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DEFENSORIA PÚBLICA

DO ESTADO DO PARÁ
ENTRÂNCIA ESPECIAL
Travessa São Francisco, nº 427 – Batista Campos
CEP 66.015-020 – Belém – Pará – Brasil
Fone: (91) 3201-2700

EXCELENTÍSSIMO SR. DESEMBARGADOR PRESIDENTE DA SEÇÃO DE DIREITO


PENAL DO E. TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARÁ
Proc. nº 0807993-31.2022.8.14.0000

A DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO PARÁ, através da Entrância


Especial, Órgão de atuação neste Tribunal, Turmas Recursais dos Juizados Especiais e nos Tribunais
Superiores, na pessoa do Defensor Público que abaixo subscreve, nos autos do Habeas Corpus
impetrado em favor de ANNA CAROLYNA TAVARES BARROS ALMEIDA, já qualificada, vem
respeitosamente perante Vossa Excelência, com fundamento no art. 105, inc. II, alínea ‘a’,1 da
Constituição Federal, art. 6672 do Código de Processo Penal, arts. 30 a 32 da Lei nº 8038/90 e art.
271 do Regimento Interno deste E. TJE/PA, interpor o presente RECURSO ORDINÁRIO com
pedido liminar, em vista da decisão do E. Tribunal de Justiça do Estado do Pará, contida no v.
Acórdão de Id 10303288, que denegou a ordem requerida.
Destarte, requer-se que o presente Recurso Ordinário seja admitido e regularmente
processado, sendo as razões anexas encaminhadas ao Colendo Superior Tribunal de Justiça.

São os termos em que pede e espera deferimento.


Belém, 5 de agosto de 2022.

ALEXANDRE MARTINS BASTOS


Defensor Público de Classe Especial
OAB/PA 11.107 – Matrícula 51855739

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Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: II – julgar, em recurso ordinário: a) os habeas corpus decididos em única ou última instância
pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;
2
Art. 667. No processo e julgamento do habeas corpus de competência originária do Supremo Tribunal Federal, bem como nos de recurso das
decisões de última ou única instância, denegatórias de habeas corpus, observar‑se‑á, no que lhes for aplicável, o disposto nos artigos anteriores,
devendo o regimento interno do tribunal estabelecer as regras complementares.

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RAZÕES DO RECURSO ORDINÁRIO
COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
EGRÉGIA TURMA JULGADORA
EMINENTES MINISTROS
Processo nº 0807993-31.2022.8.14.0000
Recorrente: ANNA CAROLYNA TAVARES BARROS ALMEIDA
Recorrido: JUSTIÇA PÚBLICA
DA ADMISSIBILIDADE E TEMPESTIVIDADE
O Recurso é plenamente admissível, eis que se revolta contra decisão denegatória
de habeas corpus proferida pelo E. Tribunal de Justiça do Estado do Pará – E. TJE/PA, nos termos do
art. 105, inc. II, alínea ‘a’, da Constituição Federal.

No mais, Excelência, o presente Recurso é tempestivo. Conforme se vê da movimentação


eletrônica, o sistema registrou ciência do v. Acórdão no dia 01/08/2022 (segunda-feira),
momento em que houve a efetiva ciência da decisão recorrida.

Sabe-se que nos termos do art. 128, inc. I, da LCF 80/1994 e do art. 56, inc. V, da LCE
54/2006, entre outras, é prerrogativa da Defensoria Pública, receber, mediante entrega dos autos com
vista, intimação pessoal em qualquer processo e grau de jurisdição ou instância administrativa,
contando-se-lhes em dobro todos os prazos, os quais começam a fluir apenas da data do recebimento
dos autos com vista no respectivo Órgão (STJ - AgRg no Ag nº 880448 MG 2007/0057346-0).

Destarte, uma vez iniciado o prazo no dia 02/08/2022 (terça-feira), contando-se


em dobro, ou seja, 10 (dez) dias, o prazo final para a interposição do presente Recurso Ordinário vai
até o dia 11/08/2022 (quinta-feira).

DA SINOPSE FÁTICA
Conforme se infere dos autos, trata-se de Habeas Corpus com pedido de liminar, contra
decisão do juízo de primeiro grau que manteve prisão preventiva, impetrado em favor da nacional
ANNA CAROLYNA TAVARES BARROS ALMEIDA, contra ato judicial do juízo da 12ª Vara Criminal
da Comarca de Belém-PA, porque MANTÉM A PRISÃO DA PACIENTE.

