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UFAM – Universidade Federal do Amazonas

Disciplina: História do Pensamento Econômico

Curso: FA05 – Ciências Econômicas, turma: 01

Prof.: Plínio Cesar Albuquerque Coelho

Aluno: Rafael de Oliveira Franco.

Atividade: Capítulo 9 – A Escola Marxista: Karl Marx.

1. A teoria do valor-trabalho de Marx avança em relação às ideias de Adam Smith e


David Ricardo ao introduzir a noção de mais-valia. Enquanto Smith e Ricardo
consideravam o valor baseado no tempo de trabalho necessário para produzir uma
mercadoria, Marx vai além, destacando que a fonte do valor não está apenas no trabalho
necessário, mas também no trabalho excedente não pago aos trabalhadores, denominado
mais-valia. Essa ampliação da análise permite a Marx compreender a origem do lucro,
juro e renda da terra, proporcionando uma visão mais completa da dinâmica do
capitalismo.

2. A medida invariável de valor apresentada por Marx em "O Capital" é o tempo de


trabalho abstrato. Marx argumenta que o valor das mercadorias é determinado pela
quantidade de trabalho abstrato socialmente necessário para sua produção. Essa medida
permanece invariável, independentemente das variações na produtividade ou nas
condições específicas de cada produtor, proporcionando uma base para compreender a
dinâmica do valor no sistema capitalista.

3. Supondo que a jornada de trabalho seja de 8 horas e o valor da força-de-trabalho seja


de 4 horas, isso significaria que a taxa de exploração seria de 100% representada pela
divisão do trabalho excedente pelo trabalho necessário. Esse trabalho não pago é o
excedente econômico gerado pelos trabalhadores na atividade econômica social e
apropriado pelos capitalistas. A mais valia é a origem do lucro, do juro e da renda da
terra, na medida que o excedente econômico só pode advir da esfera da produção e não
do comércio. A mais valia pode ser absoluta, se sua origem for a extensão da jornada de
trabalho, ou relativa, se nascer da redução de trabalho necessário. O trabalho necessário
é aquele relativo ao valor da mercadoria força-de-trabalho, o tempo que os
trabalhadores gastam para produzir a si mesmos. Quando a produtividade geral da
sociedade aumenta, os valores unitários das mercadorias diminuem, ocorre também
quando o trabalho necessário diminui mantendo-se a mesma jornada, a parte
representada pelo trabalho excedente naturalmente cresce. Assim, para Marx os
capitalistas podem se apropriar de um trabalho excedente maior em razão de os
investimentos recaírem relativamente mais em tecnologia ou em capital constante do
que em capital variável. Além da mais-valia, o excedente econômico pode se manifestar
de outras formas, como lucros empresariais, juros sobre capital emprestado, aluguéis de
terras, royalties sobre propriedade intelectual, entre outros. Essas formas de excedente
refletem as diferentes maneiras pelas quais o valor é criado e apropriado na economia,
dependendo das relações de produção e das instituições econômicas em vigor.

4. No capitalismo, para Marx o dinheiro é o deus e aconteceria a mesma relação


invertida o qual os homens criam suas mercadorias, o mercado, as indústrias e etc, e
após se submetem e perdem o controle sobre toda a sua criação, é o enigma do
fetichismo da mercadoria. Após criadas elas assumiriam o controle sobre seus criadores
que passariam a personificar as mercadorias ou as relações materiais de produção. Um
exemplo claro seria os trabalhadores, personificadores da mercadoria força-de-trabalho,
não terem controle sobre o mercado de trabalho, perdendo seus empregos e sua
condição de existência se uma crise econômica atingisse a sociedade. Os capitalistas
também só podem existir como personificadores do capital, devem agir e fazê-lo crescer
e acumular senão viria a ruína diante dos concorrentes e da sociedade. A origem do
fetichismo da mercadoria é a própria forma de produção no modo de produção
capitalista. No capitalismo, cuja base é a propriedade privada dos meios de produção,
os produtores diretos produzem na condição de mercadorias (força-de-trabalho) e o
fruto do seu trabalho não lhes pertence, é estranho a eles. Os trabalhadores transferem
sua essência ao produto de seu trabalho e esse produto não se identifica com o produtor,
sobrevivem por meio dessa relação alienada na qual não tem menor controle na medida
em que vendem seu tempo como condição de sobrevivência. As coisas passariam a agir
como pessoas e as pessoas como coisas, os homens não controlam a sociedade que
criaram, pelo contrário, são controlados por eles, nas crises do capitalismo essa falta de
controle fica evidente já que os trabalhadores perdem seus empregos e capitalistas vão a
falência. O fetiche da mercadoria quer dizer que “a determinação da quantidade do valor
pelo tempo de trabalho é, por isso, um segredo oculto sob os movimentos visíveis dos
valores relativos das mercadorias”.

5. Para Marx, o dinheiro efetua movimentos puramente técnicos no processo de


circulação do capital industrial. Esses movimentos – ao se tornarem função autônoma
de um capital particular que os executa – transformam esse capital em capital
financeiro. Parte do capital tem de existir constantemente como tesouro, como capital-
dinheiro potencial: reserva à espera de aplicação.

Segundo Marx, a fórmula D – D’ representando forma específica do capital financeiro


não faz sentido, na medida em que os juros, como parte da mais-valia produzida,
dependem da esfera da produção ou da produção do excedente econômico. O dinheiro
“é a expressão autônoma de certa forma de valor. Por isso, além do valor de uso que
possui como dinheiro, passa a ter outro valor de uso, isto é, o de funcionar como
capital”

6. Como parte do pensamento econômico de Marx, obtemos em mãos o estudo sobre a


renda fundiária. Tal analise faz parte e completa a sua formula trinitária, em que temos
uma abrangente investigação econômica de Marx sobre todos os elementos para o quais
se distribui a mais-valia.

Teoricamente, Marx argumenta que a propriedade fundiária implica que certos


indivíduos detêm o controle sobre vastas extensões de terra, frequentemente
acompanhadas de recursos naturais como água, florestas e minerais. Sob esta
propriedade, o proprietário da terra torna-se capaz de extrair sua renda fundiária.

Segundo Marx, a terra não possui valor monetário, pois a mesma não é fruto do trabalho
humano, sendo assim, seu preço pode ser estabelecido através da capitalização da renda
da terra. Aspectos geológicos, tais como localização, fertilidade e acesso a recursos
naturais, desempenharão um papel crucial no potencial de capitalização da renda da
terra.

A renda da terra vai ser determinada pela diferença da produtividade mais fértil e a
menos fértil, onde terras que obtenham melhores recursos naturais levarão vantagem
sobre aquelas com recursos mais escassos, uma vez que exigirão menos trabalho para a
produção local. Isso, por sua vez, culminará em preços de produtos inferiores ao valor
social, o que, por fim, capacitará o capitalista a obter vantagens na comercialização.
Em suma, o preço da terra é estabelecido pelo seu potencial de renda que pode gerar, e a
renda da terra consiste na capitalização dessa renda gerada.

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