na base destes fenómenos estão, muitas


vezes, atitudes de intolerância face à diversidade cultural.
Atitudes face à diversidade cultural

Etnocentrismo Relativismo Interculturalismo

Tendência ou atitude em Perspetiva que procura Modelo de compreensão


que os indivíduos tomam entender e aceitar a da realidade
a sua própria cultura ou diversidade cultural. multicultural que assenta
sociedade como centro, Uma atitude conformista no diálogo, na interação
norma e modelo de e relativista pode levar a e no respeito, encarando
referência para promover a separação a possibilidade de alguns
avaliação de outras das diferentes culturas e valores serem universais.
culturas. comunidades.

A ética deontológica de Kant

Ética Kantiana Ética deontológica

O valor moral de uma ação assenta no cumprimento do dever,


independentemente das suas consequências

Existem dois planos distintos no ser humano:


● Plano da natureza/ necessidade
● Plano da ação/ liberdade

Boa vontade

Única coisa que pode ser concebida como sendo boa em si mesma

Possui um valor intrínseco, incondicional e absoluto.

Intenção e boa vontade

O valor moral de uma ação reside na intenção

A ação boa é aquela que resulta da intenção boa. Uma intenção boa encontra-se
na vontade consciente e boa de um agente que sabe o que deve fazer .
Intenção pura

Decorre da vontade (boa) que segue a razão

Só mediante uma intenção pura a ação de torna legítima

A vontade humana não é perfeita e Só uma vontade santa, não sujeita a


deixa-se influenciar por apelos dos coação, age sempre guiada unicamente
sentidos e exclusivamente pela razão.

Dever

Diferentes tipos de ações

Ações contrárias ao dever Ações meramente Ações realizadas por


conformes ao dever dever

Não cumprem as regras Cumprem o dever, mas Cumprem o dever pelo


morais bem o apenas porque o agente dever; decorrem de uma
dever,violando direitos pode obter alguma exigência puramente
humanos fundamentais vantagem ou satisfação racional. São únicas com
pessoal. valor moral .

Motivações/ intenções vs. Consequências

As consequências das ações O que é decisivo para a moral são as


encontram-se frequentemente,fora do intenções/ motivações
nosso controle: elas não podem ser
decisivas para a moral

Moralidade Legalidade

Respeito pela lei moral e pelo dever Conformidade a lei moral e ao dever

A boa vontade age motivada apenas pelo cumprimento do dever. O dever é a


necessidade de consumar uma ação por respeito para com a lei .

O imperativo categórico
Kant não pretende apontar um conjunto de regras concretas de ação, mas
encontrar o fundamento universal dos deveres morais

É na razão que importa procurar esse fundamento, a fórmula que nos indica o que
devemos fazer

Imperativo categórico

Imperativo hipotético Imperativo categórico

Ordem ou mandamento que nos diz o Ordem ou mandamento que possui um


que devemos fazer se queremos realizar carácter
determinados desejos ou atingir um absoluto e incondicional.
certo fim. Representa uma ação como
objetivamente necessária.

Exemplo: “Se queres emagrecer, pratica Exemplo: “Não mintas!”


exercício físico.”

O imperativo categórico de Kant, ainda que apresente várias formulações,


constitui o princípio de todos os imperativos categóricos, indicando absoluta,
incondicional e universalmente a forma como devemos agir.

Trata-se de um princípio ou lei moral fundamental que estabelece que a ação é


necessária e boa em si mesma.

Duas formulações principais do imperativo categórico:


fórmula da lei universal e fórmula da humanidade (ou do fim em si mesmo)

FÓRMULA DA LEI UNIVERSAL

Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela
se torne lei universal.

Quem quiser saber se está a agir bem deve perguntar-se a si próprio se a máxima
ou princípio que orienta a sua ação poderia transformar-se numa lei à qual todos
os seres humanos em circunstâncias semelhantes adeririam.
Exemplos de deveres que decorrem da primeira fórmula do imperativo categórico

Interiores Exteriores
(ou para connosco) (ou para com os outros)e

Perfeitos Não cometer suicídio Não fazer promessas


enganadoras

Imperfeitos Desenvolver as nossas Contribuir para o


faculdades bem-estar dos outros

Os deveres perfeitos têm prioridade sobre os deveres imperfeitos.

Aplicação da primeira fórmula do imperativo categórico

O que sucederia se determinadas máximas se tornassem leis universais?


Poderemos querer que todos os agentes racionais sigam essas máximas?

O potencial suicida, aquele que faz promessas enganadoras, o que negligencia os


seus dons e o egoísta concluíram, por exigência da lei moral, acerca da
impossibilidade de querer tornar universal o princípio que orienta a sua ação.

Seguir tais máximas equivale a adotar regras que não podemos querer que sejam
seguidas pelos outros.

FÓRMULA DA HUMANIDADE OU DO FIM EM SI MESMO

Age de tal forma que trates a humanidade, tanto na tua pessoa como na de
qualquer outro, sempre simultaneamente como um fim e nunca simplesmente
como um meio.

Exigência de tratar os outros (e a nós próprios) como fins e nunca como simples
meios ou como instrumentos para atingirmos os nossos objetivos ou realizarem
desejos egoístas.

Tratar os outros como fins é respeitá-los como agentes racionais ou pessoas, é


respeitar a sua racionalidade e reconhecer a sua dignidade.

A segunda fórmula do imperativo categórico conduz, segundo Kant, às mesmas


conclusões que a primeira:
● O potencial suicida está a ● O que negligencia os seus dons
servir-se da sua própria pessoa não contribui para a sua
unicamente como um meio, sem realização como fim em si
se considerar como um fim em si mesmo.
mesmo. ● O egoísta não está a tratar o
● Aquele que faz promessas outro como um fim em si mesmo.
enganadoras serve-se do outro
simplesmente como de um meio,
sem o tratar como um fim em si
mesmo.

Imperativo categórico
(lei moral fundamental)

Corresponde, nas suas fórmulas, às exigências que a razão nos dá sempre que
queremos agir corretamente.

As máximas, para serem moralmente corretas, devem respeitar as exigências de


universalidade (primeira fórmula) e de reconhecimento do ser humano,
enquanto pessoa, como um fim em si mesmo e nunca como um simples meio
(segunda fórmula).

Moralidade

Autonomia de vontade Liberdade moral do agente

A moralidade das ações não depende de nada que nos seja imposto do exterior,
mas de algo que deriva do interior.

Capacidade de autodeterminação e de
Autonomia o indivíduo dar leis a si mesmo, agindo
em função delas.

Heteronomia Sujeição do indivíduo a leis que outros


lhe impõem e o obrigam a cumprir.

A vontade não se limita a submeter-se à lei moral.

A vontade é legisladora universal.


A lei moral não nos é imposta a partir de fora. Ela deriva de nós próprios,
enquanto agentes racionais.

O ser humano só é verdadeiramente livre


quando a sua vontade se submete às leis da razão.

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