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TJ-CE - Agravo de Execução Penal: EP 238915320188060171 Acopiara

Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 17/08/2022

PENAL. PROCESSUAL PENAL. AGRAVO DE EXECUÇÃO PENAL. RECURSO DEFENSIVO. PLEITO DE REFORMA
DA DECISÃO CONCESSÓRIA DE PRISÃO DOMICILIAR CULMINADA COM MONITORAMENTO ELETRÔNICO
EM REGIME ABERTO A SER CUMPRIDO PELO AGENTE. PEDIDO PELA RETIRADA DA TORNOZELEIRA
ELETRÔNICA. PLEITO CONCEDIDO. PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA. INEXISTÊNCIA DE
ASPECTOS JUSTIFICADORES DA MANUTENÇÃO DO MONITORAMENTO. BOM COMPORTAMENTO DO
AGENTE RECONHECIDO PELO MAGISTRADO. NECESSIDADE DE FUNDAMENTAÇÃO PARA JUSTIFICAR A
EXCEPCIONALIDADE DA RESTRIÇÃO. AUSÊNCIA DE PERICULUM LIBERTATIS. RESTRIÇÃO EM
DESCONFORMIDADE COM OS PARÂMETROS DA RAZOABILIDADE E DA PROPORCIONALIDADE.
DETERMINAÇÃO PELA RETIRADA DA TORNOZELEIRA ELETRÔNICA. AGRAVO CONHECIDO E PROVIDO. 1.
Trata-se de Agravo em Execução interposto por José Marques de Oliveira em desfavor de decisão
proferida pelo Juízo da 1ª Vara de Execução Penal da Comarca de Acopiara, que concedeu prisão
domiciliar ao apenado sob o cumprimento da fiscalização com o uso da tornozeleira eletrônica. 2. Aduz
o agravante que a manutenção do monitoramento eletrônico do apenado no regime aberto não se
compatibiliza com as perspectivas esperadas pela progressão para esse regime. Sob o argumento de que
esse posicionamento subverte a lógica do cumprimento progressivo de pena previsto na LEP , haja vista
seguir o apenado na condição de monitoramento da mesma forma que alguns indivíduos beneficiados
com tal aspecto mesmo em regime semiaberto, o requerente dispõe que não há previsão legal para o
uso da tornozeleira eletrônica nos casos de regime semiaberto. Alega, ainda, que a continuidade desse
instrumento fiscalizatório compromete o principal objetivo do regime aberto, qual seja, a reinserção do
apenado na sociedade, pois resta comprometida tal integração com a permanência do sistema
segregador da tornozeleira eletrônica. Da mesma forma, reforça a ausência do periculum libertatis, de
forma que se conclui pela inadequação da medida. 3. Não obstante a Portaria nº 04/2019, expedida pelo
Juízo da 1º Vara de Acopiara, que tem por objetivo uniformizar a situação dos apenados entre si naquela
comarca, na qual todos os presos que cumprem pena no regime domiciliar utilizam o monitoramento
eletrônico, não se verificam, na decisão do magistrado da Execução Penal, peculiaridades do caso
concreto a ensejarem a discricionaridade do juiz no sentido de determinar condições específicas além
das dispostas de forma geral e obrigatória em lei, conforme o art. 115 da LEP . 4. A Constituição Federal ,
em seu art. 5º , inciso XLVI , consagra a individualização da pena como direito fundamental do indivíduo,
de modo que a pena deve ser individualizada nos planos legislativo, judiciário e executório, evitando-se
a padronização da sanção penal, haja vista esta variar de acordo com as circunstâncias de cada caso
concreto. 5. Não são demonstradas razões, no caso concreto, a justificarem a aplicação do
monitoramento eletrônico, mesmo em prisão domiciliar no regime aberto. O juiz limita-se a
fundamentar a referida restrição à Portaria expedida e aplicada à Comarca de Acopiara, sem mencionar
eventuais peculiaridades do cenário factual que ensejem tal medida, o que fere o princípio da
individualização da pena, vez que se aplica uma condição a todos os apenados em situações executórias
semelhantes sem, em contrapartida, analisar os pormenores do processo de cada agente. 6. Nessa
seara, a imposição do uso de tornozeleira eletrônica no caso em questão demonstra-se como uma
medida exagerada, que obsta a progressiva da reintegração do apenado em sociedade. Ferindo a
individualização da pena, haja vista inexistir motivos para a determinação de tal restrição, a vigilância
eletrônica, nesse caso, acaba por desrespeitar à dignidade da pessoa a que está submetida a tal
observação. 7. O art. 36 do Código Penal aponta ser o regime aberto baseado na autodisciplina e senso
de responsabilidade do condenado, de modo que permite, fora do estabelecimento e sem vigilância, o
trabalho, a frequência em curso ou o exercício de atividades autorizadas por parte do apenado. Nesse
diapasão, se o magistrado possibilitou tal conjuntura ao agente, considerando o comportamento que
não impede o benefício à progressão de regime, não se configura coerente a imposição de medidas que
mitiguem a formação da autodisciplina e do senso de responsabilidade do apenado. 8. Há entendimento
nas Cortes Superiores que se posicionam no sentido de inexistir ilegalidade na monitoração eletrônica
junto à prisão domiciliar no regime aberto a ser cumprido pelo agente, vez que a possibilidade de
recolhimento domiciliar configura-se medida alternativa às hipóteses em que se verifica a ausência de
vaga em casas de albergado ou outros estabelecimentos adequados, sendo o monitoramento eletrônico
um meio a mais para auxiliar na fiscalização da execução da pena. Todavia, como também é possível
denotar-se, a imposição da referida restrição afigura-se como medida excepcional a ser justificada a
depender das circunstâncias do caso concreto. Precedentes 9. Ademais, a tornozeleira eletrônica
materializa-se como medida cautelar, subsistindo-se tão somente quando presentes os requisitos
inerentes à aplicação de eventuais restrições, quais sejam, o fumus comissi delicti e o periculum
libertatis. Ausentes estes aspectos, a medida de monitoração pode ser revogada, consoante o art. 146-D
da Lei de Execução Penal . 10. Portanto, a medida de imposição da monitoração eletrônica encontra-se
em desconformidade com os parâmetros da razoabilidade, da proporcionalidade e da adequação,
vislumbrando-se, no caso em questão, uma incompatibilidade da restrição imposta com o regime ao
qual está submetido o apenado. 11. Recurso conhecido e provido. ACÓRDÃO: Vistos, relatados e
discutidos estes autos, acordam os Desembargadores da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do
Estado do Ceará, por unanimidade, em conhecer do Agravo em Execução interposto para dar-lhe
provimento, determinando a retirada da tornozeleira eletrônica do apenado, tudo nos termos do voto
da relatora. Fortaleza, 16 de agosto de 2022. DESEMBARGADORA LÍGIA ANDRADE DE ALENCAR
MAGALHÃES Relatora