Relatou o impetrante que a paciente está cumprindo prisão preventiva, pela prática
delitiva capitulada no art. 157, §1º e §2º, VII, do CP, e que formulou ao juízo no dia 12/05/2022 pedido
de relaxamento da prisão preventiva da paciente, eis que não houve a realização de audiência de
custódia após transcorrida 24 (vinte e quatro) horas.

O pedido foi indeferido sob o seguinte argumento:


“O procedimento adotado pelo Juízo Plantonista está em consonância com a
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça conforme se infere pelo
julgado transcrito, visto que a não realização de audiência de custódia não é
apta a ensejar, por si só, a ilegalidade da prisão preventiva, desde que
respeitadas as garantias processuais e constitucionais da pessoa presa, como
no caso em exame, em que o Juízo de Origem indicou em sua decisão a
respeito da inexistência de ofensa à integridade física da custodiada, cuja
verificação é um dos objetivos essenciais do ato em questão.”
Ocorre, contudo, que segundo o STF:
CUSTODIADO – INTEGRIDADE FÍSICA E MORAL – SISTEMA
PENITENCIÁRIO – ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO
FUNDAMENTAL – ADEQUAÇÃO. Cabível é a arguição de descumprimento
de preceito fundamental considerada a situação degradante das

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penitenciárias no Brasil. SISTEMA PENITENCIÁRIO NACIONAL –
SUPERLOTAÇÃO CARCERÁRIA – CONDIÇÕES DESUMANAS DE
CUSTÓDIA – VIOLAÇÃO MASSIVA DE DIREITOS FUNDAMENTAIS –
FALHAS ESTRUTURAIS – ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL –
CONFIGURAÇÃO. Presente quadro de violação massiva e persistente de
direitos fundamentais, decorrente de falhas estruturais e falência de políticas
públicas e cuja modificação depende de medidas abrangentes de natureza
normativa, administrativa e orçamentária, deve o sistema penitenciário
nacional ser caraterizado como “estado de coisas inconstitucional”. FUNDO
PENITENCIÁRIO NACIONAL – VERBAS – CONTINGENCIAMENTO. Ante
a situação precária das penitenciárias, o interesse público direciona à
liberação das verbas do Fundo Penitenciário Nacional. AUDIÊNCIA DE
CUSTÓDIA – OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA. Estão obrigados
juízes e tribunais, observados os artigos 9.3 do Pacto dos Direitos
Civis e Políticos e 7.5 da Convenção Interamericana de Direitos
Humanos, a realizarem, em até noventa dias, audiências de
custódia, viabilizando o comparecimento do preso perante a
autoridade judiciária no prazo máximo de 24 horas, contado do
momento da prisão. (ADPF 347 MC, Relator(a): MARCO AURÉLIO,
Tribunal Pleno, julgado em 09/09/2015, PROCESSO ELETRÔNICO
DJe-031 DIVULG 18-02-2016 PUBLIC 19-02-2016) (grifou-se)
Argumentando o juízo a quo que: a não realização de audiência de custódia por causa de
dificuldade técnica para a transmissão de audiência por videoconferência violou direito fundamental
da paciente, reconhecido em tratado internacional de direitos humanos, conforme ADPF 347 MC.

Na Decisão de Id 9774933 o pedido de liminar foi indeferido, constando manifestação do


Ministério Público pela denegação da ordem (Id 9774933).

Em 19/07/2022, a ordem foi denegada pelo E. TJE/PA, tecnicamente apontado


como autoridade coatora, o qual não reconheceu a ilegalidade apontada, corporificando o
v. Acórdão de Id 10303288, cuja ementa é a seguinte:
EMENTA: HABEAS CORPUS LIBERATÓRIO. ART. 157, §1º e §2º, VII DO CÓDIGO
PENAL.1. PLEITO DE RELAXAMENTO DA PRISÃO PREVENTIVA PELA NÃO
REALIZAÇÃO DA AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA. MERA IRREGULARIDADE. A não
realização da audiência de custódia não enseja nulidade da prisão preventiva, vez que
a prisão em flagrante da paciente foi convertida em custódia preventiva por
autoridade judiciária, observadas as outras garantias processuais e constitucionais, o
que supera a necessidade da audiência de custódia, pois será o novo título (prisão
preventiva) que vai merecer o exame da legalidade e necessidade. Assim, ante a
periculosidade da agente e pelo modus operandi do delito, somada às demais
circunstâncias da prisão, entendo que são fatores que demonstram que a manutenção
da prisão preventiva se encontra justificada sendo realmente necessária para
preservar a ordem pública e, consequentemente, acautelar o meio social, nos termos
da lei processual penal. ORDEM CONHECIDA E DENEGADA.
Ocorre que, ao manter tal Decisão, o E. Tribunal de Justiça do Estado do Pará
claramente incorreu em ilegalidade. Desse modo, em homenagem à garantia Constitucional
prevista no art. 5º, inc. LXVIII é de extrema necessidade que essa Nobre Corte Superior proceda com a
análise do evidente constrangimento ilegal que o paciente se encontra submetido, passível de ser
sanado mediante a concessão do presente habeas corpus.

