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Filosofia e Sociologia – UFU

1. (Ufu 2020) A era das Fake News, marcada pelo surgimento quase diário de teorias conspiratórias, com um enorme
sucesso no Brasil graças à disseminação nas redes sociais, elegeu o “Marxismo Cultural” como uma das principais
ameaças aos chamados “valores ocidentais e cristãos”. Sem qualquer respaldo acadêmico, essa frágil teoria da
conspiração começou a ser difundida nos círculos conservadores e de extrema-direita norte-americana desde a
década de 1990. Trata-se de uma suposta forma de marxismo, adaptada pela Escola de Frankfurt e pelo filósofo
marxista Antonio Gramsci, que teria se infiltrado nas sociedades ocidentais com o objetivo de destruir suas
instituições e valores tradicionais.
Essa caracterização maniqueísta do pensamento marxista, entretanto, não condiz com as teorias criadas por Karl
Marx, Friedrich Engels e demais marxistas com o intuito de compreender o funcionamento do capitalismo e sua
eventual superação.
Considerando-se as informações apresentadas, explique
a) dois princípios básicos que fundamentam o marxismo de Marx e de Engels.
b) as diferenças entre o marxismo e o chamado socialismo utópico.

2. (Ufu 2021) “Meti-me, então, a explicar-lhe que supunha ser sábio, mas não o era. A consequência foi tornar-me
odiado dele e de muitos dos circunstantes. Ao retirar-me, ia concluindo de mim para comigo: ‘Mais sábio do que esse
homem eu sou; é bem provável que nenhum de nós saiba nada de bom, mas ele supõe saber alguma coisa e não
sabe, enquanto eu, se não sei, tampouco suponho saber”.
PLATÃO, Defesa de Sócrates, v. II. São Paulo: Abril Cultural, 1972, p. 15. Apud ARANHA, M.L.A. e MARTINS, M.H.P. Filosofando. São Paulo, Moderna: 2009.
A partir do trecho, é correto afirmar que a sabedoria de Sócrates consiste em
a) reconhecer a própria ignorância e ver nisso uma grande virtude.
b) recusar-se a reconhecer a sabedoria alheia por pura vaidade.
c) atribuir valor ao conhecimento dos sábios sem lhes fazer críticas.
d) acreditar que ele e os outros são conhecedores de importantes verdades.

3. (Ufu 2021) Aristóteles distingue duas noções fundamentais para a compreensão dos seres: substância e acidente.
Assinale a alternativa que apresenta a definição correta de ambos os conceitos, respectivamente.
a) O que está dentro do ser e o que lhe pertence naturalmente.
b) O que é inerente ao ser e aquilo que não lhe é essencial.
c) O que não é parte integrante do ser e o que lhe é essencial.
d) O que está fora da natureza do ser e o que a essa pertence.

4. (Ufu 2021) “No contexto das linhas metafísicas expostas, não será difícil captar o valor das cinco provas ou
caminhos através dos quais Tomás alcança a única meta, Deus, no qual tudo se unifica e adquire luz e coerência.
Para Tomás, Deus é o primeiro na ordem ontológica, mas não na ordem psicológica. Mesmo sendo o fundamento de
tudo, Deus deve ser alcançado por caminhos a posteriori, isto é, partindo dos efeitos e do mundo.”
REALE, G. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, volume I, 1990, p. 561.
a) Quais são as cinco vias para provar a existência de Deus em Tomás de Aquino?
b) Analise três dessas vias e demonstre por que essas provariam a existência de Deus, segundo Tomás de Aquino.

5. (Ufu 2021) Santo Agostinho refletiu sobre as questões do ensino e do aprendizado, observando que os mestres
têm grande importância no ensino porque, por meio de palavras, podem ensinar. No entanto, não bastam as palavras
exteriores para o conhecimento verdadeiro, é preciso o auxílio do mestre interior, conforme afirma De Magistro:
“No que diz respeito a todas as coisas que compreendemos, não consultamos a voz de quem fala, a qual soa por fora,
mas a verdade que dentro de nós preside a própria mente, incitados talvez pelas palavras a consultá-la. Quem é
consultado, ensina verdadeiramente, e este é Cristo, que habita, como foi dito, no homem interior, isto é, a virtude
incomutável de Deus e a sempiterna Sabedoria, que toda alma racional consulta, mas que se revela a cada um
quanto é permitido pela sua própria boa ou má vontade.”
SANTO AGOSTINHO. De Magistro. Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1987, Capítulo XI, p. 319.
De acordo com o trecho, deduz-se que o papel do ensinamento de mestres é
a) demonstrar a verdade incontestável.
b) enunciar somente o que é a verdade.
c) estimular a busca da verdade interior.
d) ensinar verdades para além de Cristo.

6. (Ufu 2021) Podemos dizer que o objetivo de Kant, ao escrever a Crítica da Razão Prática, era demonstrar que a lei
moral provém da ideia de liberdade, por isso a razão pura é também prática no sentido de que a ideia racional de
liberdade determina por si mesma a vida moral e com isso demonstra sua própria liberdade.
De acordo com trecho acima, conclui-se que, para Kant, o agir moral deve fundar-se
a) na noção de felicidade.
b) nos ditames da razão.
c) nas sensações físicas.
d) na natureza humana.

7. (Ufu 2021) Para Hannah Arendt, os movimentos totalitários objetivam e conseguem organizar as massas, mas não
as classes, como o faziam os partidos de interesses dos Estados nacionais do continente europeu, nem os cidadãos
com suas opiniões peculiares quanto à condução dos negócios públicos, como o fazem os partidos dos países anglo-
saxões. Todos os grupos políticos dependem da força numérica, mas não na escala dos movimentos totalitários, que
dependem da força bruta.
ARENDT, Hannah. As origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. p. 358. (Adaptado)
Considerando-se o texto acima, analise as características abaixo.
I. Incentivo à liberdade de expressão e à valorização da ética pública.
II. Poderes Judiciário e Legislativo são subordinados ao Executivo.
III. Formação da polícia política para controlar um enorme aparelho repressivo.
IV. Valorização da política pluripartidária para fortalecimento da democracia.
Assinale a alternativa que contempla as características do nazismo e do fascismo a partir da noção da organização
social que objetiva a “força bruta” do totalitarismo.
a) Apenas II e III.
b) Apenas III e IV.
c) Apenas I e IV.
d) Apenas I e II.

8. (Ufu 2021) “[...] as ideias de Aristóteles não caíram totalmente em descrédito. Hegel estima que os dois sexos
devem ser diferentes: um será ativo e o outro passivo e naturalmente a passividade caberá à fêmea. Para Hegel, o
homem é assim, em consequência dessa diferenciação, o princípio ativo, já a mulher é o princípio passivo porque
permanece dentro da sua unidade não desenvolvida”.
BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo, fatos e mitos. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1970, p. 30.
De acordo com o entendimento de Simone de Beauvoir, as ideias de Aristóteles e de Hegel revelam
a) a igualdade de gênero nessa relação.
b) a natural superioridade das mulheres.
c) o domínio do homem sobre a mulher.
d) que não há domínio entre os gêneros.

9. (Ufu 2021) Um dos conceitos mais importantes da obra de Karl Marx é o de ideologia que lhe permite dirigir uma
crítica a Hegel para quem a realidade partia das ideais. Para Marx, deve-se analisar o modo de produção capitalista
para compreender de que modo as ideias são produzidas.
Considerando-se o trecho acima, analise as afirmativas abaixo.
I. A ideologia camufla as diferenças de classes e os conflitos sociais, justificando as diferenças de condições de vida.
II. A ideologia pretende promover a coesão social por meio da aceitação e das críticas das desigualdades entre as
classes.
III. A ideologia impede o domínio de uma classe social sobre a outra, levando, portanto, à reflexão sobre a realidade.
IV. A ideologia demonstra que a realidade social é consequência da natureza humana e, por isso, deve ser aceita.
Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas.
a) Apenas II, III e IV.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e III.
d) Apenas I, II e IV.

10. (Ufu 2021) “Maquiavel subverteu a abordagem tradicional da teoria política feita pelos gregos e medievais, e por
isso é considerado o fundador da ciência política, ao enveredar por novos caminhos ‘ainda não trilhados’ como ele
mesmo diz. Pode-se dizer que Maquiavel é realista, ao se basear em ‘como o homem age de fato’”.
ARANHA, M.L.A. e MARTINS, M.H.P. Filosofando. São Paulo, Moderna: 2009, p. 200.
A teoria política de Maquiavel não leva em conta os imperativos da
a) metafísica e da religião.
b) história e da realidade.
c) realidade de seu tempo.
d) conjuntura política real.

