Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
REVISÃO
DIREITO
CONSTITUCIONAL
CAPITULO 1 –TEORIA DA CONSTITUIÇÃO
1 CONSTITUCIONALISMO
1.1 CONCEITO
- Conceito: técnica jurídica por meio do qual os direitos fundamentais são garantidos em
face do Estado;
4 experiencias:
- Estado Hebreu; teocrático; limitação por dogmas religiosos;
- Divisão de poderes;
Clássica ou liberal:
Fim do séc. XVIII até o fim da primeira guerra (1917); primeiras constituições escritas;
rigidez constitucional e supremacia da constituição; processo diferenciado de
modificação - não cláusulas pétreas; duas experiências (norte-americana e francesa):
Fim da primeira guerra mundial (1917) ao fim da segunda guerra mundial (1945).
Estado liberal só quando há equilíbrio entre as pessoas; crise pós guerra aprofunda
desigualdades econômicas; crise do Estado Liberal. Constituição Mexicana de 1917 e
Constituição de Weimar de 1919. Intervenção nas relações econômicas, sociais e
trabalhistas; distribuição de bens; mínimo de bem estar social “Welfare State” (“O
Estado do Bem Estar Social”).
1.5 NEOCONSTITUCIONALISMO
Marcos (vetores)
Características
Novas Teorias
Teoria da norma: princípios passam a ser tão normas quanto regras (autores como
Dworkin e Alexy). Princípios não só para integração/preencher lacunas.
Teorias das fontes: deslocamento do legislativo para o judiciário; observação com mais
rigor de sumulas vinculantes e teorias dos precedentes do novo CPC.
1.6 TRANSCONSTITUCIONALISMO
2 ESTRUTURA DA CF 88
2.1 PREÂMBULO
1º - relevância jurídica direta, imediata: faz parte e tem força normativa – corrente
francesa – Bernardo Gonçalves.
2º - irrelevância jurídica: não faz parte do texto – não tem força jurídica – carta de
intenções – ruptura.
3º relevância jurídica indireta ou mediata – não faz parte do texto, não é norma, mas
serve pra interpretação e integração – cunho hermenêutico.
Regulam relações entre passado, presente e futuro; transitoriedade; faz parte do texto, só
se modifica por emenda e é parâmetro para controle de constitucionalidade, exceto
normas de eficácia exaurida (art.2º ADCT).
3.2. ESCRITA
Normas constitucionais não são solenemente elaboradas. Ela surge pelos costumes,
usos, jurisprudência e leis. Tanto em constituições escritas como não escritas existem
leis que tratam de normas constitucionais, mas nas costumeiras não há procedimento
solene de inclusão.
3.3.1. DOGMÁTICAS
São sempre escritas, elaborada pelo órgão constituinte. Traz dogmas. Poderão ser:
3.3.2. HISTÓRICAS
3.4.1. MATERIAL
3.4.2. FORMAL
3.5.1. IMUTÁVEIS
São aquelas que o texto não pode ser alterado. Não existe.
3.5.2. RÍGIDA
Existe um processo especial mais difícil de alteração do que para as demais normas.
Garante maior estabilidade ao texto constitucional.
3.5.3. FLEXÍVEL
Possibilidade de alteração pelo mesmo processo das demais leis. Ex.: Inglaterra.
Parte da constituição é mais rígida do que outras partes mais flexíveis. Ex.: Constituição
de 1824.
Não quer dizer que quanto mais rígida seja a Constituição mais estável ela será. Isso
porque, se não puder haver a atualização do texto constitucional, poderá ocorrer o
rompimento da Constituição.
Cláusulas pétreas
As cláusulas pétreas são cláusulas que trazem matérias que não podem ser abolidas por
meio de emendas constitucionais. Estão previstas no art. 60, §4º, da CF. Há um núcleo
não suprimível na Constituição, que são essas cláusulas pétreas. A existência de
cláusulas pétreas é o que justifica a posição de Alexandre de Moraes, o qual classifica a
CF/88 como uma constituição super-rígida.
Técnica metodológica de classificação das constituições que visa fazer uma análise do
texto da constituição com a realidade social vivenciada pelo texto.
3.6.1. NORMATIVAS
São aquelas que conseguem regular a vida política de um Estado, pois estão em
consonância com a realidade social. Há uma adequação entre o texto constitucional e a
realidade social, traduz os anseios de justiça dos cidadãos. É um alto grau de adequação
de realidade social. Ex.: Constituição dos Estados Unidos.
3.6.2. NOMINATIVAS
São aquelas que ainda não conseguem efetivar o papel de regular a vida política do
Estado. É aquela em que não há uma adequação do texto à realidade social. São
prospectivas, voltadas para o futuro. A constituição do Brasil de 1988 ainda é nominal.
3.6.3. SEMÂNTICA
Não tem a finalidade de regular a vida política do Estado. Apenas busca beneficiar o
detentor do poder. São constituições ditatoriais, autocráticas. No Brasil, foram as
constituições de 1937 (Getúlio Vargas) e as de 1967 e 1969 (Regime Militar).
3.7.1. ANALÍTICAS
3.7.2. SINTÉTICAS
São concisas, versando somente sobre princípios e regras gerais básicas de realização e
funcionamento do Estado. Ex.: Constituição dos EUA.
3.8.1. GARANTIA
É sintética, pois só quer garantir a limitação do poder estatal. São típicas dos séculos
XVIII e XIX e própria dos estados liberais. Aparentemente, não fazem opções de
política social ou econômica. São constituições negativas, abstencionistas. São
constituições quadro, só traçam molduras, mas não interferem, não intervém na
sociedade e nem no Estado. São constituições que visam garantir direitos frente à
possíveis ataques do poder público. O viés é o do passado.
3.8.2. BALANÇO
Faz um balanço quanto ao momento que passa o Estado. Destinada a disciplinar a
realidade do Estado. Ex.: antiga União Soviética. Tem como viés o presente. São
constituições dos estados socialistas, de cunho Marxista. O Direito não tem muita força,
apenas explicita aquilo que o poder soberano faz. Ser e não dever ser.
3.8.3. DIRIGENTE
De acordo com Raul Machado Horta, a constituição expansiva aborda novos temas não
presentes nas constituições anteriores. Além disso, os demais temas passam a ter
tratamento mais amplo.
3.11. HETEROCONSTITUIÇÕES
São constituições decretadas fora do Estado, por um ou por outro Estado, ou ainda por
um organismo internacional. Ex.: Canadá e Nova Zelândia tiveram suas primeiras
constituições decretadas pelo Parlamento britânico.
3.12.1. PRINCIPIOLÓGICA
Predominância de princípios.
3.12.2. PRECEITUAL
Predominância de regras.
Há uma grande análise de um conteúdo aberto. Estas normas de conteúdo aberto dão
maior elasticidade ao legislador que passa a ter ampla margem de atuação.
O Supremo Tribunal Federal toma que existem múltiplas acepções para a palavra
CONSTITUIÇÃO e já se posicionou que, na verdade, existe o chamado BLOCO DE
CONSTITUICIONALIDADE - ADI 595/ES, afirmando que Constituição permite que
sejam inclusos em seu conceito: o documento formal escrito, valores de caráter
suprapositivos, princípios com raízes do direito natural e que a Constituição é muito
mais que o conjunto de normas e princípios nela inscritos .
- Hans Kelsen (Teoria Pura do Direito – 1961) e Konrad Hesse (Força Normativa da
Constituição – 1959);
Dois sentidos:
Norma é mero símbolo. O legislador não a teria criado para ser concretizada. Nenhum
Estado ditatorial elimina da constituição os direitos fundamentais, apenas os ignora.
- Constituição total;
- Gustavo Zagrebelky;
5 BLOCO DE CONSTITUICIONALIDADE
STF adota a restritiva: constituição formal com normas expressas e implícitas + tratados
internacionais submetidos ao quórum do art.5º. par.3º da CF.
6 ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO
- Efeito positivo: revoga todo o ordenamento anterior contrário a ela; não recepção;
Ex: Depois de criada a lei complementar para criação de territórios, exige-se lei
ordinária para a organização administrativa e judiciária do território.
PCO é ilimitado – não deve obediência ao regime anterior – nem direito adquirido, nem
ato jurídico perfeito – nem coisa julgada.
No entanto, nem todo o direito compatível com a nova constituição pode ser
recepcionado, havendo os seguintes requisitos:
o conteúdo da norma deve ser compatível com a Constituição (não necessita ter a
forma compatível);
a norma deve ter sido produzida de forma válida, de acordo com a Constituição
anterior (não se admite constitucionalidade superveniente).
