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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO

EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO

PEDRO NETHO DOS SANTOS AMORIM, brasileiro, união estavel, Advogado, inscrito na
OAB/MA, sob o número 26.819, domiciliado nesta cidade, vem, respeitosamente,
perante V. Exa., com fulcro no art. 5º, XXXIV “a” e LXVII da Constituição da Republica e
647 do CPP, apresentar a presente ação.

PETIÇÃO CRIMINAL COM PEDIDO LIMINAR

Em favor KLINGER ALMEIDA SANTOS, brasileiro , solteiro, desempregado, RG n°


036082712008-1, CPF n° 334.935.103-49, residente e domiciliado na av. 02, n° 29,
cohab 1, bacaba-MA, contra ato de constrangimento ilegal praticado pelo MM. Juiz de
Direito da __º Vara Criminal da Comarca de Cidade-UF, no Processo Criminal nº __, pelos
seguintes fatos e fundamentos:
DA COMPETENCIA
A presente ação tem embasamento legal no Regimento Interno Do Tribunal de Justiça
do Estado do Maranhão.
CAPÍTULO VI
DA PRESIDÊNCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA
Art. 29. Além das atribuições jurisdicionais e gerais, advindas
da Lei e deste Regimento, compete ao presidente do Tribunal:
XLVII – despachar petição referente a processos físicos findos
ou arquivados;
XLVIII – decidir as reclamações por erro de ata e de publicação
de acórdãos do Plenário;
LXIII – cumprir e fazer cumprir este Regimento.
Desta feita, venho requerer apreciação e deferimento da presente ação, com a finalidade de
saneamento de Erro material.
DA LOCALIZAÇÃO PROCESSUAL E DO PEDIDO DE VIRTUALIZAÇÃO PARA
REGULAR TRAMITAÇÃO
Atualmente o status do processo administrativo n° 590672023, que gerou o
desarquivamento dos referidos HABEAS CORPUS n° 0004078-28.2016.8.10.0000 e
0004969-49.2016.8.10.0000, os mesmos se encontram no gabinete da 1° câmara
criminal, onde foi informado a este procurador a necessidade de Deferimento ao
pedido de virtualização para proceder a migração para PJE, venho requerer a este
presidente.
DOS FATOS

O Autor foi preso no dia 24/10/2023, e no dia 25/10/2023 foi concedido a liberdade
provisória deste, pois o juízo de 1° grau entendeu não esta presentes os requisitos da
prisão preventiva, concedendo sua liberdade provisória em decisão no processo
Processo nº 0808230-67.2023.8.10.0024, gerando por este processo o Alvara de
soltura n° 0808230-67.2023.8.10.0024.05.0001-21, como não tinha nenhum mandado
de prisão em aberto, a partir desta data o paciente legalmente deveria está solto.
Entretanto o autor se encontra mantido encarcerado pelos mandados de prisão em
aberto, referente aos HABEAS CORPUS de n° 0004078-28.2016.8.10.0000 e 0004969-
49.2016.8.10.0000 0004969-49.2016.8.10.0000, estes que se encontram devidamente
arquivados e não possuem qualquer sustentação juridica para que esteja aberto
qualquer ergastulo preventivo, vez que o paciente possui uma vasta lista de processos,
porem todos devidamente sentenciados com seus respectivos alvaras de soltura e baixa
definitiva, conforme consta na certidão de Antecedentes, em anexo, e conforme
informações prestadas pelo juízo de 1° grau (anexo), onde corrobora que não há
nenhum “Mandamos Ergastular” contra o autor.
É imperioso mencionar que esta ação ataca as iregularidades que ensejam o ergastulo
preventivo de forma ilegal, suprimindo o direito de ir e vir do autor, e mais inclito
julgador, todos os processos em comento dos antecedentes acima mencionados
encontram-se todos regulares, não emergindo qualquer mandado de prisão em aberto,
quanto a qualquer HC impetrado no TJMA, também não é passivo de ter qualquer
mandado de prisão em aberto haja vista que todos os processos nesta instancia foram
devidamente arquivados.
Por fim é imperioso destacar que os habeas corpuas em questão foram devidamente
desarquivados