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TJ-MT - HABEAS CORPUS CRIMINAL: HC 10131777020198110000 MT

Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 03/10/2019

EMENTA HABEAS CORPUS – TRÁFICO DE DROGAS – PEDIDO DE RETIRADA DE TORNOZELEIRA


ELETRÔNICA – MEDIDAS CAUTELARES IMPOSTAS EM DECORRÊNCIA DA APREENSÃO DE
MEDICAMENTOS DE USO CONTROLADOS [ANTIDEPRESSIVOS, EMAGRECEDORES E ANABOLIZANTES] –
SUBSTÂNCIAS APREENDIDAS SEM EXPRESSIVA POTENCIALIDADE LESIVA – ENTENDIMENTO DO STJ –
PACIENTE PRIMÁRIO, COM BONS ANTECEDENTES, RESIDÊNCIA CERTA E PROFISSÃO LÍCITA – INQUÉRITO
POLICIAL TRAMITA HÁ MAIS DE 7 (SETE) MESES SEM PREVISÃO DE ENCERRAMENTO – INVESTIGAÇÃO
CONDICIONADA À PERÍCIA TÉCNICA – USO DA TORNOZELEIRA ELETRÔNICA, EM SEDE DE PRISÃO
PREVENTIVA, EXCEPCIONAL – ORIENTAÇÃO DO STJ – MEDIDA CAUTELAR DESARRAZOADA – AVALIAÇÃO
DE MARGEM DE INVASÃO SOBRE A ESFERA PRIVADA DO ACUSADO DE MANEIRA RAZOÁVEL -
PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE, DA PROPORCIONALIDADE E DA PONDERAÇÃO – LIÇÃO – RETIRADA DE
TORNOZELEIRA QUE SE IMPÕE – MANUTENÇÃO DAS DEMAIS MEDIDAS CAUTELARES ALTERNATIVAS –
DECISÕES DO TJMT – ORDEM CONCEDIDA PARA DETERMINAR A RETIRADA DA TORNOZELEIRA
ELETRÔNICA DO PACIENTE. O uso da tornozeleira eletrônica, em sede de prisão preventiva, somente
deve ser imposto se houver fundados receios de fuga do paciente ou “necessidade de monitorar todos
os seus passos” (STJ, HC nº 508.635/PR ). Sopesadas as naturezas das substâncias apreendidas
[antidepressivos, emagrecedores e anabolizantes], os predicados pessoais do paciente, as diligências
pendentes para a conclusão da investigação e excepcionalidade do monitoramento eletrônico, a
manutenção dessa medida cautelar mostra-se desarrazoada. O Estado, para impor a utilização de
tornozeleira eletrônica, deve avaliar, em nome da segurança coletiva, a margem de invasão sobre a
esfera privada do acusado de maneira razoável, “levando em conta os princípios da razoabilidade, da
proporcionalidade e da ponderação” (DIAS, Kauê Pontes. O monitoramento eletrônico dos presos:
alternativa ao sistema carcerário brasileiro sob a égide dos direitos fundamentais. Fortaleza, 2014.
Disponível em: . Acesso em: 30.9.2019). “[...] não há elementos concretos que demonstrem a
necessidade da manutenção do uso da vigilância eletrônica, haja vista que as outras medidas cautelares
que foram aplicadas ao peticionante se mostram condizentes para assegurar a aplicação da lei penal.”
(TJMT, N.U 1002886-11.2019.8.11.0000 )

TJ-MT - 10109665620228110000 MT

Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 21/08/2022

PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL AGRAVO DE EXECUÇÃO PENAL (413) Nº 1010966-56.2022.8.11. 0000


AGRAVANTE: CLODOALDO TORRE DE OLIVEIRA AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO
GROSSO EMENTA AGRAVO EM EXECUÇÃO – REEDUCANDO NO REGIME SEMIABERTO –
MONITORAMENTO POR TORNOZELEIRA ELETRÔNICA COMO CONDIÇÃO PARA CUMPRIMENTO DA PENA
– DESNECESSIDADE – AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA QUE JUSTIFIQUE A UTILIZAÇÃO DO
ARTEFATO – RECURSO PROVIDO, EM DISSONÂNCIA COM O PARECER MINISTERIAL. A tornozeleira
eletrônica não pode ser utilizada unicamente como meio de fiscalização das condições impostas ao
reeducando no regime semiaberto, exigindo fundamentação concreta que justifique a imposição do uso
do artefato. Precedentes.

