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Prova Escrita de Filosofia

Prova 714 | Simulação de Exame | Ensino Secundário| 2023


11.º Ano de Escolaridade
Duração da Prova: 120 minutos. | Tolerância: 30 minutos. 8 Páginas

VERSÃO 1

A prova inclui 12 itens, devidamente identificados no enunciado, cujas respostas contribuem


obrigatoriamente para a classificação final. Dos restantes 6 itens da prova, apenas contribuem
para a classificação final os 4 itens cujas respostas obtenham melhor pontuação.

Indique de forma legível a versão da prova.


Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta azul ou preta.
Não é permitido o uso de corretor. Risque aquilo que pretende que não seja classificado.
Para cada resposta, identifique o item.
Apresente apenas uma resposta para cada item.
As cotações dos itens encontram-se no final do enunciado da prova.

Nas respostas aos itens de escolha múltipla, selecione a opção correta. Escreva, na folha de
respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.

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1. No argumento seguinte está em falta uma premissa que, uma vez introduzida, torna o
argumento válido, por aplicação de uma das regras de inferência válida.

Se o meu irmão passar o Verão em Lisboa, não vamos juntos à praia.


_______________________________________________________.
Logo, o meu irmão não passa o Verão em Lisboa.

Indique a premissa em falta e a regra de inferência válida.


(A) “Vamos juntos à praia”, por modus ponens.
(B) “Vamos juntos à praia”, por modus tollens.
(C) “Não vamos juntos à praia”, por modus ponens.
(D) “Não vamos juntos à praia”, por modus tollens.

2. Considere os seguintes argumentos e assinale a opção que os identifica corretamente.

1. Todas as comunidades humanas estudadas até ao momento apresentam padrões culturais


específicos para lidar com o tema da morte. Portanto, a próxima comunidade a ser estudada
apresentará padrões específicos para lidar com o tema da morte.

2. O Universo é infinito. A sociedade é tão fascinante quanto o Universo. Logo, a sociedade é infinita.

3. O último relatório da UNICEF sobre a pobreza infantil revela que na Ásia as situações de carência
alimentar são menos graves do que nos países do continente africano. Por isso, as situações de
carência alimentar na Ásia são menos graves do que nos países do continente africano.

(A) 1. indução por generalização; 2. argumento por analogia; 3. indução por previsão.
(B) 1. indução por generalização; 2. argumento de autoridade; 3. indução por previsão.
(C) 1. indução por previsão; 2. argumento por analogia; 3. argumento de autoridade.
(D) 1. indução por generalização; 2. argumento por analogia; 3. argumento de autoridade.

3. Considere o seguinte argumento.

Se achas que eu não vou ganhar o próximo torneio de ténis, então o vencedor do torneio vai ser o
mesmo do ano passado.
Mas o vencedor não vai ser o mesmo do ano passado.
Portanto, eu vou ganhar o torneio de ténis.

O argumento apresentado incorre na falácia


(A) da falsa relação causal.
(B) do apelo à ignorância.
(C) do falso dilema.
(D) da petição de princípio.

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4. Para Stuart Mill, o ato de ler um livro é preferível ao comprazimento que sentimos ao comer.
Esta afirmação é
(A) verdadeira, porque são ambos prazeres superiores, mas o ato de ler um livro é mais
duradouro e intenso.
(B) falsa, porque os dois prazeres são qualitativamente idênticos e o ser humano precisa
de satisfazer ambos ao longo da vida.
(C) falsa, porque comer é uma necessidade básica absolutamente necessária, mas ler um
livro não o é.
(D) verdadeira, porque o ato de ler um livro corresponde a um prazer superior e o ato de
comer corresponde a um prazer inferior.

5. Suponha que uma casa está a arder e o Francisco ouve duas pessoas a gritar, aparentemente
encurraladas dentro da casa. Apercebe-se que nesse mesmo momento um conhecido canal de
televisão estava a fazer uma reportagem uns metros à frente. Sem pensar duas vezes e, na
esperança de ficar conhecido pelo seu ato heroico, decide arrombar a casa e salva as duas
pessoas. Mill diria que a ação do Francisco
(A) não tem valor moral, porque a ação foi motivada pelo interesse de ficar conhecido por
um
ato heroico.
(B) tem valor moral, porque dela resulta a maior felicidade possível para o maior número de
pessoas envolvidas e respeita, portanto, o Princípio da Utilidade.
(C) não valor moral, porque o Francisco não pensou nas possíveis consequências do seu
ato.
(D) tem valor moral, porque aumentou a felicidade do agente.

6. De acordo com o critério falsificacionista de Popper,


(A) temos de efetuar uma verificação exaustiva de uma hipótese para assegurar que é
verdadeira.
(B) basta geralmente um simples caso em oposição à hipótese para que esta seja refutada.
(C) uma hipótese não refutada é verdadeira.
(D) são necessárias várias falsificações para refutar uma hipótese.