DO DIREITO
- DO ERRO MATERIAL

A abordagem feita no referido caso, sobre o erro material, que mantem os mandados de
prisão em habeas corpus em aberto, entende-se que o erro material se caracteriza
quando é aquele evidente, decorrente de simples erro aritmético ou fruto de inexatidão
material, e não erro relativo a critérios ou elementos de julgamento.
Pois bem excelencia, o caso em concreto, traz flagrante e iminete erro em sustentar uma
prisão sem motivos juridicos legais, pois o processo de 1° grau
0002636.86.2015.8.10.0024 deu origem ao HC 0004969-49.2016.8.10.0000 e o
processo de 1° grau 130972.2016.8.10.0024 deu origem ao HC 0004078-
28.2016.8.10.0000, os supramencionados processos de 1° grau, foram baixados
definitivamente ha mais de 5 anos, importando dizer que, Com o trânsito em julgado há
a baixa definitiva, fase em que os processos são encerrados e arquivados, depredendo-
se deste raciocinio, entende-se que não nenhum evento juridico legal para gerar efeito,
tendo finalizado a sua tramitação. Desta feita, é conveniente ressaltar que o remedio
constitucional que defende o Direito de ir e vir, tem sua motivação por ordem judicial
que determina o cerceamento da Liberdade.
Portanto Inclito Julgador, o erro material se configura a partir do momento que os
processos de 1° grau que ensejaram os Habeas Corpus a época são devidamente
baixados definitivamente, e a comunicação da referida baixa não acontece em sede de
2° grau, pois a partir do momento que os motivos que sustentavam os referidos
mandados de prisão a época sumiram, não existe mais condão legal para manter-se em
aberto mandados de prisão nos Habeas Corpus, se tornando cruel e sem fundamento
legal a prisão do autor desde do dia 25/10/2023.
Por fim, o referido erro tem fixação pela lei, doutrina e jurisprudencia de ser corrigido
a qualquer tempo, de oficio ou a requerimento da parte, senão vejamos alguns julgados
acerca do tema;

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO.


CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. ERRO
MATERIAL. CORREÇÃO APÓS TRÂNSITO EM
JULGADO DO DECISUM. POSSIBILIDADE. 1. O
erro material passível de correção é aquele que
seja perceptível sem a necessidade de maior
exame da sentença ou do acórdão e que produz
dissonância evidente entre a vontade do julgador
e a expressa no julgado. 2. Em se tratando de
hipótese de erro material, não há óbice à
apreciação das alegações da parte exequente,
ainda que o processo de conhecimento já tenha
transitado em julgado. É uníssona a
jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça
no sentido de que o erro material não transita em
julgado, sendo passível de correção a qualquer
tempo e em qualquer grau de jurisdição,
mediante provocação ou mesmo de ofício, sem
que daí resulte ofensa à coisa julgada. RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO.

(TJ-GO - AI: 00544541820208090000, Relator:


Des(a). JAIRO FERREIRA JUNIOR, Data de
Julgamento: 01/06/2020, 6ª Câmara Cível, Data
de Publicação: DJ de 01/06/2020)

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO EM AGRAVO INTERNO NO
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PETIÇÃO.
ALEGAÇÃO DE ERRO MATERIAL.
POSSIBILIDADE DE EXAME A QUALQUER
TEMPO. 1. Acórdão proferido em embargos de
declaração anteriormente opostos em que consta
na ementa e na certidão de julgamento as
expressões "com imposição de multa" e "com
aplicação de multa" respectivamente, sem, no
entanto, qualquer pronunciamento específico a
respeito de caráter protelatório ou qualquer
fundamentação para a aplicação da penalidade
quando do julgamento da causa. 2. Em que pese
a extemporaneidade da petição, o erro material
pode e deve ser corrigido a qualquer tempo, de
modo a manter a higidez e coesão do provimento
jurisdicional. 3. Reconhecido o erro material,
devem as expressões relativas à aplicação de
multa ser retiradas do julgado nos embargos, eis
que não houve provimento jurisdicional no
sentido de reconhecer o caráter protelatório
daquele recurso. 4. Recebimento da petição tão-
somente para correção do erro material.