11. (Ufu 2021) “Desde que comecei a integrar as ações do movimento negro e a estudar a fundo as relações raciais,
passei a prestar atenção ao número de pessoas negras nos ambientes em que frequento, e que papel desempenham.
Nos ambientes acadêmicos e próprios ao exercício da advocacia, percebi que, na grande maioria das vezes, eu era
uma das poucas pessoas negras, senão a única na condição de advogado e de professor.
Entretanto, essa percepção se altera completamente quando, nesses mesmos ambientes, olho para os trabalhadores
da segurança e da limpeza: a maior parte dos negros e negras como eu, todos uniformizados, provavelmente mal
remunerados, quase imperceptíveis aos que não foram “despertados” para as questões raciais como eu fui.
Essa segregação não oficial entre negros e brancos, que vigora em muitos espaços sociais, é sustentada por
argumentos e explicações falaciosas. Eis algumas delas:
1. Pessoas negras são menos aptas para a vida acadêmica e para a advocacia.
2. Pessoas negras, como todas as outras pessoas, são afetadas por suas escolhas individuais, e sua condição racial
nada tem a ver com a situação socioeconômica.
3. Pessoas negras, por fatores históricos, têm menos acesso à educação e, por isso, estão alocadas em trabalhos
menos qualificados, os quais, consequentemente, são mal remunerados.”
ALMEIDA, Sílvio Luiz de. O que é racismo estrutural? Coleção Feminismos Plurais. Belo Horizonte: Letramento, 2018, p. 47-48. (Adaptado)
a) Explique as razões que fazem com que as afirmações 1 e 2 sejam racistas.
b) Com base na afirmação 3, explique o porquê das pessoas negras terem menos acesso à escolarização e por que
essa desigualdade também está ligada à questão racial.

12. (Ufu 2020) “Tenho isto em comum com as parteiras: sou estéril em sabedoria; e aquilo que há anos muitos
censuram em mim, que interrogo os outros, mas nunca respondo por mim porque não tenho pensamentos sábios a
expor, é censura justa”. (Teeteto, 15c).
O trecho acima é do livro Teeteto, de Platão, no qual Sócrates (469 – 399 a.C.) descreve sua arte chamada de
maiêutica, em grego, o parto, sendo que, pelo que se entende pelo excerto, a principal caracterização da maiêutica é
a aporia, que pode ser entendida como um método de refletir filosoficamente que
a) reforça as hipóteses sem fundamentação.
b) desvela a ignorância dos interlocutores.
c) valoriza os pensamentos intransigentes.
d) aceita a opinião comum como sabedoria.

13. (Ufu 2020) A Alegoria da Caverna expõe, em forma de imagem, alguns dos conceitos mais importantes do
pensamento platônico, dentre eles os conceitos de doxa e episteme.
Assinale a alternativa que apresenta a descrição correta desses dois conceitos.
a) Conhecimento falso, limitado às aparências e aos sentidos, baseado na multiplicidade; conhecimento verdadeiro,
alcançado pela dialética, busca conhecer o que é uno e imutável.
b) Conhecimento verdadeiro, baseado nas aparências e nos sentidos, busca a multiplicidade dos seres; conhecimento
falso, baseado na dialética, busca conhecer o uno e o múltiplo.
c) Conhecimento falso, baseado na dialética, busca atingir sempre a unidade da essência para superar as aparências;
conhecimento verdadeiro, baseado só nos sentidos do corpo.
d) Conhecimento relativo, nem verdadeiro, nem falso, baseado na sensibilidade e na dialética; concebe que a verdade
emerge do múltiplo para o uno, a saber: as aparências.

14. (Ufu 2020)


Texto 1
Devido à admiração, os homens começaram a filosofar e ainda agora filosofam; de início começaram a admirar as
coisas que mais facilmente suscitavam dúvida, depois continuaram pouco a pouco a duvidar até das coisas maiores
como, por exemplo, das modificações da lua e do que se refere ao sol, às estrelas e à geração do universo. Aquele
que duvida e admira sabe que ignora; por isso o filósofo é também amante do mito, pois o mito consiste em coisas
admiráveis.
Aristóteles. Metafísica, I, 2, 982b 12 ss.

Texto 2
Do ponto de vista acadêmico (e há universidades e centros de pesquisa em todo o mundo que estudam esse
fenômeno), notícias falsas (fake news) são publicações que viralizam em redes sociais a partir de informações
comprovadamente falsas, com um formato que simula o estilo jornalístico para enganar o público, ocultando sua
autoria.
Disponível em: https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br/2019/04/16. Acesso em: 17 fev. 2020.
a) Como se definem a filosofia e o filosofar do ponto de vista de Aristóteles? Justifique sua resposta.
b) O efeito nocivo das notícias falsas (fake news) pode ser reduzido com o exercício filosófico no sentido do texto
aristotélico? Justifique sua resposta.

15. (Ufu 2020) “[...] em lugar de querer apresentar a filosofia como inovação radical, como queria Burnet; e também,
em lugar de apresentar a filosofia como pura continuação do herdado, como queria Conford quando afirma que a
filosofia era continuação racional do que os mitos narravam, Vernant apresenta as condições históricas, culturais e
políticas que marcaram o surgimento da filosofia.”
CHAUÍ, Marilena. Introdução à Filosofia: dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Cia das Letras, 2002. p. 36. (Adaptado)
De acordo com o excerto acima, a terceira corrente compreende o surgimento da Filosofia de um modo diferente de
suas antecessoras, pois considera que a origem da Filosofia foi
a) promovida pela influência oriental e pelo fenômeno do milagre grego.
b) impulsionada pela genialidade do povo grego sem influência externa.
c) decorrente da história e não do súbito despertar do espírito helênico.
d) provocada pela expansão do domínio grego sobre os povos bárbaros.

16. (Ufu 2020) O filósofo e monge dominicano São Tomás de Aquino (1225 – 1274 d.C.) elaborou uma filosofia que
estava fundada em dois pilares principais: a fé cristã e a filosofia de Aristóteles (384 – 322 a.C.).
A respeito da filosofia tomista, é INCORRETO afirmar que Tomás de Aquino
a) debateu, com outros filósofos, sobre a filosofia de Aristóteles.
b) escreveu sobre várias áreas da filosofia: ética, lógica e outras.
c) admitiu, por fim, a superioridade da filosofia sobre a fé cristã.
d) propôs argumentos racionais para provar a existência de Deus.

17. (Ufu 2020) René Descartes (1596-1650) pode ser considerado o pai da filosofia moderna, pois, em vários
aspectos, permitiu uma visão crítica da filosofia medieval, especialmente no que se referia à possibilidade do
conhecimento da natureza. Seu livro Discurso do método é um marco para esse ponto de virada filosófica e coloca,
em destaque, a importância da dúvida metódica para a investigação científica.
Nesse sentido, essa dúvida cartesiana implicava
a) exercitar o método, obter e aceitar apenas ideias claras e distintas.
b) duvidar de tudo, exceto das verdades da fé cristã já estabelecidas.
c) aceitar os conceitos da filosofia tomista como verdades absolutas.
d) só aceitar como indubitáveis as certezas que vierem dos sentidos.

18. (Ufu 2020) Leia o excerto do Leviatã de Thomas Hobbes (1588–1679).


“Desta guerra de todos os homens contra todos os homens também isto é consequência: que nada pode ser injusto.
As noções de bem e mal, de justiça e de injustiça não podem aí ter lugar. Onde não há poder comum não há lei, e
onde não há lei não há injustiça. A justiça e a injustiça não fazem parte das faculdades do corpo ou do espírito. Se
assim fosse, poderiam existir num homem que estivesse sozinho no mundo, do mesmo modo que seus sentidos e
paixões.”
HOBBES, Thomas. Leviatã: ou matéria, forma e poder de um Estado eclesiástico e civil. Trad. João P. Monteiro e Maria B. N. da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1988.
Do excerto acima, depreende-se que
I. no estado de natureza, existe moralidade.
II. a noção de que “o homem é o lobo do homem”.
III. o Estado já é tratado como poder político.
IV. o Pacto Social e o do Estado são necessários.
Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas.
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e IV.
d) Apenas III e IV.

19. (Ufu 2020) Leia a descrição dos dois conjuntos de valores morais do filósofo Friedrich Nietzsche (1844-1900).
Uma moral é caracterizada por valorizar a saúde, a vida e não acreditar em qualquer valoração no além da vida ou
ideal ascético. A outra moral tem como principal característica a valoração da bondade e da virtude.
Assinale a alternativa que apresenta os conceitos que são definidos por esses dois conjuntos de valores morais.
a) Moral dos padres e moral protestante.
b) Moral do senhor e moral dos nobres.
c) Moral dos escravos e moral religiosa.
d) Moral dos nobres e moral do escravo.

20. (Ufu 2020) Leia o Texto 1, recorte de uma reportagem publicada em Comunica UFU, e o Texto 2, excerto da obra
O Príncipe, de Maquiavel (1469–1527).
Texto 1
“Muitas cidades brasileiras sofrem com problemas de inundação em períodos de chuvas intensas e no território
uberlandense não é diferente. Isso acontece em decorrência da impermeabilização de grandes áreas, da canalização
de córregos e da retirada de vegetação natural.”
Disponível em: comunica.ufu.br/notícia. Acesso em: 22. jan. 2020.

Texto 2
“Comparo-a a um desses rios impetuosos que, quando se encolerizam, alagam as planícies, destroem as árvores, os
edifícios, arrastam montes de terra de um lugar para outro: tudo foge diante dele, tudo cede ao seu ímpeto [...] não
é menos verdade que os homens, quando volta a calma, podem fazer reparos e barragens, de modo que, em outra
cheia, aqueles rios correrão por um canal e o seu ímpeto não será tão livre nem tão danoso”
MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. Coleção Os Pensadores. Trad. Lívio Xavier. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 107.

Assinale a alternativa que apresenta a temática que correlaciona os dois textos.


a) Falta de sorte dos habitantes, por residirem em cidades construídas em áreas de vazantes de rios e de riachos.
b) Falta de virtù dos governantes que são incapazes de agir corretamente para evitar as constantes enchentes.
c) Falta de informações geográficas sobre clima, hidrografia e planejamento urbano, o que resulta em enchentes.
d) Falta de fortuna, no sentido maquiaveliano, ou seja, falta de recursos financeiros para prevenir enchentes.