Deslocamento de competência do ente maior para o menor: recepção. (ex: União para
Estados ou Municípios).
8.6 REPRESTINAÇÃO
Restabelecimento de uma condição anterior. Uma norma restaura sua vigência em
virtude da revogação da norma que a revogou. Admite-se, em regra, apenas se expressa.
9 PODER CONSTITUINTE
9.1 CONCEITO
9.2.1 Características
Inicial: ponto zero – nova ordem – ruptura política – novo Estado e Sociedade;
Não confundir titular do PCO com agente do PCO (Poder Constituinte Formal).
Reforma (gênero): revisão (reforma global do texto) e emendas (reforma pontual) são
espécies.
1º C – Sim.
2º C – Não, emenda é para alterar o texto, não o processo de reforma. Golpe da dupla
revisão (Portugal). Golpe a vontade originária do PCO. (majoritária).
Emenda
O povo pode apresentar PEC? Prevalece que não. José Afonso da Silva entende que
sim.
STF: Constituição estadual pode prever apresentação de PEC estadual pelo povo.
A promulgação deve ser feita pelas mesas das duas Casas, ou seja, mesa do Senado e
mesa da Câmara. Se a questão da prova falar que a promulgação será pela mesa do
Congresso Nacional, está errada.
Não tem limite formal, circunstancial ou material – limites são a própria CF – art. 11 e
25 do ADCT – quais sejam:
- Extensíveis: normas centrais de observância por todos os entes. Ex.: art. 5º, III, CF;
art. 5º, XVI, CF – Por exemplo, não é possível implementar tortura ou proibir a
liberdade de reunião no âmbito de um estado federado.
10 ORGANIZAÇÃO DO ESTADO
10.1 FORMA DE ESTADO
Federação na CF/88 não é típica / DF e municípios são atípicos / União com Estados =
federalismo de 1º grau / Estados com municípios = de 2º grau.
Federalismo Centrípeto: periferia para o centro – conjuntos que estado abrem mão se
sua soberania – ex: EUA.
Federalismo Centrífugo: centro para periferia – Estado Unitário se descentraliza e
confere autonomia a outros entes.
Federalismo Dual ou Clássico: competência fechada e específicas.
Federalismo Cooperativo ou Neoclássico: dois ou mais entes atuam em conjunto – sem
separação rígida de competências.
OBS: Brasil tem parte dual e parte cooperativa.
Federalismo Simétrico: repartição de competência e receita de forma igualitária entre os
entes.
Federalismo Assimétrico: pressuposto da existência de desigualdades regionais – busca
reverter esse quadro com atribuições de competência e receita de forma desigual.
OBS: Brasil é simétrico (Bernardo Gonçalves), mas há manifestações assimétricas na
CF.
Repartição de competências:
- HORIZONTAL: estanque/fechada e especifica entre os entes – cada ente tem
sua competência – constituição dos EUA de 1787 – União com enumeradas e
Estados com as remanescentes (OBS: no tributário residual é da União – art.154
da CF) – federalismo dual, típico do Estados liberais – atualmente = União
enumeradas / Estados remanescentes / Municípios enumeradas.
11 INTERVENÇÃO
11.1 PRINCÍPIOS REGENTES
11.2 CONCEITO
Ato de natureza política excepcional e dotado de necessidade que consiste na supressão
temporária da autonomia de um ente nas hipóteses previstas na CF – ente mais amplo
para o menos amplo – território federal só sofrerá intervenção da União – União nos
Estados e DF e Estado nos Municípios – União não pode intervir nos municípios.
11.3 PROCEDIMENTOS
Art.34, IV, CF – garantir livre exercício de qualquer dos poderes nos estados – depende
de solicitação do PL ou Executivo ou requisição do Judiciário, via STF ao PR – PR é
provocado - solicitação do PL ou executiva = PR não é obrigado – requisição do
judiciário = PR é obrigado.
OBS: em regra, não há controle judicial sobre a intervenção – ato político – só quando
houver descumprimento de normas constitucionais pelo PR.
5 - CE não pode estabelecer prazo para que o detentor de uma iniciativa privativa
apresente projeto de lei ao legislativo, pois violaria a separação dos poderes. Caso haja
inércia poderá configurar um caso de inconstitucionalidade por omissão;
6 - CE não pode definir os crimes de responsabilidade do governador, tampouco
cominar as respectivas penas. Esta competência é de direito penal, cabendo à União
legislar privativamente. O STF faz uma interpretação extensiva para enquadrar os
crimes de responsabilidade na competência de direito penal da União. Este
entendimento está esposado na súmula vinculante 46:
7 - CE não pode criar órgão de segurança pública diverso daqueles previstos no art. 144
da Constituição;
10 - O STF ainda afirma que compete à União tratar sobre direito penal, razão pela qual
somente ela poderá tratar sobre crime de responsabilidade. Houve até mesmo a edição
da súmula vinculante 46, estabelecendo que a definição das condutas típicas
configuradoras do crime de responsabilidade e o estabelecimento de regras que
disciplinem o processo e julgamento dos agentes políticos federais, estaduais ou
municipais envolvidos são da competência legislativa privativa da União e devem ser
tratados em lei nacional especial (art. 85 da Constituição da República). Súmula
Vinculante 46 :A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das
respectivas normas de processo e julgamento são de competência legislativa privativa
da União.
12 - É constitucional lei estadual que limite a quantidade de alunos por sala de aula em
escolas públicas ou particulares.
13 - Súmula Vinculante 38, STF: é competente o Município para fixar o horário de
funcionamento de estabelecimento comercial. Súmula 19, STJ. A da fixação de horário
bancário, para atendimento ao público, é da competência da União.
14 - Súmula Vinculante 49, STF. Ofende o princípio da livre concorrência lei municipal
que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em
determinada área.
1.1 CONCEITO
Ciência Penal
Distorção do direito penal – político – promoção do Estado – ideia que o Direito Penal
muda a sociedade – desconsidera intervenção mínima – ex; mendicância.
Separação do direito penal da igreja – Lugi Ferrajoli – sem conexão entre direito e
moral.
Essas expressões são utilizadas para criticar a expansão do direito penal para
tutelar bens jurídicos difusos, coletivos. Ex.: meio ambiente.
Tipificação de condutas que ofendem bens jurídicos transindividuais – combater
condutas difusas e perigosas – ex: crimes ambientais.
1.8 ECOCÍDIO
Destruição em larga escala do meio ambiente – TPI decidiu que é crime contra a
humanidade – vítimas poderão entrar o TPI para danos morais e econômicos.
2 EVOLUÇÃO HISTÓRICA
Vingança privada: cada um defende o seu – o homem é o lobo do homem (homo homini
lupus) – vingança perpetrada pela própria vítima .
Vingança pública: direito de punir passa a ser do Estado - Beccaria (dos delitos e das
penas).
Pós iluminismo.
Clássica: Francesco Carrara – crime como ente jurídico – violação do direito – sem
preocupar com a causa.
Delinquente é ser livre – prática o crime por vontade própria – alheia a moral.
Base Beccaria.
Crime decorre de fatores naturais – criminoso nato x criminoso que nasceu em ambiente
criminoso.
Formais imediata: lei (cria crimes e comina penas), CF (não cria crimes nem comina
penas, mas mandados constitucionais de criminalização), TIDH (não cria crimes nem
comina penas – STF rejeitou conceito de organização criminosa da convenção de
palermo (HC 96007)– não pode criar crime e cominar pena para o direito interno mas
pode para o direito internacional), jurisprudência (SV – vide SV 24), princípios (réus
podem ser condenados e absolvidos com base em princípios) e normas penais em
branco.
2ªC: não pode revogar formalmente, mas apenas de forma material, não devendo a lei
ser aplicada pelo magistrado.
3ªC: somente lei revoga lei, pois enquanto estiver em vigor possui plena eficácia.
LINDB diz: “Não se destinando a vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a
modifique ou revogue”. STF e doutrina majoritária.
Não incriminadora: não define crime – não cria sanções. Subdivide em:
- Permissiva (justificante e exculpante): lei permite a prática da conduta – ex: legitima
defesa.
Doutrinária: estudiosos.
Jurisprudência: tribunais.
Analogia: é forma de integração (lacuna – não há lei para se aplicar no caso concreto) –
vedada in malan partem – lacuna legal (involuntária) e não silencio intencional –
analogia legis (norma semelhante) – analogia iuris (não há norma – usa-se princípio).
Interpretação sui generis exofórica: significado está na doutrina – ex: (art.20 – tipo)
Criação de tipos penais deve se pautar pela proibição de comportamento que exponham
a risco ou lesionem bem jurídicos essenciais.
