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DIREITO CRIMES EM ESPÉCIE:

Conceito: Trata-se dos crimes que acontecem no dia a dia da sociedade, que estão listados,
categorizados e tipificados pelo ordenamento jurídico.

O Código Penal Brasileiro, lista em sua parte especial e seguintes crimes, subdivididos em
títulos:

1. Crime contra a pessoa;

2. Dois crime contra o patrimônio;

3. Crimes contra a propriedade imaterial;

4. Crimes contra a organização do trabalho;

5. Crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos;

6. Crimes contra dignidade sexual;.

7. Crimes contra a família;

8. Crimes contra incolumidade pública;

9. Crimes contra a paz pública;

10. Crimes contra a fé pública;

11. Crimes contra administração pública.

✓ CRIMES CONTRA A VIDA:

Obs: Crimes dolosos contra a vida, são de competência do Tribunal do Júri.

Art. 121 ao 127 CP.

1. Homicídio Simples: matar alguém.

2. Homicídio privilegiado: quando praticado por relevante valor social, moral ou violenta
emoção logo em seguida de injusta provocação a vítima.

Obs: Causa especial de diminuição de pena.


Homicídio qualificado privilegiado: desde que a qualificadora tenha natureza objetiva, ou seja,
quando refere-se ao fato.

Obs: Natureza Objetiva: referente ao sujeito.

Obs: Critério para considerar um crime hediondo é o critério dos crimes que se encontram
positivados no rol do Art. 1° da lei de crime hediondos.

Qualificadoras:

Se o homicídio é cometido:

1. Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;

2. Por motivo fútil;

3. Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio incidioso ou cruel
ou que possa resultar perigo comum;

4. A traição, de emboscada, ou mediante discimulação ou outro recurso que dificulte ou torne


impossível a defesa do ofendido;

5. Para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime.

Obs:

A) Motivo Fútil: aquele considerado desproporcional.

B) Motivo Torpe: Homicídio mercenário.

Retenção indevida de documentos escolares

A questão trata sobre ABUSO DO DIREITO, teoria adotada pelo nosso CC/02 como uma das
formas de ATO ILÍCITO.

Para tanto, o artigo 187 do CC/2002 demonstra que não é imprescindível, para o
reconhecimento da teoria do abuso de direito, que o agente tenha a intenção de prejudicar
terceiro, bastando que exceda manifestamente os limites impostos pela finalidade econômica
ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.

No caso da questão, Pedro estava devendo algumas mensalidades da escola de seu filho e, em
razão disso, a escola se absteve de dar documentos essenciais para a matricula do aluno em
outra escola e ainda foi informado seu filho não mais participaria das atividades recreativas
diuturnas do colégio, enquanto Pedro não quitar o débito das mensalidades vencidas e não
pagas. Ela pode fazer esse tipo de conduta?

De acordo com nosso ordenamento jurídico, NÃO! Por mais que a escola tenha direitos em
cobrar os valores em aberto, a instituição extrapolou o que poderia ter feito para forçar o
pagamento da dívida. Portanto, a escola extrapola os limites impostos cometendo ato ilícito -
abuso de direito.

ARTIGO RELACIONADO

Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede
manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos
bons costumes.

Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.

JURISPRUDÊNCIA

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. ENSINO SUPERIOR. INSTITUIÇÃO PARTICULAR.


INADIMPLÊNCIA. EFETIVAÇÃO DE MATRÍCULA. ARTS. 5º e 6º DA LEI 9.870/99. EXEGESE.
PROVIMENTO LIMINAR. TEORIA DO FATO CONSUMADO. INADIMPLÊNCIA. SÚMULA 7/STJ.

1. Os alunos já matriculados, salvo quando inadimplentes, terão direito à renovação das


matrículas, observado o calendário escolar da instituição, o regimento da escola ou cláusula
contratual. (Art. 5º da Lei 9.870/99) 2. Deveras, são proibidas a suspensão de provas escolares,
a retenção de documentos escolares ou a aplicação de quaisquer outras penalidades
pedagógicas por motivo de inadimplemento, sujeitando-se o contratante, no que couber, às
sanções legais e administrativas, compatíveis com o Código de Defesa do Consumidor, e com
os arts. 177 e 1.092 do Código Civil Brasileiro, caso a inadimplência perdure por mais de
noventa dias. (Art. 6º da Lei 9.870/99) 3. A exegese do dispositivos legais supramencionados
revela a proibição da aplicação de penalidades pedagógicas, tais como a suspensão de provas
escolares ou retenção de documentos escolares, inclusive, para efeitos de transferência para
outra instituição de ensino, em decorrência do inadimplemento das mensalidades escolares. 4.
A proibição da aplicação de penalidade como forma de coibir o aluno ao pagamento da
mensalidade escolar, conduziu o legislador, objetivando impedir abusos e preservar a
viabilidade financeira das instituições particulares de ensino, a excluir do direito à renovação
da matrícula ou rematrícula os alunos inadimplentes.5. A ora recorrida impetrou o mandado
de segurança em 23.03.2004, tendo efetivado sua matrícula no último ano do curso de
Enfermagem, por força de liminar, consoante se infere do voto condutor do acórdão recorrido.
6. Consumada a matrícula naquela oportunidade, a Recorrida permaneceu no curso,
concluindo a matéria subseqüente, pelo que se impõe a aplicação da Teoria do Fato
Consumado consagrada pela jurisprudência maciça do E. STJ. (REsp 837.580/MG, Rel. Ministro
LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 15/05/2007, DJ 31/05/2007, p. 372)

VAMOS ÀS ALTERNATIVAS

A alternativa (A) está INCORRETA: pelo contrário, a atitude correta para forçar o pagamento do
valor em aberto seria pelo procedimento de cobrança (notificação + ação de cobrança).
Ademais, são proibidas a suspensão de provas escolares, a retenção de documentos escolares
ou a aplicação de quaisquer outras penalidades pedagógicas por motivo de inadimplemento
conforme entendimento do C. STJ

A alternativa (B) está INCORRETA:conforme o artigo 187 do CC/02, configura ato ilícito o abuso
de direito e, portanto, é sim indenizável nos termos do artigo 927 do CC/02

A alternativa (C) está CORRETA: nos termos do artigo 187 do CC/02 comete ato ilícito aquele
que tem o direito mas, ao exercê-lo, extrapola os limites. Como a atitude da escola prejudicou
o aluno Bruno, a escola cometeu ato ilícito e, portanto, deverá indenizá-lo

A alternativa (D) está INCORRETA: conforme explicado, para o reconhecimento da teoria do


abuso de direito não é imprescindível que o agente tenha a intenção de prejudicar terceiro,
bastando que exceda manifestamente os limites impostos pela finalidade econômica ou social,
pela boa-fé ou pelos bons costumes

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