21. (Ufu 2020) Leia o texto abaixo.


[...] a grande maioria dos homens não coloca a mulher como uma inferior; estão hoje demasiado compenetrados do
ideal democrático para não reconhecer todos os seres humanos como iguais. O homem pode, pois, persuadir-se de
que não existe mais hierarquia social entre os sexos e de que, grosso modo, através das diferenças, a mulher é sua
igual. [...] Assim é que muitos homens afirmam quase com boa-fé que as mulheres são iguais aos homens e nada
têm a reivindicar, e, ao mesmo tempo, que as mulheres nunca poderão ser iguais aos homens e que suas
reivindicações são vãs. É que é difícil para o homem medir a extrema importância de discriminações sociais que
parecem insignificantes de fora e cujas repercussões morais e intelectuais são tão profundas na mulher que podem
parecer ter suas raízes numa natureza original.
BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo, fatos e mitos. Trad. Sergio Milliet. São Paulo: Difusão Europeia do Livro, 1970, p. 20. (Adaptado)
a) Para a autora, o ideal democrático é suficiente para garantir a igualdade de condições entre os sexos? Justifique
sua resposta.
b) Conforme o texto, seriam justas as reivindicações das mulheres, considerando-se as relações concretas de
existência entre os sexos? Justifique sua resposta.

22. (Ufu 2021)

Esse “meme" da internet remete a elementos centrais da obra de Karl Marx. Um deles é a forma como se estabelece
a troca de mercadorias no capitalismo. Nas palavras do autor, essa troca “É apenas a relação social determinada dos
próprios homens que assume aqui a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas. Para encontrar uma analogia,
daí devemos escapar para a região nebulosa do mundo religioso. Aqui os produtos da cabeça humana parecem
dotados de vida própria, relacionando-se uns com os outros e com os homens em figuras autônomas. Assim se passa
no mundo das mercadorias com os produtos da mão humana”.
MARX, Karl. A mercadoria. São Paulo: Ática, 2006. pp. 69.
A partir do “meme” e do texto acima,
a) interprete o sentido da frase “você vendeu a sua força de trabalho” de acordo com a obra de Karl Marx.
b) analise de que maneira é possível aproximar a concepção de fetichismo da mercadoria em Marx e os hábitos de
consumo.

23. (Ufu 2021) “Depois de meses de tramitação, de intenso debate e de propostas de alteração, o projeto de lei que
instituía o 13º salário, de autoria do então deputado federal Aarão Steinbruch, entrou na pauta de votação da Câmara
dos Deputados [...]. João Goulart, presidente da República na época e ex-ministro do Trabalho de Getúlio Vargas,
sofreu pressões de empregadores e de sindicatos. De um lado, a ameaça de greve caso o projeto não fosse
aprovado; de outro, previsões de que o benefício aumentaria a inflação no país. Contudo, naquela noite de segunda-
feira, às 21h, o texto do projeto foi aprovado em sua forma original e, em 13/7/1962, sancionado como a Lei
4.090/1962.”
13º salário: tudo que você precisa saber. Tribunal Superior do Trabalho. Disponível em: <https://www.tst.jus.br/13-salario > Acesso em: 6 jun. 2021.
De acordo com o texto, o 13º salário é resultado de um processo social que possui como característica
a) a expansão de direitos trabalhistas e o protagonismo do movimento dos trabalhadores.
b) a conciliação de interesses entre o capital e os trabalhadores a partir da expansão do ideário socialdemocrata.
c) a formação de partidos operários e a desregulamentação do mercado de trabalho.
d) a realização de greves e o controle dos meios de produção pelos sindicatos.
24. (Ufu 2021) “O modelo vigente de regulamentação internacional tem falhado. A Organização Mundial da Saúde
acenou precariamente com sua responsabilidade, dispensando as primeiras notificações formais da calamidade
tardiamente. Quando, finalmente, começou a organizar sua estratégia, tentando implementar um plano mundial
improvisado, já era tarde demais para milhares de vítimas. O vírus já havia se espalhado pelo mundo. Em seus
domínios estatais supostamente autossuficientes, alguns líderes preferiram se concentrar em discursos messiânicos,
capitalizando a situação para ganho político local, concentrando-se em manobras que os beneficiariam nas próximas
eleições. Quando a pandemia tomou forma, a negação se transformou em desespero, que, por sua vez, deu lugar a
atos juridicamente tão terríveis que algumas das principais nações foram acusadas de pirataria internacional por
apreensão ilegal de suprimentos médicos pertencentes a outros Estados.”
MENEZES, Wagner; MARCOS, Henrique J. Bezerra. O Direito Internacional e a Pandemia. Revista da Faculdade de Direito . Uberlândia, MG. v. 48, n. 2, pp. 43-78,
jul./dez. 2020.
Essa avaliação da relação entre um órgão internacional e os poderes estatais durante a pandemia da covid-19
expressa
a) a imposição de regulações por parte de órgãos multilaterais em consonância com o fortalecimento de lideranças
locais.
b) a dificuldade enfrentada pelos Estados na resolução de problemas globais, caracterizando um impasse entre
soberania e democracia.
c) o aumento da influência de empresas multinacionais sobre a agenda política local, garantindo a expansão do livre
comércio.
d) o enfraquecimento da soberania dos Estados na regulação da sua economia, dado a necessidade de atender as
demandas eleitorais.

25. (Ufu 2021) Em pesquisa sobre a participação política dos alunos da Unb, a cientista política Débora Messemberg
apresentou os seguintes resultados: “assume destaque a baixíssima participação desses universitários em instituições
associativas e representativas. Mais de 87% deles não participam de nenhuma associação nem são membros de
algum conselho, sindicato ou movimento social.”.
MESSEMBERG, Débora. Civitas, Rev. Ciênc. Soc.[online]. 2015, Vol. 15, n.1, Jan-Mar, pp.1-23
O reduzido interesse por política é considerado um desafio para a democracia, já que a participação política nesse
regime
a) permite a organização da sociedade civil, a fim de garantir as demandas da classe política.
b) ocorre por meio de eleições censitárias, assegurando o exercício da cidadania ampliada.
c) estabelece o acesso ao espaço público, limitando o debate argumentativo e oportunizando o controle sobre os
representantes.
d) garante a legitimidade do governo, ao apresentar demandas sociais a serem observadas na formulação de políticas
públicas.

26. (Ufu 2021) “Apenas uma característica, associada à experiência brasileira, ressalta como uma singularidade: o
Brasil é o único país que, além de combinar a proporcionalidade, o multipartidarismo e o "presidencialismo imperial",
organiza o Executivo com base em grandes coalizões. [...] Fica evidente que a distinção se faz fundamentalmente
entre um "presidencialismo imperial", baseado na independência entre os poderes, se não na hegemonia do
Executivo, e que organiza o ministério com amplas coalizões, e um presidencialismo "mitigado" pelo controle
parlamentar sobre o gabinete e que também constitui este gabinete, eventual ou frequentemente, através de grandes
coalizões. O Brasil retorna ao conjunto das nações democráticas, sendo o único caso de presidencialismo de coalizão.”
ABRANCHES, S., 1988. Presidencialismo de Coalizão: o dilema institucional brasileiro. Dados, 31(1), pp.5-34.
De acordo com o texto, é correto afirmar que o presidencialismo de coalizão é caracterizado pelo(a)
a) imposição da agenda política do Poder Executivo ao Poder Legislativo por meio de um sistema bipartidário.
b) enfraquecimento do Poder Legislativo, e a consequente diminuição da capacidade de controle sobre os atos do
Poder Executivo.
c) relação entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo, estabelecida por compromissos partidários e com lideranças
regionais.
d) formação de um bloco parlamentar com unidade ideológica e programática, mediada por troca de favores.

27. (Ufu 2021) Segundo o pesquisador Timothy J. Power, “Tem muitos partidos desnecessários no Brasil, em termos
de representação ideológica. Quando um partido é criado, normalmente é para atender a um grupo ideológico pouco
representado, dar voz a grupos. Mas não é o que está acontecendo. Os partidos no Brasil estão sendo criados por
outras razões, não para defender bandeiras".
PASSARINHO, Nathalia. Partidos brasileiros são mais do mesmo e poderiam ser reduzidos a 2, aponta pesquisa de Oxford .
Disponível em: < https://www.bbc.com/portuguese/brasil-43288018> Acesso em: 03 fev. 2020.
A partir dessa análise, é correto deduzir que
a) os partidos políticos brasileiros estão limitados à defesa de oligarquias.
b) há partidos políticos brasileiros que representam propostas semelhantes.
c) os partidos políticos brasileiros se organizam num sistema bipartidário.
d) os partidos brasileiros formam coalizões segundo princípios ideológicos.

28. (Ufu 2021) Considere a tabela abaixo.


a) A partir dos dados da tabela, discorra sobre duas correlações possíveis entre o nível de escolaridade de pais e
filhos.
b) Segundo Durkheim, “É fato social toda maneira de fazer, fixada ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo
uma coerção exterior; ou ainda, toda maneira de fazer que é geral na extensão de uma sociedade dada e, ao mesmo
tempo, possui uma existência própria, independentemente de suas manifestações individuais”.
DURKHEIM, Émile. As Regras do Método Sociológico. São Paulo: Martins Fontes. 1995, p. 13
Com a base na definição de Durkheim, explique a correlação entre o nível de escolaridade de pais e filhos a partir da
característica de exterioridade do fato social, tal como definido por esse autor.

