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TESTES:
1. (Enem 2017) A grande maioria dos países ocidentais democráticos adotou o Tribunal Constitucional
como mecanismo de controle dos demais poderes. A inclusão dos Tribunais no cenário político implicou
alterações no cálculo para a implementação de políticas públicas. O governo, além de negociar seu
plano político com o Parlamento, teve que se preocupar em não infringir a Constituição. Essa nova
arquitetura institucional propiciou o desenvolvimento de um ambiente político que viabilizou a
participação do Judiciário nos processos decisórios. CARVALHO, E. R. Revista de Sociologia e Política, nº
23. nov. 2004 (adaptado).
O texto faz referência a uma importante mudança na dinâmica de funcionamento dos Estados
contemporâneos que, no caso brasileiro, teve como consequência a
a) adoção de eleições para a alta magistratura.
b) diminuição das tensões entre os entes federativos.
c) suspensão do principio geral dos freios e contrapesos.
d) judicialização de questões próprias da esfera legislativa.
e) profissionalização do quadro de funcionários da Justiça.
2. (Enem 2010) Judiciário contribuiu com ditadura no Chile, diz Juiz Guzman Tapia
As cortes de apelação rejeitaram mais de 10 mil habeas corpus nos casos das pessoas desaparecidas.
Nos tribunais militares, todas as causas foram concluídas com suspensões temporárias ou definitivas, e
os desaparecimentos políticos tiveram apenas trâmite formal na Justiça. Assim, o Poder Judiciário
contribuiu para que os agentes estatais ficassem impunes. Disponível em:
http://www.cartamaior.com.br. Acesso em: 20 jul. 2010 (adaptado).
Segundo o texto, durante a ditadura chilena na década de 1970, a relação entre os poderes Executivo e
Judiciário caracterizava-se pela
a) preservação da autonomia institucional entre os poderes.
b) valorização da atuação independente de alguns juízes.
c) manutenção da interferência jurídica nos atos executivos.
d) transferência das funções dos juízes para o chefe de Estado.
e) subordinação do poder judiciário aos interesses políticos dominantes.
3. (Enem 2017) A moralidade, Bentham exortava, não é uma questão de agradar a Deus, muito menos
de fidelidade a regras abstratas. A moralidade é a tentativa de criar a maior quantidade de felicidade
possível neste mundo. Ao decidir o que fazer, deveríamos, portanto, perguntar qual curso de conduta
promoveria a maior quantidade de felicidade para todos aqueles que serão afetados. RACHELS. J. Os
elementos da filosofia moral, Barueri-SP; Manole. 2006.
Os parâmetros da ação indicados no texto estão em conformidade com uma
a) fundamentação científica de viés positivista.
b) convenção social de orientação normativa.
c) transgressão comportamental religiosa.
d) racionalidade de caráter pragmático.
e) inclinação de natureza passional.
4. (Enem 2015) A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que,
embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo
do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro
homem não é suficientemente considerável para que um deles possa com base nela reclamar algum
benefício a que outro não possa igualmente aspirar. HOBBES, T. Leviatã. São Paulo Martins Fontes, 2003
Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo objeto,
eles
a) entravam em conflito.
b) recorriam aos clérigos.
c) consultavam os anciãos.
d) apelavam aos governantes.
e) exerciam a solidariedade.
5. (Enem 2013) Para que não haja abuso, é preciso organizar as coisas de maneira que o poder seja
contido pelo poder. Tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais, ou dos
nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas e
o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos. Assim, criam-se os poderes Legislativo, Executivo
e Judiciário, atuando de forma independente para a efetivação da liberdade, sendo que esta não existe
se uma pessoa ou grupo exercer os referidos poderes concomitantemente. MONTESQUIEU, B. Do
espírito das leis. São Paulo: Abril Cultural, 1979 (adaptado).