STJ - HABEAS CORPUS: HC 351273 CE 2016/0066419-9

Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 09/02/2017

PENAL E PROCESSUAL. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO. NÃO CONHECIMENTO. EXECUÇÃO.


MONITORAMENTO ELETRÔNICO MEDIANTE USO DE TORNOZELEIRA. PEDIDO DE RETIRADA DO
EQUIPAMENTO POR DESNECESSIDADE. INDEFERIMENTO PELO JUÍZO DAS EXECUÇÕES SEM
FUNDAMENTO CONCRETO. HISTÓRICO FAVORÁVEL. RECOMENDAÇÃO DO MPF E DO MPE PELA
RETIRADA DO EQUIPAMENTO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. HC NÃO CONHECIDO.
ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 1. Ressalvada pessoal compreensão diversa, uniformizou o Superior
Tribunal de Justiça ser inadequado o writ em substituição a recursos especial e ordinário, ou de revisão
criminal, admitindo-se, de ofício, a concessão da ordem ante a constatação de ilegalidade flagrante,
abuso de poder ou teratologia. 2. Ainda que o monitoramento eletrônico, com a colocação de
tornozeleiras, se constitua em alternativa tecnológica ao cárcere, a necessidade de sua manutenção
deve ser aferida periodicamente, podendo ser dispensada a cautela em casos desnecessários.
Inteligência do art. 146-D da LEP : a monitoração eletrônica poderá ser revogada quando se tornar
desnecessária ou inadequada. 3. A simples afirmação de que o monitoramento é medida mais acertada
à fiscalização do trabalho externo com prisão domiciliar deferido ao apenado em cumprimento de pena
de reclusão no regime semiaberto, sem maiores esclarecimentos acerca do caso concreto, não constitui
fundamento idôneo para justificar o indeferimento do pleito, sobretudo quando o apenado apresenta
histórico favorável, com manifestação dos Ministérios Público Federal e Estadual pela retirada do
equipamento. 4. Assim como tem a jurisprudência exigido motivação concreta para a incidência de
cautelares durante o processo criminal, a fixação de medidas de controle em fase de execução da pena
igual motivação exigem, de modo que a incidência genérica - sempre e sem exame da necessidade da
medida gravosa - de tornozeleiras eletrônicas não pode ser admitida. 5. Habeas corpus não conhecido,
mas concedida a ordem de ofício para determinar seja sustada a exigência de monitoramento
eletrônico, ressalvada nova e justificada decisão determinadora dessa ou de outras medidas paralelas de
controle da execução penal.

TJ-CE - Habeas Corpus: HC 6332948820198060000 CE 0633294-88.2019.8.06.0000

Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 07/04/2020

HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL.. ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, ROUBO MAJORADO,


RECEPTAÇÃO QUALIFICADA E ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO AUTOMOTOR.
REVOGAÇÃO DA MEDIDA CAUTELAR REFERENTE AO MONITORAMENTO ELETRÔNICO. VERIFICADO
AFRONTA A RESOLUÇÃO Nº 213/2015 DO CNJ. CONFIGURADO EXCESSO DE PRAZO EM QUE PERDURA O
USO DA TORNOZELEIRA ELETRÔNICA. INSTRUÇÃO NÃO INICIADA. REVOGAÇÃO DA MONITORAÇÃO
ELETRÔNICA E MANUTENÇÃO DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES APLICADAS. ORDEM CONHECIDA
CONCEDIDA. RATIFICAÇÃO DA LIMINAR. 1.Constata-se, no caso, que a autoridade judiciária a quo não
estabeleceu prazos para a reavaliação da necessidade e adequação das medidas cautelares, mormente a
que ora se questiona, qual seja, o uso da tornozeleira eletrônica, fixando apenas período incerto para o
cumprimento da medida, determinada "até o julgamento dos autos principais", ou seja, data futura e
incerta em flagrante afronta aos artigos 9º e 10º da Resolução n.º 213/2015 do colendo Conselho
Nacional de Justiça. 2.Evidencia-se que o paciente vem cumprindo há 1 (um) ano e 7 (sete) meses as
medidas cautelares alternativas ao cárcere, dentre elas a monitoração eletrônica, e sequer iniciada a
instrução. Ademais, não se vislumbra atitudes desabonadores por parte do acusado, ora paciente, que
lhe sejam prejudiciais, passíveis de obstar a revogação do monitoramento eletrônico. Com efeito, é
patente o abuso de poder praticado pela autoridade impetrada, porquanto a imposição da utilização de
tornozeleira eletrônica, revelou-se desproporcional ao caso concreto. 3. Ordem conhecida e concedida,
confirmando-se o deferimento liminar. ACÓRDÃO Acordam os integrantes da Terceira Câmara Criminal
deste Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, por unanimidade da Turma, em conhecer do writ
para conceder a ordem, para, no mérito, conceder a ordem impetrada, de forma a revogar a medida
cautelar de monitoramento eletrônico imposta ao paciente, mantendo as outras medidas cautelares,
confirmando a liminar, nos termos do voto da Relatoria. Fortaleza/CE, 07 de abril de 2020. Francisco
Lincoln Araújo e Silva Presidente do Órgão Julgador Marlúcia de Araújo Bezerra Relatora

STJ - RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS: RHC 102133 PI 2018/0214658-9

Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 12/12/2018

PROCESSO PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ROUBO MAJORADO. MEDIDAS