29. (Ufu 2021) “Desejo aqui sugerir que o caipira-básico – por assim dizer – passava normalmente da enxada e do
machado para o anzol ou para a espingarda; da foice para o visgo, a arapuca, a zagaia, o mundéu, como quem
circula na mesma atmosfera contínua pela vida. Compreenderemos esse estado de coisas se considerarmos a estreita
ligação das suas representações religiosas com a vida agrícola, a caça, a pesca e a coleta, e de ambas com a
literatura oral.”
CANDIDO, Antônio. Os Parceiros do Rio Bonito: estudo sobre o caipira paulista e a transformação dos seus meios de vida. São Paulo: Duas Cidades, 1979.
Nesse trecho da análise clássica de Antônio Candido sobre as transformações no modo de vida caipira no interior de
São Paulo, o autor destaca
a) a intensificação da divisão do trabalho no meio caipira.
b) a produção ideológica camponesa com base em valores irracionais.
c) a baixa especialização e a reduzida produtividade do trabalho caipira.
d) a relação de continuidade entre a esfera do trabalho e a simbologia caipira.

30. (Ufu 2021) “O controle social, algo mais amplo do que o controle da ordem pública, parece ter esgotado suas
funções no interior de modelos tradicionais. Por um lado, os mecanismos de pressão social sobre o comportamento
dos indivíduos, que operaram, sobretudo, na esfera da moralidade, pública e privada, não parecem suscitar nem o
sentimento de medo, sequer o de angústia diante das possibilidades, sempre abertas, de violação das normas sociais.
É como se operasse uma sorte de dissociação entre as imposições morais e as práticas sociais. [...] Por outro lado, as
éticas vocacionais, muitas delas dotadas de forte inspiração religiosa, que, no passado, asseguravam o represamento
das pulsões e do desejo, se não mais parecem mecanismos sólidos para conter os conflitos dos indivíduos entre si e
com a sociedade, muito menos ainda o são para evitar as tensões entre coletivos sociais. Está-se em plena era das
paixões, sem que quaisquer interditos ou freios morais subjetivos consigam objetivar a experiência social.”
ADORNO, Sérgio. Conflitualidade e violência: reflexões sobre a anomia na contemporaneidade. Tempo soc. [online]. 1998, vol.10, n.1, pp.19-47.
De acordo com os argumentos apresentados no texto, é correto afirmar que a resolução dos problemas sociais
relativos à segurança pública no Brasil envolveria
a) a construção de elementos de controle social no âmbito da sociedade para além da garantia dos instrumentos
repressivos estatais.
b) o respeito ao interesse individual e o domínio da racionalidade como forma de orientação da conduta.
c) o fim da crise de legitimidade do Estado frente ao aumento da influência de correntes religiosas no espaço público.
d) o fortalecimento dos laços de solidariedade e a simplificação da legislação de combate à criminalidade.
31. (Ufu 2021) “A Teologia da Prosperidade Neopentecostal [...] prega uma ética econômica voltada para o mundo,
onde possuir e ascender são sinais de que Deus, e não o diabo, age em sua vida. Essa ascensão não se ancora
especificamente na disciplina e na dedicação ao trabalho, mas em uma disposição empreendedora de quem almeja
tornar-se o patrão nas relações de trabalho. Tal disposição de empreender é alimentada por ritos sacrificiais – como
dar o dízimo – que geram expectativas de prosperidade material no futuro. Os riscos materiais do empreendimento
são considerados atos de fé.”
ALMEIDA, Ronaldo de. A onda quebrada - evangélicos e conservadorismo. Cadernos Pagu (50), 2017:e175001.
Conforme a definição da Teologia da Prosperidade Neopentecostal, o vínculo entre a conduta econômica e a ética
religiosa, nesse contexto,
a) aponta para o processo de desencantamento do mundo, em que a racionalidade econômica capitalista se afasta de
sua origem religiosa.
b) desvaloriza o lucro como forma de comprovação de uma salvação religiosa, conforme a tese weberiana.
c) afasta-se da proposição weberiana, segundo a qual a ética protestante valoriza o trabalho metódico como uma
prova de fé.
d) contribui para a manutenção da coesão social, ao separar a ética religiosa do espírito empreendedor.

32. (Ufu 2020) O primeiro Código Civil Brasileiro, promulgado no ano de 1916, definia os membros das comunidades
indígenas – então denominados “silvícolas” – como incapazes de exercer certos direitos.
“Artigo 6° São incapazes, relativamente a certos atos, ou a maneira de exercê-los”:
I – os maiores de 16 (dezesseis) e os menores de 21 (vinte e um) anos;
II – os pródigos;
III – os silvícolas.
Parágrafo único. Os silvícolas ficarão sujeitos ao regime tutelar, estabelecido em leis e regulamentos especiais, o qual
cessará à medida que se forem adaptando à civilização do País.”
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L3071.htm Acesso em: 03 fev. 2020.
Atualmente, essa concepção expressa no antigo Código Civil é criticada pelas Ciências Sociais por
a) limitar o desenvolvimento econômico das comunidades indígenas.
b) negar o papel do Estado quanto à defesa dos direitos dos indígenas.
c) estabelecer uma concepção hierárquica e evolucionista em relação à diversidade cultural.
d) abolir a aculturação dos povos indígenas, garantindo a tutela estatal.

33. (Ufu 2020) O gráfico abaixo apresenta dados sobre a percepção que homens e mulheres, em casais
heterossexuais, detêm do seu grau de participação na divisão do trabalho doméstico no casamento.

A partir dos dados apresentados, assinale a alternativa correta.


a) A participação das mulheres nas tarefas domésticas se resume, na maior parte, a uma colaboração em algumas
tarefas domésticas.
b) A maioria dos homens reconhece que apenas colabora em algumas tarefas domésticas.
c) Os homens, em sua maioria, reconhecem o desequilíbrio na divisão das tarefas domésticas.
d) Homens e mulheres definem de maneira distinta a divisão igualitária de tarefas domésticas.

34. (Ufu 2020) “Em análise do sistema carcerário do estado de São Paulo entre os anos de 2007 e 2014, a
pesquisadora Dina Alves aponta que: ‘no período analisado, enquanto a taxa de encarceramento masculino aumentou
em 48%, a taxa de mulheres encarceradas teve um aumento de 127%, evidenciando o crescimento proporcional das
mulheres no sistema prisional. Ao traçar o perfil das 14.810 mulheres encarceradas, é possível visualizar uma linha de
cor e de gênero nas prisões paulistanas: as negras compõem 67% do total; as jovens entre 18 e 29 anos
representam 50%; as mulheres que não concluíram o ensino fundamental, 50%; e as que foram condenadas com
penas de até oito anos de reclusão compõem o universo de 63%.’”
Alves, Dina. Rés negras, juízes brancos: uma análise da interseccionalidade de gênero, raça e classe na produção da punição em uma prisão paulistana. Revista CS, 21.
Cali, Colombia: Facultad de Derecho y Ciencias Sociales, Universidad Icesi. 2017, pp. 97-120.
a) De que maneira a presença desproporcional de mulheres negras no sistema carcerário pode evidenciar a existência
do racismo estrutural no Brasil?
b) Cite e explique duas políticas públicas ou ações de combate à desigualdade racial no contexto brasileiro atual.

35. (Ufu 2020) Considere os trechos da entrevista concedida pelo pesquisador indígena Daniel Munduruku
“Eu não sou índio, não existem índios no Brasil. [...] No dia 19 de abril, a gente comemora um equívoco, porque se
esconde a diversidade de povos que existem no Brasil. Cada povo cria seu modo de estar no mundo a partir da
cultura, que é alimentada pela língua que ele fala. E cada povo tem suas tradições, sua crença, cultura, política e
economia. Nós aprendemos que só existe a língua portuguesa por aqui, né? Mas no Brasil existem 307 línguas muito
antigas e diferentes entre si. E a língua é uma leitura de mundo. Quando a gente generaliza e diz que ‘o índio chama
casa de oca’, imediatamente a gente está esquecendo que oca é apenas um jeito de falar. E essas línguas são tão
diferentes entre si quanto o português é diferente do chinês.”
Disponível em: http://www.nonada.com.br/2017/11/daniel-munduruku-eu-nao-sou-indio-nao-existem-indios-no-brasil/. Acesso em: 03 de fev. 2020.
a) Conforme o texto, cite e explique duas formas de violência simbólica contra a população indígena no Brasil.
b) Explique de que maneira o conceito de violência simbólica estaria relacionado ao conceito de etnocentrismo.

36. (Ufu 2020) “Neste novo século, na América Latina, os indígenas estão re-emergindo como a grande novidade no
cenário das lutas e movimentos sociais na região. Sabe-se que a luta dos indígenas, de resistência à colonização
europeia e branca, é secular. Na atualidade, o elemento novo é a forma e o caráter que essas lutas têm assumido –
não apenas de resistência, mas também de luta por direitos: reconhecimento de suas culturas e da própria existência,
redistribuição de terras em territórios de seus ancestrais, escolarização na própria língua, etc.”
Gohn, Maria da Glória. Abordagens teóricas no estudo dos movimentos sociais na América Latina. Caderno CRH, Salvador. v. 21, n. 54, p. 439-455. Set/Dez. 2008.
De acordo com o texto, os movimentos indígenas contemporâneos têm buscado
a) justiça social e integração da sociedade indígena pela aculturação.
b) retorno às tradições e defesa da miscigenação.
c) reconhecimento identitário e valorização de seu modo de vida.
d) defesa da igualdade racial e diminuição da legitimidade da autoridade estatal.

