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SEEU - Processo: 0007850-79.2011.8.10.

0224 - Assinado digitalmente por MARIO HENRIQUE MESQUITA REIS


[180.1] OUTRAS DECISÕES - Decisão em 23/02/2023

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
PODER JUDICIÁRIO
COMARCA DE IMPERATRIZ
VARA DE EXECUÇÕES PENAIS IMPERATRIZ - SEEU

Validação deste em https://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJSSB BMA5D T8LKH SBHWB


Fórum Imperatriz, 01 - Imperatriz/MA

Processo: 0007850-79.2011.8.10.0224
Classe Processual: Execução da Pena
Assunto Principal: Pena Privativa de Liberdade
Data da Infração: Data da infração não informada
Autoridade(s): Governo do Estado do Maranhão
Executado(s): RANIEL SILVA SENA

DECISÃO / MANDADO / OFÍCIO

Vistos etc.

DA SUSPENSÃO DO LIVRAMENTO CONDICIONAL

O apenado encontrava-se em cumprimento do livramento condicional e foi preso pela


prática de novo delito, ensejo pelo qual torna-se necessária a suspensão cautelar do dito benefício, cuja
revogação, entretanto, dependerá de decisão final referente ao novo processo.

Reza o art. 145 da LEP que “Praticada pelo liberado outra infração penal, o juiz poderá
ordenar a sua prisão, ouvidos o Conselho Penitenciário e o Ministério Público, suspendendo o curso do
livramento condicional, cuja revogação, entretanto, ficará dependendo da decisão final.”

Nesse mesmo sentido tem decidido o STF:

STF-0051417) HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL.


EXECUÇÃO PENAL. LIVRAMENTO CONDICIONAL. INOCORRÊNCIA DE
SUSPENSÃO E REVOGAÇÃO NO CURSO DO PERÍODO DE PROVA.
EXTINÇÃO DA PENA. SUPERAÇÃO DA SÚMULA 691/STF. 1. Em casos
teratológicos e excepcionais, como na hipótese, viável a superação do óbice da
Súmula 691 desta Suprema Corte. Precedentes. 2. À luz do disposto no art. 86, I,
do Código Penal e no art. 145 da Lei das Execuções Penais, se, durante o
cumprimento do benefício, o liberado cometer outra infração penal, o juiz poderá
ordenar a sua prisão, suspendendo o curso do livramento condicional, cuja
revogação, entretanto, aguardará a conclusão do novo processo instaurado. 3. A
suspensão do livramento condicional não é automática. Pelo contrário, deve ser
expressa, por decisão fundamentada, para se aguardar a apuração da nova infração
penal cometida durante o período de prova, e, então, se o caso, revogar o benefício
. Precedente. 4. Decorrido o prazo do período de prova sem ter havido a suspensão
cautelar do benefício, tampouco sua revogação, extingue-se a pena privativa de
liberdade. Precedentes. 5. Ordem concedida, para reconhecer a extinção da pena
privativa de liberdade imposta ao paciente quanto ao primeiro crime cometido. (
Habeas Corpus nº 119.938/RJ, 1ª Turma do STF, Rel. Rosa Weber. j. 03.06.2014,
unânime, DJe 25.06.2014).
SEEU - Processo: 0007850-79.2011.8.10.0224 - Assinado digitalmente por MARIO HENRIQUE MESQUITA REIS
[180.1] OUTRAS DECISÕES - Decisão em 23/02/2023

Documento assinado digitalmente, conforme MP nº 2.200-2/2001, Lei nº 11.419/2006, resolução do Projudi, do TJPR/OE
Assim, até o julgamento final do novo crime, SUSPENDO CAUTELARMENTE o
benefício do livramento condicional, bem como determino que o apenado volte a cumprir sua pena no
regime fechado até ulterior decisão deste Juízo.

DA TRANSFERÊNCIA DA EXECUÇÃO DA PENA

Validação deste em https://seeu.pje.jus.br/seeu/ - Identificador: PJSSB BMA5D T8LKH SBHWB


O art. 103 da Lei n.º 7.210/84 aduz que “cada Comarca terá, pelo menos, uma Cadeia
Pública a fim de resguardar o interesse da administração da justiça criminal e a permanência do preso em
local próximo ao seu meio social e familiar.”

Prescreve o art. 86, §1º, da mesma lei, que “as penas privativas de liberdade aplicadas pela
justiça de uma unidade federativa podem ser executadas em outra unidade, em estabelecimento local ou
da União. §1º-A União Federal poderá construir estabelecimento penal em local distante da condenação
para recolher os condenados, quando a medida se justifique no interesse da segurança pública ou do
próprio condenado".

O direito de cumprir pena perto do local onde reside a família ou tenha ocorrido o fato não
é de caráter absoluto, podendo o(a) apenado(a) cumprir pena em local diverso, tanto do distrito da culpa,
como do seio familiar, quando houver fundadas razões ou quando o interesse da segurança da sociedade e
/ou de acordo com a finalidade da pena assim o exigir.

Conforme preleciona o art. 66, V, g, da Lei 7.210/84, “compete ao juiz da execução


determinar o cumprimento de pena ou medida de segurança em outra Comarca”, mediante avaliação e
análise do critério da conveniência da medida e oportunidade, pois não se trata de um direito subjetivo do
preso, uma vez que prevalecerá o interesse da administração da justiça. Por outro lado, busca-se
compatibilizar, na medida do possível, os interesses pessoais do reeducando com o interesse da sociedade
e da administração da justiça.

Assim, tendo em vista que o(a)apenado(a)encontra-se preso(a)na Comarca de Açailândia/


MA, com fundamento nos arts. 66, V, g, 86, §1º e 103, da Lei 7.210/84, DETERMINO a
TRANSFERÊNCIA DA PRESENTE EXECUÇÃO PENAL para o Juízo das Execuções Penais da
Comarca acima mencionada.

Remetam-se os autos de forma virtual.

Oficiem-se a quem for necessário, dando ciência da presente decisão.

Intimem-se e Notifique-se o Ministério Público.

Esta decisão vale como MANDADO/OFÍCIO.

Cumpra-se, com urgência.

Imperatriz, 23 de fevereiro de 2023.

Juiz MÁRIO HENRIQUE MESQUITA REIS

Titular da Vara das Execuções Penais

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