Sócrates

Sócrates induzia à reflexão. o conhecimento já está dentro da pessoa e deve somente ser
despertado, sendo, por isso, errado cobrar para ensinar, razão pela qual chamava os sofistas
de “prostitutos do saber”.

Muitas vezes falam que o método socrático, que também é o método Platônico, uma vez que só
conhecemos o primeiro por intermédio desse último, é DIALÉTICO. Isso no sentido de um
método de buscar a verdade através do diálogo, a arte de perguntas por meio de perguntas
e respostas. Mas seria melhor usar o termo DIALÓGICO.

JULGAMENTO E MORTE DE SÓCRATES: Sócrates foi condenado por corromper os

cidadãos ao introduzir novas crenças, além disso ele irritou alguns poderosos. Segundo
relatos, Sócrates teria aceitado sua condenação, além disso não fugiu. Bebeu cicuta.

Aqueles que condenaram Sócrates não entenderam que , para passar dos preconceitos (doxa) à
Ciência e à verdade, é necessário não aceitar passivamente o que está posto e cristalizado
como verdade incontestável.

Questões

(PUCPR) Na terceira parte da Apologia de Sócrates há a seguinte afirmação: “é possível que

tenhais acreditado, ó cidadãos, que eu tenha sido condenado por pobreza de raciocínios, com os
quais eu poderia vos persuadir, se eu tivesse acreditado que era preciso dizer e fazer tudo para
evitar a condenação. Mas não é assim. Caí por falta, não de raciocínios, mas de audácia e
imprudência, e não por querer dizer-vos coisas tais que vos teriam sido gratíssimas de ouvir,
choramingando, lamentando e fazendo e dizendo muitas outras coisas indignas, as quais, é certo,
estais habituados a ouvir de outros”.Considerando esta passagem, já sendo a transcrição de suas
últimas palavras, é possível afirmar que Sócrates:

A) lamenta sua fraqueza argumentativa perante a quantidade de pessoas que o condenou.

B) ressalta a preocupação de seu discurso com a verdade e não com elegante retórica, como os
pretensos “sábios” o faziam. (CORRETA)

C) reconhece sua dificuldade em elaborar um discurso persuasivo, mesmo com todo seu esforço
para isso.

D) desculpa-se por decepcionar tantos admiradores e os aconselha a não empregar seus recursos
argumentativos.

E) conclui que sua derrota decorreu de seu discurso audacioso e imprudente.

 Platão
Nasceu em 427 a.C.

Foi um importante discípulo de Sócrates. Ficou realmente abalado com a morte de Sócrates.

Platão escrevia muitos Diálogos, pois provavelmente visava manter a vivacidade da oralidade,
das conversas

Alegoria da caverna

Um grupo de pessoas vivem em uma caverna, vivem presas e amarradas de modo que só
conseguem olhar para a parede da caverna. Atrás dessas pessoas, existia uma fogueira e
outros indivíduos transportavam objetos, que tinham as suas sombras projetadas na parede
da caverna onde os prisioneiros ficavam observando. Os prisioneiros conseguiam apenas verem
sombras (conhecimento sensível é enganoso), mas não a realidade em si. Certa vez, uma das
pessoas presas nesta caverna consegue se libertar das correntes e sai para o mundo exterior.
A princípio, a luz do sol e a diversidade de cores e formas assustam o ex-prisioneiro,
fazendo-o querer voltar para a caverna. Porém, depois de um tempo ele retorna ao mundo
exterior, onde estão as formas inteligíveis, e em seguida volta à caverna para contar aos outros
prisioneiros, esses últimos não lhe dão crédito e o chamam de louco.Para evitar que suas
ideias contamine os outros, os prisioneiros matam aquele prisioneiro que tinha se libertado.
(alusão a sócrates)

2 lições ou significados da alegoria:

1) O Saber inteligível liberta da ignorância, das falsas crenças, das normas injustas, coisas
que aprisionam o homem.