7. Para Kuhn,
(A) a evolução da ciência está associada à adoção de modelos de investigação designados
como paradigmas.
(B) a constituição de paradigmas é uma das características do período pré-científico.

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(C) durante os períodos de ciência extraordinária há um desenvolvimento cumulativo do
conhecimento científico.
(D) as revoluções científicas dão lugar a paradigmas mais próximos da verdade.
8. Uma das críticas apontadas à perspetiva de Kuhn sobre o desenvolvimento da ciência é que
(A) defende que a atividade científica se realiza com base em paradigmas.
(B) nega a atividade crítica na investigação científica.
(C) a ideia de incomensurabilidade conduz a uma conceção relativista da ciência.
(D) exclui a existência de critérios objetivos na ciência.

9. Quando Tomás de Aquino afirma que as coisas desprovidas de cognição operam em vista de
um fim e que o facto de terem um propósito não pode ser fruto do acaso, está a defender a
existência de Deus como uma necessidade
(A) moral.
(B) ontológica.
(C) teleológica.
(D) cosmológica.

10. Um facto frequentemente referido para pôr em causa a existência de Deus é


(A) a falta de provas científicas.
(B) a incapacidade da razão humana para estabelecer um juízo acerca da existência ou não
existência de Deus.
(C) a diversidade de religiões e de compreensões de “Deus”.
(D) a ocorrência de fenómenos naturais que causam a morte de inúmeras pessoas.

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11. Teste a validade do seguinte argumento. Justifique a sua resposta por meio da construção e
interpretação de uma tabela de verdade.

Na minha opinião, os alunos são capazes de ter boas notas nos exames. Afirmo isto não só
porque eles têm trabalhado com muita dedicação em casa, mas também porque os alunos são
capazes de ter boas notas nos exames, se trabalham com muita dedicação em casa e não estão
desatentos nas aulas.
[Dicionário:]
P: Os alunos são capazes de ter boas notas nos exames.
Q: Os alunos trabalham com muita dedicação em casa.
R: Os alunos estão desatentos nas aulas.

[Formalização:]
Q
(Q ∧ ¬R) → P
P

[Tabela de verdade/Inspetor de circunstâncias:]


PQR Q (Q ∧ ¬ R) → P P

VVV V v F f V v V

VVF V v V v V v V

VFV F f F f V v V

VFF F f F v V v V

FVV V v F f V f F

FVF V v V v F f F

FFV F f F f V f F

FFF F f F v V f F

Trata-se de um argumento inválido, pois sucede que em pelo menos uma das circunstâncias (neste caso, na quinta
circunstância) as premissas são verdadeiras e a conclusão falsa.

Níveis Descritores de desempenho Pontuação

Apresenta corretamente os passos requeridos para testar a validade de um argumento –


4 dicionário, formalização e tabela de verdade –, interpretando adequadamente a tabela de 14
verdade.
Apresenta corretamente os passos requeridos para testar a validade do argumento,
calculando corretamente todos os valores de verdade.
Não interpreta a tabela de verdade, ou interpreta-a parcialmente ou com
imprecisões.
3 11
OU
Apresenta corretamente os passos requeridos para testar a validade do argumento, com
erros pontuais no cálculo dos valores de verdade.
Interpreta a tabela de verdade de acordo com os erros cometidos.
Constrói apenas OU constrói corretamente apenas a tabela de verdade, calculando
2 7
corretamente todos os valores de verdade.
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Interpreta a tabela de verdade de acordo com os erros cometidos.
Constrói apenas OU constrói corretamente apenas a tabela de verdade, calculando
1 corretamente todos os valores de verdade. 4
Não interpreta a tabela de verdade, ou interpreta-a parcialmente ou com imprecisões.
Notas: – A simples indicação de que o argumento é inválido deve ser classificada com zero pontos.
– A formalização e a tabela de verdade podem variar consoante a elaboração do dicionário.
12. Considere os seguintes cenários.
1. O João decide fazer greve de fome como sinal de protesto face à pobreza da população
que vive no Congo.
2. O João não come nada há três dias porque foi operado e não consegue ingerir
alimentos.