37. (Ufu 2020) Por cidadania regulada entendo o conceito de cidadania cujas raízes encontram-se não em um código
de valores políticos, mas em um sistema de estratificação ocupacional, e que, ademais, tal sistema de estratificação
ocupacional é definido por norma legal. Em outras palavras, são cidadãos todos aqueles membros da comunidade que
se encontram localizados em qualquer uma das ocupações reconhecidas e definidas em lei. [...] A cidadania está
embutida na profissão e os direitos do cidadão restringem-se aos direitos do lugar que ocupa no processo produtivo,
tal como reconhecido por lei. Tornam-se pré-cidadãos, assim, todos aqueles cuja ocupação a lei desconhece [...].
SANTOS, W. G. dos. Cidadania e justiça: a política social na ordem brasileira. Rio de Janeiro: Campos, 1979. p. 75
O conceito “cidadania regulada”, elaborado pelo cientista político Wanderley Guilherme dos Santos, é empregado para
pensar o início do processo de construção do Estado de Bem-estar Social no Brasil.
Segundo o autor, é correto afirmar que a “cidadania regulada” levou
a) à expansão dos direitos políticos e ao enfraquecimento dos sindicatos.
b) à adoção de uma política liberal com restrição de direitos humanos.
c) ao acesso aos direitos fundamentais e à desregulamentação das leis trabalhistas.
d) à ampliação do acesso a direitos sociais com a restrição dos direitos civis.

38. (Ufu 2020) Ao analisar as consequências do toyotismo para a classe trabalhadora, o pesquisador Ricardo Antunes
afirma que:
As mutações criaram, [...], uma classe trabalhadora mais heterogênea, mais fragmentada e mais complexificada,
dividida entre trabalhadores qualificados e desqualificados, do mercado formal e informal, jovens e velhos, homens e
mulheres, estáveis e precários, imigrantes e nacionais, brancos e negros etc., sem falar nas divisões que decorrem da
inserção diferenciada dos países e de seus trabalhadores na nova divisão internacional do trabalho.
ANTUNES, Ricardo. Trabalho e precarização numa ordem neoliberal. In: GENTILI, Pablo; FRIGOTTO, Gaudêncio (Org.). A cidadania negada: políticas de exclusão na
educação e no trabalho. São Paulo: Cortez; Buenos Aires, Argentina: CLACSO, 2001. p. 35-48
A partir deste cenário, é correto concluir que o movimento sindical tem buscado
a) a garantia de melhores salários a partir do incentivo à formação de múltiplos sindicatos em uma mesma empresa.
b) a qualificação dos trabalhadores, a criação de estímulos para o empreendedorismo e a flexibilização do trabalho.
c) a representação de trabalhadores desempregados e informais, garantindo a formação de uma identidade coletiva.
d) a defesa da terceirização do trabalho e a preservação da extensão de direitos sociais e políticos.

39. (Ufu 2020) Nos últimos anos, tem-se observado o crescimento de um tipo de ocupação: o trabalho por aplicativo.
Conhecido também como “uberização do trabalho”, as alterações nas relações de trabalho provocadas por esse
fenômeno é sintetizado pela pesquisadora Ludmila Abílio:
“Ser um trabalhador-perfil em um cadastro da multidão significa na prática ser um trabalhador por conta própria, que
assume os riscos e custos de seu trabalho, que define sua própria jornada, que decide sobre sua dedicação ao
trabalho e, também, que cria estratégias para lidar com uma concorrência de dimensões gigantescas que paira
permanentemente sobre sua cabeça”.
Abílio, Ludmila C. Uberização do trabalho: subsunção real da viração. Disponível em: http://passapalavra.info/2017/02/110685. Acesso em: 03 fev. 2020.
Com base nessas informações, as alterações nas relações de trabalho na atualidade têm sido definidas pelo(a)
a) precarização do vínculo empregatício, com a desregulamentação das leis trabalhistas.
b) valorização do empreendedorismo, seguida pela ampliação dos direitos sociais.
c) vínculo de emprego duradouro, garantido por maior autonomia nas rotinas de trabalho.
d) fortalecimento do movimento sindical como estratégia de mobilização na luta por direitos trabalhistas.

40. (Ufu 2020) Segundo a pesquisadora Marta Rocha, o clientelismo pode ser definido como “uma relação de troca
que envolve a entrega de benefícios, de um lado, e o retorno na forma de voto ou apoio político, do outro. Há algum
consenso de que se trata de uma relação assimétrica, sustentada no tempo e no espaço, que se distingue de outros
tipos de trocas pelo fato de que a entrega dos benefícios está condicionada ao apoio político passado ou futuro”.
Rocha, M. M. Resenha: O clientelismo revisitado: uma explicação focada nos mediadores. Sociologias, Porto Alegre, ano 19, nº 45, mai/ago, 2017, p. 398-412.
A partir desta definição, assinale a alternativa que apresenta uma das consequências do clientelismo.
a) Distribuição de recursos públicos de forma impessoal e igualitária.
b) Enfraquecimento da representação política em termos ideológicos.
c) Surgimento de movimentos sociais em defesa de políticas públicas distributivas.
d) Manutenção de práticas institucionalizadas na burocracia estatal.

41. (Ufu 2020) A partir de meados dos anos de 1990, o Estado brasileiro passou por modificações com relação ao seu
papel na economia. Uma destas mudanças pode ser identificada na tabela abaixo.

Evolução da taxa de investimento do setor público (% do PIB)


Administração
Ano Estatais Federais Outras Estatais Total Estatais
Pública
1995 2,5 1,3 1,0 2,3
1996 2,3 1,6 0,7 2,3
1997 2,0 1,6 1,0 2,6
1998 2,8 1,3 0,3 1,6
1999 1,7 0,8 0,5 1,3
2000 1,9 0,8 0,2 1,0
2001 2,2 1,0 0,3 1,3
2002 2,2 1,1 0,5 1,6
2003 1,7 1,1 0,1 1,2
Montes, G. C. & Faria dos Reis, A. Investimento público em infraestrutura no período pós-privatizações. Economia e Sociedade, Campinas, v. 20, n. 1 (41), p. 167-194,
abr. 2011.
Considerando-se os dados apresentados na tabela acima, é correto afirmar que o Estado Brasileiro
a) incentivou a reestruturação produtiva toyotista, aumentando os investimentos públicos por meio de empresas
estatais.
b) passou a adotar políticas neoliberais, diminuindo a presença do Estado na economia.
c) aumentou a taxa de investimentos públicos, garantindo uma maior participação do Estado na economia.
d) definiu como política macroeconômica os investimentos públicos em infraestrutura.
Gabarito:

Resposta da questão 1:
a) No século XIX, no contexto da Revolução Industrial, surgiram diversas correntes de pensamento na Europa, entre
eles, podem ser citados o Socialismo Utópico e o Socialismo Científico. Nas obras de Marx e Engels, expoentes do
Socialismo Científico, destacam-se a teoria da mais-valia, a teoria do materialismo histórico e a teoria da luta de
classes.
A teoria da mais-valia ou mais valor remete à exploração que resulta da diferença entre o valor total da riqueza e o
salário que o trabalhador recebe para produzi-la. A teoria do materialismo histórico, por sua vez, evidencia que os
acontecimentos históricos são determinados pelas condições materiais (socioeconômicas) da sociedade e pelas
relações de produção nela existentes. Por fim, a teoria da luta de classes afirma que a história humana deve ser
compreendida como resultado da luta de classes, ou seja, do conflito entre os que se beneficiam e os que são
explorados pelo sistema capitalista.
b) Por meio de pensadores como Robert Owen, Saint-Simon, Fourier e Thoreau, o socialismo utópico salienta a
necessidade de mudanças no sistema capitalista, visando uma sociedade mais justa e igualitária. No entanto, não
discriminam, com exatidão e minúcia, os meios pelos quais essa sociedade igualitária se estabeleceria. Apesar das
diferenças entre seus principais teóricos, os socialistas utópicos apelam para o reformismo e contam com a boa
vontade e participação de todos. Além disso, pode-se afirmar que as principais tentativas de mudança não vão além
de uma tendência paternalista e filantrópica: melhoria de alojamentos e higiene, construção de escolas, aumento de
salários, redução de horas de trabalho. Já o marxismo, uma das manifestações do socialismo científico, busca, por
meio de análises e desvelamentos do concretamente vivido, entender a dinâmica do capitalismo, suas origens, a
acumulação prévia de capital e as contradições políticas advinda do processo social. A partir disso, o marxismo afirma,
segundo seus principais teóricos, que o capitalismo entraria em contradição e seria destruído, sobretudo, pela classe
explorada desse sistema: o proletariado.

Resposta da questão 2:
[A]
A capacidade transformadora do pensamento socrático estava relacionada à elaboração de questões em direção à
essência dos conhecimentos, essas questões possuíam o mérito de demonstrar a superficialidade de alguns saberes.
Nesse sentido, a sabedoria de Sócrates consistia em reconhecer sua ignorância e ver nisso uma virtude, uma vez que
ela o direcionada para a busca do conhecimento verdadeiro, enquanto os que acham que sabem ficam satisfeitos com
as falsas verdades.