Jurisprudência
A reincidência não impede, por si só, a insignificância. Já houve caso que o juiz não
absolveu, mas impôs ao réu regime inicial menos gravoso com base no princípio da
insignificância, criando exceção jurisprudencial à regra do art. 33, § 2º, “c”, do CP, com
base no princípio da proporcionalidade STF. 1ª Turma. HC 135164/MT, Rel. Min.
Marco Aurélio, red. p/ ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 23/4/2019 (Info 938).
STJ – evasão de divisas “dólar cabo” – valor de 10.000 não é parâmetro para aplicar
insignificância. (REsp 1.535.956 - RS, Relator(a): MINISTRA MARIA THEREZA DE
ASSIS MOURA, julgado em 1º de março de 2016).
Hans Welzel – conduta é formal e materialmente típica mão não será considerada típica
se for socialmente adequada.
Fundamento democrático: o povo elege representantes que vão definir o que é crime.
- Não há crime nem pena sem lei: reserva legal – lei em sentido estrito (LC ou LO) –
MP ´só não incriminador – lei delegada não pode.
Classificação
Tipo penal aberto: complemento valorativo – juiz que decide – ex: crimes
culposos.
Norma penal em branco: complemento normativo:
o Própria (sentido estrito – heterogênea): norma diversa do legislador –
ex: portaria ANVISA.
o Imprópria (sentido amplo, homogênea): norma próprio legislador:
Homovitelina: mesmo diploma – ex: art.326 CP.
Heterovitelina: instancia diversa – ex: CC diz o que é
casamento.
Nulla necessitas sine injuria – tem que haver lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico –
doutrina usa para defender inconstitucionalidade de crimes de perigo abstrato pois,
nesse caso, não há lesão, mas presunção absoluta de perigo – veda criminalizar
pensamentos – veda autolesão – veda criminalizar meros estados existenciais
(criminalizar pelo que é – ex: mendicância).
Pena não passará da pessoa do condenado – pena não atinge quem não praticou o fato –
denuncia individualizada – individualização da penal.
Tem que ser culpável – imputável – potencial consciência da ilicitude – pudesse ter
conduta diversa.
Art.5º, LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença
penal condenatória – STF 2019 condenação em caráter definitivo.
Art.20 do Estatuto de Roma – nem processo nem condenação duas vezes pelo mesmo
fato – não é absoluto – exceção está no art. 8º do CP (sentença estrangeira).
Todos possuem o direito de atuar acreditando que as demais pessoas irão agir de acordo
com as normas que disciplinam a vida em sociedade.
Novatio Leigs incriminadora: era atípica e passe ser criminosa – teoria da ação
significativa – não retroage.
Novatio Legis in Pejus: tratamento mais rigoroso – não retroage – atentar Súmula 711
do STF: A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime
permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da
permanência.
Abolitio Criminis: conduta criminosa suprimida – art.2º, CP – alcança coisa julgada – só
alcanças efeitos penais – não alcança extrapenais – Flávio Monteiro de Barros (causa
extintiva da tipicidade) – CP, art.107 (causa extintiva da punibilidade) prevalece.
Novatio Legis in Mellius: lex mitior – tratamento mais brando – retroage – alcança coisa
julgada – após coisa julgada compete ao juiz da execução (súm 611 STF) mera operação
matemática – se houve complexidade compete ao juiz da revisão criminal (juízo de
valor).
Lei penal mais benéfica em vacatio legis: Alberto Silva Franco (retroage) – corrente
majoritária diz que não retroage.
Combinação de lei penais (Lex Tertia): STF não admite – seria terceira (inovação
legislativa) – análise cabe ao réu se houver dúvida.
Continuidade normativo típica: supressão formal mas não material – norma é revogada
mas continua sendo crime em outro dispositivo.
- caráter excepcional: não retroage (ex: portaria tabelando preços e depois altera o
preço) – não produz descriminalização.
P. justiça universal ou cosmopolita: justiça não importa onde – pais em que o sujeito for
encontrado.
8.4 EMBAIXADAS
É inviolável – não é extensão de território do país correspondente – aplicação da lei
brasileira sem prejuízo de convenção, tratado ou regra de direito internacional.
Não incidência da lei penal brasileira no caso de crime de que ocorra em navio ou
aeronave estrangeira de passagem no território nacional.
Crimes a distância (ou de espaço máximo): crime percorre território de 2 países (Brasil
e Argentina) – conflito internacional de jurisdição – aplica-se art. 6º.
Crimes plurilocais: dois ou mais territórios de um mesmo país soberano (São Paulo, São
Bernardo e Guarulhos) – conflito interno de competência – aplica-se art.70 do CPP
(teoria do resultado).
8.7 EXTRATERRITORIALIDADE
Punido pela lei brasileira ainda que condenado ou absolvido no estrangeiro. Nucci diz
que é inconstitucional – ne bis in idem.
Requisitos:
Crimes que a lei brasileira autoriza a extradição – art.82 lei 13.445/17 – PPL igual ou
superior a 2 anos;
Requisitos:
- Requisição do MJ.
8.8 COMPETÊNCIA
Capital do Estado onde por último residiu o agente – se nunca residiu no Brasil capital
da república.
Não tem imunidade diplomática – tem imunidade relativa – somente em atos de oficio –
funcional.
Freedom from arrest – art. 53, §2º da CF - desde a expedição do diploma membros do
CN não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável – autos remetidos
à casa respectiva dentro de 24 horas para que decida sobre a prisão – voto de maioria
dos membro – decisão política – CF só fala de prisão em flagrante não fala de norma
procedimentais – STF decidiu pela possibilidade de aplicação das medidas cautelares de
que trata o artigo 319 do CPP, mas, se se tratar de algo que impeça o pelo exercício do
mandato, tem que haver deliberação da casa legislativa.
Crimes cometidos após a diplomação – recebida a denuncia pelo STF a Casa Legislativa
pode sustar o andamento da ação – pedido de qualquer partido político – voto ostensivo
e nominal da maioria absoluta de seus membros (art.53,§ 3º da CF) – não fica impedida
a instauração – STF dispensa autorização para instauração – suspensão deve ser
apreciada em 45 dias – se sustar processo não segue enquanto parlamentar seguir no
mandato – lapso prescricional fica suspenso – não se estende a inquérito policial –
instauração deve ser requerida pelo PGR com autorização do STF – supervisão do STF.
Licenciado não manterá a imunidade – a não ser que o cargo assumido também confira
prerrogativa (ex: ministros de Estado).
Art. 27, §1º - princípio da simetria – súmula 3 do STF superada – estende imunidades
dos parlamentes federais aos estaduais – somente do exercício e em razão do cargo AP
937.
Federais Estaduais
Imunidade absoluta – opiniões, palavra e Imunidade absoluta – opiniões, palavra e
votos votos
Imunidade relativa: Imunidade relativa:
a) Foro (STF) a) Foro (TJ,TRF, TRE)
b) Prisão b) Prisão
c) Processo c) Processo
d) Condição de testemunha Condição de testemunha
10 DISPOSIÇÃOES GERAIS
Homologada pelo STJ – não aprecia o mérito – apena exame formal (juízo de
prelibação) – efeitos civis dependerá de requerimento da parte – para medida de
segurança tem que ter tratado de extradição – sem tratado requisição do MJ.
Prazo processual: CPP – sem dia do início – inclui o vencimento – feriado ou dia útil
prorroga.
Conflito aparente de norma: lei vigente x lei vigente – duas leis – um caso.
Especialidade: lei especial prevalece sobre lei geral – lei especial contém todos os
elementos da geral + outros especiais – preenche integralmente o tipo penal – ex: tráfico
x contrabando – não importa menor ou maior rigor -
Consunção: absorção de um delito por outro – sem espécie e gênero – sem grave e
menos grave – crime progressivo (já tem finalidade grave e para alcança-la pratica
crime menos grave) – progressão criminosa (substituição do dolo inicial – muda o dolo
– queria lesionar depois sobrevém a vontade de matar).
ante factum impunível: ocorre antes – não será punível – ex: violação de domicilio antes
do furto.
Post factum impunível: exaurimento do crime principal – ex: destruir produto furtado –
só responderá pelo furto.
quanto à espécie de ação penal: crime (API, APC e APP) – contravenção (API).
quanto aos limites da pena: crime (até 40 anos) – contravenções (até 05 anos).