12.1. Para os defensores do compatibilismo, o que têm em comum estes cenários e o que é que
os distingue um do outro?
Justifique a sua resposta.
A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
− Para os defensores do compatibilismo (ou do determinismo moderado), os dois cenários têm em comum o facto de
estarem sujeitos ao determinismo e, portanto, serem o resultado de acontecimentos anteriores (por exemplo, o facto de
existir pobreza no Congo e o facto de o João ter sido operado).
− Para os defensores do compatibilismo, o determinismo coexiste com a liberdade, de tal modo que as proposições “Um
agente praticou livremente a ação X” e “A ação praticada por esse agente tem uma causa e resulta necessariamente
dessa causa” são compatíveis. Segundo esta perspetiva, uma ação é livre quando está determinada por fatores internos
ao agente (os seus desejos, crenças, etc.) e o agente pode fazer aquilo que deseja fazer, não existindo fatores externos
que o impeçam. Ou seja, apesar de o determinismo ser verdadeiro, dispomos de possibilidades alternativas:
poderíamos ter escolhido e agido de modo diferente daquele que agimos, se os nossos desejos, crenças, etc. fossem
diferentes e não houvesse qualquer impedimento exterior à nossa vontade. O livre-arbítrio significa, assim, a ausência
de obstáculo, de constrangimento ou de coação exterior à vontade.
− É precisamente aqui que estes dois cenários divergem, pois no cenário 1 o João decide fazer greve de fome como
sinal de protesto e esta ação advém de causas internas ao agente (os seus desejos, crenças, convicções) e, portanto,
uma vez que não foi coagido por circunstâncias externas a si, a sua ação foi livre.
− No caso do cenário 2, o João não come nada há 3 dias, não por ser um desejo seu, mas porque devido ao que lhe
aconteceu (ter sido operado) está impedido de o fazer. Neste caso, como o João está impedido pelas circunstâncias de
fazer aquilo que pretende, a ação não é livre.

Níveis Descritores de desempenho Pontuação

Justifica, de modo completo e preciso, o que há de comum e de diferente entre os dois


4 14
cenários.
Justifica, de modo incompleto ou impreciso, o que há de comum e de diferente entre os
dois cenários.
3 OU 11
Justifica, de modo completo e preciso, apenas o que há de comum OU apenas o que há
de diferente entre os dois cenários.
Justifica, de modo incompleto e impreciso, o que há de comum e de diferente entre os dois
cenários.
2 OU 7
Justifica, de modo incompleto ou impreciso, apenas o que há de comum OU apenas o que
há de diferente entre os dois cenários.
Refere aspetos pertinentes do compatibilismo, sem contudo explicar corretamente a
1 4
relação entre os dois cenários.

Nota: A mera paráfrase/transcrição do texto ou de excertos do texto implica a atribuição de zero pontos.

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13. Atente nos dois imperativos seguintes.
1. Não enganes os outros, se não queres ser apanhado.
2. Não enganes os outros.

Identifique o imperativo que, de acordo com Kant, tem valor moral. Justifique a sua resposta,
distinguindo-o do imperativo que não tem valor moral.
A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
Identificação do imperativo moral:
− somente o imperativo 2 tem valor moral.
Justificação:
− a ordem contida no imperativo 2 é absoluta e incondicional/independente de qualquer condição, interesse, desejo ou
inclinação pessoal. Trata-se de um imperativo categórico.
− em contrapartida, a ordem contida no imperativo 1 faz depender a verdade (o dizer a verdade, não enganar os outros)
da condição/hipótese de não se ser apanhado. O cumprimento do imperativo é feito a pensar nas consequências. Trata-
se de um imperativo hipotético.
OU
− o imperativo 2 é categórico. A ação que segue o imperativo é feita por dever, ou seja, é uma ação cuja única intenção
é o puro cumprimento do dever, independentemente do que disso resulte.
− em contrapartida, o imperativo 1 é um tipo de imperativo que determina uma ação conforme ao dever. A ação
encontra--se, de facto, de acordo com o dever (não enganar os outros), mas é apenas realizada porque daí resulta o
benefício ou a vantagem de não se ser apanhado: a ação é simplesmente um meio para atingir um determinado fim (de
tal modo que, se por acaso desaparecesse a consequência de se ser apanhado, o imperativo deixaria de fazer sentido).
Segundo Kant, tais ações são desprovidas de valor moral.

Níveis Descritores de desempenho Pontuação

Identifica o imperativo moral.


4 Justifica, de modo completo e preciso, que apenas o imperativo 2 tem valor moral, 14
distinguindo-o do imperativo 1, desprovido de valor moral.
Identifica o imperativo moral.
3 Justifica, de modo incompleto ou impreciso, que apenas o imperativo 2 tem valor moral, 11
distinguindo-o do imperativo 1, desprovido de valor moral.
Identifica o imperativo moral.
2 Justifica, de modo incompleto e impreciso, que apenas o imperativo 2 tem valor moral, 7
distinguindo-o do imperativo 1, desprovido de valor moral.
Apenas identifica o imperativo moral.
OU
1 Apenas refere aspetos relevantes para a explicação solicitada (por exemplo, que agir por 4
dever é diferente de agir em conformidade com o dever) num discurso
desarticulado/confuso.

