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"Em filosofia, o perfil das questões do exame envolve habilidades de conhecimento em relação
aos períodos históricos", diz. "Não é o fato pelo fato, mas sim qual é a importância do fato
filosófico para a história da humanidade". Na hora de estudar, Heitor Henriques Sayeg, professor
de sociologia da Oficina do Estudante, recomenda muita leitura. "O aluno tem de ter um
conhecimento curricular bem amplo, mas ele precisa de uma percepção muito clara de como
relacionar os conteúdos, por isso ler é fundamental. Tem que procurar estar bem informado".
Contudo, conhecer os conceitos é insuficiente para enfrentar a prova. "O estudante não tem que
saber apenas o que o filósofo pensa ou de que época ele é, mas também compreender o
desdobramento filosófico de uma situação que ele já havia problematizado e que estamos
vivendo agora", diz o professor.
Interioridade
Dentro é outra palavra chave para conhecer o pensamento de Agostinho: em sua busca filosófica,
ele deixou de lado a reflexão sobre o mundo exterior, e fez uma profunda introspecção para
descobrir a sua interioridade, a essência do ser humano. Por isso, Agostinho é considerado
também um pioneiro da psicologia.Para encerrar, convém lembrar que o cristianismo - antes de
Agostinho - pouco tinha de filosófico: consistia da crença num Deus criador que se fez homem e
num conjunto de instruções morais. Por isso, o filósofo pôde conciliá-lo sem contradições ao
platonismo.
Filosofia moderna: Maquiavel (suas concepções no campo da política), Thomas Hobbes, John
Locke, Jean-Jacques Rousseau (estado de natureza, contrato social e estado de sociedade para
cada um) e Immanuel Kant;
Elitismo burguês
O modelo habermasiano de esfera pública também foi apontado como limitado, restrito e
idealista. Ele negligencia o fato de que o elitismo burguês bloqueou e reprimiu conscientemente
as chances de uma participação/emancipação mais amplas, como ignora também os impulsos
emancipatórios presentes em tradições populares radicais.Ao agrupar todas as possibilidades no
modelo de esfera pública burguesa, Habermas perde essa diversidade e perde também a
extensão de que a esfera pública sempre foi constituída pelo conflito.Além disso, a emergência
de um público burguês nunca foi definida única e exclusivamente contra a autoridade arbitrária (o
absolutismo), mas também contra os movimentos populares, pois o modelo clássico de esfera
pública já estava sendo subvertido no momento de sua formação, à medida que as ações das
classes subordinadas ameaçavam redefinir o significado e o alcance da cidadania.Qual o
significado do termo "racional" na obra de Habermas? De certo modo, a teoria habermasiana é
uma abstração de um "ideal de racionalidade comunicativa", que o filósofo concebe como
realização, até certo ponto imperfeita, na esfera pública burguesa.A partir dessas considerações,
podemos afirmar que o conceito de esfera pública faz mais sentido como o cenário estruturado
onde o debate cultural e ideológico entre vários públicos acontece, e não como uma realização
voluntária e específica da classe burguesa.
SIMULADOS DE FILOSOFIA: Enem, Vestibular e Concursos
Questão 1-
Vernant conclui em As origens do pensamento grego que:
A) a jovem ciência dos jônios espelha a razão intemporal que veio encarnar-se no Tempo.
B) recolocada na história, prova-se que a filosofia reveste-se de um caráter de revelação
absoluta.
C) é no plano político que a Razão, na Grécia, primeiramente se exprimiu, constituiu-se e formou-
se.
D) a escola de Mileto fez nascer a própria Razão, que foi aprimorada pela razão experimental.
Questão 2 –
Na geração do cosmo, a preponderância à terra, ao fogo, à água e ao ar costuma ser atribuída,
respectivamente, aos seguintes pensadores pré-socráticos:
A) Parmênides, Heráclito, Tales e Pitágoras. Anaximandro.
B) Xenófanes, Heráclito, Tales e D) Empédocles, Anaximandro, Tales e
Anaxímenes. Parmênides.
