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Phillipe Castro
REVISÃO DE SOCIOLOGIA
CIÊNCIA POLÍTICA E FORMAÇÃO DO ESTADO MODERNO
Pierre Bourdieu redefine a famosa concepção de Estado moderno de Max Weber ao afirmar
que o Estado é o “detentor do monopólio da violência simbólica legítima”.
(BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002, p. 146.)
Weber caracterizava o Estado moderno pelo fato de ser o detentor do monopólio legítimo do
uso da força física.
Assinale a alternativa que identifica o fenômeno de formação do Estado moderno, sintetizada
na definição de Bourdieu.
a) A formação de um campo econômico, que tem o poder de determinar o sistema monetário
de um país.
b) A formação de um campo educacional, que tem o poder de instruir e preparar para o
convívio em sociedade os cidadãos de um país.
c) A formação de um campo jurídico, que tem o poder de determinar as leis e os demais
códigos jurídicos de um país.
d) A formação de um campo político, que tem o poder de determinar o sistema eleitoral de um
país.
e) A formação de um campo religioso, que tem o poder de definir as crenças e o exercício dos
rituais religiosos de um país.
2. (Uece 2023) No estado de natureza, o ser humano está em um estado de relativa paz com
os outros. Porém, esse ser humano não se encontra livre de inconveniências como a da
violação daquilo que lhe pertence de forma natural: a propriedade privada e,
consequentemente, da violação de sua vida, de sua liberdade, de seus bens. Daí a importância
de um contrato social entre os seres humanos convivendo em uma sociedade. O advento do
contrato social realiza a passagem do estado de natureza para a sociedade política civil. Assim,
a finalidade de qualquer Estado ou governo deve ser a da preservação da propriedade privada
e das liberdades individuais. O poder político deve residir justamente no consentimento de cada
indivíduo para a garantia desses direitos basilares.
Assinale a alternativa que apresenta a teoria contratualista e o pensador a que se refere o texto
anterior.
a) O individualismo liberal, de John Locke.
b) O Estado soberano, de Thomas Hobbes.
c) O contrato social, de Jean Jacques-Rousseau.
d) Os três poderes, de Montesquieu.
4. (Uece 2022) A perspectiva teórica política clássica de John Locke (1632-1704) aponta que
antes da formação do “contrato social” e do Estado, os seres humanos viviam em um “estado
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de natureza” com uma relativa paz, mas cada indivíduo não estava livre de inconveniências
como o da violação de sua propriedade privada e, assim, de sua vida, de sua liberdade e de
seus bens. Daí a propriedade privada, para Locke, já existia assim nesse hipotético “estado de
natureza” anterior à formação das sociedades e é, neste sentido, um “direito natural” de todo
indivíduo que nasce livre e não pode ser violado pelo Estado ou por outros. Em termos gerais,
Locke é um dos pensadores contratualistas que fundamentaram o individualismo liberal ou o
liberalismo político do século XVII. Concepção liberal que, ainda nos tempos atuais, reverbera
em debates sobre as melhores orientações para o governo das sociedades contemporâneas,
defendendo tanto as liberdades individuais como a livre economia.
A institucionalização política mencionada teve como uma de suas causas o êxito de alguns
príncipes em
a) monopolizar o uso legítimo da força.
b) reforçar a hegemonia social do clero.
c) restringir a influência cultural da nobreza.
d) respeitar a diversidade das vivências locais.
e) conter a autoridade das lideranças carismáticas.
6. (Uece 2021) O Estado é, de modo geral, uma estrutura que organiza os mais variados
âmbitos da vida nas sociedades contemporâneas e, para Max Weber (1864-1920), um dos
teóricos clássicos da Sociologia, esta instituição social tem as seguintes características
principais: possui um complexo aparato administrativo-burocrático; um corpo de funcionários;
estatutos, normas e legislações; e detém o monopólio legítimo da força sobre seus membros
ou concidadãos.
Acerca dessas características que Weber elenca como as principais do Estado, é correto dizer
que
a) o aparato administrativo-burocrático diz respeito à lógica social de elaboração de normas
estatutárias pelo caráter de pessoalidade das relações de Estado.
b) o cabedal de normas jurídicas do Estado Moderno existe e mantém-se em virtude da crença
nas ordenações e nos poderes senhoriais há muito existentes.
c) a legitimidade está embasada no reconhecimento e consentimento pelos cidadãos de que o
Estado deve deter o monopólio da força sobre todos.
d) o quadro de funcionários do setor administrativo estatal é escolhido segundo legislação
específica que demonstre a manifestação carismática de cada um.