Há discussão
1ª C – PJ não pode praticar crimes – societas delinquere non potest – nem ser
responsabilizada penalmente – ente virtual desprovido de consciência e vontade – só
responsabilização administrativa, tributária e civil – Gilberto e Vladimir Passo Freitas.
Rogério Saches diz que pode haver responsabilização penal até a liquidação – art. 51 do
CC – nem todas as penas são cabíveis.
Mão própria: além da qualidade especial, próprio agente tem que executar – falso
testemunho – admite-se participação – coautoria não – excepcionalmente dois peritos
assinarem laudo falso.
Bi-comum e bi-próprio.
Morto não é titular – contra respeito aos mortos sujeito passivo é a coletividade –
calunia = família do morto.
Pessoa ou coisa sobre a qual recai da conduta – crimes de mera conduta não tem –
omissivo puro ou próprio também não tem – crimes matérias sempre tem.
Todo crime tem – interesse tutelado pela norma – um bem jurídico (crime mono-
ofensivo) – mais de um bem jurídico (crime pluriofensivo) -
Formal (de consumação antecipada): tipo descreve resultado que não precisa ocorrer
para a consumação do delito – se ocorre há mero exaurimento – ex: extorsão mediante
sequestro.
Mera conduta: tipo descreve conduta e não descreve resultado – sem objeto material –
ex: porte ilegal.
Doloso: quer o resultado (dolo direto) ou assumiu o risco de produzi-lo (dolo eventual –
teoria do assentimento).
Concreto: exige demonstração que o bem jurídico foi colocado em risco. Ex:
art.132 CP.
Perigo abstrato ou presumido: própria lei presume que a conduta é perigosa,
dispensando prova do perigo: ex: porta ilegal de arma.
Omissivo: não faz o que devia ser feito – violação de tipo mandamental.
Omissivo próprio: não fazer - norma mandamental decorre do tipo próprio penal
– ex: omissão de socorro – pode participação – devia e podia agir.
Omissivo impróprio (impuro ou comissivo por omissão) – o crime é comissivo
mas é praticado por omissão – tem o dever jurídico de evitar o resultado –
garante art.13, §2º - omissão decorre de uma clausula geral – pode participação.
Omissivo por comissão: agente atua para que outra pessoa não venha a agir – ex:
agente que tranca médico em um quarto para que ele não atenda seu desafeto –
médico não responde – desafeto responde pro homicídio.
Unissubsistente: uma conduta – sem fracionamento – sem tentativa – ex: injuria verbal.
Plurissubsistente: conduta pode ser fracionada – pode tentativa – ex: homicídio, furto,
roubo.
Crime de ação única: apena uma conduta possível – ex:furto: só subtrair – ainda
que se possa fracionar.
Crime de ação múltipla (tipo penal misto): diversas formas de conduta – ex: tráfico.
Crime de resultado cortado (ou de resultado separado): segundo ato deseja pelo sujeito,
que não é necessário a consumação, não é praticado por ele – ex: art.159, CP, quem
paga o resgate é um terceiro.
Crime mutilado de dois atos: o 2º ato dispensável para a consumação delito é praticado
pelo agente – ex: petrechos para a fabricação de moeda – falsificar ou não a moeda
depende do sujeito.
crime de mera suspeita: agente punida pela suspeita em seu agir – viola direito penal do
fato – ex: art 25, LCP (mendicância).
crime profissional: crime habitual com finalidade lucrativa – ex: rufianismo, art. 230,
CP.
crime subsidiário: só se não constituir crime mais grave – soldado de reserva (Hungria).
crime putativo: só na cabeça do agente – não crime por erro de tipo, proibição ou por
obra do agente provocador.
crime remetido: tipo penal faz referência a outro crime, que passa a integrá-lo – ex:
fazer uso de documento falso.
crimes funcionais ou delicta in officio: elementar do tipo que ou autor seja funcionário
público.
crimes funcionais típicos e atípicos: STF (somente crimes funcionais típicos seguem o
rito do procedimento de apuração da responsabilidade dos funcionários públicos –
defesa prévia.
Típicos: exige que a conduta seja praticada por funcionário público – ex:
prevaricação.
Atípicos: praticados por funcionário público em razão da função, mas poderia ter
sido praticado por um particular – ex: art.90 da lei de licitações.
11.2 CONDUTA
Franz von Liszt – Ernst von Beling – Gustavo Radbruch – início do séc XIX – ideais
positivistas - método das ciências naturais – causa e efeito – sem abstrações – mero
processo causal destituído de finalidade.
Críticas: não explica crimes omissivos nem delitos sem resultado – não tem como negar
presença de elementos normativo e/ou subjetivos no tipo penal – não há como distinguir
lesão corporal da tentativa de homicídio (dolo e culpa só na culpabilidade) – ação
humana tem que ter finalidade.
Johannes Wessels – principal adepto Hans-Heinrich Jescheck – não vem pra substituir
as anteriores, mas da nova dimensão - comportamento humano voluntário dirigido a um
fim socialmente reprovável – comportamento aceito socialmente não é típico – dolo e
culpa no fato típico e reanalisado na culpabilidade.
Crítica – vagueza do conceito de relevância social.
- Exteriorização da vontade.
Dolo cumulativo: quer inicialmente apena um resultado, depois passa agir para provocar
outro – progressão criminosa.
Dolo especifico: visa fim específico que é elementar do tipo – ex. art.159 do CP.
Dolo Geral (erro sucessivo): supõe já ter alcançado o resultado visado e pratica nova
ação – aberratio causae – erro sobre o nexo causal.
Dolo de primeiro grau: dolo direto – consciência e vontade perseguem fim determinado.
Evento ilícito não aceito ou querido pelo agente, mas que lhe era previsível (culpa
inconsciente) ou excepcionalmente previsto (culpa consciente) e que podia ser evitado
se empregasse a cautela necessária.
Elementos:
Culpa consciente, com previsão ou ex lascívia: prevê o resultado – espera que não
ocorra – imagina poder evitar com sua habilidade – além da previsibilidade há previsão.
Culpa inconsciente, sem previsão ou ex ignorantia: não prevê o que era previsível –
qualquer pessoa não poderia prever.
Culpa própria ou culpa propriamente dita: não quer nem assume o risco do resultado,
mas o causa por negligencia, imperícia ou imprudência.
Culpa impropria ou culpa por equiparação, por assimilação, ou por extensão: erro
evitável – situação que se de fato existisse tornaria sua ação legitima, excluindo a
ilicitude – descriminante putativa – art. 20, § 1º - estrutura dolosa – admite tentativa.
Questões importantes
Racha: STJ diz que é dolo eventual – mas lembre-se que houve alteração legislativa,
tratando-se de crime preterdoloso quando houver lesão grave ou morte, ou seja, será
culposo.
Embriaguez: tendência a ser culpa consciente – simples fato de estar embriagado não
presume que há dolo eventual – tem que haver evidência de que o agente se viu diante
de um resultado lesivo iminente e se manteve indiferente em relação as implicações do
seu proceder.
Principio da confiança: segue o dever de cuidado e confia que os outro irão seguir.
Requisitos:
- Nexo causal;
O evento culposo mais grave deve ser pelo menos previsível (lembrar da briga na areia
da praia em que o individuo cai e bate a cabeça em uma pedra – não há responsabilidade
– culpa tem que ser provada – vedado a presunção – haverá reincidência em crime
doloso.
Erro sobre dados principais do tipo – se avisado do erro, o agente para de agir.
Cinco espécies:
Erro sobre o abjeto (error in objecto): sem previsão legal – confunde objeto material e
atinge outro – ex: furta relógio dourado no lugar de outro – consequência = punição pela
conduta praticada – Rogério Sanches = mais favorável.
Erro na execução (aberratio ictus): art.73 do CP – atinge pessoa diversa por erro na
execução – consequências:
Erro sobre o nexo causal: sem previsão legal – resultado se produz mas com nexo
diverso do desejado pelo agente – 1º em sentido estrito (um só ato provoca o resultado
visado, mas com outro nexo) ex: “A” joga “B” pra morrer afogado e “B” bate com a
cabeça – 2º dolo geral ou aberratio causae (pluralidade de atos provoca o resultado, mas
com outro nexo) ex: “A” atira em “B”, depois joga “B” no rio, “B” morre afogado –
considera nexo ocorrido e não o pretendido – Rogério Sanches diz que se considera o
nexo mais benéfico.
Em ambos há falsa percepção da realidade – erro tipo = pratica o tipo sem querer (atira
em pessoa pensando ser boneco de cera) – delito putativo = pratica fato atípico sem
querer (atira contra boneco de cera pensando ser gente) – delito putativo por erro de tipo
= crime impossível por absoluta impropriedade do objeto material.