2) O dever do filósofo é voltar à caverna e libertar, salvar os outros, esse é o motivo que
inspira todo o empreendimento que o filósofo fez nesse caminho de sair a caverna e conhecer o
inteligível. (relacionar com o rei filósofo)

"Platão queria chegar a um conhecimento do ser que ultrapassasse a mera aparência, a

qual pode gerar uma multiplicidade de impressões, confundindo o sujeito no processo de
obtenção do conhecimento. Para que a pessoa alcance um conhecimento verdadeiro sobre as
coisas, ela deve buscar obter o saber imutável e essencia"

Foi um dos primeiros a "defender a existência de uma realidade distinta do mundo sensível.
Essa dimensão suprassensível, na perspectiva platônica, ficou conhecida como mundo
inteligível ou mundo das ideias. Contudo, alguns teóricos criticam essa terminologia (uso do
termo “mundo”) pela confusão que pode trazer. Na concepção platônica, deve-se entender por
ideias não uma formulação da inteligência humana, mas pensá-las como formas inteligíveis que
existem por conta própria e que constituem a essência ou causa primeira da realidade
sensível,"

Política para Platão

Obra paradigmática: A república de platão. Em que o autor busca indicar a constituição ideal
de uma cidade, seu correto governo e administração. Assim, ele tem o intuito de responder
várias questões, entre elas, a mais central: o que é justiça? (tema bem presenta na cultura grega).
A resposta é: A justiça consiste em cada um cumprir a tarefa que lhe é própria, aquela para
a qual sua natureza está mais bem adptada sem se imiscuir nas do demais.

O homem justo é mais feliz do que o injusto.

Para Platão, a cidade é um reflexo dos cidadãos. microcosmos -> macrocosmos.

As 3 classes sociais e suas funções: Governantes (governam, rei filósofo sofocracia)

Guardiões (defendem quem governa e a cidade) e Produtores(trabalham e obedecem).

Vale a pena dizer que essa divisão platônica em 3 classes advém do fato de que Platão
realmente acredita que há diferenças reais de natureza entre as pessoas, diferenças essas
que fundam a divisão das pessoas nessas 3 classes. Inclusive a alma é também divida em 3
partes. 1) Parte racional, 2) Parte – colérica ou alma irascível (valentia e obediência) 3) Parte
– apetitiva (liga à satisfação de desejos básicos e corporais, impulsos).

Era aliás possível através de um teste quando criança, com formas geométricas etc, descobrir a
natureza da criança e, assim, à qual classe ela deveria pertencer.

O que vocês pensam diante da expressão amor platônico? Um amor idealizado e inacessível.
Mas essa expressão e o sentido dessa expressão são do senso comum e não correspondem ao que
é amor para Platão. Em poucas palavras, para Platão, o amor é uma força que impulsiona a
pessoa a chegar em algum lugar.

"Platão considerava a arte como uma forma ainda mais imperfeita de conhecimento, já que seria
a imitação daquilo que já é imitação, ou seja, a arte é imitação do real e este, por sua vez, é
cópia da ideia perfeita."

Sociologia
(Enem–2016) A sociologia ainda não ultrapassou a era das construções e das sínteses filosóficas.
Em vez de assumir a tarefa de lançar luz sobre uma parcela restrita do campo social, ela prefere
buscar as brilhantes generalidades em que todas as questões são levantadas sem que nenhuma
seja expressamente tratada. Não é com exames sumários e por meio de intuições rápidas que se
pode chegar a descobrir as leis de uma realidade tão complexa. Sobretudo, generalizações às
vezes tão amplas e tão apressadas não são suscetíveis de nenhum tipo de prova. (DURKHEIM,
E. O suicídio: estudo de sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2000.)

O texto expressa o esforço de Émile Durkheim em construir uma sociologia com base na

A) vinculação com a filosofia como saber unificado.

B) reunião de percepções intuitivas para demonstração.

C) formulação de hipóteses subjetivas sobre a vida social.