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14. Considere o texto seguinte.
A tributação dos rendimentos do trabalho é equiparável ao trabalho forçado. (…) Ficar com os
rendimentos de n horas de trabalho é ficar com n horas de trabalho da pessoa; é como forçar a
pessoa a trabalhar n horas para os objetivos de outrem. (…) [Aqueles que] objetam ao trabalho
forçado (…) também objetariam a obrigar cada pessoa a trabalhar cinco horas extra por semana
para beneficiar os necessitados. Mas um sistema que fica com cinco horas do rendimento em
impostos [normalmente] não lhe parece que force alguém a trabalhar cinco horas (…). O facto de
outros intervirem intencionalmente, violando uma [das partes], (…) faz do sistema fiscal um
sistema de trabalho forçado.
O homem que decide trabalhar mais tempo para ganhar um rendimento mais do que suficiente
para as suas necessidades básicas prefere alguns bens ou serviços adicionais ao lazer e a
atividades que podia realizar durante o possível horário pós-laboral; ao passo que o homem que
decide não trabalhar o tempo extra prefere as atividades de lazer aos bens ou serviços extra que
podia adquirir trabalhando mais. Dado isto, se seria ilegítimo um sistema fiscal reter um pouco do
lazer de um homem (trabalho forçado) com o fim de servir os necessitados, como pode ser
legítimo que um sistema fiscal apreenda alguns dos bens de um homem para esse fim? (…) Na
verdade, não é surpreendente que os redistributivistas escolham ignorar o homem cujos prazeres
são tão facilmente alcançáveis sem trabalho extra, enquanto acrescentam mais um fardo ao pobre
infeliz que tem de trabalhar para os seus prazeres?
R. Nozick, Anarquia, Estado e Utopia, Lisboa,
Edições 70, 2009, pp. 213-215.

14.1. Com base no texto, esclareça a crítica à conceção redistributivista de Rawls.


A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
− Segundo Rawls, a redistribuição dos bens ou da riqueza de um Estado é assegurada pelo princípio da diferença. O
princípio da diferença é um dos três princípios da justiça para Rawls e estabelece que a distribuição da riqueza se deve
fazer de forma igualitária, exceto se as desigualdades beneficiarem os menos desfavorecidos. Assim, é injusta a
sociedade em que as vantagens dos mais favorecidos não acabam por beneficiar aqueles que – por uma questão de
lotaria social ou natural – são mais desfavorecidos (“discriminação positiva”).
− Uma tal redistribuição da riqueza, que vem compensar os desequilíbrios provocados pela “lotaria” e permite aos mais
desfavorecidos ter bens sem os quais as suas liberdades e direitos fundamentais seriam postos em causa, é feita
através da tributação (da cobrança de impostos). Para Rawls, é justificável que os mais ricos paguem mais impostos e
que o Estado intervenha continuamente no sentido de garantir que os que estão numa situação de maior riqueza
contribuam também para a melhoria da situação dos mais carenciados.
− É propriamente sobre este ponto que incide a crítica de Nozick. Com efeito, Nozick defende que o Estado, ao intervir
nos rendimentos de uma dada pessoa, está a retirar-lhe sem consentimento aquilo que ela obteve legitimamente com o
seu trabalho, o sacrifício de atividades de lazer, a renúncia a certos prazeres, etc. Esse procedimento do Estado (ou
este «sistema fiscal») corresponde, portanto, a uma espécie de «trabalho forçado», em que alguém que «decide
trabalhar mais tempo para ganhar um rendimento mais do que suficiente para as suas necessidades básicas» é depois
obrigado a «beneficiar os mais necessitados», vendo o fruto do seu próprio trabalho ser-lhe retirado pelo Estado.
− Assim sendo, segundo Nozick, a conceção redistributivista de Rawls viola a liberdade individual e o direito de
propriedade ou, por outras palavras, existe afinal de contas uma contradição entre o princípio da liberdade igual e o
princípio da diferença (aquilo que o primeiro alegadamente garante é “retirado” pelo segundo).

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Níveis Descritores de desempenho Pontuação

Esclarece, de modo completo e preciso, a crítica de Nozick à conceção redistributiva de


4 Rawls. 14
Integra informação do texto de forma pertinente.
Esclarece, de modo incompleto ou impreciso, a crítica de Nozick à conceção
3 redistributiva de Rawls. 11
Integra informação do texto de forma pertinente.
Esclarece, de modo incompleto e impreciso, a crítica de Nozick à conceção
2 redistributiva de Rawls. 7
Integra informação do texto de forma pertinente.
Refere aspetos relevantes da conceção redistributiva de Rawls, mas não esclarece a
1 4
crítica de Nozick ou explica-a erradamente.

Nota: A mera paráfrase/transcrição do texto ou de excertos do texto implica a atribuição de zero pontos.

15. Leia o seguinte texto.


Há já algum tempo que me apercebi de que, desde os meus primeiros anos de vida, eu havia
recebido uma quantidade de opiniões falsas, tomando-as por verdadeiras, e de que o que depois
fundei sobre princípios tão pouco seguros só podia ser muito duvidoso e incerto; de modo que
tinha de empreender seriamente a tarefa de, uma vez na vida, me livrar de todas as opiniões em
que havia até então acreditado e começar tudo de novo, desde os primeiros fundamentos, se
quisesse estabelecer algo de firme e de constante nas ciências.
R. Descartes, Meditações Metafísicas, Porto, Rés-Editora, 2003, p. 9.