11.3.2.1 Competência
Erro provocado por terceiro: erro induzido – agente provocador e agente provocado –
punição do agente provocador (autor mediato) – autor imediato só é punido se tiver
agido com dolo ou culpa.
Não fazer – viola tipo mandamental – estava obrigado e era possível agir.
Omissivo improprio, impuro, espúrio, ou comissivo por omissão: teoria normativa – não
basta abstenção, tem que ser obrigado a agir e poder agir – garantidor – dever
jurídico/específico – cláusula geral (art.13, §2º do CP) – tipo infringido descreve
conduta omissiva – subsunção indireta.
Tenha por lei obrigação de cuidado proteção ou vigilância: lei pode ser penal ou
civil – não inclui obrigações de orem moral ou religiosa – só dever jurídico –
não é homicídio e sim omissão de socorro quem contempla cego pular do
abismo, podendo impedi-lo.
De outra forma assumiu a reponsabilidade de impedir o resultado: não decorre
da lei – assunção voluntária – pode nascer de relações contatuais ou da vida
cotidiana.
Quem, com seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do
resultado: agente produz o perigo – irrelevante atuação perigosa seja lícita ou
ilícita, culposo o dolosa, punível ou não punível – agente tem que ter
consciência de sua posição de garantidor (tal erro exclui o dolo = erro de tipo –
ex: agente que deixa outro morrer, ignorando que era seu filho, responde por
missão de socorro) – se o erro é sobre ser garantidor, há erro de proibição.
11.5 RESULTADO
Crime de mera conduta ou atividade: tipo descreve apenas a conduta – não há resultado
– ex: art.135, CP.
Resultado normativo (jurídico): lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico tutelado – todo
crime tem – quanto a esse resultado os crimes dividem-se em:
3 SISTEMAS
Hely Lopes Meireles aponta 3 critérios que devem ser considerados: desigualdade
jurídica entre a administração e administrados – presunção de legitimidade dos atos da
administração – necessidade de poderes discricionários para a Administração Pública.
Greve do servidor: STF entende que é norma de eficácia limitada – sem lei especifica
usa-se lei geral de greve (lei 7.783/89) – sem direito a remuneração pelos dias parados –
corte não pode ser feito durante a greve – não haverá desconto se ficar demonstrado que
a greve foi provocada por conduta ilícita da administração.
Inadimplemento do usuário: lei 8987, art.6,§3º poder se em caso de emergência ou após
prévio aviso por razões de ordem técnica ou segurança das instalações, ou
inadimplemento do usuário – ilegal paralisar por inadimplemento quando atingir serviço
essencial a coletividade.
Exceção de contrato não cumprido: pode interromper após 90 dias – forma diferida –
não precisa de autorização judicial, salvo para rescisão.
Finalidade: norma deve ser interpretada e aplicada de forma que melhor atenda ao fim
público.
6.1 PRNCÍPIOS
Quanto a estrutura:
Atuação funcional:
Esfera de atuação:
Pessoas jurídicas que vão exercer atividade típica de Estado – titularidade e execução –
autonomia administrativa, gerencial e financeira – autarquias e associações públicas (os
consórcios públicos, quando de direito público, tem natureza de entidade autárquica) –
fundações públicas – empresas públicas – sociedades de economia mista.
Personalidade jurídica própria (não se confundem com os entes que as criou) – criação
depende de lei ordinária (lei cria autarquias e autoriza a criação do demais entes) –
finalidade pública – se sujeitam a controle da Administração Direta, sem hierarquia –
lembrar recurso hierárquico próprio e hierárquico improprio.
Controle pode ser: político (escolha de dirigentes) – institucional (não desviar dos fins)
– administrativo (fiscalização dos agentes) – financeiro.
6.4.2 Autarquia
Criação por lei (não quer dizer lei limitada sobre tal assunto) – atividade típica da
Administração Pública – personalidade jurídica de Direito Público – prerrogativas e
sujeições do regime jurídico administrativo – foro = AF na JF e AE na JE.
Agências executivas: podem ser tanto autarquias quanto fundações públicas que,
estando ineficientes celebram contrato de gestão – mais independência e mais
orçamento.
FPD Privado: regime híbrido: sem prerrogativas, mas se submete aos princípios –
autorizadas por lei – empregados CLT.
Autorização tem que vir com a forma societária, prazo e modo de composição do
capital – subsidiárias = empresas controladas (2º grau); dispensa de licitação para
contratar com a empresa de 1º grau – intervenção no domínio econômico só quando
imperativos de segurança nacional e relevante interesse público – se prestadora de
serviço público a responsabilidade civil é objetiva (art.37,§ 6º, da CF) – se de
atividade econômica = direito privado – só podem prestar serviços públicos que
poderiam ser prestado pena iniciativa privada – sem privilégios fiscais não
extensivo ao setor privado.
Capital 100% público na EP (não precisa ser da mesma pessoa política – ex: 60%
da união e 40% de SEM) – não admite particulares – SEM = capital público +
privado – poder público tem que ter maioria do capital votante.
Bens privados – quando presta serviço público tem algumas proteções como
impenhorabilidade.
Falência não se aplica quando prestam serviços público, mas sim quando atividade
econômica.
Foro: EPF = JF; EPE = JE – SEM sempre na JE (sum 556 STF), exceto se a União
intervir na lide na lide (sum 517 STF).
DIREITO
PROCESSUAL
PENAL
1 INTRODUÇÃO
Direito substantivo = direito material = direito penal = foco no que dever ser feito.
1.2 FINALIDADE
1.3 FONTES
Formais ou de cognição:
1.4 PRINCÍPIOS
Dever de tratamento
Dimensão interna: acusação tem que provar a culpa do acusado – ônus probatório –
dúvida = absolvição (art.386, II, V, VI e VII do CPP) – prisão preventiva,
temporária e medias cautelares em caráter excepcional.
Tribunal do júri – permite utilização de argumentos que não seriam validos diante
de juiz singular – cunho moral – religioso – social – espiritual.
1.4.1.5 Prevalência do interesse do réu ou favor rei ou in dubio pro reo – art. 5º,
LVII, CF/88
Proibição de tribunal de exceção (escolhido após a infração penal) – ser julgado por
juiz competente – somente exercem jurisdição órgãos instituídos pela CF –
redistribuição de feitos decorrentes de criação de vara idêntica não vila juiz natural
(STJ) – convocação excepcional de juízes de primeiro grau para integras câmaras
julgadoras em tribunais não ofende juiz natural (STF) – sumula 704 – não viola juiz
natural desaforamento de julgamentos do tribunal do júri.
1.4.1.8 Publicidade
Atos, via de regra, são públicos – vide art. 5º e 93, IX da CF e 792 do CPP.
1.4.1.9 Vedação das provas ilícitas – (art.5º, LVI, CF 88)
Cuidado com redação dos §§1º e 2º do art. 157 do CPP – legislador fez confusão
entre fonte independente e descoberta inevitável.
Art.93, IX, CF/88 e art. 381, III, do CPP – artigos 489, §1º do CPC e 315, § 2º do
CPP.
“Art. 93, IX – todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos,
e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade (...)”
“Art. 381. A sentença conterá: III - a indicação dos motivos de fato e de direito em
que se fundar a decisão;”
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será
sempre motivada e fundamentada.
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - limitar-se à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem
explicar sua relação com a causa ou a questão decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto
de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese,
infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta
àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado
pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a
superação do entendimento.
Apesar do 315 estar no titulo das prisões, se refere a todas as decisões.
Acusação tem que movimentar o judiciário – juiz não pode agir de oficio.
Parte da doutrina fala em delegado natural – art.2º, §4º da lei 12830/2013 – STF
não reconhece.
1.4.2.8 Oficiosidade
Duas ações: prevenção (juiz que se tornou prevento julga o caso) – distribuição
(data da distribuição – que primeiro foi distribuída) – condenação que primeiro
transitou em julgado (STJ), pouco importa a pena.
1.4.3 Princípios propriamente ditos
Para a doutrina, é inatingível – restrições o juiz quanto o que pode ser aceito como
prova.
Art. 399, §2º do CPP (juiz que preside instrução deve proferir sentença) –
identidade física do juiz – há exceções não prevista no CPP, utiliza-se a do processo
civil (STJ) – outra exceção, lei 12019/10 alterou lei 8038/90 e trouxe a figura do
juiz instrutor – decorrência lógica de subprincípios :oralidade (predominância da
palavra falada), concentração dos atos (concentrar produção de provas na
audiência) e imediatidade (proximidade do juiz com a prova por ele colhida).