CAUTELARES. DESCUMPRIMENTOS REITERADOS. ROMPIMENTO DA TORNOZELEIRA ELETRÔNICA.
PRÁTICA DE NOVO DELITO APÓS A CONCESSÃO DA LIBERDADE PROVISÓRIA. PRISÃO PREVENTIVA.
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA E DA INSTRUÇÃO CRIMINAL. RISCO DE REITERAÇÃO CRIMINOSA.
FUNDAMENTOS VÁLIDOS. RECURSO DESPROVIDO. 1. A validade da segregação cautelar está
condicionada à observância, em decisão devidamente fundamentada, aos requisitos insertos no art. 312
do Código de Processo Penal , revelando-se indispensável a demonstração de em que consiste o
periculum libertatis. 2. No caso, a prisão preventiva está justificada, pois a decisão que a impôs fez
referência aos reiterados descumprimentos das medidas cautelares diversas da prisão impostas ao
recorrente à época da concessão da liberdade provisória, especialmente o rompimento da tornozeleira
eletrônica, assim como à prática de novo delito pouco tempo depois da concessão da referida benesse.
Mostra-se inequívoco, dessa forma, o risco de que, solto o recorrente volte a praticar novos delitos e
coloque em risco a ordem pública e a instrução criminal. 3. O descumprimento de medidas cautelares
constitui fundamento idôneo à decretação da prisão preventiva, nos termos dos arts. 282 , § 4º , e 312 ,
parágrafo único , do Código de Processo Penal . Precedentes. 4. Recurso ordinário desprovido.

TJ-PR - PROCESSO CRIMINAL - Petição: PET 3942620098160113 PR 0000394-26.2009.8.16.0113


(Acórdão)

Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 16/12/2019

PROCESSO PENAL. RECURSO DE AGRAVO. DECISÃO QUE DECRETOU A REGRESSÃO DO REGIME


PRISIONAL AO FECHADO, ANTE O DESCUMPRIMENTO DAS CONDIÇÕES IMPOSTAS NO REGIME
SEMIABERTO HARMONIZADO (VIOLAÇÃO DA ÁREA DE INCLUSÃO E FINALIZAÇÃO DA CARGA DE BATERIA
DA TORNOZELEIRA ELETRÔNICA). INSURGÊNCIA DEFENSIVA. 1. ALEGAÇÃO DE AUSÊNCIA DE
INSTAURAÇÃO DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (PAD). SÚMULA Nº 533 , DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PROCEDIMENTO IMPRESINCÍVEL PARA HOMOLOGAÇÃO DE FALTA
DISCPLINAR NO ÂMBITO DA EXECUÇÃO DA PENA. DECISÃO OBJURGADA QUE SOMENTE REGREDIU O
REGIME PRISIONAL, NÃO HOMOLOGANDO QUALQUER INFRAÇÃO DISCIPLINAR. NÃO ACOLHIMENTO. 2.
PEDIDO DE RESTABELECIMENTO DO REGIME SEMIABERTO HARMONIZADO, COM ACOLHIMENTO DA
JUSTIFICATIVA DE QUE A TORNOZELEIRA ELETRÔNICA APRESENTAVA DEFEITO. INSPEÇÃO REALIZADA
NO EQUIPAMENTO REVELOU PERFEITO ESTADO DOS ALERTAS LUMINOSOS E DA BATERIA. NÃO
ACOLHIMENTO DA JUSTIFICATIVA. PECULIARIDADES DO CASO EM ESTUDO QUE PERMITEM CONCLUIR
QUE A REGRESSÃO AO REGIME FECHADO NÃO É MEDIDA SOCIALMENTE RECOMENDÁVEL. APENADO
QUE ESTÁ PRÓXIMO DE CUMPRIR A INTEGRALIDADE DA PENA E QUE NÃO APRESENTOU VIOLAÇÃO A
NENHUMA OUTRA CONDIÇÃO DO REGIME SEMIABERTO. REVOGAÇÃO DA MONITORAÇÃO ELETRÔNICA
QUE SE REVELA ADEQUADA E PROPORCIONAL À INFRAÇÃO COMETIDA. DECISÃO REFORMADA, PARA
REVOGAR O MONITORAMENTO ELETRÔNICO, RESTABELECENDO O REGIME SEMIABERTO PARA O
CUMPRIMENTO DO RESTANTE DA PENA.RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJPR - 3ª
C.Criminal - 0000394-26.2009.8.16.0113 - Marialva - Rel.: Desembargador Paulo Roberto Vasconcelos - J.
12.12.2019)

TJ-MT - Habeas Corpus: HC 1093926220188110000 MT

Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 08/05/2019

HABEAS CORPUS – LESÃO CORPORAL DE ÂMBITO DOMÉSTICO – LIBERDADE PROVISÓRIA – MEDIDAS


CAUTELARES DIVERSAS – INCONFORMISMO – PRETENDIDO AFASTAMENTO DO MONITORAMENTO
ELETRÔNICO – ALEGADA DESNECESSIDADE DA CAUTELAR DE MONITORAMENTO ELETRÔNICO –
VIABILIDADE – CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO CONCRETO A DESVELAREM SER PRESCINDÍVEL O USO DA
TORNOZELEIRA ELETRÔNICA – MANTIDAS AS DEMAIS MEDIDAS CAUTELARES – CONSTRANGIMENTO
ILEGAL CONFIGURADO – ORDEM CONCEDIDA. Descabe aplicar medida de monitoramento eletrônico
quando as circunstâncias do caso concreto não demonstrarem o efetivo periculum libertatis exigível de
mister à cautelar, máxime quando as demais medidas impostas cumulativamente apresentarem-se
hábeis a perfectibilizar os escopos normativos.