Resposta da questão 3:
[B]
Em Aristóteles, a noção de substância refere-se a uma qualidade essencial do ser, ou seja, ao que é inerente e, por
isso, não pode ser alterado, é permanente. Por sua vez, o acidente faz referência ao que não é essencial e pode ser
alterado.

Resposta da questão 4:
a) As cinco vias utilizadas por Tomás de Aquino para provas a existência de Deus são: 1. A via motora; 2. A via da
causa eficiente; 3. A via do ser necessário; 4. A via do ser perfeito; e 5. A via da inteligência ordenadora.
b) Na via motora, Tomás de Aquino parte do princípio aristotélico de que tudo o que se move foi movido por outro,
pois nada move a si mesmo. Nesse sentido, sua metafísica afirma que a existência de movimentos implica a
existência de um primeiro motor, capaz de fazer com que esse primeiro fluxo ocorresse, esse primeiro motor seria
Deus. Assim, para Aquino, todo movimento existente é indício de que existe Deus: um ser anterior ao movimento,
capaz de causá-lo.

A via da causa eficiente aplica um raciocínio semelhante ao aplicado na causa motora. Parte do princípio de que todos
os efeitos possuem causas e nenhum efeito pode ser causa de si mesmo. Assim, todos os efeitos existentes, ou seja,
todas as ocorrências, derivam de uma causa primeira, cuja existência é infinita, não causada por outro, nem por si
mesmo (o que não é lógico). Aquino conclui, dessa forma, que Deus é a causa eficiente da criação de todas as
demais causas e consequências que podemos experimentar empiricamente.
A via do ser necessário é uma variação da via da causa eficiente. Aquino argumenta que como tudo o que existe pode
deixar de existir e como tudo o que existe foi em algum momento criado, houve o momento da criação primeira, em
que nada existia e foi necessário um ser primeiro para garantir a criação dos outros seres. Esse ser necessário para
iniciar a criação, seria Deus.
A via do ser perfeito possui inspiração na filosofia platônica. Essa prova da existência de Deus parte da existência de
diversos graus de perfeição que as pessoas podem observar e julgar normalmente. Para Tomás de Aquino, a
perfeição limitada dos seres deriva de uma perfeição ilimitada, que é inspiração da perfeição dos demais seres. Assim,
para o filósofo, a existência de seres com diferentes graus de defeitos, são prova da existência de um ser sem
defeitos, ideal, que seria Deus.
Por fim, a via da inteligência ordenadora parte da percepção de que existe ordem e finalidade no universo. Como essa
ordem e finalidade não resultam do acaso, nem do caos, eles são indícios de que existe uma inteligência ordenadora
que dirigem as coisas para que cumpram suas finalidades, essa inteligência ordenadora primeira seria Deus.

Resposta da questão 5:
[C]
O fragmento apresentado no enunciado deixa claro que, na perspectiva filosófica de Agostinho de Hipona, o mestre é
responsável por provocar ou incentivar as mentes a buscar dentro delas mesmas a verdade. Esta verdade é resultado
da conexão entre as pessoas e Deus. Assim, cabe ao mestre estimular a busca da verdade e não a demonstrar ou a
ensinar, já que a verdade não vem do mestre sim da ligação entre as pessoas e Deus.

Resposta da questão 6:
[B]
Em Crítica da Razão Prática, Kant desenvolve uma argumentação que relaciona princípios gerais para ação e a
racionalidade. De acordo com ele, as pessoas podem deduzir os princípios éticos e, portanto, fundamentar sua ação
moral na razão. Isso porque a racionalidade é capaz de examinar e produzir princípios de ação que sejam
universalmente válidos, desvinculados de sentimentos pessoais ou culturais restritos e capazes de garantir a liberdade
de todos.

Resposta da questão 7:
[A]
Os movimentos totalitários, como o nazismo e o fascismo, dependem da capacidade de agitar e organizar ‘massas’,
tomadas como grandes contingentes populacionais. O que diferencia a mobilização dos movimentos totalitário, da
mobilização típica dos partidos políticos, é o fato de que na primeira não há a intenção de incentivar as liberdades
individuais, a democracia, o respeito ao contraditório ou a consciência das classes sociais. Em oposição, os
movimentos totalitários, para organizar a ‘força bruta’ de que precisam, defendem a subordinação das leis e do
julgamento delas ao poder administrador ou executivo, além de incentivar ações repressivas, como alternativa ao
debate típico da democracia.

Resposta da questão 8:
[C]
Em O segundo sexo, fatos e mitos, a filósofa Simone de Beauvoir explora a desigualdade entre os gêneros,
especificamente o domínio do homem sobre a mulher. Mais do que fazer uma leitura sociológica da realidade
opressiva, a autora, como pode ser visto no trecho, retoma fundamentos filosóficos dessa desigualdade.

Resposta da questão 9:
ANULADA
Questão anulada no gabarito oficial.
Está correta apenas a alternativa [I]. Para Marx, a ideologia mascara a realidade, fazendo com que diferenças de
classe, conflitos, desigualdades e injustiças pareçam naturais. Uma vez parecendo fazer parte da realidade, esses
problemas tendem a ser aceitos, no lugar de serem questionados. Como não há gabarito que aponte apenas o item
[I] como correto ou o [II], [III] e [IV] como errados, a questão foi adequadamente anulada.

Resposta da questão 10:


[A]
A teoria política de Maquiavel orienta a ação dos soberanos levando em consideração a história, a realidade, a
conjuntura política e todos os demais elementos que possam interferir na dinâmica concreta do poder. Em
contrapartida, o filósofo se afasta de abstrações ou idealizações, sejam elas de cunho moral, religioso ou metafísico,
isso porque a tarefa fundamental do príncipe é manter a estabilidade política, a ordem e o poder.

Resposta da questão 11:


a) As explicações 1 e 2 expõe diferentes facetas do racismo. Na primeira, o racismo está em atribuir a todas as
pessoas negras (em um processo de racialização dos seres) uma inaptidão para certas funções intelectuais, como a
advocacia ou o magistério. Esse tipo de racismo afirma que as pessoas negras seriam, naturalmente menos capazes
do que as brancas e, dessa forma, justifica as violências e desigualdades em curso.
Por sua vez, a segunda explicação expõe uma forma mais complexa de racismo, que contribui para manutenção da
atual desigualdade étnica ao negar sua existência. Ao afirmar que a condição racial não tem relação com a situação
socioeconômica, atribuindo o fato de existirem mais pessoas empobrecidas que são negras às escolhas desses
indivíduos, o falante escolhe não ver que pessoas negras e brancas possuem diferentes graus de prestígio na
sociedade (o que pode ser comprovado pelo fato de que existe racismo antinegro, mas não antibranco) e resulta em
diferentes níveis de oportunidades. Em adição, a explicação leva a conclusão de que pessoas negras seriam, em sua
maioria, preguiçosas ou irresponsáveis quanto a sua condição social.
b) Diferente das afirmações 1 e 2, a terceira explicação expõem um fato: as pessoas negras têm menos acesso à
educação e isso contribui para a desigualdade social em curso, o que essa perspectiva não faz é explorar a razão de
pessoas negras terem menor acesso à educação. Do ponto de vista histórico, esse menor acesso tem raízes na
condição do negro escravizado ou mesmo na falta de inclusão social após o fim da escravidão; do ponto de vista
social, é possível afirmar ainda que o menor acesso à educação pode ser motivado pela manutenção da maior parte
das pessoas negras em extratos socioeconômicos em que não é possível pagar pela educação ou mesmo pela
destruição da autoestima de pessoas negras que podem não se sentir capazes de ocupar espaços de destaque. De
uma forma ou de outra, o menor acesso à educação está ligado a questões raciais não resolvidas e não encaradas
pela sociedade brasileira.

Resposta da questão 12:


[B]
A metáfora do parto é muito produtiva para o entendimento da maiêutica, pois assim como uma parteira que auxilia
as mães a receber os filhos que já estavam dentro de si, o método filosófico utilizado por Sócrates faz o parto das
ideias. A diferença, entretanto, é que no parto a mãe recebe uma criança real, física, palpável e no parto maiêutico, o
parteiro ou a parteira ajuda o interlocutor a perceber a sua ignorância ou ainda a reconhecer a limitação das ideias,
como se revelasse que a gestação era um engano. Assim, o método não reforça hipóteses sem fundamento, não
valoriza pensamentos intransigentes, nem aceita opiniões como sabedoria, mas provoca as hipóteses, os
pensamentos e as opiniões e expõem suas limitações.

Resposta da questão 13:


[A]
A filosofia de Platão é marcada pela existência de dois mundos, um mundo sensível e um mundo inteligível. O
primeiro é alcançado pelos sentidos e é marcado pela imperfeição e pela possibilidade de engano, ao passo que o
segundo é marcado pela perfeição que só existe nas ideias. A separação entre doxa e episteme corresponde a essa
separação. A doxa se refere a um juízo subjetivo, múltiplo e potencialmente falso, enquanto a episteme se refere ao
conhecimento verdadeiro, já que é resultado da razão e se destina ao que é perfeito, uno e imutável.