A divisão e a independência entre os poderes são condições necessárias para que possa haver liberdade
em um Estado. Isso pode ocorrer apenas sob um modelo político em que haja
a) exercício de tutela sobre atividades jurídicas e políticas.
b) consagração do poder político pela autoridade religiosa.
c) concentração do poder nas mãos de elites técnico-científicas.
d) estabelecimento de limites aos atores públicos e às instituições do governo.
e) reunião das funções de legislar, julgar e executar nas mãos de um governante eleito.
6. (Enem 2013) O edifício é circular. Os apartamentos dos prisioneiros ocupam a circunferência. Você
pode chamá-los, se quiser, de celas. O apartamento do inspetor ocupa o centro; você pode chamá-lo, se
quiser, de alojamento do inspetor. A moral reformada; a saúde preservada; a indústria revigorada; a
instrução difundida; os encargos públicos aliviados; a economia assentada, como deve ser, sobre uma
rocha; o nó górdio da Lei sobre os Pobres não cortado, mas desfeito — tudo por uma simples ideia de
arquitetura! BENTHAM, J. O panóptico. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
Essa é a proposta de um sistema conhecido como panóptico, um modelo que mostra o poder da
disciplina nas sociedades contemporâneas, exercido preferencialmente por mecanismos
a) religiosos, que se constituem como um olho divino controlador que tudo vê.
b) ideológicos, que estabelecem limites pela alienação, impedindo a visão da dominação sofrida.
c) repressivos, que perpetuam as relações de dominação entre os homens por meio da tortura física.
d) sutis, que adestram os corpos no espaço-tempo por meio do olhar como instrumento de controle.
e) consensuais, que pactuam acordos com base na compreensão dos benefícios gerais de se ter as
próprias ações controladas.
7. (Enem 2012) É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política
não consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que é independência e o que é liberdade.
A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que
elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal poder. MONTESQUIEU. Do
Espírito das Leis. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1997 (adaptado).
A característica de democracia ressaltada por Montesquieu diz respeito
a) ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao tomar as decisões por si mesmo.
b) ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à conformidade às leis.
c) à possibilidade de o cidadão participar no poder e, nesse caso, livre da submissão às leis.
d) ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é proibido, desde que ciente das consequências.
e) ao direito do cidadão exercer sua vontade de acordo com seus valores pessoais.
8. (Unesp 2020) Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema
da vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo. [...] um
corpo moral e coletivo, composto de tantos membros quantos são os votos da assembleia [...]. Essa
pessoa pública, que se forma, desse modo, pela união de todas as outras, tomava antigamente o nome
de cidade e, hoje, o de república ou de corpo político, o qual é chamado por seus membros de Estado
[...]. (Jean-Jacques Rousseau. Os pensadores, 1983.)
O texto, produzido no âmbito do Iluminismo francês, apresenta a doutrina política do
a) coletivismo, manifesto na rejeição da propriedade privada e na defesa dos programas socialistas de
estatização.
b) humanismo, presente no projeto liberal de valorizar o indivíduo e sua realização no trabalho.
c) socialismo, presente na crítica ao absolutismo monárquico e na defesa da completa igualdade
socioeconômica.
d) corporativismo, presente na proposta fascista de unir o povo em torno da identidade e da vontade
nacional.
e) contratualismo, manifesto na reação ao Antigo Regime e na defesa dos direitos de cidadania.
9. (Unesp 2020) Do nascimento do Estado moderno até a Revolução Francesa, ou seja, do século XVI
aos fins do século XVIII, a filosofia política foi obrigada a reformular grande parte de suas teses, devido
às mudanças ocorridas naquele período. O que se buscou na modernidade iluminista foi fortalecer a
filosofia em uma configuração contrária aos dogmas políticos que reforçavam a crença em uma
autoridade divina. (Thiago Rodrigo Nappi. “Tradição e inovação na teoria das formas de governo:
Montesquieu e a ideia de despotismo”. In: Historiæ, vol. 3, no 3, 2012. Adaptado.)