TJ-MT - HABEAS CORPUS CRIMINAL: HC 10151803220188110000 MT

Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 20/02/2019

HABEAS CORPUS – FURTO QUALIFICADO PELO CONCURSO DE PESSOAS E ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA –


MEDIDA CAUTELAR ALTERNATIVA [TORNOZELEIRA ELETRÔNICA] – DECISÃO NÃO FUNDAMENTADA,
ENDEREÇO CERTO E TRABALHO LÍCITO – PEDIDO DE RETIRADA DA TORNOZELEIRA ELETRÔNICA –
MEDIDA CAUTELAR JUSTIFICADA EM POSSÍVEL REITERAÇÃO – PACIENTES PRIMÁRIOS, COM ENDEREÇOS
CERTOS E TRABALHOS LÍCITOS – ELEMENTOS CONCRETOS NÃO EVIDENCIADOS – MONITORAMENTO
ELETRÔNICO INADEQUADO – SUBSTITUIÇÃO POR OUTRAS CAUTELARES – LIÇÃO DOUTRINÁRIA E
JULGADOS DO TJMT E TJMG – ORDEM CONCEDIDA PARCIALMENTE PARA SUBSTITUIR O USO DAS
TORNOZELEIRAS ELETRÔNICAS POR OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES. “Inexistindo dados que evidenciem
o real risco de reiteração criminosa ou o perigo concreto à efetividade do processo, impõe-se a [...]
aplicação de medidas cautelares diversas [...]”. (TJMT, HC nº 1004256-30.2016.8.11.0000 ) “Aliada à
provisoriedade, a medida cautelar detém, ainda, natureza revogável, aplicando-se a cláusula rebus sic
stantibus (enquanto as coisas permanecerem como estão), estabelecendo-se sua revogação sempre que
não mais se fizer necessária no caso concreto. Desse modo, considerando-se a transitoriedade ou
mutabilidade da situação ou circunstâncias que a ensejaram, ou seja, visto a possibilidade de alteração
desse quadro, elas podem ser revogadas, após nova e correspondente alteração fática.” (BONFIM,
Edilson Mougenot, Curso de processo penal. 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 477) A aplicação de
medida cautelar diversa da utilização de tornozeleira eletrônica é cabível, pois as circunstâncias do caso
e as condições pessoais dos pacientes demonstram ser suficiente, por ora, a substituição por outra
cautelar (TJMG, HC nº 1000013093486200 – Relator : Des. Antonio Carlos Cruvinel – 19.2.2014).

TJ-MT - HABEAS CORPUS CRIMINAL: HC 10128667920198110000 MT

Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 18/10/2019

EMENTA HABEAS CORPUS – TRÁFICO DE DROGAS, ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO E POSSE IRREGULAR
DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO – DECISÃO DE IMPOSIÇÃO DE MEDIDA CAUTELAR DE
MONITORAMENTO ELETRÔNICO – PEDIDO DE RETIRADA DE TORNOZELEIRA ELETRÔNICA – NULIDADE
POR AUSÊNCIA E FUNDAMENTAÇÃO [CF, ART. 93, IX] – DESCONSTITUIÇÃO – EXIGÊNCIA DE MOTIVAÇÃO
IDÔNEA E CONCRETA – PRECEDENTE DO STJ - ORDEM CONCEDIDA PARA DETERMINAR A RETIRADA DA
TORNOZELEIRA ELETRÔNICA. O c. STJ firmou premissa de que a medida alternativa de monitoramento
eletrônico exige motivação idônea e concreta, de modo que deve ser utilizada em caso de efetiva
necessidade e mediante devida fundamentação. (STJ, HC 441180/PR )

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TJ-MT - 10171895920218110000 MT

Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 27/10/2021

HABEAS CORPUS – TRÁFICO DE DROGAS – PRETENDIDA REVOGAÇÃO DA MEDIDA CAUTELAR REFERENTE


AO USO DE TORNOZELEIRA ELETRÔNICA EM RAZÃO DO SEU EXCESSO DE PRAZO – CONSTRANGIMENTO
ILEGAL CONFIGURADO – MONITORAMENTO ELETRÔNICO DO PACIENTE QUE PERDURA POR MAIS DE 10
MESES SEM NOTÍCIA DE DESCUMPRIMENTO – PEDIDO DEREVOGAÇÃO DA MEDIDA CAUTELAR
PENDENTE DE APRECIAÇÃO HÁ MAIS DE TRÊS MESES – MONITORAÇÃO ELETRÔNICA QUE NÃO SE
MOSTRA MAIS NECESSÁRIA – PEDIDO JULGADO PROCEDENTE, ORDEM CONCEDIDA PARA CONFIRMAR A
LIMINAR DEFERIDA. Deve ser afastada a medida de monitoramento eletrônico porquanto ficou
demonstrado o excesso de prazo da referida cautela, considerando que paciente está utilizando a
tornozeleira eletrônica há mais de 10 (dez) meses, havendo pedido de revogação da medida pendente
de apreciação há mais de três meses. Pedido julgado procedente, ordem concedida, liminar ratificada.

A Jurisprudência apresentada está ordenada por RelevânciaMudar ordem para Data


TJ-GO - Habeas Corpus: HC 5843975720198090000

Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 13/11/2019

HABEAS CORPUS. DESCUMPRIMENTO DE MEDIDAS PROTETIVAS. MEDIDA CAUTELAR DIVERSA DA


PRISÃO. USO DE TORNOZELEIRA ELETRÔNICA. NECESSIDADE CONCRETAMENTE DEMONSTRADA.
PREDICADOS PESSOAIS. AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 1- Não há ilegalidade na decretação
de liberdade provisória, condicionada à instalação de monitoramento eletrônico, quando demonstrado,
com base em fatos concretos, que a medida cautelar é necessária para assegurar a ordem pública e
garantir a execução das medidas protetivas. 2- A medida cautelar diversa da prisão preventiva, in casu, o
uso de tornozeleira eletrônica, revela-se adequada e suficiente para resguardar a ordem pública, em
face das circunstâncias do caso. ORDEM CONHECIDA E DENEGADA.