Resposta da questão 14:


a) A filosofia e o filosofar se definem como admiração e busca desinteressada do saber, e tem início com o espanto
com aquilo que circunda os homens. É por admirar que se quer saber, procurar por respostas, de tal forma que a
dúvida é uma procura pelas causas das coisas. A admiração suscitada pela dúvida é um reconhecimento da ignorância
que move os homens em direção ao saber, partindo do conhecimento das coisas menores, simples e próximas até as
maiores, elevadas e distantes.
b) Sim, pois a atitude de procura pelo saber da Filosofia é uma indagação sobre o que parece certo e verdadeiro,
recusando saberes de antemão não verificados. A Filosofia incita as pessoas a uma atitude crítica, de contestação, e a
um diálogo com formas distintas de pensamento, necessários para a busca do saber verdadeiro, recusando a aceitar
tacitamente a obviedade dos fatos ou das notícias. Com isso, a atitude filosófica auxilia a impedir que as informações
falsas sejam repetidas pelas pessoas como algo naturalmente verdadeiro, simplesmente pelo fato de estarem sendo
repassadas, favorecendo a disseminação de saber verdadeiro.

Resposta da questão 15:


[C]
A terceira via descrita no trecho se refere a perspectiva do historiador Jean-Pierre Vernant, quanto ao surgimento da
filosofia. Para esse estudioso do período helenístico, a filosofia surge graças a uma soma de condições históricas,
como é descrito no item [C]. Nessa perspectiva a influência oriental e o domínio grego são considerados, mas não são
tomados como causas únicas. O autor ajuda a compreender que é a soma de fatores interno e externos, históricos,
culturais e políticos que explicam o surgimento da filosofia na Grécia Antiga.

Resposta da questão 16:


[C]
É incorreto afirmar que a Filosofia de Tomás de Aquino admitiu ou concluiu a superioridade da filosofia sobre a fé. Na
verdade, o autor, ainda hoje considerado uma referência teológica e canonizado como santo pela Igreja Católixa, teve
toda a sua obra marcada pela aproximação dessas duas formas de conhecimento, consideradas por muitos como
inconciliáveis.

Resposta da questão 17:


[A]
A filosofia cartesiana adota uma abordagem racionalista, o que quer dizer que o conhecimento valorizado e
considerado seguro era aquele obtido através da razão, especificamente da razão orientada pelo método. Essa
perspectiva enfraqueceu o poder da Igreja, já que tendia a não aceitar seus dogmas, o que também pode ser dito
sobre a filosofia tomista, de Tomás de Aquino, filósofo medieval vinculado à Igreja. Descartes, assim como outros
racionalistas, não aceitava como indubitáveis os conhecimentos adquiridos pelos sentidos, mas duvidava deles, a ideia
geral é que os sentidos podem nos enganar e, portanto, só a racionalidade metódica poderia nos esclarecer.

Resposta da questão 18:


[C]
O pensamento de Hobbes, claramente ilustrado no trecho trazido pela questão, faz referência ao estado de natureza
(estado em que as pessoas viveriam antes da instituição de uma sociedade) como um estado de constante guerra de
todos contra todos em que não existiam regras, leis ou moralidade, em que os eventos eram validados pela força,
fazendo com que o homem fosse o lobo de si, ou seja, a sua própria ameaça. É justamente esse estado natural de
desordem e guerra que, para o autor, justifica a necessidade do estado e do Pacto social, capaz de minimizar a
violência natural da humanidade sob o domínio das leis e da violência legítima monopolizada pelo Estado.

Resposta da questão 19:


[D]
Na Genealogia da moral, Nietzsche se refere a dois tipos de moral, a moral dos nobres, dos senhores e a moral do
escravo, também chamada de moral do rebanho. A moral dos nobres se baseia nos instintos vitais, no que Nietzsche
chama de vontade de potência, seus valores são baseados na força vital, no bem-viver, nas paixões, desejos e
vontades. Em oposição, a moral do escravo é ressentida, teme a vida, o corpo o desejo e tenta limitá-la pela razão.
Nietzsche chega a afirmar que a moral dos escravos é a moral dos fracos, com a finalidade de dominar os fortes, os
que possuem vontade de potência.

Resposta da questão 20:


[B]
A comparação presente no trecho de Maquiavel e a descrição presente no texto 1 se correlacionam pela referência
aos governantes, responsáveis, ou ao menos corresponsáveis, pela contínua expansão desordenada do espaço
urbano e capazes de causar destruição.

Resposta da questão 21:


a) Não, porque o homem não é capaz de dimensionar as discriminações sociais, que na ótica masculina parecem
insignificantes, mas, para as mulheres têm consequências morais e intelectuais profundas que reforçam a falsa ideia
de que há uma diferença de natureza que faz da mulher inferior ao homem. Portanto, a suposição de igualdade não
abole a hierarquia social, uma vez que o papel da mulher tem valor somente no interior da família: para as crianças e
o funcionamento do lar; presume-se que ali a mulher é igual ao adulto masculino. Para a maioria dos homens que
admite a igualdade entre mulheres e homens, esse assentimento é meramente formal, próprio do ideal democrático
em abstrato que só reforça a desigualdade concreta que inferioriza a mulher, restringindo seu espaço à vida
doméstica e negando-lhe acesso à vida intelectual e profissional, porque são consideradas mais fraca física e
intelectualmente.
b) Sim, as reivindicações são justas e são colocadas para que a igualdade entre homens e mulheres, inspirada no
ideal democrático, seja efetivada na vida prática, no cotidiano, pois, a postura dos homens se prende na defesa de
seus privilégios e, com isso, naturalizam a condição da mulher, considerando-a apenas em suas funções sociais
domésticas: o homem respeita a mulher no papel de esposa dedicada, de mãe amorosa. Porém, em outras esferas
sociais, a mulher é considerada incapaz de assumir as ocupações que os homens executam, o que justificaria as
posições subalternas das mulheres no mercado de trabalho e sua remuneração inferior à dos homens. Pois, quando
as mulheres conseguem adentrar o mundo do trabalho, costumeiramente, não há igualdade de condições salariais e
de ascensão profissional. Grosso modo, a autora manifesta como reivindicação a necessidade da implementação da
igualdade de condições para que as mulheres possam livremente escolher as atividades as quais queiram se dedicar
na sociedade contemporânea e sejam respeitadas.
Em adição, é possível acrescentar que na perspectiva da autora, as reivindicações das mulheres são não só justas,
mas também necessárias e insubstituíveis, visto que aos homens é difícil, inclusive, perceber as opressões e
desigualdades que envolvem a condição da mulher na sociedade, de modo que as reivindicações tem também a
função de chamar a atenção para a maneira como o conceito de mulher de mulher é construído e constantemente
reafirmado em sociedade.

Resposta da questão 22:


a) Vender a força de trabalho corresponde ao ato econômico em que um determinado indivíduo ou classe social
trabalha operando ferramentas e equipamentos, produz valor e não recebe o valor total daquilo que produziu, mas
somente uma parte disso na forma de salário.
b) O fetichismo da mercadoria corresponde à impressão de que as mercadorias existem por si mesmas, e não como
resultado de uma relação humana de produção. No caso dos hábitos de consumo, isso é perceptível quando se pensa
que os produtos, por si mesmos, dão status aos consumidores. Nessa situação, têm-se a impressão de que o status
advém do próprio produto e não se percebem as relações de trabalho inerentes à fabricação dessa mercadoria.

Resposta da questão 23:


[A]
Os direitos trabalhistas são resultado da conjugação complexa entre lutas dos trabalhadores e múltiplos interesses
econômicos e políticos que orientam as políticas públicas no Brasil, exatamente como descreve o texto da questão e a
alternativa [A].

Resposta da questão 24:


[B]
O equilíbrio entre os interesses particulares dos Estados Nacionais e a construção de uma agenda global de
enfrentamento de problemas complexos, como a pandemia de Covid-19, é bastante precário. Nesse sentido, impasses
como aquele entre soberania e democracia, apontado no texto da questão, infelizmente reforçam uma situação que
costuma prejudicar as nações e pessoas mais vulneráveis.

Resposta da questão 25:


[D]
A afirmativa correta é a [D]. A democracia é um regime que pressupõe a participação do povo. Caso isso não ocorra,
abre-se caminho para que este se torne um governo dominado por uma minoria ou que defenda interesses de
somente poucos setores da sociedade.

Resposta da questão 26:


[C]
O presidencialismo de coalizão corresponde a uma forma de organização entre poderes no Brasil no qual o poder
executivo governa a partir de alianças pluripartidárias que distribuem cargos e emendas para partidos aliados no
poder legislativo.

Resposta da questão 27:


[B]
Uma vez que vivemos, no Brasil, um sistema político pluripartidário, é bastante comum que alguns partidos se
assemelhem e defendam interesses semelhantes.

Resposta da questão 28:


a) De acordo com os dados da tabela, os filhos tendem a seguir a escolaridade dos pais. Assim, os filhos de pais que
estudaram menos tendem também a estudar menos. Em contrapartida, filhos de pais que estudaram mais também
tendem a estudar mais. Outro fator interessante é que, independentemente da escolaridade dos pais (se alta ou
baixa), os filhos tendem a ter mais tempo de escolarização que seus pais.
b) De acordo com Émile Durkheim, a exterioridade corresponde à característica do fato social de vir de fora do
indivíduo. Nesse sentido, a escolaridade apresenta essa característica, dado que a escolaridade de uma criança é
orientada pela escolaridade de seus pais, como uma herança social que ela recebe independentemente de sua
vontade.

Resposta da questão 29:


[D]
Antônio Candido é uma das principais referências dos estudos de sociologia brasileira. O trecho selecionado revela
uma forma de compreensão da realidade que parte das relações materiais com as coisas, com o trabalho e com o
espaço, exatamente como descreve a alternativa [D].