15.1. A tarefa que Descartes empreende de submeter a exame os princípios do nosso


conhecimento termina no ceticismo?
Justifique a sua resposta.
A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
− Não.
− O ceticismo em Descartes corresponde propriamente à dúvida metódica, que constitui justamente uma espécie de
teste cético, a partir do qual se examina a multiplicidade das nossas crenças/opiniões, procurando uma que seja
indubitável, ou que possa realmente servir de fundamento do conhecimento e «estabelecer algo de firme e de
constante».
− Neste sentido, o projeto cartesiano é cético, mas apenas como método, isto é, como algo inicial e provisório que,
«começando tudo de novo», ao invés de concluir a impossibilidade do conhecimento, usa a dúvida como meio ou
instrumento (como “caminho”, se quisermos) para encontrar algo que a supera e constitua uma verdade absolutamente
certa, inquestionável.
− A partir de três argumentos principais – o argumento da ilusão dos sentidos, o argumento do sonho e o argumento do
génio maligno – a dúvida cartesiana corrói gradualmente as nossas crenças (o seu valor epistémico), desde as mais
superficiais (as crenças a posteriori, baseadas nos sentidos) até às mais profundas e aparentemente inquestionáveis
(as crenças a priori, como por exemplo as chamadas “verdades matemáticas”).
− Mas, sendo assim, Descartes chega a um primeiro princípio fundamental do conhecimento: um princípio
completamente indubitável – o cogito. Com efeito, Descartes mostra que, mesmo que possamos duvidar dos nossos
sentidos, de que estamos num estado de vigília (inclusivamente quando julgamos estar “acordados”) e das operações
da nossa razão, não podemos duvidar de que pensamos. Sem um sujeito que pense a própria dúvida não seria
possível. O “Penso, logo existo” é justamente aquela verdade essencial, a certeza autoevidente e autofundante do
conhecimento que permite superar o ceticismo e garantir que é possível conhecer pelo menos isto – a existência de um
“eu pensante.

Níveis Descritores de desempenho Pontuação

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Apresenta inequivocamente uma resposta negativa à pergunta.
4 14
Justifica, de modo completo e preciso, a sua resposta.

Apresenta inequivocamente uma resposta negativa à pergunta.


3 11
Justifica, de modo incompleto ou impreciso, a sua resposta.

Apresenta inequivocamente uma resposta negativa à pergunta.


2 7
Justifica, de modo incompleto e impreciso, a sua resposta.

Apresenta aspetos pertinentes da perspetiva de Descartes sobre o ceticismo, mas não


1 4
responde inequivocamente à pergunta nem a justifica.
16. Considere o texto seguinte.
Nada, à primeira vista, pode parecer mais livre do que o pensamento do homem, que não só se
esquiva a todo o poder e autoridade humanos, mas nem sequer está encarcerado dentro dos
limites da natureza e da realidade. Dar forma a monstros e associar imagens e aparências não
custa à imaginação maior esforço do que conceber os objetos mais naturais e familiares. (…) O
que nunca foi visto ou se ouviu pode, apesar de tudo, conceber-se, e nenhuma coisa existe para
além do poder do pensamento, exceto o que implica uma absoluta contradição.
D. Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano, Lisboa,
INCM, 2002, (adaptado).

16.1. Segundo Hume, como é possível conciliar o exposto no texto com a perspetiva de que tudo
aquilo que podemos conhecer provém da experiência?
A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
− Parece de facto haver uma contradição/incompatibilidade entre afirmar-se que o nosso pensamento tem a capacidade
de conceber tudo (exceto o que envolve contradição), inclusivamente «o que nunca foi visto ou se ouviu», e a
perspetiva empirista de Hume segundo a qual tudo o que podemos conhecer tem a sua origem na experiência: como é
possível eu ter ideias de coisas que nunca vi ou ouvi, se todo aquilo que concebemos provém da experiência? Como é
que eu não estou «encarcerado dentro dos limites da natureza e da realidade», se a fonte de tudo aquilo que posso
pensar é a experiência?
Só aparentemente existe contradição/incompatibilidade/incongruência:
− segundo o princípio da cópia, as nossas ideias são cópias das impressões, ou seja, todas as nossas ideias derivam
das impressões sensíveis correspondentes (por exemplo, a ideia de “verde” provém da impressão sensível de “verde”).
Nesse sentido, todo o nosso pensamento (todos os materiais do nosso pensamento, tudo aquilo que concebemos),
mesmo que não tenhamos consciência disso, deriva da sensibilidade, ou tem uma origem empírica. As representações
ou imagens constituídas desta forma são ideias simples.
− Mas, sendo assim, o pensamento humano possui também ideias complexas: ideias formadas a partir da nossa
imaginação, que através da combinação, reordenação, aumento ou diminuição de diferentes ideias simples consegue
«dar forma a monstros» ou a outras ideias pouco familiares, isto é, de que nunca se teve impressão sensível “direta”.
− Isto permite entender que é perfeitamente conciliável aquilo que Hume diz no texto apresentado e a perspetiva
segundo a qual tudo o que podemos conhecer vem da experiência. Com efeito, ainda que o nosso pensamento tenha a
enorme liberdade de que Hume fala e que consigamos imaginar algo completamente “distante” daquilo que
experimentámos, na verdade não fazemos mais do que associar ideias diferentes das quais já tivemos alguma
impressão correspondente (por exemplo, eu posso conceber um “minotauro” porque tive uma impressão de “homem” e
uma impressão de “touro”).