O filósofo iluminista Montesquieu, autor de Do espírito das leis, criticou o absolutismo e propôs
a) a divisão dos poderes em executivo, legislativo e judiciário.
b) a restauração de critérios metafísicos para a escolha de governantes.
c) a justificativa do despotismo em nome da paz social.
d) a obediência às leis costumeiras de origem feudal.
e) a retirada do poder político do povo.
A “Querela do luxo” foi um dos mais intensos debates do século XVIII na França e consistiu em defender
o luxo como sinal do progresso da humanidade, ou em atacá-lo como signo de decadência. Rousseau,
partidário da segunda via, num dos seus textos, afirma: A vaidade e a ociosidade, que engendram
nossas ciências, também engendram o luxo. [...] Eis como o luxo, a dissolução e a escravidão foram [...] o
castigo dos esforços orgulhosos que fizemos para sair da ignorância feliz na qual nos colocara a
sabedoria eterna. [...] Creem embaçar-me terrivelmente perguntando-me até onde se deve limitar o
luxo. Minha opinião é que absolutamente não se precisa dele. Para além da necessidade física, tudo é
fonte de mal.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre as ciências e as artes. Trad. Lourdes Santos Machado, 3ª ed.
São Paulo: Abril Cultural, 1983. p.395; 341; 410.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria política e antropológica de Rousseau e a
compreensão do autor acerca das ciências, das artes e do luxo, considere as afirmativas a seguir.
I. A crítica de Rousseau às ciências e às artes e, por extensão, ao luxo, resulta da sua compreensão da
natureza humana, na qual a necessidade física é o critério decisivo sobre o que é bom para a
humanidade.
II. Em sua teoria política, Rousseau dirige a crítica às ciências, às artes e ao luxo, por identificar neles a
vigência de um princípio que sacrifica a possibilidade da criação de uma sociedade minimamente
justa.
III. A vaidade e a ociosidade, que engendram o luxo, são uma constante da natureza humana, razão pela
qual também as ciências e as artes são expressões necessárias da natureza humana.
IV. A defesa da feliz ignorância, na qual nasce cada ser humano, leva Rousseau a legitimar formas de
governo caracterizadas pelo sacrifício da inteligência e da crítica e pela obediência a um poder
soberano.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
13. (Unesp 2015) Numa decisão para lá de polêmica, o juiz federal Eugênio Rosa de Araújo, da 17.ª Vara
Federal do Rio, indeferiu pedido do Ministério Público para que fossem retirados da rede vídeos tidos
como ofensivos à umbanda e ao candomblé. No despacho, o magistrado afirmou que esses sistemas de
crenças “não contêm os traços necessários de uma religião” por não terem um texto-base, uma
estrutura hierárquica nem “um Deus a ser venerado”. Para mim, esse é um belo caso de conclusão certa
pelas razões erradas. Creio que o juiz agiu bem ao não censurar os filmes, mas meteu os pés pelas mãos
ao justificar a decisão. Ao contrário do Ministério Público, não penso que religiões devam ser imunes à
crítica. Se algum evangélico julga que o candomblé está associado ao diabo, deve ter a liberdade de
dizê-lo. Como não podemos nem sequer estabelecer se Deus e o demônio existem, o mais lógico é que
prevaleça a liberdade de dizer qualquer coisa.
SCHWARTSMAN, Hélio. “O candomblé e o tinhoso”. Folha de S. Paulo, 20.05.2014. Adaptado.
O núcleo filosófico da argumentação do autor do texto é de natureza
a) liberal.
b) marxista.
c) totalitária.
d) teológica.
e) anarquista.
14. (Enem 2ª aplicação 2014) Numa época de revisão geral, em que valores são contestados,
reavaliados, substituídos e muitas vezes recriados, a crítica tem papel preponderante. Essa, de fato, é
uma das principais características das Luzes, que, recusando as verdades ditadas por autoridades
submetem tudo ao crivo da crítica.