D) adesão aos padrões de investigação típicos das ciências naturais. (CORRETA)

E) incorporação de um conhecimento alimentado pelo engajamento político.(Unioeste-PR–2015)

“Solidariedade orgânica” e “solida_riedade mecânica” são conceitos propostos pelo sociólogo

francês Émile Durkheim (1858-1917) para explicar a “coesão social” em diferentes tipos de
sociedade. De acordo com as teses desse estudioso, nas sociedades ocidentais modernas,
prevalece a “solidariedade orgânica”, onde os indivíduos se percebem diferentes embora
dependentes uns dos outros. A lógica do mercado capitalista, entretanto, baseada na competição
individualista em busca do lucro, pode corromper os vínculos de solidariedade que asseguram a
coesão social e conduzir a uma situação de “anomia”.

De acordo com os postulados de Durkheim, é correto dizer que o conceito de “anomia” indica

A) a necessidade de todos demonstrarem solidariedade com os mais necessitados.

B) uma situação na qual aqueles indivíduos portadores de um senso moral superior devem se
colocar como líderes dos grupos dos quais fazem parte.

C) a condição na qual os indivíduos não se identificam como membros de um grupo que

compartilha as mesmas regras e normas e têm dificuldades para distinguir, por exemplo, o certo
do errado e o justo do injusto.
D) o consumismo exacerbado das novas gerações, representado pelo aumento do número de
shopping centers nas cidades.

E) a solidariedade que as pessoas demonstram quando entoam cantos nacionalistas e patrióticos

em manifestações públicas como os jogos das seleções nacionais de futebol.

Divisão social do trabalho

A nova ordem moral da sociedade industrial estaria ligada ao trabalho. A “divisão social do
trabalho” não apenas as especializações das funções econômica, de trabalho, típicas do modo
de produção capitalista (aumenta a produtividade), maior a interdependência entre os
indivíduos nas sociedades modernas. Ninguém produz um produto só. mas também o
surgimento de instituições especializadas, como o judiciário, o sistema educacional, entre
outras.

Para Durkheim a divisão social do trabalho estimula a solidariedade entre os indivíduos.

Solidariedade mecânica: Ocorre em sociedades mais simples, nessas sociedades o trabalho

era organizado com base na tradição e nos costumes, esses que asseguram a coesão social -
divisão do trabalho por sexo e idade. Pouca divisão social do trabalho.

Solidariedade orgânica: predomina no capitalismo, em que há mais divisão social do trabalho.

Interdependência social e econômica - assegura coesão social . Explicar à lá Hegel e Marx. A
coesão social está assentada nos códigos e regras de conduta que são estabelecedores de
direitos e deveres pautados na ética do trabalho.

É curioso o uso dos termos mecânica e orgânica, né? Parece inverter.

O suicídio

Durkheim propõe estudar o suicídio como fato social. Diferente de abordagens morais e
religiosas do suicídio, Durkheim entendia que esse fenômeno possui causas sociais e que suas
motivações não residem exclusivamente no indivíduo.

Suicídio altruísta: Raro em socidades ocidentais, define-se pela subsunção(integração) do

indivíduo à sociedade, a uma causa coletiva ou crença. Aqui o indivíduo doa a sua vida em
prol da sociedade. Exemplo, os pilotos Kamikazes japoneses na Segunda Guerra Mundial e os
homens-bomba e alguns grupos políticos religiosos radicais.

Suicídio egoísta: (NOME PROBLEMÁTICO) Mais comum em sociedades ocidentais

modernas e capitalistas, Se caracteriza pela ruptura de vínculos entre indivíduo e
sociedade. O indivíduo não se sente integrado aos grupos sociais, faltando-lhe laços
emocionais para viver.

Suicídio anômico: Pode apresentar características dos últimos dois suicídios vistos. Ocorre
quando há um quadro de anomia social (vimos esse termo na última aula?) - crises econômicas,
guerras, instabilidade. Exemplo:u durante o Crash da Bolsa de Nova Iorque em 1929, quando
parte significativa da população perdeu dinheiro, bens e empregos, o que gerou um caos
econômico e grande instabilidade psicossocial em muitos indivíduos.

Max Weber