Resposta da questão 30:


[A]
A afirmativa [A] é a única correta. No texto de Sérgio Adorno está descrito um diagnóstico de que as instituições
repressivas não são mais capazes de impedir a violência e as tensões sociais.

Resposta da questão 31:


[C]
A Teologia da Prosperidade Neopentecostal, ao valorizar uma disposição empreendedora e não o trabalho metódico,
distancia-se da ética protestante descrita por Max Weber.

Resposta da questão 32:


[C]
Por conta de ideias evolucionistas e hierárquicas, o Código Civil de 1916 carrega uma concepção etnocêntrica em
relação às comunidades indígenas. Atualmente, essa concepção é combatida, sobretudo porque não se justifica
cientificamente e eticamente.

Resposta da questão 33:


[D]
As desigualdades nas relações de gênero se manifestam de diversas formas. Entre elas está na divisão das tarefas
domésticas, em que os homens costumam se envolver menos, se sentindo menos responsáveis por esse papel social.

Resposta da questão 34:


a) De acordo com Sílvio de Almeida em seu livro O que é racismo estrutural de 2008, o racismo estrutural é uma
consequência da própria estrutura social, ou seja, do modo “normal” com que se constituem as relações políticas,
econômicas, jurídicas e até familiares, não sendo uma anomalia social e nem um transtorno institucional. Assim
sendo, este tipo de racismo origina um complexo de normas históricas - por vezes institucionalizadas (como a
escravidão e as políticas de branqueamento) -, culturais e interpessoais, que posiciona um grupo étnico em
superioridade e para tanto prejudica outros grupos provocando desigualdades. No país, o racismo estrutural
demonstra uma sociedade estruturada de maneira a excluir um número substancial de minorias da participação no
sistema social brasileiro.
A presença desproporcional de mulheres negras no sistema carcerário reforça e perpetua as desigualdades sociais e
raciais entre brancos e negros no Brasil funcionando tanto como uma ideologia quanto como uma prática de
naturalização, permanência e aprofundamento das desigualdades. Historicamente, o racismo estrutural constrói e
define espaços sociais subalternizados para as mulheres negras que ocupam, em sua maioria, um lugar de
vulnerabilidade e marginalização na sociedade brasileira. Conforme analisa Dina Alves (2017), a colonialidade da
justiça fundamentada por uma ideologia racista, classista e patriarcal manifesta-se explicitamente e produz categorias
de indivíduos puníveis, o que contribui para a reprodução e aplicabilidade de uma concepção racializada da lei.
b) Devido ao histórico de discriminação racial contra a população negra, as políticas públicas de ações afirmativas
surgiram com o objetivo de incluir de maneira digna este grupo étnico na sociedade. A partir da década de 1990, a
temática racial foi inserida com maior visibilidade na agenda das políticas públicas de âmbito federal. Dentre os
exemplos, está o Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial (PLANAPIR) que busca reduzir as desigualdades
raciais em diferentes setores da sociedade, com ênfase também na população negra. Conforme consta no PLANAPIR,
sua atuação se dá em 12 eixos: 1. Trabalho e Desenvolvimento Econômico (promoção da equidade de gênero, raça e
etnia nas relações de trabalho e combate às discriminações ao acesso e na relação de emprego, trabalho ou
ocupação. Cotas para negros nos concursos públicos); 2. Educação (implementação da temática da História e Cultura
Afro-brasileira no currículo escolar); 3. Saúde (ampliar a implementação da Política Nacional de Saúde Integral da
População Negra); 4. Diversidade Cultural (promover o respeito à diversidade cultural dos grupos formadores da
sociedade brasileira e demais grupos etnicorraciais discriminados na luta contra o racismo, a xenofobia e as
intolerâncias correlatas); 5. Direitos Humanos (apoiar o Estatuto da Igualdade Racial) e Segurança Pública
(criminalização do racismo); 6. Comunidades Remanescentes de Quilombos (promover o desenvolvimento econômico
sustentável das comunidades remanescentes de quilombos, inserido-as no potencial produtivo nacional); 7. Povos
Indígenas (apoiar a reformulação do Estatuto do Índio); 8. Comunidades Tradicionais de Terreiro (combater a
intolerância religiosa); 9. Política Internacional (aprimorar a articulação entre a política externa brasileira e as políticas
nacionais de promoção da igualdade racial); 10. Desenvolvimento Social e Segurança Alimentar (fortalecer as ações
de combate à pobreza e à fome no Brasil, incorporando a perspectiva etnicorracial e de gênero em todas as ações de
assistência social, de segurança alimentar e nutricional); 11. Infraestrutura (promover o saneamento básico nas áreas
habitadas pelas comunidades negras e quilombolas) e 12. Juventude (ampliar as ações de qualificação profissional e
desenvolvimento humano voltadas aos jovens negros, especialmente nas áreas de grande aglomeração urbana). Além
das políticas públicas de ações afirmativas, existem outras formas de enfrentamento à desigualdade racial, como por
exemplo, as manifestações públicas que acontecem de maneira isolada no país e que buscam denunciar a violação
dos direitos da população negra.

Resposta da questão 35:


a) Alguns grupos consideram os indígenas como atrasados, primitivos, pouco propícios ao trabalho, preguiçosos, não
civilizados e selvagens. Existe um imaginário que envolve a noção de que é considerado como indígena apenas aquele
indivíduo que fala somente a língua nativa, que não utiliza instrumentos tecnológicos, que segue, exclusivamente, os
hábitos e os costumes relacionados à sua etnia.
Para além dos estereótipos citados, o texto motivador com trechos da entrevista concedida pelo pesquisador indígena
Daniel Munduruku, considera como violência simbólica aspectos relacionados aos diversos tipos de preconceito
sofridos por esses povos (no caso do texto, o tipo abordado é o preconceito linguístico), à crença de que todas as
etnias indígenas no Brasil falam o mesmo idioma, desconsiderando e negligenciando assim, a diversidade linguística
destes grupos étnicos. Além disso, o texto retrata a crença de que todos os indígenas utilizam somente as ocas como
habitação, impondo uma cultura sem considerar as peculiaridades da própria cultura indígena, sua diversidade, seus
hábitos, sua linguagem e suas crenças. Pode-se destacar também, a comemoração do “Dia do Índio” sem conhecer
sua cultura ou preservá-la.
b) A violência pode se manifestar de diversas formas. Dentre as “faces” que a violência pode se apresentar destaca-se
a violência simbólica, que é um tipo que se apresenta de maneira mais sutil, nem sempre perceptível e facilmente
identificada. O sociólogo francês Pierre Bourdieu analisou como os aspectos simbólicos determinam as práticas sociais
e como as hierarquias são mantidas ao longo do tempo. A partir disso, cunhou o conceito de Violência Simbólica, que
envolve o poder que consiga impor significados e a impô-los como legítimos quando esconde as relações de força. Na
obra O poder simbólico, Bourdieu ressalta a importância de que, para que a dominação simbólica funcione, é
necessário que os dominados tenham incorporado as estruturas ligadas à submissão e ao consentimento.
O Etnocentrismo ocorre quando uma etnia coloca seus valores, suas crenças, sua visão de mundo e seus sentimentos
como centrais e superiores. É como se fosse uma cegueira para considerar e respeitar as diversidades que os grupos
podem apresentar. Tanto o Etnocentrismo, quanto a violência simbólica, refere-se à imposição de “modelos”
considerados como corretos e que, pertencem à classe hegemônica da sociedade.
A relação que pode ser estabelecida entre os dois termos é de considerar o Etnocentrismo como um dos possíveis
fundamentos da referida violência, pois o dominado reconhece, comporta e legitima elementos simbólicos que a
geram. Dessa forma, gera essa percepção no próprio dominado de que ele representa elementos que o
desqualificam, buscando impor essa visão etnocêntrica como legítima e arraigada.

Resposta da questão 36:


[C]
Os movimentos indígenas defendem a manutenção das formas de vida de seus povos, mediante o reconhecimento
identitário e a garantia da subsistência material. Isso tem se tornado mais necessário na atualidade, em um contexto
econômico e político desfavorável para esses grupos.

Resposta da questão 37:


[D]
A cidadania regulada baseia-se na ideia de que os direitos de cidadania acompanham uma posição ocupacional na
sociedade. Se, por um lado, isso permitiu a expansão dos direitos sociais, por outro, isso restringiu os direitos civis às
classes laborais reconhecidas socialmente.

Resposta da questão 38:


[C]
A questão trata de uma visão do movimento sindical enquanto construtor de uma identidade coletiva de trabalhador.
Tal visão é plausível de ser defendida, mas não é consensual nos estudos sociológicos contemporâneos sobre o
trabalho.

Resposta da questão 39:


[A]
A uberização é um fenômeno que descreve situações de precarização das relações de trabalho, que passam a ocorrer
sem vínculo empregatício e sem a regulação das leis trabalhistas.

Resposta da questão 40:


[B]
O clientelismo historicamente enfraquece a função pública do estado e da política, contribuindo para que os indivíduos
não exerçam seus direitos políticos de forma plena e autônoma.

Resposta da questão 41:


[B]
As políticas neoliberais tendem a considerar que o Estado deve se envolver o mínimo possível na economia. Nessa
ótica, o desenvolvimento econômico e social deve ser resultado da ação dos agentes econômicos privados, e não do
Estado, que passa a ser um gestor desse processo.

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