TJ-PR - PROCESSO CRIMINAL - Petição: PET 129668320208160030 PR 0012966-83.2020.8.16.0030


(Acórdão)

Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 22/09/2020

AGRAVO EM EXECUÇÃO. AGRAVANTE QUE ROMPE A TORNOZELEIRA ELETRÔNICA. APLICAÇÃO DA


FALTA GRAVE, COM REGRESSÃO DO REGIME SEMIABERTO HARMONIZADO PARA O FECHADO.
INSURGÊNCIA. DESCUMPRIMENTO DE CONDIÇÕES DO REGIME ESTATUÍDO. PEDIDO DE AFASTAMENTO
DA FALTA GRAVE E, SUBSIDIARIAMENTE, DE APLICAÇÃO DA PENALIDADE DA ADVERTÊNCIA E/OU
APENAS DO MONITORAMENTO. JUSTIFICATIVA NÃO ACOLHIDA. VIOLAÇÃO QUE CONFIGURA FALTA
GRAVE. DECISÃO ESCORREITA. RECURSO NÃO PROVIDO. (TJPR - 3ª C. Criminal - 0012966-
83.2020.8.16.0030 - Foz do Iguaçu - Rel.: DESEMBARGADOR SERGIO ROBERTO NOBREGA ROLANSKI - J.
21.09.2020)

TJ-PR - PROCESSO CRIMINAL - Petição: PET 84647120198160019 PR 0008464-71.2019.8.16.0019


(Acórdão)

Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 23/09/2019

Agravo em execução. Crime contra a ordem tributária – Lei n.º 8.137 /1990, art. 1.º , inc. II – Sonegação
fiscal. 1. Agravante agraciado com regime semiaberto harmonizado, diante da inexistência de vaga no
estabelecimento penal adequado – Pretensão de retirada da tornozeleira eletrônica – Possibilidade, na
situação específica dos autos – Existência, nos autos, de comprovada proposta de emprego ao
agravante, incompatível com a utilização do aludido equipamento eletrônico – Hipótese excepcional
autorizada pelo artigo 146-D , inciso I, da Lei de Execução Penal – Medida que se mostra compatível com
a finalidade de prevenção especial da pena, de ressocialização do condenado, bem como com os
princípios da razoabilidade e da individualização da pena – Liminar que autorizou a retirada da
tornozeleira eletrônica confirmada. 1.1. Não desborda da razoabilidade permitir que o agravante,
agraciado com imediata proposta de emprego e sobejando pouquíssimos meses para a obtenção do
direito ao benefício da progressão de regime, possa ser liberado do uso da tornozeleira eletrônica, com
manutenção das demais condições que lhe foram impostas para o cumprimento da pena em regime
semiaberto. 2. Remição pela leitura – Direito assegurado aos apenados que cumprem a reprimenda em
regime fechado e semiaberto – LEP , art. 126 ; CNJ, Recomendação n.º 44/2013; Lei Estadual n.º
17.329/2012 – Cumprimento da pena em regime semiaberto harmonizado que não tem o condão de
obstar a concessão dessa benesse, desde que cumpridos os requisitos legais pelo apenado – Regime
harmonizado que somente foi fixado em razão da superlotação carcerária adequada – Direito de remir
parcela da pena pela leitura, portanto, que deve ser assegurado ao agravante. 2.1. Nós temos – ainda
bem! – um Direito Penal que tem como espinha dorsal a . E o que está (= direito positivo,),legalidade
sistema posto positivado convenhamos, não (= impõe) distinção entre o condenado
custodiado,prescreve que cumpre pena em regime semiaberto, e o condenado não encarcerado, que
cumpre pena em regime semiaberto harmonizado, em ordem a autorizar que a benesse em alusão
apenas seja assegurada àquele (réu custodiado). 3. Detração penal – Impossibilidade de cômputo, na
pena privativa de liberdade, de período superior àquele em que o condenado esteve efetivamente
segregado cautelarmente – CPP , art. 387 , § 2.º . 3.1. Inexiste previsão legal hábil a autorizar detração
penal em proporção superior ao tempo em que o apenado permaneceu preso de forma cautelar, ainda
que sobrevenha sentença que estabeleça regime inicial menos gravoso. 4. Recurso parcialmente
provido. (TJPR - 2ª C.Criminal - 0008464-71.2019.8.16.0019 - Ponta Grossa - Rel.: Desembargador
Rabello Filho - J. 19.09.2019)

STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS: AgRg no RHC 94371 AL
2018/0019686-3

Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 14/02/2019

AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EM HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO TENTADO. REMOÇÃO DA