7. (Uel 2021) Considerando as fronteiras entre religião e política, com base nos conhecimentos
sobre Estado Moderno, assinale a alternativa correta.
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a) O caráter laico pressupõe a separação entre Estado e religião, garantindo que os valores e
os dogmas religiosos não determinem as questões de Governo e de Estado.
b) O Estado neoliberal define-se pela participação de líderes religiosos em partidos políticos e
em cargos no Executivo e no Legislativo.
c) A antiga e estreita relação entre Estado e religião firma-se, institucionalmente, nos regimes
democráticos representativos, servindo como um instrumento de sua consolidação.
d) Na democracia, o aumento de líderes religiosos em cargos do Legislativo permite que as leis
aprovadas sejam moralmente universais, pois são formuladas a partir de princípios
religiosos.
e) Um dos aspectos centrais do Estado laico é a proibição, na sociedade civil, de
manifestações e práticas de diferentes grupos religiosos porque prejudicam a isenta
participação cidadã.
Com base no texto acima, assinale a alternativa correta que representa o afastamento entre a
religião e a política.
a) A democracia permite a pluralidade de crenças, mas sofre interferências políticas na
administração das instituições ou influencia uma tomada de posição de governo em
decorrência de uma orientação religiosa.
b) A secularização não implica um olhar sobre as ações humanas distanciadas das tradições
herdadas de um sistema de crenças.
c) A legitimidade racional das ações das pessoas são fruto das crenças pelas quais se
constituíram, valendo-se de juízo de prudência mais aqueles dados a governar, a partir de uma
religião que outros dela se distanciem.
d) As religiões podem interferir no mundo político democrático, pois os valores morais são
fundamentais para o cumprimento de ações legitimadoras dos governos e orientam os juízos
para as ações individuais.
e) Avaliar as ações políticas, em sociedades democráticas, a partir de um conjunto de valores
morais formados por distintas religiões significa não cumprir com os princípios básicos que
alicerçam a modernidade.
9. (Uece 2022) A violência física não é o único instrumento de que se vale o Estado dentro dos
limites de seu território, mas é seu instrumento específico, afirma Weber, de forma categórica.
Para este teórico clássico da sociologia, a relação entre Estado e esse tipo de violência é
particularmente íntima. Na história humana, muitos agrupamentos políticos – a começar pela
família – recorreram à violência física, tendo-a como instrumento de manutenção de poder.
Segundo Weber, o Estado moderno, que é um tipo legal-racional de agrupamento humano,
reivindica o uso legitimo da violência física e isso significa dizer que existe o reconhecimento,
por parte dos membros de um Estado, de que somente esse Estado é autorizado a usar dessa
violência conforme os mandamentos legais e constitucionais.
WEBER, Max. Ciência e Política: duas vocações. São Paulo: Cultrix, 2011.
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a) Os grupos humanos, dentro dos limites de seus territórios, reivindicam o monopólio legitimo
da violência física diante dos Estados.
d) O Estado, com suas funções burocráticas e fins territoriais, legitima-se através do uso
instrumental da violência física sobre seus membros.
10. (Uece 2021) Os três principais fundadores das Ciências Sociais, Karl Marx, Émile
Durkheim e Max Weber trataram, cada qual seguindo princípios explicativos próprios, a relação
entre Estado e Sociedade a partir do surgimento do mundo capitalista moderno e industrial-
urbano. Os três foram testemunhas da emergência dessa modernidade para as sociedades
contemporâneas e trataram de estudar e explicar sua lógica e consequências.
Considerando as abordagens teóricas desses clássicos das Ciências Sociais sobre o tema
acima apresentado, assinale a afirmação verdadeira.
a) O Estado, para Marx, no mundo capitalista moderno, faz parte da infraestrutura que
fundamenta a sociedade dividida em classes, a qual é parte da superestrutura do capitalismo.
b) O Estado, para Durkheim, surge na modernidade capitalista quando as atividades na
sociedade atingem determinado grau de interdependência orgânica entre indivíduos e grupos.
c) O Estado, no capitalismo moderno, para Weber, é uma entidade coletiva que comanda a
sociedade que, por sua vez, possui a legitimidade da detenção do uso da violência física.
d) Para Marx e Durkheim, o Estado comunista seria o fim da sociedade capitalista quando se
avançassem as forças da modernidade.
