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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA ____________________ DA


COMARCA DE (CIDADE/ESTADO)

Autos nº XXXXXXXXXXXXXXXX

(NOME), já qualificado nos autos em epígrafe, vem, respeitosamente à presença


de Vossa Excelência, através de seus Advogados, opor EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO em face da r. decisão, no intuito de SANAR OMISSÃO, pelas razões
que seguem, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.

I - DA TEMPESTIVIDADE

A r. decisão foi publicada na data de XX/XX/XXXX, iniciando-se o prazo de 5


dias para apresentação do presente recurso em XX/XX/XXXX, e tendo termo final
efetivo em XX/XX/XXXX. Dessa forma, o presente recurso é tempestivo.

II - DO CABIMENTO

Sobre o cabimento dos embargos de declaração, se depreende o seguinte


comando do art. 1.022 do novo código de processo civil:

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial


para:
I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição;
II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se
pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento;
III - corrigir erro material.
Parágrafo único. Considera-se omissa a decisão que:
I - deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos
repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso
sob julgamento;
II - incorra em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1o.

Salienta-se que os embargos de declaração, além de rápido e simples, tem a


função de eliminar eventuais contradições existentes, ou ainda, esclarecer, em qualquer
decisão, os pontos obscuros ou completar, em caso de omissão. É o que nos ensina
Barbosa Moreira e demonstra-se em jurisprudência:

Na realidade, qualquer decisão judicial comporta embargos de declaração, é


incabível que fique sem remédio a obscuridade, a contradição ou a omissão
existente no pronunciamento, não raro a comprometer a possibilidade
prática de cumpri-lo. Não tem a mínima relevância que se trate de decisão
de grau inferior ou superior, proferida em processo de cognição (de
procedimento comum ou especial), de execução ou cautelar. Tampouco
importa que a decisão seja definitiva ou não, final ou interlocutória. Ainda
quando o texto legal, "expressis verbis", a qualifique de "irrecorrível", há de
entender-se que o faz com a ressalva concernente aos embargos de
declaração.

PROCESSUAL CIVIL – DECISÃO INTERLOCUTÓRIA – CABIMENTO


DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INTERRUPÇÃO DO PRAZO
RECURSAL – PRECEDENTES – 1. Recurso Especial interposto contra V.
Acórdão segundo o qual não cabem embargos declaratórios de decisão
interlocutória e que não há interrupção do prazo recursal em face da sua
interposição contra decisão interlocutória. 2. Até pouco tempo atrás, era
discordante a jurisprudência no sentido do cabimento dos embargos de
declaração, com predominância de que os aclaratórios só eram cabíveis
contra decisões terminativas e proferidas (sentença ou acórdãos), não sendo
possível a sua interposição contra decisões interlocutórias e, no âmbito dos
Tribunais, em face de decisórios monocráticos. 3. No entanto, após a
reforma do CPC, por meio da Lei nº 9.756, de 17.12.1998, D.O.U. De
18.12.1998, esta Casa Julgadora tem admitido o oferecimento de embargos
de declaração contra quaisquer decisões, ponham elas fim ou não ao
processo. 4. Nessa esteira, a egrégia Corte Especial do Superior Tribunal de
Justiça firmou entendimento de ser cabível a oposição de embargos
declaratórios contra quaisquer decisões judiciais, inclusive monocráticas e,
uma vez interpostos, interrompem o prazo recursal, não se devendo
interpretar de modo literal o art. 535, CPC, vez que atritaria com a
sistemática que deriva do próprio ordenamento processual. (ERESP nº
159317/DF, Rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ de 26.04.1999) 5.
Precedentes de todas as Turmas desta Corte Superior. 6. Recurso provido.
(STJ – Resp 478459 – RS – 1ª T. – Rel. Min. José Delgado).

Observa-se, portanto, a admissibilidade de embargos de declaração contra


qualquer decisão judicial, pois se torna o posicionamento mais coerente. Caso
contrário, permitir-se-ia que as partes ficassem inertes perante decisões omissas,
obscuras, contraditórias ou que contenham erro material, ou ainda pior, estaríamos
diante de uma provável delonga e eternização do processo.

III - DA DECISÃO EMBARGADA

Quanto a OMISSÃO existente, observamos que no dispositivo da sentença, este


juízo afirma que não houve qualquer manifestação do Autor quanto ao registro de
negativações em seu nome anterior aos autos. Assim, deveria ter adotado a mesma
diligência em pagar ou impugnar os protestos
Ora, Exa., nos termos dos incisos III e IV do §1º do art. 489 do CPC, não foram
enfrentados todos os argumentos capazes de infirmar a conclusão e além disso, invocou
motivos que poderiam justificar qualquer outra decisão, caracterizando, portanto, a
Omissão.
Não se pode dizer que o Autor nada mencionou sobre outra negativação
existente, vez que em todas as suas peças, ressaltou a existência da mesma, inclusive,
informando que era indevida.
Além disso, a decisão foi genérica, pois, não pode-se que o Autor não adotou a
mesma diligência para impugnar o ato, se antes mesmo desse feito, nos autos de nº
XXXX, já havia sido deferida uma liminar reconhecendo a ilegitimidade do
apontamento e determinando que a outra Empresa procedesse com o cancelamento do
apontamento.
A própria Súmula 385 do STJ prevê: “Da anotação irregular em cadastro de
proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral, quando preexistente legítima
inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento.”
Como podemos perceber, a súmula é taxativa: somente não caberá indenização
quando existir outra inscrição legitima. Repito, a outra negativação existente era
ilegítima, portanto, não se amolda na previsão de que não houve qualquer ofensa à sua
imagem.
Portanto, tendo em vista que a outra negativação também era indevida, e
somente não havia sido retirada tendo em vista a inação da empresa, requer que V. Exa.
receba e conheça os presentes embargos, para sanar a Omissão e exercer o juízo de
retratação para julgar procedente o pedido de condenação por danos morais tendo em
vista a lesão causada a sua imagem.

VII – DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer que V. Exa. receba e conheça os presentes embargos,


para corrigir a Omissão e exercer o juízo de retratação para julgar procedente o pedido
de condenação por danos morais tendo em vista a lesão causada a sua imagem.

Termos em que,
Pede-se deferimento.
(Cidade/Estado), (XX) de (mês) de 20(XX).

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(NOME)
OAB/XX (XXXX)

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