Níveis Descritores de desempenho Pontuação

Esclarece, de modo completo e preciso, a relação entre o texto e a perspetiva de que tudo
4 aquilo que podemos conhecer provém da experiência, desfazendo a aparente contradição 14
entre ambos e articulando os conceitos fundamentais num discurso coerente.
Esclarece, de modo incompleto ou impreciso, a relação entre o texto e a perspetiva de
3 que tudo aquilo que podemos conhecer provém da experiência, desfazendo a aparente 11
contradição entre ambos e articulando os conceitos fundamentais num discurso coerente.
Esclarece, de modo incompleto e impreciso, a relação entre o texto e a perspetiva de
2 que tudo aquilo que podemos conhecer provém da experiência, desfazendo a aparente 7
contradição entre ambos e articulando os conceitos fundamentais num discurso coerente.

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Apresenta aspetos pertinentes do empirismo do Hume, mas não apresenta uma resposta
1 4
esclarecedora à pergunta.

17. Atente no seguinte texto.


A mente de um pintor deve ser como um espelho, que aproveita sempre a cor do objeto que
reflete, e contém tantas imagens quantos os objetos diante dele. Portanto, entende, pintor, que
não podes ter sucesso a menos que sejas o mestre universal de imitar pela tua arte toda a
variedade de formas da Natureza, e não podes fazê-lo exceto ao percebê-las e ao retê-las na tua
mente.
Leonardo da Vinci, Pensamentos sobre a Vida, a Arte e a Ciência,
Alma dos Livros, 2018, p.105.

17.1. Apresente uma possível objeção da teoria formalista de Bell à perspetiva expressa no texto.
A resposta integra os aspetos seguintes, ou outros igualmente relevantes.
− A perspetiva ou teoria sobre a arte que é expressa no texto é a perspetiva imitativa da arte*, segundo a qual a arte
representa a realidade exterior ou, num sentido mais estrito (que é aquele que está sobretudo em causa no texto) imita
ou reproduz a Natureza, funcionando como que um «espelho» dela. Segundo esta perspetiva, a arte é tanto melhor
quanto mais fiel e exatamente representar a realidade, tal como um espelho reflete o objeto que se encontra diante
dele.
− Bell poderia contra-argumentar dizendo que o essencial na arte não é aquilo que ela imita ou representa, mas sim o
facto de ter uma forma significante que gera a emoção estética. Desse ponto de vista, o conteúdo representado na obra
é completamente irrelevante. Assim, um pintor como aquele que é descrito por Leonardo da Vinci será provavelmente
incapaz de criar formas que provoquem esse tipo de emoção. Para Bell, a obra pode ser representativa da Natureza e
pode até ter valor artístico, mas esse valor não advém da fidelidade à Natureza ou da exatidão com que a reproduz:
nada tem que ver com se ser «o mestre universal de imitar toda a variedade de formas da Natureza»; o seu valor
artístico decorrerá, antes, do facto de tal obra provocar uma emoção estética no espetador. E, para Bell, a emoção
estética não é justamente provocada pelos objetos representados, por mais fiel que se seja a representação, mas sim
por um conjunto de propriedades formais (linhas, cores, etc.) combinadas de modo harmonioso e que são interessantes
por si mesmas (forma significante). É isto que leva a que obras como a pintura abstrata possam ser consideradas obras
de arte.

Níveis Descritores de desempenho Pontuação

Identifica inequivocamente a perspetiva sobre a arte que é expressa no texto: perspetiva


imitativa da arte*.
4 14
Apresenta, de modo completo e preciso, uma objeção pertinente da teoria formalista de
Bell à teoria imitativa da arte.
Identifica inequivocamente a perspetiva sobre a arte que é expressa no texto: perspetiva
imitativa da arte*.
3 11
Apresenta, de modo incompleto ou impreciso, uma objeção pertinente da teoria
formalista de Bell à teoria imitativa da arte.
Identifica inequivocamente a perspetiva sobre a arte que é expressa no texto: perspetiva
imitativa da arte*.
2 7
Apresenta, de modo incompleto e impreciso, uma objeção pertinente da teoria formalista
de Bell à teoria imitativa da arte.
1 Não apresenta inequivocamente a perspetiva sobre a arte que é expressa no texto. 4
Apresenta, de modo incompleto ou impreciso, uma objeção pertinente da teoria
formalista de Bell à teoria imitativa da arte.
OU
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Identifica inequivocamente a perspetiva sobre a arte que é expressa no texto: perspetiva
imitativa da arte*.
Apresenta aspetos pertinentes da teoria formalista de Bell, sem contudo explicar uma
objeção possível à perspetiva imitativa da arte*.
* Nota: A perspetiva pode também ser descrita como perspetiva representacionista/representacional da arte, desde que o aluno mostre
compreender o conteúdo do texto.

