Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. A Seção de Direito Público do STJ, ao interpretar o referido dispositivo, entende que a sua
aplicação têm como destinatários os pais, tutores e guardiães quando descumprem
determinação do juiz ou do Conselho Tutelar, não podendo a regra impositiva recair sobre
quem não exerça tais poderes, como no caso particular dos autos, o Senhor Secretário
Municipal.
(REsp 847.588/SC, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/09/2008,
DJe 21/10/2008)
1. Ação de responsabilidade interposta pelo Ministério Público em desfavor dos pais de menor
com fulcro no artigo 249 do Estatuto da Criança e do Adolescente por descumprimento do
dever de fiscalizar sua freqüência no ensino fundamental.
25) Assim, máxima vênia de quem defende tese diversa, não se pode oportunizar a posterior
produção de tal prova, ou transferi-la para a responsabilidade do julgador." 5. Recurso especial
não conhecido.
(REsp 759.758/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 22/05/2007, DJ
21/06/2007, p. 280)
2. Assim, tem-se que a ação do Juiz no sentido de colmatar desvios tanto no âmbito da ação
estatal, quanto no âmbito familiar, seja por ato próprio da criança ou do adolescente, como
também no domínio da sociedade deve, necessariamente, ser pautada pela precisa
identificação de situação concreta de ameaça ou violação de direitos, notadamente em se
tratando da medida de proteção que impõe o acolhimento institucional, por ser esta orientada
pelo caráter da excepcionalidade e da provisoriedade, nos termos do que dispõe o § 1º do art.
101 do ECA.
4. Nesse diapasão, verifica-se que a decisão de acolhimento do infante fulcrou-se tão somente
nos argumentos apontados pelo Parquet estadual de que houve adoção irregular mediante
fraude no registro civil, sem, contudo, arrolar quaisquer evidências de que a criança estivesse
em situação de perigo físico ou psíquico ao conviver com o pai e a sua companheira.
5. A esse respeito, não se pode olvidar que o registro civil é dotado de fé pública e, até prova
em contrário, impõe presunção de verdade em favor de suas declarações, de onde se conclui
que a declaração do pai, ao reconhecer e registrar o filho, não pode ser elidida por simples
argumentações e conjecturas acerca de sua autenticidade sob o ponto de vista da paternidade
biológica. Mais do que isso, assim deve ser tal conclusão, pois é a que melhor prestigia o
interesse da criança de ter reconhecida a sua paternidade, bem como de ter um lar e convívio
familiar.
6. Por óbvio, essa presunção pode ser elidida por meio de prova idônea, a exemplo do teste de
DNA. Todavia, até que se ultime a contraprova para verificar a paternidade biológica do pai
registral do infante, não se pode concluir que a suposta adoção irregular, mediante fraude no
registro civil, importe, por si só, em risco à integridade física ou psíquica do infante. Isso
porque, utilizando-se a técnica do art. 98 do ECA que impõe a aplicação de medidas de
proteção nas situações que especifica , não se prescinde, concretamente, da evidência de
quaisquer situações de ameaça ou violação de direitos tutelados naquele diploma.
10. As questões suscitadas nesta Corte na presente via não infirmam a necessidade de efetiva
instauração do processo de adoção, que não pode ser descartado pelas partes. Na ocasião,
será imperiosa a realização de estudo social e aferição das condições morais e materiais para a
adoção da criança. Entretanto, não vislumbro razoabilidade na transferência da sua guarda
primeiro a um abrigo e depois a outro casal cadastrado na lista geral , sem que se desatenda
ou ignore o real interesse do menor, com risco de danos irreparáveis à formação de sua
personalidade na fase mais vulnerável do ser humano.
(HC 468.691/SC, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
12/02/2019, DJe 11/03/2019)
Portanto, devem-se afastar medidas que, embora prima facie pareçam atender ao caráter de
proteção da norma, diante do caso concreto, revelam-se como excessivo formalismo a
aviltar o melhor interesse da criança de conviver em um lar estabelecido.
1. Nos termos do art. 227 da CF, a proteção das crianças e dos adolescentes constitui
obrigação da sociedade e dos Poderes Públicos, os quais devem pautar suas decisões na
concretização desta imposição legal.
3. In casu, verifica-se que o benefício foi concedido ao recorrido para fins de possibilitar a
entrada no estabelecimento prisional de seus enteados de 05 (cinco) e 09 (nove) anos de
idade, situação a qual faz concluir pela indiscutível prejudicialidade da medida ao pleno
desenvolvimento psíquico destas crianças que, em ambiente indiscutivelmente impróprio para
sua formação, estarão em constante risco de dano à sua integridade.
(REsp 1744758/RS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 09/10/2018, DJe
17/10/2018)