Trazida aos autos, as provas não mais pertencem às partes, mas sim ao processo.
2 SISTEMAS PROCESSUAIS
Brasil adota sistema acusatório mesmo antes da lei 13.964/19 – art. 129, I – STF e
STJ – nunca se negou impureza (resquícios do sistema inquisitivo).
Após lei 13964/19 – “Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas
a iniciativa do juiz na fase de investigação e a substituição da atuação probatória do
órgão de acusação.” - Na fase de investigação e recebimento da acusação, atuará
o Juiz das Garantias, enquanto na fase de julgamento, o Juiz de Julgamento não
receberá nem se contaminará pelo produzido na fase anterior, já que somente provas
irrepetíveis, medidas de obtenção de provas e antecipação de provas serão
encaminhados. O restante deverá permanecer acautelado no Juiz das Garantias
(CPP, art. 3-B, § 3º), com acesso às partes (CPP, art. 3-B, §4º).
3.1.1 Territorialidade
Territorialidade: lei brasileira aplica-se a processos que tramitarem no país – lex fori,
soberania nacional – ex: carta rogatória de juiz estrangeiro seguirá a lei processual
brasileira.
CPP adota territorialidade absoluta (locus regit actum) – brasil não aplica direito
estrangeiro apesar de permitir a aplicação de regras de direito internacional – adota
também territorialidade estrita = lei processual penal não aceita extraterritorialidade
(não quer dizer que ela não se aplicar a crimes cometidos fora do território nacional – se
o crime for cometido fora do Brasil e for julgado aqui, será aplicado a lei processual
penal brasileira) – vide art.1º do CPP.
3.1.1 Extraterritorialidade
3 situações em que a lei brasileiro poderá ser aplicada fora do território nacional:
Sistema da unidade processual: processo é um só – iniciado sobre uma lei, vai até o fim
– não é adotado no Brasil.
Sistema das fases processuais: divide o processo – iniciada uma etapa (ex: fase
instrutória) – deve ser aplicada a lei que estava em vigor quando ele começou – só
aplica alguma modificação legislativa na fase seguinte – não adotado.
Sistema do isolamento dos atos processuais: sucessão de atos isolados – cada ato aplica
a lei em vigor quando é realizado – adota do Brasil – art. 2º do CPP.
Normas mistas retroagem – seguem a regra do direito penal – STF – vide art.2º da
LICPP.
Analogia: integração da lei – omissão legislativa involuntária – no CPP pode ser usada
em prejuízo do acusado – ex: se o MP não quiser oferecer suspensão condicional do
processo, usa-se o art.28 do CPP.
Interpretação extensiva: ampliação do sentido – ex: ampliação pelo STJ das hipóteses de
cabimento do recurso em sentido estrito do art.581 do CPP.
Suspensão pelo ministro Luiz Fux, relator das ADIs 6298, 6299, 6300 e 6305.
Responsável civil, penal e administrativamente pelo controle de legalidade da
investigação criminal e pela salvaguarda da reserva de jurisdição – fase pré-
processual – não abarca infrações de menor potencial ofensivo.
Prova não repetível: só pode ser produzida uma vez – desaparece – fase investigatória
ou em juízo – sem autorização judicial – diferido – ex: exame de corpo de delito.
Art. 156, I, faculta ao juiz, mesmo antes da ação penal, produção antecipada de provas
urgentes e relevantes.
Como regra – requerimento do MP ou da pessoa interessada – art. 3º-A do CPP: Art. 3º-
A. “O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de
investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação”.
Arts. 4º, § 7º, da Lei nº 12.850/13 e art. 28-A, § § 4º e 6º, do CPP, quando na fase
investigatória.
Art. 3º C - Art. 3º-C. “A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações
penais, exceto as de menor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento da denúncia
ou queixa na forma do art. 399 deste Código”.
Art. 3º-C, §3º - a disposição do MP e da defesa – não será apensado aos autos enviados
ao juiz da instrução e julgamento, salvo prova irrepetíveis, medidas de obtenção de
provas ou antecipação de provas, que vão em apensamento apartado.
Art. 3º-E.
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o
tratamento dos presos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade com órgãos
da imprensa para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de
responsabilidade civil, administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
5 INVESTIGAÇÃO CRIMINAL
5.1 INTRODUÇÃO
Vícios formais não contaminam a ação penal / STF – suspeição de autoridade não é
motivo de nulidade – art. 7º, XXI do Estatuto da OAB, se for negado o direito do
advogado participar do interrogatório ou depoimento, há nulidade absoluta do
interrogatório ou depoimento e de todos os elementos deles decorrentes – delegado pode
indeferir perguntas feitas pelo advogado, aplicação analógica do art. 212 do CPP e base
no art. 14 do CPP – havendo violação de garantias constitucionais e legais expressas e
quando MP oferecer denuncia apenas com base em IP viciado, denuncia deverá ser
rejeita por justa causa, art. 395, III, do CPP (Nestor Távora).
5.6 ESCRITO
Todas as peças devem ser escritas – ato oral tem que ser reduzido a termo – art. 9º do
CPP – tendência a mitigação / adoção do art. 405, §§ 1º e 2º, do CPP.
Sigilo interno: advogado pode consultar mesmo sem procuração (art. 7º XIV do EOAB)
– se os autos forem sujeito a sigilo, deve o advogado apresentar procuração (art.7º,§10)
– autoridade pode delimitar diligencias em andamento e ainda não documentado – vide
SV 14 + art. 7º,§ 12 – acesso indevidamente negado = reclamação (SV) , MS ou HC (se
estiver em jogo liberdade de locomoção) – no caso de OCRIM (lei 12850/13) sigilo é
decretado por autoridade judicial competente / vide art. 23 da Lei 12850/13 – em
OCRIM o acesso pelo defensor depende de autorização do Juiz, salvo diligencias em
andamento.
5.8. OFICIALIDADE
5.9 AUTORITARIEDADE
Autoridade policial não pode mandar arquivar inquérito – quem requer arquivamento é
MP e juiz decide se homologa ou não – houve modificação pela lei 13964/19.
5.12 DISPENSABILIDADE
5.13 INCOMUNICABILIDADE
Art.21 não recepcionado – nem mesmo no Estado de Defesa - CADH também é contra.
Atribuição é do Delegado de polícia em cuja a área houve crime – art.4º do CPP – sem
regras de competência – mera irregularidade IP tramitar em local diverso do da
consumação da infração – advogado pode entrar com HC para trancar – art.2º,§ 4º da lei
12830/13 (IP só pode ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico por motivo
de interesse público ou inobservância de procedimento que prejudique a investigação).
Art. 5º do CPP
De oficio: APPI – dever se instaurar sob pena de prevaricação (art.319, CP) – portaria.
5.16 OBSERVAÇÕES
APP: relatório sobre todas a diligências – encaminhar ao Juiz – fato difícil / indiciado
solto / AP pode requerer ao juiz a devolução dos autos para diligências / juiz marca
prazo / art.10 do CPP – sem juízo de valor – como pacote anticrime, vai direto pro MP –
pro juiz só se houver pedido de medida cautelar – MP oferece denuncia / requer
devolução a AP para nova diligências (art.16 do CPP) / declina ou suscita conflito de
competência/atribuição / requer arquivamento – doutrina moderna / tramitação só entre
polícia e MP – art. 52 da lei de drogas / juízo de valor – se juiz das garantias voltar, o
art.10 ,§1º estará revogado / sem passar pelo juiz.
APPrivada: autos de IP remetidos ao Juiz / permanecerão em cartório / aguarda
ofendido quanto a queixa-crime / nada impede que sejam entregues ao requerente / - 6
meses de decadência – se voltar pacote anticrime / artigos 3º-A a 3º-F e art.28 o art. 19
será revogado / IP de ação privada ficará na polícia – não intervém MP nem Juiz.
Lei 13.964/19: art. 3º, § 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá,
mediante representação da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar,
uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda
assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada.
Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração
cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos.
(Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. Nos demais casos, a
fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas.
Art. 149. Quando houver dúvida sobre a integridade mental do acusado, o juiz
ordenará, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, do defensor, do curador,
do ascendente, descendente, irmão ou cônjuge do acusado, seja este submetido a exame
médico-legal. § 1o O exame poderá ser ordenado ainda na fase do inquérito, mediante
representação da autoridade policial ao juiz competente.
Art. 120. A restituição, quando cabível, poderá ser ordenada pela autoridade policial ou
juiz, mediante termo nos autos, desde que não exista dúvida quanto ao direito do
reclamante.