DO DIREITO
DA ILEGALIDADE DA PRISÃO PELA NÃO REALIZAÇÃO DE AUDIÊNCIA DE
CUSTÓDIA. ENTENDIMENTO PACÍFICO DO STF HC nº 130328/SC. PATENTE
DESCUMPRIMENTO DO DECIDIDO NA RECLAMAÇÃO nº 29303 DO STF.

No que concerne a plausibilidade do direito invocado, observa-se que o STF no HC nº


130328/SC, já decidiu que razões de ordem administrativa não podem ser invocadas

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como argumento para impedir que o defendido exerça seu direito de presença e de
audiência, como corolários do devido processo legal.

No caso concreto, o juízo plantonista deixou de exercer a audiência de custódia,


alegando que em vista da dificuldade técnica para a transmissão de audiência por
videoconferência.Tal fato, com as devidas vênias, não elide o dever do juízo de realizar a audiência
de custódia no dia subsequente, o que até o presente momento ainda não foi realizada.

No tocante ao perigo da demora da prestação jurisdicional, é inadmissível que não tenha


ocorrido a audiência de custódia, na medida em que, apenas da análise do auto de prisão em
flagrante, o juízo não terá condições de avaliar se houve algum caso de tortura,
maus-tratos ou agressão com o preso.

Assim, resta claro que essa decisão do juízo plantonista desrespeitou a autoridade da
decisão do STF tomada na ADPF 347, que determinou que pessoas privadas de liberdade sejam
apresentadas para audiência de custódia em até 24 horas. A requerente não teve a garantia de
ser apresentada a um juiz de direito em 24 horas de sua prisão.

Como sabido, a realização de audiência de custódia é direito subjetivo do


flagranteado, sendo relevante ato processual instrumental à tutela de direitos
fundamentais, servindo para evitar o encarceramento desnecessário de pessoas que, ainda que
tenham cometido delitos, não devam permanecer presas durante o processo.

É certo também que ser notório mecanismo a resguardar a integridade física e


moral dos presos, coibindo práticas de tortura, e que consolidam o direito ao acesso à justiça,
ao devido processo e à ampla defesa, desde o momento inicial da persecução penal.

Destaca-se que, durante a sua realização do referido ato, o Juízo responsável pela
ordem prisional tem possibilidade de avaliar a persistência dos fundamentos que
motivaram a sempre excepcional restrição ao direito de locomoção, bem assim a
ocorrência de eventual tratamento desumano ou degradante, inclusive, em relação aos
possíveis excessos na exposição da imagem do custodiado durante o cumprimento da
ordem prisional.

É portanto, instrumento relevante para a pronta aferição de circunstâncias


pessoais do preso, as quais podem desbordar do fato tido como ilícito e produzir
repercussão na imposição ou no modo de implementação da medida menos gravosa,
como também conhecer de diversas condições pessoais, como gravidez, doenças graves,
idade avançada, imprescindibilidade aos cuidados de terceiros, entre outros, constituem
aspectos que devem ser prontamente examinados, na medida em que podem interferir, ou não, na
manutenção da medida prisional (art. 318, CPP), sendo que nesses casos, aliás, podem influenciar, a
depender de cada caso, até mesmo as prisões de natureza penal (art. 117, LEP).

O argumento é que: a não realização de audiência de custódia por causa de


dificuldade técnica para a transmissão de audiência por videoconferência violou direito
fundamental da paciente, reconhecido em tratado internacional de direitos humanos,
conforme ADPF 347 MC.

Ademais, o entendimento do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que é


ilegal a prisão decorrente da conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva
quando não se realiza audiência de custódia, veja-se:

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EMENTA: 1. "Habeas corpus". Audiência de custódia (ou de apresentação) não
realizada. A realização da audiência de custódia (ou de apresentação)
como direito subjetivo da pessoa submetida a prisão cautelar. Direito
fundamental reconhecido pela Convenção Americana de Direitos Humanos (Artigo 7,
n. 5) e pelo Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos (Artigo 9, n. 3). (...) A
ausência da realização da audiência de custódia (ou de apresentação), tendo
em vista a sua essencialidade e considerando os fins a que se destina, qualifica-se
como causa geradora da ilegalidade da própria prisão em flagrante, com
o consequente relaxamento da privação cautelar da liberdade individual
da pessoa sob poder do Estado. Magistério da doutrina: AURY LOPES JR.
("Direito Processual Penal", p. 674/680, item n. 4.7, 17ª ed., 2020, Saraiva),
GUSTAVO HENRIQUE BADARÓ ("Processo Penal", p. 1.206, item n. 18.2.5.5, 8ª ed.,
2020, RT), RENATO BRASILEIRO DE LIMA ("Manual de Processo Penal", p.
1.024/1.025, 8ª ed., 2020, JusPODIVM) e RENATO MARCÃO ("Curso de Processo
Penal", p. 778/786, item n. 2.12, 6ª ed., 2020, Saraiva)." (STF MC em HC 186421 -
SC, MIN. CELSO DE MELO. 17/07/2020
Por fim, era dever do Douto Juízo plantonista, também, o cumprimento integral e
imediato da decisão do Supremo Tribunal Federal, extensiva a todos os Tribunais do
Brasil, datada do dia 15.12.2020, nos autos da Reclamação Constitucional nº 29303, por
ser medida garantidora dos direitos fundamentais, sendo defeso, na forma da lei, e deveras danoso
para o flagranteado o seu descumprimento.

Assim, pelas razões expendidas, requer seja reconhecida a ilegalidade da prisão


em comento, devendo a mesma ser relaxada, pois afronta, de uma só vez, não só, a legislação
federal e garantias fundamentais do flagranteado, mas, também, inobserva decisões da Suprema Corte
deste país a saber constantes da Rcl 29.303 e HC 186.421, ambos do STF

Destarte, resta claro constrangimento ilegal que está sofrendo a paciente, o que
enseja na reforma da decisão recorrida para cessar o constrangimento ilegal sofrido pela suplicante,
devendo ser afastada a ilegalidade apontada para o fim de garantir à mesmo o direito de
responder ao processo em liberdade.

DA NECESSIDADE DA LIMINAR
A Paciente é merecedora da concessão de medida liminar, pois a ilegalidade do
constrangimento a que está sendo submetida, com a privação de sua liberdade, reclama
a possibilidade da concessão do pedido em caráter liminar.

Sobre o tema, aproveitemos à lição de Alberto Silva Franco:


É evidente, assim, que apesar da tramitação mais acelerada do remédio
constitucional, em confronto com as ações previstas no ordenamento processual
penal, o direito de liberdade do cidadão é passível de sofrer flagrante coarctação ilegal
e abusiva. Para obviar tal situação é que, numa linha lógica inafastável, foi sendo
construído, pretoriamente, em nível de habeas corpus, o instituto da liminar, tomado
de empréstimo do mandado de segurança, que é dele irmão gêmeo. A liminar, em
habeas corpus, tem o mesmo caráter de medida de cautela, que lhe é atribuída do
mandado de segurança. (in Medida Liminar em Habeas Corpus, Revista Brasileira de
Ciências Criminais, Ed. RT, número especial de lançamento).
Inelutável, portanto, in casu, a presença dos requisitos para a concessão da medida. O
fumus boni iuris (por tudo que se expôs) e, sobretudo, o periculum in mora, a ameaça de prisão
do Paciente, por falta de motivo idôneo.

Presentes, pois, o eventus damni e o periculum in mora que autorizam a concessão de


Medida Liminar, postula-se provisão jurisdicional de urgência para o fim de RELAXAR A
PRISÃO da recorrente, com fundamento no artigo 5º, LXV da CF, tudo para que se afaste
providência demeritória e de constrangimento que, no julgamento do mérito, será conjurada pela
concessão definitiva do presente writ. É o que, respeitosamente, se deixa requerido.

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DOS PEDIDOS FINAIS
Ante todo o exposto, espera o Recorrente que este Augusto Superior Tribunal de Justiça,
com a sabedoria e o senso de Justiça que lhe são inerentes, por seu digno Relator:

a) conceda, inaudita altera pars, LIMINAR em favor do paciente, determinado o


relaxmento da prisão da recorrente, com a expedição do valioso ALVARÁ DE SOLTURA,
a fim de cessar o patenteado constrangimento ilegal que incide sobre sua liberdade ambulatória; e

b) por fim, respeitosamente espera o recorrente que, após as formalidades e trâmites


legais, conheça do Recurso e, no mérito, lhe dê provimento para o fim de que, acolhendo
os argumentos apresentados, definitivamente, seja concedida a ORDEM.

São os termos em que pede e espera deferimento.


Belém, 8 de agosto de 2022.

ALEXANDRE MARTINS BASTOS


Defensor Público de Classe Especial
OAB/PA 11.107 – Matrícula 51855739

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