TORNOZELEIRA ELETRÔNICA COM MANUTENÇÃO DAS MEDIDAS FIXADAS. PEDIDO QUE NÃO MODIFICA
AS RESTRIÇÕES DO DIREITO DE IR E VIR DO APENADO. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL À
LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO. DECISÃO QUE INDEFERIU PEDIDO DEVIDAMENTE FUNDAMENTADA.
AGRAVO DESPROVIDO. 1. O habeas corpus, nos termos da Constituição Federal - CF, destina-se a afastar
ameaça ou constrangimento ilegal à liberdade de locomoção, o que não ocorre no presente caso.
Pretende a Defensoria Pública a retirada do equipamento de monitoramento eletrônico, contudo tal
providência não modifica em nada as restrições à liberdade de ir e vir do paciente imposta pelo Juiz de
primeiro grau. 2. As decisões das instâncias ordinárias sobre a necessidade de manutenção do uso da
tornozeleira eletrônica encontram-se devidamente fundamentadas, tendo sido destacado que o
recorrente não fez qualquer prova de que o equipamento impossibilitaria ou prejudicaria na execução
de suas atividades laborais, bem como fez referência ao fato de o paciente responder a outra ação
penal, o que justificava a manutenção do uso de equipamento visando a garantia da ordem pública. 3.
Agravo Regimental desprovido.
TJ-MT - HABEAS CORPUS CRIMINAL: HC 10131777020198110000 MT

Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 03/10/2019

EMENTA HABEAS CORPUS – TRÁFICO DE DROGAS – PEDIDO DE RETIRADA DE TORNOZELEIRA


ELETRÔNICA – MEDIDAS CAUTELARES IMPOSTAS EM DECORRÊNCIA DA APREENSÃO DE
MEDICAMENTOS DE USO CONTROLADOS [ANTIDEPRESSIVOS, EMAGRECEDORES E ANABOLIZANTES] –
SUBSTÂNCIAS APREENDIDAS SEM EXPRESSIVA POTENCIALIDADE LESIVA – ENTENDIMENTO DO STJ –
PACIENTE PRIMÁRIO, COM BONS ANTECEDENTES, RESIDÊNCIA CERTA E PROFISSÃO LÍCITA – INQUÉRITO
POLICIAL TRAMITA HÁ MAIS DE 7 (SETE) MESES SEM PREVISÃO DE ENCERRAMENTO – INVESTIGAÇÃO
CONDICIONADA À PERÍCIA TÉCNICA – USO DA TORNOZELEIRA ELETRÔNICA, EM SEDE DE PRISÃO
PREVENTIVA, EXCEPCIONAL – ORIENTAÇÃO DO STJ – MEDIDA CAUTELAR DESARRAZOADA – AVALIAÇÃO
DE MARGEM DE INVASÃO SOBRE A ESFERA PRIVADA DO ACUSADO DE MANEIRA RAZOÁVEL -
PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE, DA PROPORCIONALIDADE E DA PONDERAÇÃO – LIÇÃO – RETIRADA DE
TORNOZELEIRA QUE SE IMPÕE – MANUTENÇÃO DAS DEMAIS MEDIDAS CAUTELARES ALTERNATIVAS –
DECISÕES DO TJMT – ORDEM CONCEDIDA PARA DETERMINAR A RETIRADA DA TORNOZELEIRA
ELETRÔNICA DO PACIENTE. O uso da tornozeleira eletrônica, em sede de prisão preventiva, somente
deve ser imposto se houver fundados receios de fuga do paciente ou “necessidade de monitorar todos
os seus passos” (STJ, HC nº 508.635/PR ). Sopesadas as naturezas das substâncias apreendidas
[antidepressivos, emagrecedores e anabolizantes], os predicados pessoais do paciente, as diligências
pendentes para a conclusão da investigação e excepcionalidade do monitoramento eletrônico, a
manutenção dessa medida cautelar mostra-se desarrazoada. O Estado, para impor a utilização de
tornozeleira eletrônica, deve avaliar, em nome da segurança coletiva, a margem de invasão sobre a
esfera privada do acusado de maneira razoável, “levando em conta os princípios da razoabilidade, da
proporcionalidade e da ponderação” (DIAS, Kauê Pontes. O monitoramento eletrônico dos presos:
alternativa ao sistema carcerário brasileiro sob a égide dos direitos fundamentais. Fortaleza, 2014.
Disponível em: . Acesso em: 30.9.2019). “[...] não há elementos concretos que demonstrem a
necessidade da manutenção do uso da vigilância eletrônica, haja vista que as outras medidas cautelares
que foram aplicadas ao peticionante se mostram condizentes para assegurar a aplicação da lei penal.”
(TJMT, N.U 1002886-11.2019.8.11.0000 )

TRF-1 - HABEAS CORPUS (HC): HC 559749520164010000

Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 11/11/2016

HABEAS CORPUS. DESCUMPRIMENTO DO USO DE TORNOZELEIRA ELETRÔNICA. AUSÊNCIA DE INDÍCIOS


DE DESCUMPRIMENTO DAS DEMAIS MEDIDAS CAUTELARES, SOB A ALEGAÇÃO DE MAU
FUNCIONAMENTO DO EQUIPAMENTO DE MONITORAÇÃO. AUSÊNCIA DE OUTROS REGISTROS DE
DESCUMPRIMENTO. MANUTENÇÃO DAS MEDIDAS CAUTELARES. ORDEM CONCEDIDA. I - O fundamento
para a imposição da prisão preventiva neste momento é tão somente o descumprimento do uso regular
do aparelho de monitoramento (tornozeleira eletrônica), uma das três medidas cautelares que haviam
sido impostas ao paciente pelo Juízo a quo em substituição à prisão cautelar (fl. 53), conforme
determinação do STF no julgamento do HC 129.212 . II - Conquanto não se encontre comprovado o
alegado mau funcionamento do equipamento no período indicado pelo MPF (13/09/2015 e 12/11/2015
- fls. 68/69), não há outros indícios de que, sob tal alegação, o paciente tenha descumprido qualquer
uma das demais medidas cautelares que lhe haviam sido impostas (quais sejam: recolhimento domiciliar
e proibição de contato com determinadas pessoas - fl. 53). III - Considerando ainda o longo tempo já
decorrido desde as ocorrências noticiadas pelo MPF sem que tenha havido qualquer outro incidente
semelhante, não há razão suficiente para impor novamente ao paciente, neste momento, a prisão
preventiva, que é medida extrema a ser imposta apenas quando outras medidas cautelares não forem
suficientes para garantir, no caso, proteção à ordem pública e à aplicação da lei penal. IV - Concedida a
ordem de habeas corpus para afastar a prisão preventiva do paciente, mantendo, contudo, a imposição
do cumprimento das medidas cautelares anteriormente impostas pelo Juízo a quo, dentre as quais, o
uso de tornozeleira eletrônica.