Art. 13-A. Nos crimes previstos nos arts. 148, 149 e 149-A, no § 3º do art. 158 e no art.
159 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e no art. 239
da Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), o
membro do Ministério Público ou o delegado de polícia poderá requisitar, de quaisquer
órgãos do poder público ou de empresas da iniciativa privada, dados e informações
cadastrais da vítima ou de suspeitos. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
(Vigência)
Parágrafo único. A requisição, que será atendida no prazo de 24 (vinte e quatro) horas,
conterá: (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
II - deverá ser fornecido pela prestadora de telefonia móvel celular por período não
superior a 30 (trinta) dias, renovável por uma única vez, por igual período;
(Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016) (Vigência)
III - para períodos superiores àquele de que trata o inciso II, será necessária a
apresentação de ordem judicial. (Incluído pela Lei nº 13.344, de 2016)
(Vigência)
Art. 107. Não se poderá opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito,
mas deverão elas declarar-se suspeitas, quando ocorrer motivo legal.
MP se manifesta e juiz decide – se juiz entender que não é caso de arquivar, manda pro
procurador geral ou câmara de coordenação e revisão na JF – se PGJ concordar com
magistrado, oferece a denúncia ou designa outro membro do MP pra oferecer – se
concorda com promotor, arquiva-se, e o juiz não pode fazer nada – vide art.28 do CPP –
se foro por prerrogativa de função, o pedido de arquivamento do PGR deve ser aceito
pelo relator (art.21,XV, do regimento interno do STF) / STF diz ser inviável, nesse caso,
aplicação do art.28 / STJ também / chama-se arquivamento originário.
Coisa julgada material = formal e também fora do processo – matéria não pode ser
rediscutida.
Causa excludente da ilicitude há divergência – STJ (coisa julgada material) – STF (não
faz coisa julgada material) – provas fraudadas não faz coisa julgada material – vide
súmula 524 do STF – vide art.18 do CPP.
Em regra, não cabe recurso contra decisão de arquivamento, salvo: crime contra
economia popular ou saúde pública / recurso de oficio / art.7º da lei 1521/51 – art.6º, §
único da lei 1.508/61 / RESE contra decisão de arquivamento da representação dirigida
a qualquer do povo ao MP nas contravenções penais de jogo do bicho e aposta em
corrida de cavalos fora do hipódromo / doutrina diz que dispositivo não foi
recepcionado / ato privativo do MP.
No sistema da lei anticrime não há que se falar em recurso – muito menos de oficio –
arquivamento no âmbito do MP.
A vítima de crime de ação penal pública incondicionada não tem direito líquido e certo
de impedir o arquivamento do inquérito ou peças de informação (STJ).
Com o pacote anticrime: promotor arquiva – só será efetivamente extinto após revisão
obrigatória da instancia superior (colegiada) do MP – se a vítima não concordar com
arquivamento, pode, no prazo de 30 dias da comunicação, submeter matéria a revisão da
instancia competente do MP, conforme lei orgânica – crimes contra U, E, DF, M /
revisão do IP provocada pela chefia do órgão – se a instancia superior não quiser
arquivamento, designa outro membro do MP para oferecer denúncia – nenhuma
intervenção judicial.
5.25 TRANCAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
5.26 INDICIAMENTO
Certificar ao suspeito que ele passou a ser o principal foco da investigação – despacho
fundamento ou no bojo do relatório final – lastro mínimo de prova / §6º, do art.2º, da lei
12830/13 – ato privativo da AP – MP ou CPI não pode requisitar / STF – pode ser feito
já no APF – após a denuncia não pode (STJ) – pode haver desendiciamento – foro por
prerrogativa / autorização e supervisão judicial do tribunal para a investigação e para o
indiciamento – MP e magistrados não podem ser indiciados.
Informativo nº 714, STF: É possível o oferecimento de ação penal (denúncia) com base
em provas colhidas no âmbito de inquérito civil conduzido por membro do Ministério
Público. STF. Plenário. AP 565/RO, rel. Min. Cármen Lúcia, 7 e 8/8/2013. Esse é
também o entendimento do STJ:
DIREITO PENAL -
PARTE ESPECIAL
1 DOS CRIMES CONTRA A PESSOA: DOS CRIMES CONTRA A VIDA
1.1.2 Qualificado
Sempre hediondo
I - Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe:
interpretação analógica – concurso necessário (mandante e executor) – torpeza
não se aplica automaticamente ao mandante / circunstância subjetiva
incomunicável (art.30 do CP) – torpe = repugnante, vil, abjeto, moralmente
reprovável – vingança e ciúmes não necessariamente caracterizam torpeza.
III - Veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel,
ou que possa resultar perigo comum: insidioso = traiçoeiro / sorrateiro / fraude –
diferencia tortura qualificada pela morte e homicídio qualificado pela tortura.
VII – Contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge,
companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa
condição: normal penal em branco de fundo constitucional (artigos 142 e 144 da
CF) – tem que estar relacionado a função – aposentado não conta.
Dolo pode ser direto ou eventual – matar mulher que sabe está grávida = homicídio
em concurso formal com aborto – lesionar mulher grávida e causa aborto = lesão
corporal gravíssima (art.129,§2º, V, do CP).
São causas de exclusão da ilicitude – não há outro meio de salva a vida da gestante
(aborto necessário ou terapêutico) – gravidez decorrente de estupro (aborto
humanitário/sentimental/piedoso) – ADF 54 (feto anencéfalo) / conduta atípica.
Art.129 caput – quando não for grave ou gravíssima – na lesão leve admite-se o
consentimento do ofendido como causa de exclusão da ilicitude (ex: intervenção
médica) / manifestado previamente a lesão.
Art.129,§1º - incapacidade ocupações habituais por mais de 30 dias / crime a prazo /
precisa de perícia / – perigo de vida / deve ser perigo concreto / – debilidade
permanente de membro sentido ou função / inclui perda de dentes (redução da
capacidade mastigatória, se permanente) – aceleração de parto.
Art.129, §9º - violência doméstica – vítima pode ser homem ou mulher - §10
aumento de 1/3 quando o caso de for de violência doméstica e ocorrer lesão grave,
gravíssima ou seguida de morte / não se aplica a lesão leve - §11 CEAP quando a
vítima for deficiente e for caso de violência doméstica.
Art.129,§8º - perdão judicial na lesão culposa – tem que ter grau de parentesco
(STJ) ou que próprio agente tenha sofrido sequelas físicas.
CF, art.5º, X.
Honra objetiva – macular a reputação – fato determinado / tem que descrever, assim
como na calúnia / ébrio contumaz = injúria / anda cambaleando de bêbado pela rua
= difamação - não importa se verdadeiro ou falso – exceção da verdade:
funcionário público no exercício das funções – consuma-se quando terceira pessoa
toma conhecimento – art.566 do CPP (exceção de notoriedade = réu provar que o
fato imputado é de domínio público / tanto na calúnia quanto na difamação / fato de
domínio público = sem ofensa a honra.
3.1 FURTO
QUALFICADO
c) §4º, II, 2ª parte - Fraude: furto (fraude para diminuir vigilância – vítima não sabe
que o bem sairá de sua posse) – estelionato (ludibria a vitima para que ela
entregue a coisa – fraude = meio para obter consentimento).
d) §4º, II, 3ª parte – Escalada: via anormal para ingresso – esforço incomum –
muro baixo não configura – STJ = em regra pericia, mas ser câmeras de
segurança – STF = sem insignificância.
e) §4º, II, 4ª parte – Destreza: habilidade peculiar – sem que a vítima perceba –
jurisprudência: vítima tem que trazer coisa junto ao corpo.
f) §4º, III – Chave falsa: arame, grampo, etc... tudo que serve pra abri fechadura.
3.2.1 Roubo
II: concurso de duas ou mais pessoas – ainda que inimputável ou não identificado –
se com menor, incide 244-B do ECA / concurso formal – basta presença do menor,
não tem que comprovar que foi corrompido – vide sum 500 do STJ.
III: transporte de valores: não incide se transportador for proprietário dos bens –
dupla subjetivade passiva (transportador e proprietário dos bens) – cabe em
funcionário ocasional.
IV: veiculo automotor para outro Estado: não precisa transpor a fronteira, basta a
intenção.
