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Curso: Direito
Turma: 1º Período - Manhã
Data de entrega: 5/06/2020
Disciplina: História do Direito
Professor: Helder Felipe
Por duas razões: (1) documentos como a Magna Carta, de 1215, o Petition of Rights, de 1629
e, especialmente, o Bill of Rights, de 1689, eram ou são declarações destinadas a garantir
privilégios e prerrogativas a uma classe - a nobreza, como mostra o exemplo da Magna Carta
- ou, no caso do Bill of Rights de 1689, de um órgão, o Parlamento. Tais declarações não eram
de direito no sentido atual do termo; (2) as declarações de direitos, em seu sentido atual,
pressupõem a vinculação de todos os poderes estatais - incluindo o poder legislativo - a suas
disposições, o que não ocorria na Inglaterra até o advento do Human Rights Act de 1998. Mas
isso não culminou, contudo, na promulgação de uma verdadeira declaração de direitos, o que
ocorreria somente em 1776, nos Estados Unidos da América, e em 1789, na França.
Do ponto de vista da enunciação de direitos, o texto da Lei Orgânica trouxe ainda disposições
referentes à liberdade religiosa e à liberdade de imprensa. No que se refere à liberdade
religiosa, a despeito de estabelecer a religião Católica Romana como “religião do Estado”,
entende como “toleradas” todas as demais seitas cristãs de qualquer denominação (Art. 23). A
Lei Orgânica proclama no Art. 25 a liberdade de imprensa, determinando, contudo, limites ao
seu exercício, ficando “o autor de qualquer obra e seu impressor sujeito a responder pelos
ataques feitos à Religião, à Constituição, bons costumes e caráter dos indivíduos na maneira
determinada pelas leis em vigor.”