KANT, I. O julgamento da razão. In: ABRÃO, B. S. (Org.) História da Filosofia. São Paulo: Nova Cultural,
1999.
O iluminismo tece crítica aos valores estabelecidos sob a rubrica da autoridade e, nesse sentido, propõe
a) a defesa do pensamento dos enciclopedistas que, com seus escritos, mantinham o ideário religioso.
b) o estímulo da visão reducionista do humanismo, permeada pela defesa de isenção em questões
políticas e sociais.
c) a consolidação de uma visão moral e filosófica pautada em valores condizentes com a centralização
política.
d) a manutenção dos princípios da metafísica, dando vastas esperanças de emancipação para a
humanidade.
e) o incentivo do saber, eliminando superstições e avançando na dimensão da cidadania e da ciência.
17. (Ufu 2019) Se separar-se, pois, do pacto social aquilo que não pertence à sua essência, ver-se-á que
ele se reduz aos seguintes termos: ‘Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a
direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível
do todo. [...] essa pessoa pública, que se forma desse modo, pela união de todas as outras, tomava
antigamente o nome de cidade e, hoje, o de república ou de corpo político o qual é chamado por seus
membros de Estado quando passivo, soberano, quando ativo, e potência, quando comparado aos seus
semelhantes. Quanto aos associados, recebem eles, coletivamente, o nome de povo e se chama, em
particular, cidadãos enquanto partícipes da autoridade soberana e súditos enquanto submetidos à
autoridade do Estado. Estes termos, no entanto, confundem-se frequentemente e são usados,
indistintamente; basta saber distingui-los quando são empregados com inteira precisão.’
ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. Coleção Os Pensadores. Tradução: Lourdes Santos
Machado. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 39. (Adaptado)
a) Explique por que a expressão “Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a
direção suprema da vontade geral” não conduz a um regime autoritário.
b) Disserte, a partir do excerto acima, sobre a diferença entre cidadãos e súditos na teoria do Contrato
Social de Jean-Jacques Rousseau.
19. (Unesp 2016) Não é preciso uma grande arte, uma eloquência muito rebuscada, para provar que os
cristãos devem tolerar-se uns aos outros. Vou mais longe: afirmo que é preciso considerar todos os
homens como nossos irmãos. O quê! O turco, meu irmão? O chinês? O judeu? O siamês? Sim,
certamente; porventura não somos todos filhos do mesmo Pai e criaturas do mesmo Deus? Penso que
poderia surpreender a obstinação de alguns líderes religiosos se lhes falasse: “Escutem-me, pois o Deus
de todos esses mundos me falou: há novecentos milhões de pequenas formigas como nós sobre a terra,
mas apenas o meu formigueiro é bem-visto por Deus; todos os outros lhe causam horror desde a
eternidade; meu formigueiro será o único afortunado, e todos os outros serão desafortunados”. Eles me
agarrariam então e me perguntariam quem foi o louco que disse essa besteira. Eu seria obrigado a
responder-lhes: “Foram vocês mesmos”. Procuraria em seguida acalmá-los, mas seria bem difícil.
(Voltaire. Tratado sobre a tolerância [originalmente publicado em 1763], 2015. Adaptado.)
Qual foi o nome atribuído ao mais importante movimento filosófico francês do século XVIII? Explique a
importância do texto de Voltaire para o desenvolvimento desse movimento filosófico e para a
Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada pela Assembleia da ONU em 1948.
20. (Unicamp 2011) Na segunda metade do século XVIII, pensadores importantes, como Denis Diderot,
atacaram os próprios fundamentos do imperialismo. Para esse filósofo, os seres humanos eram
fundamentalmente formados pelas suas culturas e marcados pelas diferenças culturais, não existindo o
homem no estado de natureza. Isso levava à ideia de relatividade cultural, segundo a qual os povos não
podiam ser considerados superiores ou inferiores a partir de uma escala universal de valores.
