Karl Marx:

Quando se trata de Karl Marx, a pobreza e desigualdade é ilustrada de maneira

mais evidente no seu livro O Capital, livro com 3 volumes escritos por ele,
destrinchando uma análise crítica ao capitalismo. Nesse sentido, a teoria
marxista engloba diversas questões criticas ao capitalismo que são
consequentemente intrínsecas as ideias de pobreza e desigualdade. Ideias
como alienação; classes sociais; valor; mercadoria; trabalho; mais-valia e modo
de produção, estão relacionados de maneira direta ou indireta a ideia de
pobreza e desigualdade.

Sendo assim, de acordo com Da Silva (2005), Marx desenvolve o conceito de

alienação mostrando que a industrialização, a propriedade privada e o
assalariamento separavam o trabalhador dos meios de produção como:
ferramentas, matéria prima, terra e máquinas e também do fruto de seu
trabalho. No capitalismo, os meios de produção e o produto final do trabalho
tornavam-se propriedades do capitalista. Essa é a base da alienação
econômica do homem sob o capital, formando uma desigualdade entre
diferentes indivíduos.

Outro ponto a ser destacado de acordo com Marx (2013), as desigualdades

sociais observadas no seu tempo eram provocadas pelas relações de produção
do sistema capitalista, que dividem os homens em proprietários e não
proprietários dos meios de produção. As desigualdades são a base da
formação das classes sociais. As relações entre os homens se caracterizam
por relações de oposição, antagonismo, exploração. Marx identificou relações
de exploração da classe dos proprietários, que era burguesia, sobre a dos
trabalhadores, que eram o proletariado. Isso porque a posse dos meios de
produção, sob a forma legal de propriedade privada, faz com que os
trabalhadores, a fim de assegurar a sobrevivência, tenham de vender sua força
de trabalho ao empresário capitalista, o qual se apropria do produto do trabalho
de seus operários.

Outro fator a ser destacado que se relacionava com a pobreza era a relação da
força de trabalho do trabalhador como uma mercadoria, que seria pago na
forma de salário. Portanto, para Marx (2013), O salário é, portanto, o valor da
força de trabalho considerada como mercadoria. Como a força de trabalho não
é uma “coisa”, mas uma capacidade, inseparável do corpo do operário, o
salário deve corresponder à quantia que permita ao operário alimentar-se,
vestir-se, cuidar dos filhos, para assim, estar de volta ao serviço no dia
seguinte. Logo, o salário deve garantir a reprodução das condições de
subsistência do trabalhador e sua família. Nesse aspecto, para a maioria dos
trabalhadores nas quais não possuíam formação adequada, percebe-se que
não havia uma ascensão, ficando, portanto, à mercê de condições de
subsistência, ou seja, de pobreza ao longo de sua vida.

Além desses fatores citados logo acima, temos uma questão importante que
está relacionada a desigualdade social, que para Marx era denominada de
mais-valia.

Para Miranda (2019), não é no âmbito da compra e da venda das mercadorias

que se encontram bases estáveis para o lucro dos capitalistas e nem para a
manutenção do sistema capitalista. Ao contrário, a valorização da mercadoria
se dá no âmbito de sua produção. Portanto, uma coisa que é o valor da força
de trabalho, ou seja, o salário, e outra que é o quanto esse trabalho rende ao
capitalista. Esse valor excedente produzido pelo operário é o que Marx chama
de mais-valia [mais valor]. O capitalista pode obter mais-valia procura
aumentar constantemente a jornada de trabalho, o que Marx chamou de mais-
valia absoluta.

Por outro lado, a mecanização contribui para que homogeneização do trabalho

(dependendo menos da habilidade do trabalhador) e também para o aumento
da produtividade (produzir mais em menos tempo com menos recursos).
Portanto, com o desenvolvimento da maquinaria, o trabalhador produz cada
vez mais ao mesmo tempo em que a força de trabalho vale cada vez menos. A
isso Marx chamou de mais-valia relativa.

Percebe-se, nesses conceitos abordados por Marx que, por mais que haja
aumento produtivo, desenvolvimento tecnológico e expansão da criação de
valor, esses aspectos jamais são repassados de forma justa ao proletariado,
ficando sempre, esse valor excedente, nas mãos do capitalista. Perpetuando,
portanto, um looping de desigualdade social na qual a classe trabalhadora
jamais consegue sair.

INTRODUÇÃO:

Inicialmente, definiremos os conceitos de desigualdade e pobreza,

estabelecendo suas ideais primordiais, a partir disso, mostraremos essas ideias
correlacionadas ao pensamento de 3 pensadores, sendo eles: Karl Marx, Adam
Smith e David Ricardo.

Sendo assim, a evolução do capitalismo e o desenvolvimento das forças

produtivas têm permitido a criação de bens e serviços que alteram a condição
de vida em sociedade. No entanto, a realidade histórica mostrou que as
características do modo de produção capitalista não têm proporcionado uma
distribuição igualitária desses bens e serviços. Nesse aspecto, de acordo com
Cuz (2022), a desigualdade está relacionada a distribuição desigual de
recursos e oportunidades entre os indivíduos que compõem uma sociedade ou
grupo em particular. Nesse sentido, um grupo pequeno de pessoas é capaz de
obter a grande maioria dos recursos, enquanto a maioria dos indivíduos fica
com o restante, havendo-o, portanto, um descaso entre uma composição mais
justa e “igual” entre os indivíduos.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

DA SILVA, J.C. Educação e alienação em Marx: Contribuições teórico

metodológicas para pensar a história da educação. 2005. Disponível em:
https://www.fe.unicamp.br/pf-fe/publicacao/4826/art07_19.pdf

MARX, K. O capital, crítica da economia política. 2013. Disponível em:

https://www.gepec.ufscar.br/publicacoes/livros-e-colecoes/marx-e-engels/o-
capital-livro-1.pdf
MIRANDA, L. Sociologia Fundamental Clássica. 2019. Disponível em:

https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/18359/Curso_Lic-Educ-
Cam_Sociologia-Fundamental-Cl%c3%a1ssica.pdf?sequence=1&isAllowed=y

QUERO BOLSA. Desigualdade social: entenda tudo sobre o problema.

2022. Disponível em:
https://querobolsa.com.br/enem/sociologia/desigualdade-social