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UNIAESO – Centro Universitário AESO Barros Melo

Curso: Direito
Disciplina: Ciência Política
Professora: Ornela Fortes
Data de entrega: 10/04/2020
LEVI SIQUEIRA

A influência das teorias contratualistas na noção de soberania popular

RIBEIRO, Josuel Stenio da Paixão. Os Contratualistas em questão: Hobbes, Locke e


Rousseau. Disponível em: < https://doi.org/10.5585/prismaj.v16n1.6863>. Acesso em:
10/04/2020.

A temática em análise está sustentada em três autores com teorias distintas a


respeito da constituição do Estado, mas que são a base da Ciência Política que tem o
Estado civil como uma construção social a partir de um contrato, ou seja, uma construção
não natural.

Para Hobbes a soberania do Estado é fruto da construção coletiva do indivíduo,


sendo ele representante do indivíduo, contudo, o Estado representa a vontade do
indivíduo. Nesse caso, o exercício do poder é baseado na submissão ao poder soberano
do Estado, há uma transferência definitiva de titularidade dos direitos naturais.

Locke entende que “nem a tradição, nem a força, mas apenas o consentimento
expresso dos governados é a única fonte do poder político legítimo” (MELLO, 2008, p.
84), ou seja, o poder atribuído ao governante só é legítimo se tiver a concordância do
povo. Ele defendia a legitimidade do direito de resistência contra o governante que
violasse os direitos naturais, rompendo com o contrato social.

Para Rousseau o exercício da soberania do Estado, na realidade é o exercício da


soberania do povo, pois a ele pertence, retirando a soberania do direito singular do
príncipe e passando-a para a vontade geral do povo. Em sociedade, a liberdade e a
autonomia dos cidadãos é consequência das leis que um indivíduo estabelece para as
próprias ações, a partir da soberania popular que deve ser a fonte do poder que gere a vida
em sociedade.

A metáfora do contrato/pacto social tem, até hoje, papel significante para o


entendimento de conceitos-chave para as análises políticas, tais como poder, legitimidade,
governo e sociedade políticos (Hardin, 2007, p. 241).
As teorias contratualistas serviram de inspiração para: (i)a formulação do
documento que pôs fim a Revolução Gloriosa denominado de Bill of rights em que
contém claras limitações ao poder real e constitui um verdadeiro e autêntico contrato entre
o rei e o povo, este representado pelo Parlamento; (ii) a Revolução Francesa na qual fora
aprovada pela Assembleia a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão sob os
ideais de liberdade, igualdade e fraternidade; (iii) a Constituição Americana e, por fim,
(iv) o Socialismo e o Comunismo.

Ante o exposto, conclui-se que a soberania popular está atrelada ao grau de


participação do cidadão nas decisões políticas fundamentais, sendo que tal participação
alcança uma amplitude maior a medida em que se distancia da forma de governo
absolutista em direção a uma forma de governo democrata.

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