(Adaptado de Sankar Muthu, Enlightenment Against Empire. Princeton: Princeton University
Press, 2003, p. 258, 268.)
a) Segundo o texto, como as ideias de Denis Diderot se opunham ao imperialismo?
b) No pensamento de Jean-Jacques Rousseau, qual a relação entre a ideia de “homem no estado de
natureza” e a organização das sociedades civilizadas?
Gabarito:
Resposta da questão 1:
[D]
Se acompanharmos o contexto político e jurídico atual, verificaremos que o Poder Judiciário tem sido
constantemente chamado a decidir questão de natureza legislativa. Essa tendência de judicialização é
própria da democracia brasileira, que não somente em âmbito político, que tem apelado cada vez mais
para soluções de natureza jurídica em seus conflitos.
Resposta da questão 2:
[E]
Apenas a alternativa E está correta e demonstra um caso no qual a separação dos poderes – teoria
desenvolvida por Montesquieu – não funcionou plenamente, ocasionando justamente o que se
pretende evitar ao se adotar tal mecanismo: o abuso do poder. A separação de poderes ajuda a
controlar os arbítrios dos governantes ao colocar “freios” em suas ações. Para isso, entretanto, os
poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) devem ser autônomos, não podendo sofrer influências de
quaisquer grupos econômicos, políticos ou sociais. No caso das ditaduras, a separação dos poderes
serve somente para passar certa legitimidade ao regime, pois o executivo se sobrepõe e faz prevalecer
seus interesses. Embora seja costume nos inícios de ditaduras o fechamento do Legislativo e do
Judiciário, com o tempo estes são reestruturados de forma a dar apoio ao regime estabelecido.
Resposta da questão 3:
[D]
O texto faz referência à filosofia de Jeremy Bentham, um dos maiores filósofos da corrente chamada de
utilitarismo. Segundo esse estilo de pensamento filosófico, as ações devem ser orientadas pela
maximização da felicidade e da utilidade prática dos indivíduos. Tal raciocínio está vinculado a uma
racionalidade pragmática, ou seja, que avalia as ações de acordo com determinado critério de aumento
geral de bem-estar.
Resposta da questão 4:
[A]
Resposta da questão 5:
[D]
A liberdade não pode ser definida como a permissão de fazer tudo, mas sim apenas aquilo que se
instituiu permitido através da Lei formulada por um legislador capaz. Ora, se todos pudessem fazer tudo
que desejassem, pensa Montesquieu, então não haveria liberdade, pois todos abusariam
constantemente dessa permissão de fazer tudo.
De modo que devemos considerar necessário um equilíbrio do poder para que não ocorra algum abuso
dele, e a disposição das instituições deve se dar de tal maneira que os poderes se balanceiem. São livres,
apenas os estados moderados, pois neles os poderes Legislativo, Executivo, Judiciário se contrapõem
garantindo a integridade e autonomia de cada um, e a liberdade de todos os cidadãos.
Resposta da questão 6:
[D]
J. Bentham, filósofo utilitarista britânico, elabora uma teoria da pena e do cárcere que instauraria, em
nome da segurança de todos e de suas liberdades individuais, uma vigilância técnica capaz de observar
todos – tal noção é criticada pelo filósofo francês M. Foucault. Para o filósofo inglês
“O progresso é a lei da história da humanidade: essa, por adquirir mais conhecimentos e aperfeiçoar
seus meios técnicos, adquire também mais riquezas e serenidade e, por conseguinte, maior felicidade e
segurança. A felicidade e a segurança devidas à extensão das “luzes” – noções descobertas pelo século
XVIII, com muita hesitação e dúvida – irão se tornar lugares-comuns no século seguinte. A crença na
eficácia das ciências da natureza e de uma possível ciência da sociedade reforça tais ideias e lhes oferece
uma legitimação”. (F. Châtelet, O. Duhamel, E. Pisier-Kouchner. História das ideias políticas. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2009, p.109).