(STJ - PET no AREsp: 1071187 SP


2017/0060139-6, Relator: Ministra MARIA
ISABEL GALLOTTI, Data de Julgamento:
29/03/2022, T4 - QUARTA TURMA, Data de
Publicação: DJe 04/04/2022)
Desta forma, o colendo Desembargador tem precedente legal para efetuar a devida
correção do erro material, mesmo após transitado em julgado os processos em questao,
pois mesmo baixados definitivamente, os mesmo ainda estao produzindo efeitos
juridicos, mantendo uma prisão illegal.

- DO CHAMAMENTO DO FEITO A ORDEM

Data máxima vênia”, tendo em vista que a r. Decisão não vislumbrou a determinação de
(Saneamento do vício Processual - Providência/Omissão), para que evitar a
continuidade da referida nulidade e em observância da formalidade (intrínseca ou
extrínseca), requer a apreciação de Vossa Excelência para sanear os erros listados,
determinando a exclusão dos mandados de prisão em aberto existente nos habeas
corpus de n° 0004969-49.2016.8.10.0000 e 0004078-28.2016.8.10.0000.

Neste sentido, o ato merece ser revisto em favor da devida ordem processual
legalmente prevista.

Na oportunidade, reitera os pedidos contidos na exordial, e requer apreciação do Tutela


Antecipada requerida, tendo em vista “periculum in mora” e “fumus boni iuris”
denotados

DA REVOGAÇÃO DA SEGREGAÇÃO CAUTELAR

Conforme já abordado no presente expediente, para que uma prisão seja válida, esta
deve ser ou por sentença penal condenatória ou por decreto preventivo/temporário.
A regra do ordenamento jurídico brasileiro é a liberdade, sendo a segregação utilizada
apenas quando as medidas cautelares não forem suficientes.
Em que pese a prisão ter ocorrido de modo ilegal, o decreto preventivo deve ser
combatido por seu pedido de revogação, visto que existe erro grotesco perante a
decisão que o sustenta, diante disto seguem os motivos para tanto.

Conforme dispõe o Código de Processo Penal em seu artigo 312, para que seja possível
a aplicação de prisão preventiva deve o acusado apresentar risco a ordem pública
(continuar a cometer crimes), risco da aplicação da lei penal (fugir), ou risco de
prejudicar a instrução criminal (tentar destruir provas, e intimidar testemunhas).

Portanto, tal segregação não pode ser sustentada juridicamente após falta de
comunicação entre as Instância, sem da baixa nos mandados de prisão em aberto.

Nesse sentido a farta e uníssona jurisprudência deste Egrégio Tribunal de Justiça de


Minas Gerias:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - EQUÍVOCO


CONSTATADO NA CONSIGNAÇÃO DE DATA
ERRÔNEA DE EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ DE
SOLTURA - ERRO MATERIAL NA SÚMULA -
VERIFICAÇÃO - CORREÇÃO - POSSIBILIDADE
- EMBARGOS PARCIALMENTE ACOLHIDOS. -
Havendo equívoco na consignação da data de
expedição de alvará de soltura em favor do
acusado, bem como constatado erro material na
súmula do acórdão recorrido, cabível a retificação
através do acolhimento de embargos de
declaração.