STJ - RECURSO ORDINARIO EM HABEAS CORPUS: RHC 102133 PI 2018/0214658-9

Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 12/12/2018

PROCESSO PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. ROUBO MAJORADO. MEDIDAS


CAUTELARES. DESCUMPRIMENTOS REITERADOS. ROMPIMENTO DA TORNOZELEIRA ELETRÔNICA.
PRÁTICA DE NOVO DELITO APÓS A CONCESSÃO DA LIBERDADE PROVISÓRIA. PRISÃO PREVENTIVA.
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA E DA INSTRUÇÃO CRIMINAL. RISCO DE REITERAÇÃO CRIMINOSA.
FUNDAMENTOS VÁLIDOS. RECURSO DESPROVIDO. 1. A validade da segregação cautelar está
condicionada à observância, em decisão devidamente fundamentada, aos requisitos insertos no art. 312
do Código de Processo Penal , revelando-se indispensável a demonstração de em que consiste o
periculum libertatis. 2. No caso, a prisão preventiva está justificada, pois a decisão que a impôs fez
referência aos reiterados descumprimentos das medidas cautelares diversas da prisão impostas ao
recorrente à época da concessão da liberdade provisória, especialmente o rompimento da tornozeleira
eletrônica, assim como à prática de novo delito pouco tempo depois da concessão da referida benesse.
Mostra-se inequívoco, dessa forma, o risco de que, solto o recorrente volte a praticar novos delitos e
coloque em risco a ordem pública e a instrução criminal. 3. O descumprimento de medidas cautelares
constitui fundamento idôneo à decretação da prisão preventiva, nos termos dos arts. 282 , § 4º , e 312 ,
parágrafo único , do Código de Processo Penal . Precedentes. 4. Recurso ordinário desprovido.
TJ-MT - 10109665620228110000 MT

Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 21/08/2022

PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL AGRAVO DE EXECUÇÃO PENAL (413) Nº 1010966-56.2022.8.11. 0000


AGRAVANTE: CLODOALDO TORRE DE OLIVEIRA AGRAVADO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO
GROSSO EMENTA AGRAVO EM EXECUÇÃO – REEDUCANDO NO REGIME SEMIABERTO –
MONITORAMENTO POR TORNOZELEIRA ELETRÔNICA COMO CONDIÇÃO PARA CUMPRIMENTO DA PENA
– DESNECESSIDADE – AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO CONCRETA QUE JUSTIFIQUE A UTILIZAÇÃO DO
ARTEFATO – RECURSO PROVIDO, EM DISSONÂNCIA COM O PARECER MINISTERIAL. A tornozeleira
eletrônica não pode ser utilizada unicamente como meio de fiscalização das condições impostas ao
reeducando no regime semiaberto, exigindo fundamentação concreta que justifique a imposição do uso
do artefato. Precedentes.

STJ - HABEAS CORPUS: HC 527117 RS 2019/0240640-7

Jurisprudência • Acórdão • Data de publicação: 10/12/2019

HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO ESPECIAL. NÃO CABIMENTO. EXECUÇÃO PENAL. FALTA
GRAVE. PRISÃO DOMICILIAR COM MONITORAÇÃO ELETRÔNICA. ROMPIMENTO DA TORNOZELEIRA.
FALTA GRAVE CARACTERIZADA. HABEAS CORPUS NÃO CONHECIDO. I - A Terceira Seção desta Corte, nos
termos do entendimento firmado pela Primeira Turma do col. Pretório Excelso, sedimentou orientação
no sentido de não admitir habeas corpus em substituição ao recurso adequado, situação que implica o
não-conhecimento da impetração, ressalvados casos excepcionais em que, configurada flagrante
ilegalidade apta a gerar constrangimento ilegal, seja possível a concessão da ordem de ofício. II - Nos
termos do art. 146-C , II, da LEP , o apenado submetido ao monitoramento eletrônico tem que observar
o dever de inviolabilidade do equipamento, no caso a tornozeleira eletrônica, não podendo remover,
violar, modificar ou danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração, ou mesmo permitir que
outrem o faça. III - Ao romper a tornozeleira eletrônica, o paciente praticou conduta que configura a
falta grave, que pode ser equiparada, em determinadas hipóteses, à própria fuga, conforme previsto no
art. 50, II, ou na inobservância das ordens recebidas, a teor do art. 50, VI, c.c. o art. 39, V, c.c. o art. 146-
C, todos da Lei de Execução IV - Na hipótese em apreço, o eg. Tribunal a quo, de forma fundamentada,
considerou a conduta praticada equivalente à própria fuga (art. 50 , II , LEP ), considerando o fato de
que, ao romper o equipamento, o paciente permaneceu sem fiscalização por aproximadamente 3 (três)
anos e 6 (seis) meses, quando foi recapturado. Habeas Corpus não conhecido.

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Dica: para buscar expressões exatas, use aspas. Exemplo: "Cobrança indevida"

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