Resposta da questão 7:
[B]
É certo que a liberdade da sociedade democrática é justificada pela sua limitação designada pela
constituição da lei, porém a grande questão passa, então, a ser: qual é o conteúdo da lei? Se a
democracia é um regime fundado sobre o valor da liberdade, então como a própria lei poderia livrar-se
desse condicionamento primordial? O que Montesquieu estabelece é a necessidade de a lei ser a
limitação da licença de se fazer tudo aquilo que não esteja de acordo com a racionalidade do espírito da
lei.
Resposta da questão 8:
[E]
Rousseau está entre os pensadores classificados como “contratualistas”, haja vista que a teoria filosófica
política formulada por ele se baseia no estabelecimento de um contrato social como fundamento da
organização política da vida coletiva, estabelecendo os direitos e deveres dos cidadãos e a finalidade e
os limites das instituições políticas. Essa produção se dá no contexto histórico de reação contra o Antigo
Regime, baseado nas monarquias absolutistas modernas.
Resposta da questão 9:
[A]
Montesquieu, em sua obra “Do espírito das leis”, propõe a divisão dos poderes no Sistema de
tripartição, no qual o Poder Legislativo seria a instância responsável pela elaboração, aperfeiçoamento
ou revogação das leis; o Poder Executivo se ocuparia da execução das leis e da garantia da segurança; e
o Poder Judiciário teria a atribuição de fiscalizar a ordem, julgando os litígios. Para Montesquieu, essa
divisão de poderes tem como objetivo evitar a concentração dos poderes, o que tenderia ao abuso de
poder.
A partir do texto apresentado pela questão o aluno obtém todas as informações para responder aos
itens propostos. No trecho apresentado, Rousseau faz uma crítica às ciências e às artes, que seriam
fundamentados na ociosidade e na vaidade, daí explicando sua crítica ao luxo, defendendo que não se
faz necessária em nenhuma instância a sua existência, pois que nada além daquilo que é fisicamente
necessário é desejável. Assim, a existência do luxo faz parte de uma lógica que inviabiliza a formação de
uma sociedade justa. Rousseau, então, denuncia o luxo como um castigo pela ignorância vigente. A
partir da identificação desses elementos no texto, o aluno deve assinalar os itens [I] e [II] como corretos
e os itens [III] e [IV] como falsos.
Resposta da questão 11:
[B]
[A] Incorreta. A propriedade não resulta de um ato tardio da sociedade civil, sendo antes o ato de
inauguração da própria sociedade civil. Além disso, a instauração da propriedade não busca
satisfazer necessidades naturais, e sim busca satisfazer o excesso, tudo aquilo que no humano
excede o natural. Além disso, estado de natureza e sociedade civil são conceitos antagônicos.
[B] Correta. Para Rousseau, a condição biológica e espiritual natural, na qual o homem existiria antes do
surgimento da sociedade civil, caracteriza o seu estado de natureza, no qual as ações humanas
estariam baseadas nos seus instintos de sobrevivência, de modo que elas não seriam nem boas nem
más, ou seja, não seriam guiadas a partir de uma moral. A passagem da condição natural para a
condição social, segundo Rousseau, teria ocasionado a corrupção da pureza humana característica
da primeira condição, levando ao surgimento de novas necessidades para a manutenção da vida
coletiva, como a adequação das ações humanas a um padrão de comportamento social, vinculado à
uma moral, criando uma ruptura radical do indivíduo com o seu estado natural, afastando-o do
mesmo.
[C] Incorreta. Se para Rousseau a sociedade civil foi primitivamente fundada na propriedade e se a
fundação da propriedade é ilegítima, resultando de astúcia, coerção ou força, o ato de instauração
da propriedade privada não é legitimado racionalmente. Não há legitimação racional possível de algo
fundado em arbítrio privado, razão pela qual também não é possível sustentar sua suposta
universalidade, tendo em vista que as motivações são particulares.