C) Pitágoras, Anaxágoras, Tales e
Questão 3
"Para defender-nos, teremos de necessariamente discutir a tese de nosso pai Parmênides e
demonstrar, pela força de nossos argumentos que, em certo sentido, o não ser é; e que, por sua
vez, o ser, de certa forma, não é. (...) Enquanto não houvermos feito esta contestação, nem essa
demonstração, não poderemos, de forma alguma, falar nem de discursos falsos nem de opiniões
falsas" (Platão, Sofista, 241d-e).
I. O falso é possível porque
II. O não ser, em certo sentido, é.
Questão 4
Na República, livro VII, apresenta-se a "alegoria da caverna", em que se diz que, quando o
homem sai da caverna, ele vê o sol e esse corresponde à ideia do Bem.
De acordo com esse texto de Platão, pode-se afirmar que o conhecimento:
A) está vinculado a uma maneira de viver, mas tal alegoria mostra que não é assim que se
encontra a verdade.
B) não é pensado, na vida dos homens, como vinculado a um modo de vida; a alegoria é apenas
ilusória.
C) está vinculado a uma maneira de viver, e a educação oferece os meios para a alma voltar-se
para o Bem.
D) não é pensado, na vida dos homens, como vinculado a um modo de vida; a alegoria mostra
que o homem pode ser feliz.
Questão 5
"Tem presente, portanto, que concordaste que também é justo cometer atos prejudiciais aos
governantes e aos mais poderosos, quando os governantes, involuntariamente, tomam
determinações inconvenientes para eles - uma vez que declaras ser justo que os súditos
executem o que prescreveram os governantes." (Platão, República, 339e)
Em meio à discussão sobre a justiça, Sócrates sintetiza do modo acima citado a posição de
Trasímaco.
As afirmações de Trasímaco que dão base a essa síntese de Sócrates são:
A) Justiça é fazer o mal para os mais fracos; os que obedecem devem, recusar-se a obedecer
aos mais fortes.
B) Justiça é fingir que se faz o bem geral, visando ao proveito próprio; deve-se fazer os fracos
pensarem que as decisões dos fortes os favorecem.
C) É justo obedecer àqueles que governam; os governantes são passíveis de cair em erro em
suas decisões.
D) Justiça é o que convém ao mais forte; os governantes nunca se enganam ao tomar decisões
que lhes favorecem.
Questão 6
Em O banquete (203b-204d; 210a-212d), de Platão, Sócrates apresenta os ensinamentos de
Diotima sobre o amor e a beleza.Sobre o modo como esses conceitos são compreendidos nesse
trecho, pode-se afirmar que:
A) o amor aos belos corpos deve abrir o caminho à contemplação da beleza em si.
B) só os sábios desejam o que é belo, pois os ignorantes não reconhecem a beleza.
C) o amor pelos belos corpos é suficiente para a contemplação da beleza em si.
D) Eros, por ser belo, deve ser objeto de contemplação apenas dos filósofos.
Questão 7
Segundo Aristóteles (Metafísica, IV, 1, 1003a20-30), a ciência do ser enquanto ser e as demais
ciências consideram, respectivamente:
A) o ser enquanto ser universalmente - os princípios constitutivos da realidade como um todo.
B) as características particulares do ser enquanto ser - as características universais do ser.
C) o ser enquanto ser universalmente - as características de uma parte do ser.
D) as características particulares do ser enquanto ser - as características de uma parte do ser.
Questão 8
Segundo Aristóteles, "nos tornamos justos praticando atos justos" (Ética a Nicômaco, II, 1103b).
A afirmação que melhor expressa seu pensamento está indicada em:
A) basta a compreensão do sumo bem para tornar possível a vida moral.
B) adquirimos as virtudes ou excelências morais por meio da prática habitual.
C) somos naturalmente injustos e só realizamos a justiça pela instrução.
D) é preciso agir contrariamente à natureza para nos tornarmos justos.