11. (Unicentro 2021) Estado, poder e dominação são conceitos que compõem a sociologia
política weberiana e que contribuem para a compreensão da política na sociedade
contemporânea.
Sobre Estado, poder e dominação, segundo Max Weber, assinale a alternativa correta.
a) Poder é o exercício da capacidade de influenciar a tomada de decisões e se organiza em um
núcleo uniforme.
b) Poder é a capacidade de autodeterminação de um agente na livre escolha de suas
preferências e interesses.
c) Estado é o núcleo organizador dos interesses comuns dos agentes pertencentes aos grupos
dominantes.
d) Dominação é a probabilidade de que um mandante encontre obediência dos dominados.
e) Dominação é a probabilidade de um mandante impor sua vontade a outro, mesmo com
resistência dos dominados.
12. (Uece 2021) O Estado é, de modo geral, uma estrutura que organiza os mais variados
âmbitos da vida nas sociedades contemporâneas e, para Max Weber (1864-1920), um dos
teóricos clássicos da Sociologia, esta instituição social tem as seguintes características
principais: possui um complexo aparato administrativo-burocrático; um corpo de funcionários;
estatutos, normas e legislações; e detém o monopólio legítimo da força sobre seus membros
ou concidadãos.
Acerca dessas características que Weber elenca como as principais do Estado, é correto dizer
que
a) o aparato administrativo-burocrático diz respeito à lógica social de elaboração de normas
estatutárias pelo caráter de pessoalidade das relações de Estado.
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Gabarito:
Resposta da questão 1:
[C]
Para Bourdieu, o estado moderno é uma instituição que detém um capital simbólico e uma
forma específica de poder, que ele chama de "violência simbólica". A violência simbólica é
exercida através de símbolos, linguagem e instituições, e é internalizada pelas pessoas como
uma forma de dominação legítima. O autor destaca também a importância do campo político na
formação do estado moderno. O campo político é um espaço de luta pelo poder e pela
definição das regras do jogo político. Nesse campo, os atores políticos competem entre si,
utilizando diferentes formas de capital (econômico, cultural e social) para estabelecer sua
posição e influência. Bourdieu argumenta que o estado moderno é o produto dessas lutas e
relações de poder no campo político. Assim, apenas a alternativa [C] está correta.
Resposta da questão 2:
[A]
A alternativa [B] está incorreta pois, para Hobbes, o estado de natureza é um estado de guerra
generalizada e o contrato social tem como principal objetivo gerar um Estado forte que possa
garantir a segurança e a proteção de todos. Ainda, para Hobbes a propriedade privada só pode
existir após a firmação do contrato social, quando as sociedades burguesas encontram
estabilidade e a propriedade deixa de ser limitada pelas leis feudais.
A alternativa [C] está incorreta pois, para Rousseau, a propriedade privada é a origem de todo
o mal no estado de natureza. O autor considera que, antes do desenvolvimento da
propriedade, os homens viviam em um estado de virtude e felicidade. Com a propriedade, os
homens perdem a condição de igualdade natural e é corrompido pela sociedade. Assim, o
contrato social é firmado para que o homem recupere sua liberdade civil e igualdade.
A alternativa [D] está incorreta pois, para Montesquieu, o objetivo do pacto social é a
regulamentação das relações através das leis. Para que o Estado possa cumprir essa função, o
autor defende a separação do poder em três esferas: o executivo, o legislativo e o judiciário.
Resposta da questão 3:
[C]
Apenas a alternativa [C] está correta. O conceito de biopoder foi formulado por Michael
Foucault para descrever um tipo de poder que não se exerce simplesmente através da
violência, extorsão ou restrição autoritária. O biopoder, de forma mais complexa, está
capilarizado em toda a sociedade, construído nas subjetividades individuais, nas maneiras de
pensar e agir, nas práticas e tradições da civilização ocidental. Assim, o biopoder tem como
principal objetivo a regulação/disciplina dos corpos e a manutenção da vida dentro dos padrões
de “normalidade” de cada sociedade.
Resposta da questão 4:
[A]
A afirmativa [A] está correta pois, para Locke, o Estado é responsável por regular a vida em
sociedade, impedindo que os indivíduos entrem em conflito e rompam com a harmonia social.
