Data: 09/11/2021 Aluna: Lilia Leite Lima Turma: III Módulo Administração - Noturno
Filme O Preço Do Amanhã
O Preço do Amanhã foi o filme escolhido por ser a representação de uma
distopia em um sistema no qual a moeda de troca é o tempo. Desenvolve-se no contexto de um mundo que se apresenta dividido em classes sociais, com a prevalência e o domínio de uma sobre a outra, por via de um rigoroso controle social. O drama representado no filme seria explorado como uma metáfora à organização das relações humanas promovida pelo modelo capitalista de sociedade, possibilitando colocar em relevo algumas contradições resultantes deste modelo como a desigualdade social, a exploração do trabalho e a desumanização do homem. Entendemos que, assim como o pensamento de Marx, o filme pode ser visto como uma crítica a sociedade capitalista ao problematizar a desigualdade social na realidade fictícia.
Em Marx encontramos uma forte oposição a forma de governo, na qual ora
trabalhadores, enquanto força de produção, ora proletários, enquanto força produtiva, estão confinados aos interesses políticos, sócio-econômicos e financeiros da classe burguesa, que é representada por aqueles que detêm o capital e os meios de produção. Desse modo, a classe do proletariado, aqueles que não são burgueses, serve apenas aos interesses do grande capital. Todas as condições colocadas a disposição desse trabalhador visam exclusivamente ao lucro daqueles, de modo que o próprio trabalhador e suas conquistas são revertidos em benefício da classe dominante. Nesse contexto, tudo pertence ao grande capital, incluindo todos os recursos naturais e suas derivações, o homem e todas as suas aspirações.
Segundo Marx o homem se torna objeto no momento em que deixa de
pertencer a si mesmo e perde o domínio sobre seus projetos, conquistas e realizações, convertendo-se em alienado pelas forças dominantes. O objetivo principal destas forças seria tornar o homem alienado para poder vendê-lo a peças. O homem nessa situação perde o valor, não somente de produção, de mercado, mas ele perde o valor interno, o valor de si mesmo enquanto pessoa responsável, racional, razoável e livre. Um homem nessa situação é mais fácil de ser comprado e vendido, de comprar os seus serviços por valor qualquer e de vender para aquele que oferecer mais. Também é um ser consumista, em que suas frustrações e todo o desconforto interno são convertidos em aquisição de bens e serviços e também o seu prazer físico é extrapolado para o comércio.
Para conter o crescimento populacional, as pessoas precisam transacionar e
receber em tempo. Quanto mais tempo uma pessoa tem, mais rica ela é. Sim, porque a tecnologia permite às pessoas viverem quase que eternamente. Desse modo, o mundo poderia ser inabitável com a redução sensível da mortalidade.
O filme é uma crítica ao sistema econômico atual (capitalismo), com destaque
para a desigualdade social, muitos tendo pouco para que poucos possam ter muito.