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Os Sofistas
Os sofistas pertenciam, em geral, à periferia do mundo grego. Eram professores
viajantes que vendiam seus ensinamentos, empregando a exposição ou o monólogo como
método de ensino.
Conforme o interesse dos alunos, davam aulas de eloquência e de sagacidade
mental ou ensinavam elementos úteis para o sucesso nas atividades públicas e privadas.
Alguns deles diziam-se mestres em qualquer assunto, desde a arte de fazer sapatos até a
ciência política e de como viver bem na pólis grega. Por isso eram chamados de sofistas,
palavra de origem grega que quer dizer “grande mestre ou sábio”, algo como
“supersábios”.
O momento histórico vivido pela civilização grega – uma época de lutas políticas
e intenso conflito de opiniões nas assembleias democráticas – favoreceu o
desenvolvimento desse tipo de atividade em Atenas. Por isso, muitos cidadãos sentiam a
necessidade de aprender a retórica ou oratória (arte de falar e argumentar em público)
para conseguir persuadir as pessoas em assembleias e, muitas vezes, fazer prevalecer seus
interesses individuais e de seu grupo social.
Essas características dos ensinamentos dos sofistas favoreceram o surgimento de
concepções filosóficas relativistas sobre as coisas. Ou seja, para o relativismo não há uma
verdade única, absoluta (ou, se ela existe, não podemos conhecê-la). Assim, a “verdade”
seria algo relativo ao indivíduo, ao momento histórico, a um conjunto de fatores,
circunstâncias e consensos dentro de uma sociedade.
Ética aristotélica
A ética (do grego ethos, "costume", "hábito" ou "caráter") para Aristóteles está
diretamente relacionada com a ideia de virtude (areté) e da felicidade (eudaimonia).
Para o filósofo, tudo tende para o bem e a felicidade é a finalidade da vida humana.
Entretanto, a felicidade não deve ser compreendida como prazer, posse de bens ou
reconhecimento. A felicidade é a prática de uma vida virtuosa.
Aristóteles afirma que entre todas as virtudes, a prudência é uma delas e a base de
todas as outras. A prudência encontra-se na capacidade humana de deliberar sobre as
ações e escolher, baseado na razão, a prática mais adequada à finalidade ética, ao que é
bom para si e para os outros.
Só a ação prudente está de acordo com bem comum e pode conduzir o ser humano
a seu objetivo final e essência, a felicidade.
No livro Ética a Nicômaco, Aristóteles mostra que a virtude está relacionada com
o "justo meio", o meio termo entre os vícios por falta e por excesso. Por exemplo, a virtude
da coragem é a médio termo entre a covardia (vício pela falta) e a temeridade (vício por
excesso). Assim como o orgulho (relativo à honra) é o meio termo entre a humildade
(falta) e a vaidade (excesso).
Desse modo, o filósofo compreende que a virtude pode ser treinada e exercitada,
conduzindo o indivíduo mais efetivamente para o bem comum e a felicidade.