§2º-A, I: emprego de arma de fogo: arma tem que ser exibida à vítima – ofendido
tem que ver a arma – abordagem pelas costa sem que tenha se visto arma não
permite a majorante – simulação (gestos) e arma de brinquedo não incide a
majorante (sum 174 STJ cancelada) – concurso de agente e apenas um porta arma:
incide para os dois / caráter objetivo / artigos 29 e 30 do CP / teoria unitária ou
monista – simulacro não apreendido / ônus de provar que não arma real é da defesa /
prevalece impressão da vítima – STF = desnecessária apreensão e pericia na arma /
potencial lesivo pode ser comprovado por outros meios – apreensão da arma:
ineficácia absoluta = sem majorante / ineficácia relativa = incide a majorante – arma
desmuniciada: divergência / STJ tem afastado majorante / não há crime autônomo se
arma for utilizada somente para o roubo / consunção (absorção).
II: destruição mediante explosivo ou algo que cause perigo comum: furto com
explosivo é crime hediondo o roubo não.
§2º-B: com arma de fogo de uso restrito ou proibido: qualquer roubo com arma de
fogo é crime hediondo, seja de uso permitido, restrito ou proibido – lembrar: arma
dissimulada = uso proibido (ex: caneta que dispara).
Súmula 443 do STJ: "O aumento na terceira fase de aplicação da pena no crime de
roubo circunstanciado exige fundamentação concreta, não sendo suficiente para a
sua exasperação a mera indicação do número de majorantes."
II: latrocínio – juiz singular (sum 603 do STJ) – emprego de violência dolosa contra
a vítima – relação de causalidade entre a subtração patrimonial e a morte (se é
contratado pra matar e, depois de matar, decide subtrair, há concurso entre
homicídio e furto – vitimas do furto são os herdeiro da vítima de homicídio) –
resultado pode ser doloso ou culposo, mas a violência tem que ser dolosa (indivíduo
que atira na parede para intimidar e a bala ricocheteia e mata alguém, responderá
por latrocínio, pois houve dolo na prática da violência para intimidar) / violência
sempre dolosa / resultado doloso ou culposo – pluralidade de mortes = crime único
se voltado contra um único patrimônio / STF e STJ: magistrado pode aumentar pena
na 1ª fase (consequências do crime) – mais de um patrimônio = concurso forma
impróprio / se desígnios autônomos = concurso material – concurso de agentes:
apena um provoca a morte = todos respondem por latrocínio (art.29, CP – teoria
monista) / outro individuo assume o risco do resultado morte – STJ = não há
continuidade delitiva entre roubo e latrocínio / não são da mesma espécie.
Extorsão x Roubo: extorsão = própria vitima entrega o bem – roubo = coisa pode ser
entregue ou subtraída / se a coisa é subtraída, sempre haverá roubo – extorsão é
imprescindível a colaboração da vítima – no roubo a coisa subtraída é móvel, na
extorsão a vantagem econômica pode ser imóvel (ex: falso sequestro com exigência
pra saque) – STF = não continuidade delitiva entre roubo e extorsão (não são da
mesma espécie).
CAUSAS DE AUMENTO
Art.158, §1º: duas ou mais pessoas: coautoria – comparsas tem que praticas atos
executórios – não precisa ser imputável ou identificado.
QUALIFICADA
Art.158, §2º: remete ao roubo qualificado (§3º) – lesão grave ou morte por dolo ou
culpa – hediondo após pacote anticrime.
QUALIFICADA
Colaboração premiada – somente magistrado, nem policia nem MP, pois tema afeto
a individualização da pena – tem que facilitar a libertação da vítima – STJ = se for
eficaz a libertação da vítima, tem incidência, obrigatória.
1.4.2 Tráfico
33 caput , 33,§1º e 34 são crimes equiparados a hediondos – verbo remeter se
consuma com envio, não precisa chegar ao destino / competência é o local da
remessa – transportar também não exige que a droga chegue ao destinatário,
basta iniciar o transporte – o verbo adquirir não exige pagamento / basta a
tratativa, não é necessário a entrega – privilegiado: 33,§4º = primário, bons
antecedentes, não dedicar a atividades criminosas, não integrar OCRIM / não
equiparado a hediondo – a expressão “vedada conversão em pena restritiva de
direito” é inconstitucional (STF) .
Associação – art.35: para ter tráfico em concurso com a associação do art.35 tem
que ter estabilidade e permanência / vinculo associativo estável – se ocasional =
tráfico + concurso de pessoas –
Colaboração como informante – art.37: não pode ser habitual, tem que ser
ocasional, senão, será associação.
Transporte público: tem que vender a droga dentro do transporte, não basta
pegar o transporte.
1.4.3 Procedimento
Crimes até 2 anos = JECRIM – outros crimes = rito especial da lei de drogas –
CPP = 1 perito oficial ou 2 não oficiais / lei de drogas 1 perito oficial ou 1 não
oficial – inquérito = 30 dias preso ou 90 solto / podem ser duplicados – prazo da
denuncia é de 10 dias, preso ou solto – defesa preliminar após denuncia (prazo
de 10 dias) – quanto ao interrogatório, prevalece a regra geral do CPP (ultimo
ato) / mais benéfico ao réu / ampla defesa prepondera sobre especialidade.
2 TORTURA E GENOCÍDIO
2.1 TORTURA
Lei 9455/97.
Tortura castigo:art.1º, II – crime próprio / só pode ser cometido por aquele tem a vítima
sob sua guarda, poder ou autoridade – se o dolo for educar e não torturar (causa intenso
sofrimento ou mental), haverá maus-tratos (art.136 do CP) – o §1º fala ainda da tortura
do encarcerado.
Formas majoradas: §4º, I: crime cometido por agente público / se já é requisito, pena
não aumente / bis in idem – II: contra criança, gestante, deficiente, adolescente ou maior
de 60 anos – III: sequestro.
Efeitos da condenação: art.1º, §5º: perda do cargo, função pública ou mandato eletivo –
efeito automático na lei de tortura (STJ) e na lei de OCRIM (art.2º, §6º) / não exige
fundamentação – no art.92 do CP o feito não é automático / juiz deve fundamentar.
Conceito: antes era aplicada a lei 7170/83 (Lei de Segurança Nacional) / não definia
o que é terrorismo / juízes que definia / ofendia a taxatividade, gerando
inconstitucionalidade, pois juiz não pode legislar – a lei 13.260/16 define terrorismo
em seu art.2º: atos previsto nos §§ do próprio artigo por um ou mais indivíduos por
razões de xenofobia (aversão a estrangeiro, à culturas diferentes), discriminação ou
preconceito de raça, cor, etnia, religião quando para provocar terror, expondo a
perigo, pessoas, patrimônio, paz ou incolumidade pública –
monosubjetivo/unisubjetivo ou de concurso eventual.
Atos de terrorismo: o §1º do art.2º diz o que são os atos de terrorismo – pena é 12 a
30 anos, além das sanções correspondentes a violência / se houve terrorismo e
alguém, o autor ainda responde pelo homicídio – o §2º do art.2º diz que não se
inclui manifestações políticas, sociais, religiosas, sindicais, etc.
Art.6, caput e § único, pune quem aplicar ou guarda dinheiro para promover a
execução do crime de terrorismo.
Forma majorada: lesão grave ou morte quando não for elementar do crime.
Art.7º: não se questiona mais no cível quando existência ou autoria do fato tiverem
sido decididas no juízo criminal – faz coisa julgada no cível e no administrativo
sentença que reconhece ter sido o fato pratico em excludente de ilicitude – art. 65 no
CPP não menciona coisa julga no administrativo.
Art. 15: Constranger pessoas proibidas a depor (pessoas do art.207 do CPP) - §ú:
prosseguir com o interrogatório: I de pessoa que tenha decido ficar em silêncio / II
de pessoa que tenho optado ser assistida por advogado sem a presente deste.
Art.25: proceder a obtenção de prova ilícita - §ú : incorre também quem faz uso da
prova.
Art.27: requisitar instauração de investigação penal ou administrativa sem indício –
não inclui sindicância ou investigação preliminar sumária justificada.
Art.28: divulgar gravação ou trecho sem relação com a prova que pretende produzir
– não se trata de interceptação ilegal (esta é punida pela lei 9296/96).
5.9 PROCEDIMENTO
Ou 6 meses a 2 anos (JECRIM) - ou 1 a 4 anos (médio potencial ofensivo) / cabe
suspensão condicional do processo / procedimento especial dos crimes de
responsabilidade dos funcionários públicos (arts 513 a 518 do CPP) – Súmula 330
do STJ: “É desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514, do Código
de Processo Penal, na ação penal instruída por inquérito policial.
No flagrante esperado, o agente ainda não está em flagrante, e a autoridade policial fica
na expectativa da sua ocorrência para efetuar a prisão.