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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA CAPITAL SÃO


PAULO – SP.

____________, brasileiro, casado, aposentado, residente e domiciliado nesta cidade, à


Rua ____________, nº ____, Bairro ____________, CEP ______-___, PEDIDO DE
CANCELAMENTO DE PROTESTO C/C INDENIZAÇÃO, liminarmente, contra
____________ Ltda., empresa com sede na cidade de ____________, localizada na
Rua ____________, nº ____, Bairro ____________, CEP _______-___, inscrita no
CNPJ nº ____________, pelos fatos e fundamentos que passa a expor:

O autor foi surpreendido com o protesto em seu CPF/CNPJ, na qual desconhece o réu
que o protestou.

Via de regra, o caso se origina de dívidas com bancos, e eles acabam “vendendo” essa
dívida, porque no seu entender não vale mais a pena insistir na cobrança. Legalmente,
essas dívidas estão prescritas, e já não podem mais serem cobradas judicialmente. E
por esta razão, o banco desfaz-se da dívida, transferindo-a (cessão do crédito) para
terceiros. O que é uma prática legal.

Isto acontece porque nos contratos, existem a cláusula da cessão de dívida, a outras
instituições. E, ao banco interessa "vender" porque isso entra como prejuízo no seu
balanço.

O título protestado é referente a uma dívida do ano de __________, referente ao Banco


___________, ou seja, dívida prescrita, conforme o artigo 206, §5º, inciso I, do Novo
Código Civil Brasileiro, onde este credor não cobrou, executou ou protestou este autor.
§ 5º Em cinco anos: ART. 206 § 5 I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas
constantes de instrumento público ou particular;

Este réu, provavelmente, já que se denomina empresa recuperadora de crédito,


comprou título podre (prescrito) por valor pífio do Banco ____________ e, sem cumprir
o artigo 290 do Novo Código Civil Brasileiro, passou a agir desta forma, na tentativa de
intimidar, inibir este autor, realizando o protesto indevidamente. A cláusula da cessão
de dívida é ilegal, posto que, toda dívida carrega com ela dados do consumidor. E isto
não é autorizado.

Frisamos que a lei não proíbe a cobrança informal da dívida prescrita, vez que, se o
consumidor voluntariamente quiser pagar essa dívida, mesmo sabendo que está
prescrita, de livre e espontânea vontade, pode fazer isto sem problemas.

Neste ponto, judicialmente não pode haver cobranças aos consumidores, porque o juiz
é obrigado a conhecer de ofício a prescrição.

Cria essa falsa impressão de que a dívida é legitima ou legal, pelo fato de estar
negativada ou pelo fato de estar protestada.

Com relação ao protesto, a lei que regulamenta os serviços concernentes ao protesto


de títulos e outros documentos de dívida, estabelece que: “todos os títulos e
documentos de dívida protocolizados serão examinados em seus caracteres formais e
terão curso se não apresentarem vícios, não cabendo ao Tabelião de Protesto
investigar a ocorrência de prescrição ou caducidade.”(art. 9º, da Lei nº 9.492/97).

Esses cobradores ilegais, utilizam-se desses protestos para inscrever os cidadãos junto
aos órgãos de proteção ao crédito. O que também não pode, em razão do que dispõe o
artigo 43 do Código de Defesa do Consumidor (CDC - lei nº 8.078/90), onde se
encontram as dívidas que podem ser negativas. Ou seja, estabelece que as
informações que podem constar nos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores,
são aquelas com até 05 anos da sua origem.

Após 05 anos da origem da dívida, o consumidor só paga se ele quiser, se ele não
quiser não é obrigado a pagar.

Todo consumidor cobrado tem o direito de saber a origem da dívida. É direito básico do
consumidor, a discriminação detalhada da origem da dívida, fato não ocorrido.

Assim sendo, não resta outra alternativa ao autor, senão a de buscar a prestação
jurisdicional, o que o faz agora, através do presente pedido liminar de cancelamento de
protesto c/c indenização e a retirada de seu nome dos órgãos cadastrais informados.

Ante o exposto, por estarem sobejamente comprovados os elementos que


fundamentam a pretensão do autor, requer a V. Exa.: a) julgue procedente o presente
pedido, para o fim de decretar liminarmente o cancelamento do protesto sobre os títulos
mencionados na Certidão de Protesto, em anexo; b) que seja oficiado o Cartório de
Títulos e Protestos e os órgãos cadastrais informados (SPC e SERASA), para o fim de
ter o autor o seu nome excluído dos órgãos de constrição referidos; c) que seja a
empresa requerida condenada a pagar o valor de alçada do presente Juizado, a título
de indenização pelos danos morais e econômicos decorrentes da inscrição abusiva do
nome do autor nos órgão cadastrais; d) a citação da requerida para se manifestar,
querendo, sobre o presente pedido, sob pena de revelia e confissão, protestando desde
já o autor pela produção de todas as provas em direito permitidas, bem como juntada de
documentos;

Valor da causa: R$XXXX

Nestes Termos Pede Deferimento.

____________, ___ de __________ de 20__. ____________

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