Questão 9
Aristóteles afirma que a linguagem permite ao homem expressar em comum as noções de
desvantajoso e vantajoso, justo ou injusto.Essa afirmação leva o autor a concluir que o homem:
A) possui naturalmente tais noções éticas e, portanto, pode associar-se em torno delas na família
e no Estado (pólis).
B) não possui naturalmente tais noções éticas, mas pode chegar a um acordo sobre o modo de
vivê-las na família e no Estado (pólis).
C) possui naturalmente tais noções éticas, mas não pode associar-se em nenhuma instância, seja
na família ou no Estado (pólis).
D) não possui naturalmente tais noções éticas, mas a transferência de poder a um governante é o
que possibilita a vida no Estado (pólis).
Questão 10
"Começando a lê-los [os livros da Sagrada Escritura] notei que tudo que havia de verdadeiro nos
textos platônicos também se encontrava nesses textos em meio à proclamação de Vossa graça"
(Agostinho, Confissões, VII, 21).A afirmação acima endossa uma tese muito comum à
investigação filosófica e teológica da Idade Média cristã, a saber:
A) Platão teve acesso aos escritos de Moisés e não fez nada além de ocultar a originalidade do
profeta hebreu.
B) As verdades cristãs não são compatíveis com nenhuma espécie de conhecimento filosófico ou
racional.
C) A Revelação é historicamente anterior à Filosofia, e esta última não pode contribuir em nada
para esclarecer os conteúdos da fé.
D) A Revelação é mais ampla que a Filosofia por abarcar verdades que esta última não
alcançaria por si só e ainda por conter verdades filosóficas.
Questão 11
I. Deus é o Criador do mundo.
II. A existência do mal no mundo não é responsabilidade de Deus.
Questão 12
"Existe algo verdadeiríssimo, ótimo, nobilíssimo e, por conseguinte, o ser máximo, pois todas as
coisas que são verdadeiras ao máximo são os maiores seres (...). O que é máximo em algum
gênero é causa de tudo o que é daquele gênero." (Tomás de Aquino, Suma teológica, I, q. 2, a. 1)
"A perfeição do universo requer que haja coisas incorruptíveis assim como coisas corruptíveis,
portanto, que haja coisas que possam deixar de ser boas, o que de fato por vezes ocorre."
(Tomás Aquino, Suma teológica, I, q. 48, a. 2)
Essas citações são passos argumentativos que levam Tomás de Aquino a concluir,
respectivamente, que:
A) Deus é a causa da existência de todos os seres, assim como de toda bondade e qualquer
perfeição; e o mal está presente nas coisas.
B) Deus é a causa da existência de todos os seres, assim como de toda bondade e qualquer
perfeição; e, portanto, o mal não pode estar presente nas coisas.
C) filosoficamente, não se pode provar a existência de Deus, mas apenas de um gênero supremo
(ser); e não se pode concluir pela presença ou não do mal nas coisas.
D) filosoficamente, não se pode provar a existência de Deus, mas apenas dos gêneros relativos
às perfeições; e o mal está presente nas coisas.
Questão 13
"O intelecto humano se põe no meio [entre os sentidos e o intelecto angélico]: não é ato de um
órgão corporal, mas é uma potência da alma, que é forma do corpo, como ficou demonstrado. Por
isso, é sua propriedade conhecer a forma que existe individualizada em uma matéria corporal,
mas não essa forma enquanto está em tal matéria. Ora, conhecer dessa maneira, é abstrair a
forma da matéria individual, que as representações imaginárias significam." (Tomás de Aquino.
Suma teológica, I, q. 85, a. 1.)
I. O intelecto humano conhece por abstração porque
II. A alma, da qual esse intelecto é potência, é forma do corpo.
Questão 14
Em suas Meditações metafísicas, Descartes tem em vista abandonar todas as opiniões que se
mostram duvidosas e incertas que são tomadas como "princípios mal assegurados".Com isso,
Descartes tem por objetivo:
A) defender que são impossíveis verdades objetivas, apenas subjetivas.