[D] Incorreta. Para Rousseau, “O primeiro sentimento do homem foi o de sua existência, sua primeira
preocupação a de sua conservação” (ROUSSEAU, Discurso sobre a origem e os fundamentos... p.
260). Assim, a defesa incondicional e irrestrita da propriedade como um fato inerente à própria
natureza humana já expressa uma perversão da própria compreensão da natureza humana. Antes de
pensar: “isso é meu”, o homem sente: “eu existo”. Além disso, uma parte significativa disso que
chamamos “necessidades” resulta, não de uma disposição natural, e sim do arbítrio, do supérfluo,
instaurado justamente pelo excesso produzido pela propriedade privada.
[E] Incorreta. A perfectibilidade, a “faculdade humana de aperfeiçoar-se” (ROUSSEAU, Discurso sobre a
origem e os fundamentos..., p. 243), restringe-se a operações muito elementares, tais como “[...] querer
e não querer, desejar e temer” (ROUSSEAU, Discurso sobre a origem e os fundamentos..., p. 244), as
quais “serão as primeiras e quase que as únicas operações de sua alma” (ROUSSEAU, Discurso sobre a
origem e os fundamentos..., p. 244) em estado de natureza, e é precisamente isso que a instauração da
propriedade e da sociedade civil subverterão, irremediavelmente. Portanto, a instauração da sociedade
civil e da propriedade civil não expressa a perfectibilidade humana, mas um modo avançado de
decadência.
A forma de vida defendida tanto por Rousseau quanto por Tolstói está vinculada a uma experiência
estético-romântica, na medida em que valoriza atributos como a sinceridade, a impulsividade e a
coragem.
O conceito de liberdade possui como princípio o ato de se expressar sem nenhuma espécie de
constrangimento, determinação ou direcionamento da ação. Neste sentido, a liberdade de dizer o que
se deseja, direito garantido pela constituição, esta presente na linha argumentativa utilizada pelo autor.
Caracterizando assim uma argumentação liberal.
A resposta “teológica” pode levar a uma confusão, pois o pano de fundo do debate é a questão religiosa,
porém não se esta discutindo este tema na argumentação, mas sim sua natureza.
Rousseau alega que os perigos das artes e das ciências provêm do fato de elas serem resultantes de
nossos vícios. A astronomia provém de nossa superstição; a eloquência de nossa ambição, ódio,
bajulação e falsidade; geometria da avareza, física da nossa vã curiosidade; todas, até a filosofia moral,
do nosso orgulho humano. E as próprias artes e ciências falham em contribuir qualquer coisa positiva
para a moralidade. A ciência rouba tempo das atividades realmente importantes como: amor ao país,
aos amigos e aos menos afortunados. As artes incentivam o egocentrismo contaminando o artista com a
mera vontade de ser aplaudido. A ciência falha em produzir qualquer conhecimento que guie o
comportamento do homem na direção da virtude cívica, a ciência cria unicamente o desejo no homem
pelo luxo e faz-se somente um meio para facilitar nossas vidas e transformá-las em algo mais prazeroso,
porém não moralmente melhor. As artes promovem a competição e a necessidade de ser superior ao
próximo, as artes fazem a sociedade enfatizar os talentos em vez das virtudes como a coragem, a
generosidade e a temperança.
b) A partir da resposta do item anterior, o aluno deve compreender que, quando o “pacto de
submissão”, que dá origem ao Contrato Social, não é feito em liberdade e nem por indivíduos
reconhecidos como iguais, constitui-se um Estado que é autoritário. Nesse caso, a soberania reside no
rei e os indivíduos são súditos. A partir da vontade geral, a soberania reside nos indivíduos, que existem
coletivamente em uma condição de igualdade, sendo, portanto, cidadãos.