Para Locke, o Estado tem a função de preservar os chamados “direitos naturais do homem”,
como o direito à propriedade. Assim, enquanto no estado de natureza aconteciam violações da
propriedade privada, das liberdades e direitos, com a formação do Estado estes aspectos
passam a ser protegidos.
Resposta da questão 5:
[A]
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Resposta da questão 6:
[C]
A alternativa [C] está correta pois, para Weber, há uma distinção entre “Poder” e “Dominação”.
O poder é a possibilidade de que um indivíduo ou grupo imponha sua vontade sobre outro,
mesmo que este outro resista. Já a dominação está na possibilidade de que um indivíduo ou
grupo possa contar com a obediência de outro, não há necessidade de impor sua vontade pois
ela é reconhecida como legítima pelo grupo dominado. No caso do uso da força, a legitimidade
do monopólio do Estado caracteriza uma situação de dominação. Por fim, o motivo pelo qual os
indivíduos reconhecem essa legitimidade pode caracterizar uma dominação de tipo racional,
carismática ou tradicional, a depender do caso estudado.
Resposta da questão 7:
[A]
Em um estado laico, há a separação entre Estado e religião. Isso não significa a assunção do
ateísmo de Estado ou a proibição da participação de grupos religiosos nas esferas de decisão,
mas somente o pressuposto de que as questões da vida comum não podem ser determinadas
por uma doutrina religiosa específica.
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MAQUIAVEL E OS CONTRATUALISTAS
2. (Unesp 2023) Ao mostrar que a natureza humana é comum e que a reta razão é
compreensível por todos, o jurista holandês Hugo Grotius (1583-1645) defende a hipótese de
que o gênero humano nasce provido de direitos e deveres naturais que decorrem da própria
capacidade de raciocínio, da própria racionalidade. Para isso, Grotius evoca um estado de
natureza pacífico anterior a qualquer história para se opor ao atual estado social dos homens.
Se há uma natureza primitiva anterior, o que inaugura a alta civilização é o Estado moderno.
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“Demonstro em primeiro lugar que a condição dos homens fora da sociedade civil (condição
esta que podemos adequadamente chamar de estado de natureza) nada mais é que uma
simples guerra de todos contra todos, na qual todos os homens têm igual direito a todas as
coisas [o que os leva ao egoísmo]; mas, quando todos os homens compreendem essa odiosa
condição, desejam [...] libertar-se dessa guerra de todos contra todos. E isso não se pode
conseguir a não ser mediante um pacto entre eles, no qual abdiquem daquele direito que têm a
todas as coisas”.
HOBBES, Thomas. Do cidadão. Trad. bras. Renato Janine Ribeiro. São Paulo: Martins Fontes,
2002. - Adaptado.
Com base na citação acima, é correto afirmar que, para Thomas Hobbes,
a) o estado de natureza se caracteriza pela presença de uma moral, por isso, os homens
podem desenvolver nele todas suas potencialidades.
b) a sociedade civil impede a limitação dos conflitos entre os indivíduos, conflitos estes
oriundos do estado de natureza.
c) em busca de se autopreservarem, os homens desejam permanecer no estado de natureza,
já que nele possuem igual direito a todas as coisas.
d) a efetivação da paz e da segurança entre os homens depende da criação de uma instância
comum que regule a relação entre eles, o poder civil.
5. (Unesp 2022) É como se cada homem dissesse a cada homem: Autorizo e transfiro o meu
direito de me governar a mim mesmo a este homem, ou a esta assembleia de homens, com a
condição de transferires para ele o teu direito, autorizando de uma maneira semelhante todas
as suas ações. Feito isso, à multidão assim unida numa só pessoa se chama Estado.
(Thomas Hobbes. Leviatã, 2003. Adaptado.)
No texto, o autor expressa sua teoria sobre a origem do Estado. Nessa teoria, o Estado tem
sua origem na
a) atribuição de um poder absoluto ao soberano.
b) criação de leis aplicáveis ao povo e ao governante.
c) instituição de um governo pelos mais sábios.
d) manipulação do povo pelos chefes de Estado.
e) gestão do coletivo no estado de natureza.
6. (Unesp 2022) Ora resta examinar quais devem ser os procedimentos e as resoluções do
príncipe com relação aos seus súditos e aos seus aliados. Há uma grande distância entre o
modo como se vive e o modo como se deveria viver, que aquele que em detrimento do que se
faz privilegia o que se deveria fazer mais aprende a cair em desgraça que a preservar a sua
própria pessoa. Ora, um homem que de profissão queira fazer-se permanentemente bom não
poderá evitar a sua ruína, cercado de tantos que bons não são. Assim, é necessário a um
príncipe que deseje manter-se príncipe aprender a não usar [apenas] a bondade.