B) rejeitar ceticamente qualquer fundamento para a ciência.
C) demonstrar que a matemática é o fundamento do conhecimento.
D) estabelecer algo de constante e de firme nas ciências.
Questão 15
Segundo Hobbes (Leviatã, XIV), "o direito consiste na liberdade de fazer ou de omitir, ao passo
que a lei determina ou obriga a uma dessas duas coisas".Além disso, o autor afirma como regra
geral da razão "que todo homem deve esforçar-se pela paz, na medida em que tenha esperança
de consegui-la, e caso não a consiga pode procurar e usar todas as ajudas e vantagens da
guerra".
A primeira e a segunda parte dessa regra geral da razão encerram, respectivamente:
A) a lei de natureza, por conter uma obrigação - o direito de natureza, por ser um preceito de
liberdade.
B) a lei de natureza, por ser preceito de liberdade - o direito de natureza, por conter uma
obrigação.
C) o direito de natureza, por conter uma obrigação - a lei de natureza, por ser preceito de
liberdade.
D) o direito de natureza, por ser um preceito de liberdade - a lei de natureza, por conter uma
obrigação.
Questão 16
Apenas os princípios da não contradição e da identidade nascem conosco.Diante dessa tese,
Locke:
A) concorda; sem esses princípios nenhuma percepção lógica da realidade é possível.
B) concorda; na idade adulta todos os homens alcançam essas máximas.
C) discorda; se assim fosse, crianças e idiotas também alcançariam esses princípios.
D) discorda; tais noções primitivas são recebidas na alma no momento de sua criação.
Questão 17
Para Rousseau, quando alguém ousou dizer "Isto é meu" e encontrou pessoas que lhe deram
crédito, foi fundada a sociedade civil, a qual significa o afastamento da vida natural.Sobre tal
afastamento, considere as seguintes teses:
I. Os homens adquiriram uma ideia de propriedade distante do primeiro estado de natureza;
II. A bondade própria ao puro estado de natureza não convinha à sociedade civil nascente;
III. No estado de natureza os homens viviam livres e felizes;
IV. A igualdade desapareceu, a propriedade se introduziu e o trabalho se tornou necessário.
Questão 18
Em sua Investigação sobre o entendimento humano, Hume distingue as percepções da mente
humana em dois tipos: de um lado, o pensamento (ou as ideias); de outro, as impressões (as
sensações).Sobre essas percepções, pode-se afirmar que o pensamento:
A) é menos vivaz do que a mais embotada das C) é tão vivaz quanto as sensações, por ir além
sensações. da experiência.
B) atinge sempre a mesma vivacidade que as D) é mais vivaz que as sensações, por ser
sensações. mais complexo.
Questão 19
Na "Quarta Proposição" da Idéia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita,
Kant escreve:
"O meio de que a natureza se serve para realizar o desenvolvimento de todas as suas
disposições é o antagonismo delas na sociedade, na medida em que ele se torna ao fim a causa
de uma ordem regulada por leis desta sociedade. Eu entendo aqui por antagonismo a insociável
sociabilidade dos homens, ou seja, sua tendência a entrar em sociedade que está ligada a uma
oposição geral que ameaça constantemente dissolver essa sociedade. Esta disposição é evidente
na natureza humana."Com base nesse texto, o antagonismo que leva ao desenvolvimento das
disposições naturais dos homens ocorre entre:
A) a tendência individual para a socialização e a disposição para a vida natural.
B) diferentes sociedades em estado de guerra, e não entre indivíduos isolados.
C) diferentes classes sociais; cada época possui seu próprio conflito entre classes.
D) a tendência para a socialização e uma oposição geral dos indivíduos entre si.
Questão 20 - Segundo Kant, na Crítica da razão pura, as formas originárias da sensibilidade,
espaço e tempo, são:
A) conceitos a priori, mas não puros, pois pertencem à sensibilidade.
B) condições necessárias de todas as relações em que objetos são intuídos.