(TJ-MG - ED: 10024101077204002 Belo


Horizonte, Relator: Nelson Missias de Morais,
Data de Julgamento: 29/09/2011, Câmaras
Criminais Isoladas / 2ª CÂMARA CRIMINAL,
Data de Publicação: 21/10/2011)

No mesmo sentido, a jurisprudência do TRF 3 :


PROCESSO PENAL: EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO. OMISSÃO VERIFICADA.
EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ DE SOLTURA
CLAUSULADO. ERRO MATERIAL. CORREÇÃO.
I - Considerando que o réu foi absolvido da
imputação que lhe foi feita nestes autos, é de rigor
a expedição de alvará de soltura clausulado em
seu favor. II - Verificada a ocorrência de erro
material no acórdão que absolveu o réu da prática
do delito previsto no artigo 289, § 1º, do CPP
quando na verdade se trata do delito previsto no
artigo 171, § 3º, do CP c.c artigo 14, II, do CP,
impõe-se proceder à sua correção. III - Embargos
acolhidos para determinar a expedição de alvará
de soltura clausulado em favor de JOSÉ
SEVERINO DE FREITAS. De ofício corrigida a
capitulação jurídica constante do acórdão para
que, no lugar do artigo 289, § 1º do CP conste
artigo 171, § 3º c.c artigo 14, II, ambos do CP.
Comunique-se o Juízo das Execuções.

(TRF-3 - Ap: 00121659720074036181 SP,


Relator: JUIZ CONVOCADO LEONEL
FERREIRA, Data de Julgamento: 29/07/2014,
DÉCIMA PRIMEIRA TURMA, Data de
Publicação: e-DJF3 Judicial 1
DATA:05/08/2014)

DA LIMINAR

Preenchidos os requisitos exigidos para a concessão liminar da ordem de habeas


corpus, nos termos do art. 660, § 2º, do Código de Processo Penal, quais sejam: o fumus
boni juris, presente na argumentação e documentos anexos e o periculum in mora,
existente no constrangimento ilegal ensejado pelo conteúdo da decisão vergastada, cuja
vigência está constrangendo a liberdade do paciente, sendo a concessão liminar da
presente ordem medida salutar e urgente, requer-se a expedição de alvará de soltura
em favor do autor, para que possam ficar em liberdade imediatamente.
A concessão de liminar no presente caso se justifica pela flagrante coação ilegal a que
está sendo submetida o paciente, diante da deficiência de fundamentação adequada na
decisão atacada, a fim de justificar a imposição de medida tão gravosa, bem como pela
flagrante afronta ao princípio constitucional e basilar do processo penal,
consubstanciado na presunção de inocência e princípio da razoabilidade, a qual é
rechaçada apenas com o trânsito em julgado de decreto condenatório.
In casu, encontram-se presentes os requisitos para a concessão da medida liminar,
quais sejam, periculum in mora, consubstanciado no fato de estar com mandados em
prisão em aberto e preso ilegalmente desde do dia 25/10/2023, se fazendo necessário
sustar evento causador da referida prisão ilegal. Além disso, imensuráveis são o
constrangimento e o desgaste físico emocional vivenciado pelo paciente e sua família,
visto que nunca passaram por uma situação tão vexatória, onde por um flagrante e
desarrazoado errôneo da Coordenadorias das Câmaras Criminais Isoladas.
Diante disso, requer seja concedida ordem liminar para revogar a prisão do paciente,
em caráter de urgência, sendo expedido alvará de soltura ou, então, sendo
perfeitamente aplicável diante da ausência de demonstração de periculum libertatis do
paciente diante de todos os fundamentos de direito e documentos acostados restando
demonstrada a coação ilegal e o excesso de prazo que mantem a prisão ilegítima.

DOS PEDIDOS

Diante de tudo quanto foi exposto, Requer:

1) Que seja deferida a LIMINAR rogada para determinar a imediata libertação do


Autor, dando baixa nos mandados de prisão obsoletos e expedindo-se o competente
alvará de soltura;
2) que seja reconhecido o flagrante erro material em apreço e seja corrigido ao rigor
da lei.
Termos em que,
Pede Deferimento.
SÃO LUIS, 15/11/2023

ADVOGADO

OAB Nº 26819

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