O tema abordado por Maquiavel no excerto também está relacionado ao seu conceito de
fortuna, que diz respeito ao fato de o governante
a) privilegiar a vontade popular.
b) valorizar a vontade divina.
c) agir com virtude na vida privada.
d) conseguir equilibrar as riquezas reais.
e) saber lidar com imprevistos.
7. (Ufu 2022) É necessário a um príncipe, para se manter no poder, que aprenda a poder ser
mau e que se valha ou deixe de valer-se disso segundo a necessidade. E ainda, que não lhe
importe incorrer na fama de ter certos defeitos, sem os quais dificilmente poderia salvar o
governo, pois, considerando bem, podemos encontrar coisas que parecem virtudes e que, se
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praticadas o levariam à ruína, e outras que poderão parecer vícios e que, sendo seguidas,
trazem a segurança e o bem estar do governante [...].
8. (Enem PPL 2021) Polemizando contra a tradicional tese aristotélica, que via na sociedade o
resultado de um instinto primordial, Hobbes sustenta que no gênero humano, diferentemente
do animal, não existe sociabilidade instintiva. Entre os indivíduos não existe um amor natural,
mas somente uma explosiva mistura de temor e necessidade recíprocos que, se não fosse
disciplinada pelo Estado, originaria uma incontrolável sucessão de violências e excessos.
NICOLAU, U. Antologia ilustrada de filosofia: das origens à Idade Moderna. São Paulo: Globo,
2005 (adaptado).
9. (Unesp 2021) Aquele que ousa empreender a instituição de um povo deve sentir-se com
capacidade para, por assim dizer, mudar a natureza humana, transformar cada indivíduo, que
por si mesmo é um todo perfeito e solitário, em parte de um todo maior, do qual de certo modo
esse indivíduo recebe sua vida e seu ser; alterar a constituição do homem para fortificá-la;
substituir a existência física e independente, que todos nós recebemos da natureza, por uma
existência parcial e moral. Em uma palavra, é preciso que destitua o homem de suas próprias
forças para lhe dar outras […] das quais não possa fazer uso sem socorro alheio.
10. (Unioeste 2021) Como as instituições políticas que o precederam historicamente, o Estado
é uma relação de homens dominando homens, relação mantida por meio da violência legítima
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(isto é, considerada como legítima). Para que o Estado exista, os dominados devem obedecer
à autoridade alegada pelos detentores do poder.
WEBER, Max. “A Política como vocação” in: Ensaios de Sociologia. Rio de Janeiro: LTC
Editora, 1982
11. (Ufu 2021) “Maquiavel subverteu a abordagem tradicional da teoria política feita pelos
gregos e medievais, e por isso é considerado o fundador da ciência política, ao enveredar por
novos caminhos ‘ainda não trilhados’ como ele mesmo diz. Pode-se dizer que Maquiavel é
realista, ao se basear em ‘como o homem age de fato’”.
ARANHA, M.L.A. e MARTINS, M.H.P. Filosofando. São Paulo, Moderna: 2009, p. 200.
12. (Enem digital 2020) O fim último, causa final e desígnio dos homens, ao introduzir uma
restrição sobre si mesmos sob a qual os vemos viver nos Estados, é o cuidado com sua própria
conservação e com uma vida mais satisfeita; quer dizer, o desejo de sair da mísera condição
de guerra que é a consequência necessária das paixões naturais dos homens, como o orgulho,
a vingança e coisas semelhantes. É necessário um poder visível capaz de mantê-los em
respeito, forçando-os, por medo do castigo, ao cumprimento de seus pactos e ao respeito às
leis, que são contrárias a nossas paixões naturais.
Para o autor, o surgimento do estado civil estabelece as condições para o ser humano
a) internalizar os princípios morais, objetivando a satisfação da vontade individual.
b) aderir à organização política, almejando o estabelecimento do despotismo.
c) aprofundar sua religiosidade, contribuindo para o fortalecimento da Igreja.
d) assegurar o exercício do poder, com o resgate da sua autonomia.
e) obter a situação de paz, com a garantia legal do seu bem-estar.