C) intuições a priori, mas não puras, pois constituem o objeto empírico.
D) conceitos puros a priori, que organizam os objetos empíricos.
Questão 22
"O saber que é o nosso objeto em primeiro lugar e imediatamente, não pode ser senão aquele
que é, ele próprio, saber imediato, saber do imediato ou do existente. Igualmente devemos nos
comportar de modo imediato e receptivo e, portanto, não mudando nele coisa alguma com
relação ao modo como se oferece e mantendo afastada da nossa apreensão a atividade de
conceber." (Hegel. Fenomenologia do espírito.) A passagem citada refere-se à:
A) pré-consciência, quando a consciência não iniciou sua formação.
B) certeza sensível, que desconsidera qualquer mediação.
C) percepção, pois ser receptivo e ser perceptivo são o mesmo.
D) consciência de si, pois o modo como ela se oferece não muda.
Questão 23 –
A alternativa que corresponde mais adequadamente ao materialismo de Marx é:
A) O ser não determina a consciência, isto é, a subjetividade humana determina a vida material.
B) A sensibilidade e o objeto devem ser apreendidos como atividade prática, humana e sensível.
C) O idealismo concebe a atividade de modo concreto, ao reconhecê-la como real e sensível.
D) As forças produtivas sociais equivalem ao sujeito, e as relações de produção equivalem ao
objeto.
Questão 24-
São constitutivos da fenomenologia de Husserl:
A) método da crítica do conhecimento, doutrina universal das essências, círculo hermenêutico.
B) pressuposição da realidade dada, suspensão do juízo da atitude natural, método indutivo.
C) doutrina particular das essências, suspensão do juízo da atitude natural, método experimental.
D) suspensão do juízo da atitude natural, intencionalidade, doutrina universal das essências.
Questão 25-
Em "Que é metafísica?", Heidegger afirma que são características de toda questão metafísica e
de sua formulação, respectivamente:
A) abarcar a totalidade da metafísica - quem interroga é, enquanto tal, problematizado na
questão.
B) abarcar a totalidade da metafísica - a ciência é, enquanto tal, sempre colocada em questão.
C) basear-se em pesquisas históricas - quem interroga é, enquanto tal, problematizado na
questão.
D) basear-se em pesquisas históricas - a ciência é, enquanto tal, sempre colocada em questão.
Questão 26-
"Toda interpretação que se coloca no movimento de compreender já deve ter compreendido o
que se quer interpretar" (Ser e tempo, § 32). Nesse trecho, Heidegger caracteriza o conceito de:
A) disposição afetiva. C) circularidade lógica.
B) círculo hermenêutico. D) primado ontológico
.
Questão 27-
Em O existencialismo é um humanismo, Sartre cita Dostoievski: "Se Deus não existe, tudo é
permitido".
A interpretação de Sartre sobre essa sentença está indicada de modo mais adequado em:
A) Deus não existe e não há essência humana anterior à sua existência; o homem, condenado à
liberdade e lançado no mundo, é responsável por tudo o que faz.
B) Ou a moral não tem um fundamento absoluto (Deus), ou não há moral possível; como essa
fundamentação moral é necessária, Deus tem de, necessariamente, existir.
C) Deus não existe e não há essência humana anterior à sua existência; é necessário então
afirmar o relativismo moral para toda e qualquer ação humana.
D) Deus não existe e não há essência humana anterior à sua existência; no entanto, é necessário
considerar certos valores como existindo a priori.
Questão 28-"Muito embora o planejamento do mecanismo pelos organizadores dos dados, isto é,
pela indústria cultural, seja imposto a esta pelo peso da sociedade que permanece irracional
apesar de toda racionalização, essa tendência fatal é transformada em sua passagem pelas
agências do capital de modo a aparecer como o sábio desígnio dessas agências. Para o
consumidor, não há nada mais a classificar que não tenha sido antecipado no esquematismo da
produção. A arte sem sonho destinada ao povo realiza aquele idealismo sonhador que ia longe
demais para o idealismo crítico." (Dialética do esclarecimento, "A indústria cultural: o
esclarecimento como mistificação das massas") A partir do trecho acima e de acordo com a
concepção de Adorno e Horkheimer sobre a indústria cultural, pode-se afirmar que:
A) a "arte sem sonho" destinada às grandes massas é mais realista, e por isso capaz de superar
o idealismo crítico.