18. Leia o texto seguinte.


Suponha que alguém diz, por exemplo, o seguinte: “Você só acredita na igualdade de
oportunidades porque você é um produto da sociedade liberal e ocidental. Se você tivesse
crescido numa sociedade de castas ou numa sociedade na qual as possibilidades disponíveis aos
homens e às mulheres fossem radicalmente desiguais, não teria as convicções morais que tem,
nem aceitaria como persuasivos argumentos morais que agora aceita”.
T. Nagel, A Última Palavra, Lisboa, Gradiva, 1999, p. 214.

Concorda com a perspetiva acerca da natureza dos juízos morais referida no texto? Porquê?

Na sua resposta, deve:


– clarificar o problema em causa;
– identificar a perspetiva apresentada no texto;
– apresentar inequivocamente a sua posição pessoal acerca da perspetiva apresentada no texto;
– argumentar a favor da sua posição.

CENÁRIOS DE RESPOSTA.
Clarificação do problema.
− O problema em causa no texto é o problema da natureza dos juízos morais, mais propriamente o de saber se o seu
valor de verdade é dependente de uma dada perspetiva (seja ela individual ou coletiva) ou, pelo contrário, independente
de qualquer ponto de vista, tendo por isso um carácter objetivo, de tal maneira que, não obstante a possibilidade de
haver desacordo, existem realmente factos morais – universais, transversais, comuns a todos os indivíduos e culturas
(assim, por exemplo, o juízo “matar é moralmente condenável” é um juízo verdadeiro ou falso independentemente do
que o sujeito A ou B, ou a cultura C ou D, consideram a este respeito).

Identificação da perspetiva apresentada no texto.


− O texto apresenta a perspetiva do relativismo cultural sobre a natureza dos juízos morais. Segundo esta perspetiva, o
valor de verdade dos juízos morais depende do que cada cultura ou sociedade aprova como moralmente
correto/incorreto. Não existem juízos morais verdadeiros ou falsos universais, comuns a todas as culturas. O mesmo
juízo moral pode ser verdadeiro e falso, consoante a cultura em causa e o respetivo código moral. Assim, por exemplo,
o juízo “matar é errado” ser verdeiro significa apenas que é aprovado pela maioria de uma determinada cultura.
Apresentação e argumentação da posição que se defende.
A) No caso de o aluno concordar com o relativismo cultural:
− culturas diferentes têm códigos morais diferentes. Se culturas diferentes têm códigos morais diferentes, então não há
uma verdade moral objetiva, e a verdade dos juízos morais é sempre relativa à cultura ou ao grupo social onde estes
são formulados, mais propriamente ao conjunto de normas morais aceites pela maioria dos respetivos membros.
− O relativismo cultural promove a tolerância entre culturas diferentes, na medida em que não julga códigos morais de
outras culturas distintos daquela de que fazemos parte.

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− Ora, uma vez que as noções de “certo” e “errado” são sempre relativas a cada cultura, a nossa opinião acerca da
igualdade de oportunidades será um reflexo daquilo que a nossa sociedade aprova ou reprova.
O aluno pode ainda atacar o subjetivismo moral, mostrando, por ex., que:
− ao contrário do que esta perspetiva defende, nem sempre os nossos juízos morais correspondem às nossas
preferências morais subjetivas. Por exemplo, podemos achar que é correto uma pessoa de quem gostamos ir fazer
voluntariado para um país distante, embora subjetivamente preferíssemos que essa pessoa não viajasse para longe.
Isso significa que a prática de voluntariado é socialmente encorajada, mas isso não implica que as nossas preferências
sociais estejam alinhadas com aquilo que é socialmente aprovado.
O aluno pode ainda atacar o objetivismo moral, mostrando, por ex., que:
− esta perspetiva compromete-nos com a existência de propriedades muito estranhas, pois, de acordo com ela,
propriedades morais como a correção ou incorreção são propriedades objetivas das coisas, confundindo juízos morais
com juízos de facto. Ora, a correção ou incorreção dá-nos razões para agir desta ou daquela maneira e não parece
haver nada no mundo dos factos objetivos com essa característica e capacidade. Assim, resta-nos assumir que, em
termos morais, as únicas verdades/falsidades que existem são diferentes convenções sociais adotadas pelas diversas
culturas.