Gabarito:
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Resposta da questão 1:
[A]
Resposta da questão 2:
[E]
A alternativa correta é a [E], pois, a hipótese mencionada sobre a constituição das formas de
governo, no texto, é uma visão contratualista, onde governo e povo estabelecem um acordo
político. Segundo Grotius, já no estado de natureza anterior ao estado da vida civilizada, existia
a ideia de direitos e deveres, tendo em vista que os seres humanos já nasciam provido de
direitos e deveres. Dessa forma, a alternativa correta, que demonstra qual o tipo de forma de
governo, é a alternativa [E].
Resposta da questão 3:
[D]
Resposta da questão 4:
[D]
A alternativa correta é a [D], pois, em Thomas Hobbes, como é demonstrado no texto acima, a
efetivação da paz e da segurança entre os homens depende da criação de uma instância
comum que regule a relação entre eles, que vai ser chamada de poder civil. Para Hobbes, a
condição do homem fora da sociedade civil é de todos contra todos, ou seja, em estado de
natureza. Quando abandonam essa condição e fogem do estado de todos contra todos,
estabelecem um pacto que cria o poder civil, essa instância em comum que regule a relação
entre eles. A alternativa que responde corretamente a questão proposta é a [D].
Resposta da questão 5:
[A]
Para Hobbes, filósofo contratualista, o Estado surge quando as pessoas (até então vivendo em
um estado natural em que os interesses podem conduzir a uma guerra de todos contra todos)
renunciam à sua liberdade em troca de proteção. Em linhas gerais, o autor afirma que por
medo dos conflitos iminentes e buscando fugir da possibilidade da morte violenta, as pessoas
assumem o contrato social no qual atribuem um poder absoluto a um soberano, que por sua
vez assume a obrigação de proteger as pessoas que fazem parte de tal Estado.
Resposta da questão 6:
[E]
O conceito de fortuna, em Maquiavel, apesar da impressão que pode causar inicialmente, não
faz referência ao acúmulo de bens e riquezas, mas à deusa romana Fortuna, que é
responsável por mover a roda da fortuna ou roda da sorte, capaz de separar os afortunados
dos desafortunados. Assim, ao mencionar à fortuna, Maquiavel se refere ao acaso, à sorte e ao
azar, bem como aos imprevistos para os quais o Príncipe deve estar preparado.
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Resposta da questão 7:
[D]
A alternativa correta é a [D], pois, na filosofia política de Maquiavel, o bom príncipe não é
aquele que se destaca pelas virtudes morais ou obediência aos preceitos teóricos. O bom
governante, segundo Maquiavel, é aquele que se utiliza da astúcia com as regras práticas a fim
de manter o poder. Nessa perspectiva, o supremo dever do governante é manter o poder e a
segurança do seu governo, mesmo que para isso, tenha de se utilizar de meios escusos e
violentos. Ainda segundo Maquiavel, a conduta do príncipe não deve se basear em virtudes
morais, mas na capacidade de responder de acordo com a situação. Nesse sentido, a
alternativa que responde corretamente a questão, é a alternativa [D].
Resposta da questão 8:
[B]
A letra [B] está correta pois, para Aristóteles o ser humano é um animal racional político e
social, ou seja, os seres humanos instintivamente buscam viver em sociedade e se organizar e
para que isto acontece, criam-se as instituições e se estabelecem relações sociais afim do ser
humano realizar a sua “disposição natural”; enquanto, para Hobbes, os seres humanos, sem
leis e ordenamento, em estado de natureza, se estabeleceria a lógica da sobrevivência e do
mais forte. Na obra, O Leviatã, Hobbes defende que os seres humanos concordam em ceder
parte de sua liberdade de agir, em prol de um Estado que organize e rege a sociedade,
impondo a eles (seres humanos) a lei e a ordem necessária para se viver em sociedade.
Resposta da questão 9:
[D]
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Segundo o pensamento de Hobbes, filósofo contratualista, o Estado civil surge a partir de uma
necessidade humana por autoconservação e harmonia, em oposição ao estado de Guerra que
as paixões naturais dos homens, sem qualquer tipo de força reguladora, impõe. Dessa forma,
para Hobbes, apenas o poder visível e regulador do Estado pode impor leis que contenham as
paixões naturais dos homens e, através da força, forçá-los a cumpri-las. Apenas sob essa
condição, portanto, seria possível garantir a paz e a harmonia na vida coletiva, com a garantia,
sob a forma da lei, do bem-estar.
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