B) os artistas, individual e coletivamente, são capazes de estabelecer os fins da produção cultural
de forma autônoma.
C) a indústria, ao realizar o esquematismo para os sujeitos-clientes, realiza a formação dos
sujeitos autônomos.
D) a racionalidade técnica dominante na indústria não é suficiente para a criação de uma
sociedade racional.
Questão 29-Em A lógica da pesquisa científica, Popper defende que as teorias científicas devem:
A) ser constituídas por enunciados universais passíveis de falseamento.
B) ser constituídas por inferência de enunciados universais a partir de singulares.
C) fundamentar os enunciados científicos pela verificação dos fatos.
D) fundamentar a explicação dos fatos pelo método indutivo.
Questão 30-Em A estrutura das revoluções científicas, Kuhn tem por objetivo:
A) estabelecer uma separação nítida entre ciência, religião e metafísica.
B) apresentar um modelo que justifique a ciência como concepção de mundo atemporal.
C) mostrar que a ciência se desenvolve apenas pela acumulação de descobertas.
D) esboçar um conceito de ciência diverso do estereótipo a-histórico que se atribui a ela.
Questão 31
Acerca da investigação sobre o poder realizada por Foucault em Vigiar e punir, é mais adequado
afirmar que:
A) não se encontra ainda a elaboração de uma microfísica do poder, pois se trata de realizar a
genealogia das grandes instituições penitenciárias.
B) poder e saber estão diretamente implicados: as relações de poder constituem sempre campos
de saber; e saber sempre supõe e constitui relações de poder.
C) a constituição do sujeito livre e capaz de conhecimento é o requisito fundamental para a
análise e compreensão dos mecanismos do poder.
D) a descoberta do poder disciplinar como inspirador do Panopticon é a realização que permite
compreender o poder como apropriação.
Questão 32
"A única versão defensável da doutrina do caráter sagrado da vida humana era o que poderíamos
chamar de "doutrina do caráter sagrado da vida pessoal". Sugeri que, se a vida humana tem
mesmo um valor especial ou um direito especial a ser protegida, ela os tem na medida em que a
maior parte dos seres humanos são pessoas." (Singer, Peter. Ética prática, capítulo 5).Baseado
nessa versão da "doutrina do caráter sagrado da vida humana", Peter Singer afirma que, se
alguns animais são pessoas, então a vida desses animais:
A) deve ter o mesmo valor especial, ou o mesmo direito à proteção que a dos seres humanos que
são pessoas.
B) deve ter o mesmo valor especial, mas não o mesmo direito à proteção que a dos seres
humanos que são pessoas.
C) não tem nenhum valor especial, mas tem o mesmo direito à proteção que a dos seres
humanos que são pessoas.
D) não tem nenhum valor especial, nem o mesmo direito à proteção que a dos seres humanos
que são pessoas.
Questão 35-Na filosofia contemporânea, pode-se afirmar que a verdade, de acordo com:
A) Marx, é realizada na práxis, isto é, a teoria deve ser completamente abandonada em favor da
prática.
B) Nietzsche, é um conjunto de ilusões que parece canônico após longo uso, por se ter esquecido
seu caráter metafórico.
C) Heidegger, é, em sentido originário (alétheia), uma propriedade primordialmente atribuída às
proposições.
D) Wittgenstein, é a correspondência específica com os fatos realizada na figuração dos jogos de
linguagem.
Questão 36-A respeito da reflexão filosófica sobre a moral, pode-se afirmar que, segundo:
A) Hume, de fatos podem se deduzir normas, por isso a ética deve ser derivada da ciência.
B) Kant, o dever é a imposição da lei moral dada pelas inclinações e necessidades humanas.