B) No caso de o aluno discordar do relativismo cultural e defender o subjetivismo:


− o subjetivismo moral caracteriza-se por defender que os juízos morais de referem às preferências pessoais de cada
indivíduo e, por conseguinte, a sua verdade ou falsidade não é independente de qualquer perspetiva, mas, pelo
contrário, é sempre relativa à perspetiva de cada um.
− Com efeito, existem amplos e profundos desacordos no que diz respeito ao valor dos juízos morais. Se, além das
nossas preferências pessoais e subjetivas, houvesse um domínio de factos morais ao qual pudéssemos apelar, então
tais desacordos não teriam lugar.
O aluno pode ainda atacar o objetivismo moral, mostrando, por ex., que:
− aquilo que nos leva a agir são sempre as nossas preferências, crenças desejos e, em geral, as nossas
avaliações/interpretações pessoais; mas isso são justamente aspetos subjetivos e não propriedades objetivas das
coisas. Por exemplo, a circunstância de estar alguém a pedir esmola à minha frente não me dá, por si só, uma razão
para fazer seja o que for. É a compaixão que sinto por ela ou, pelo contrário, a repulsa, a crença de que se trata de um
problema social que deve ser resolvido pelo Estado, etc. que me faz dar-lhe esmola ou não.
O aluno pode ainda atacar o relativismo cultural, mostrando, por ex., que:
− este conduz ao conformismo, ou seja, promove que cada pessoa siga, em nome da coesão social, as crenças
dominantes. De acordo com o relativismo, uma prática é correta ou incorreta segundo o código moral de cada cultura.
Assim, se alguém afirmasse “A maioria das pessoas aprova o racismo, mas eu acho que o racismo é errado” estaria a
cair em contradição e a dizer algo incorreto porque vai contra a opinião dominante. Ora, isso parece conduzir a uma
certa passividade perante os valores de uma cultura.

C) No caso de o aluno discordar do relativismo cultural e defender o objetivismo:


− o objetivismo caracteriza-se por defender que um juízo moral é correto quando, independentemente de crenças
pessoais e de convenções sociais, tem as melhores razões do seu lado.
− Há juízos morais que são justificáveis de forma imparcial (por exemplo: “deve haver igualdade de oportunidades”). Se
assim é, há juízos morais que são objetivamente verdadeiros ou falsos.
− Isto significa que, para os objetivistas, as avaliações morais têm de ser justificadas de uma forma que seja aceitável
para qualquer indivíduo racional, seja qual for a sociedade. Ora, uma vez que a igualdade de oportunidades pode ser
imparcialmente justificada, podemos considerar que o juízo “Deve haver igualdade de oportunidades” é objetivamente
verdadeiro.
− O facto de haver desacordo entre culturas não é razão suficiente para excluir a existência de verdades morais
objetivas, comuns a todas elas.
− O objetivismo é a única forma de garantir o respeito pelos direitos humanos.
O aluno pode ainda atacar o subjetivismo moral, mostrando, por ex., que:
− uma vez que defende que os nossos juízos morais se limitam a descrever as nossas preferências pessoais, o
subjetivismo implica implausivelmente que somos moralmente infalíveis. Ora, todos temos a experiência de já ter estado
errados em relação a questões morais, e de ter mudado de perspetiva precisamente por considerarmos que a
perspetiva que antes defendíamos era errada. Por isso, podemos considerar que o subjetivismo é falso.
O aluno pode ainda atacar o relativismo, mostrando, por ex., que:
− este implica implausivelmente que não existe progresso moral das sociedades, porque de acordo com o relativismo
não existe um padrão ou critério neutro do que é certo ou errado que nos permita comparar as diferentes sociedades e
verificar quais estão mais próximas e quais estão mais afastadas desse “ideal”. Mas, nesse caso, não poderíamos dizer,
por exemplo, que a abolição da escravatura foi uma melhoria cultural relativamente a sociedades de séculos passados.
Ora, isso parece provar que o relativismo é falso.

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A classificação final da resposta resulta da soma das pontuações atribuídas a cada um dos parâmetros seguintes.

Nota: A resposta é classificada com zero pontos no parâmetro C – Comunicação, se não for atingido o nível 1 de desempenho em,
pelo menos, um dos outros parâmetros.

FIM
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COTAÇÕES

As pontuações
obtidas nas respostas
a estes 12 itens da
1. 5. 6. 9. 11. 12.1. 13. 14.1. 15.1. 16.1. 17.1. 18. Subtotal
prova contribuem
obrigatoriamente para
a classificação final.
Cotação (em pontos) 11 11 11 11 14 14 14 14 14 14 14 14 156
Destes 6 itens,
contribuem para a
classificação final da
2. 3. 5. 6. 8. 10. Subtotal
prova os 4 itens cujas
respostas obtenham
melhor pontuação.
Cotação (em pontos) 4 x 11 pontos 44
TOTAL 200

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