C) Nietzsche, todos os valores absolutos devem ser acolhidos a partir da perspectiva da vida.
D) Mill, a utilidade é a capacidade de promover a maior felicidade para o maior número.
Questão 37-O desejo é uma noção próxima de outras, como apetite, paixões, inclinações e
refere-se, de modo geral, a impulsos ou tendências que não são guiados pela razão.
Sobre algumas formas mais clássicas de se conceber o desejo, pode-se afirmar que, de acordo
com:
A) Aristóteles, as paixões humanas estão relacionadas ao saber prático, e excluem quaisquer
relações com o saber teorético.
B) Maquiavel, o príncipe, para conservar seu poder e sua respeitabilidade, sempre deve
satisfazer os desejos dos súditos.
C) Nietzsche, grande parte do pensamento consciente de um filósofo é secretamente guiado por
seus instintos.
D) Freud, a consciência moral é senhora dos desejos inconscientes, causadores da neurose em
indivíduos imorais.
Questão 38-
Ao longo da história, algumas das teses políticas de Aristóteles mereceram críticas de outros
autores. Entre essas teses, pode-se citar a concepção do Estado justo como uma comunidade
una e indivisa; a finalidade do Estado como sendo o bem comum; e a necessidade de os
governantes serem virtuosos por serem exemplo para os governados, que os imitam.
Sobre os autores que criticaram Aristóteles, pode-se afirmar que, de acordo com:
A) Maquiavel, o príncipe deve parecer ter as virtudes éticas, sendo necessário em algumas
circunstâncias agir contrariamente a elas.
B) Hobbes, o Estado faz o contrato social surgir naturalmente da convergência dos cidadãos em
torno de seu próprio desenvolvimento.
C) Marx, a economia política é o que torna uma comunidade una e indivisa e realiza o bem
comum que é o objetivo do Estado.
D) Foucault, a sociedade disciplinar se constitui pelo estabelecimento da soberania, através da
delegação de poder pelos indivíduos nas instituições.
Questão 39-A tragédia é uma forma de arte abordada por diferentes pensadores, que a
consideraram um dos grandes gêneros artísticos.
De acordo com Aristóteles e Nietzsche, respectivamente, a tragédia envolve:
A) a imitação de ações de caráter elevado através das quais o herói é levado a um destino de
infortúnio - a articulação entre os impulsos artísticos da figuração plástica e da música.
B) a imitação de ações de caráter elevado que provocam o êxito do herói - a predominância do
impulso dionisíaco sobre o apolíneo a ponto de excluí-lo totalmente.
C) a imitação de ações de caráter baixo que provocam o êxito do herói - a predominância do
impulso apolíneo sobre as manifestações dionisíacas a ponto de excluí-las totalmente.
D) a imitação de ações de caráter baixo que provocam a decadência do herói - a destruição
mútua dos impulsos artísticos da figuração plástica e da música.
Questão 40
No "método de analogia lógica", utilizado para determinar se um argumento silogístico é válido ou
não, substituem-se algumas palavras por outras, cujo sentido conhecemos, mantendo a forma do
argumento. Se, então, depara-se com premissas verdadeiras e conclusão falsa, sabe-se que o
argumento é inválido.
A característica do silogismo que torna possível esse método está expressa em:
A) A premissa maior tem extensão lógica maior do que a premissa menor.
B) A validade ou a invalidade de um silogismo é uma questão puramente formal.
C) A validade ou a invalidade de um silogismo depende de seu conteúdo específico.
D) A conclusão tem extensão lógica menor do que as premissas.
GABARITO:
01)C 21)A
02)B 22)B
03)A 23)B
04)C 24)D
05)C 25)A
06)A 26)B
07)C 27)A
08)B 28)D
09)A 29)A
10)D 30)D
11)C 31)B
12)A 32)A
13)C 33)D
14)D 34)A
15)A 35)B
16)C 36)D
17)D 37)C
18)A 38)A
19)D 39)A
20)B 40)B