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RESUMO
1 INTRODUÇÃO
1
Acadêmico do Curso de Licenciatura em Filosofia; E-mail: aulaprofmax@gmail.com
2
Tutor Externo do Curso de Licenciatura em Filosofia – Polo Canela – RS; E-mail:
vanessatome@uniasselvi.edu
em duvidar, perguntar e/ou investigar, o que entendo ser necessário para o estudante do
ensino médio que já tem discernimento para entender a gravidade dos fenômenos que
envolvem o mundo onde ele vive. Além da curiosidade, que nem todos possuem, é
necessário desenvolver com o método socrático o lado cético humano, o que pode ser útil
na medida que a aceitação de regras e de pensamentos prontos podem e devem ser
questionados, o que no limite também desenvolve o pensamento crítico do estudante. O
fato de que tenha existido uma escola chamada cética é um fato mais relevante para o
lado técnico da filosofia acadêmica propriamente dita e menos para o caráter pedagógico
do ensino de filosofia, que é o nosso campo de atuação.
Na fundamentação teórica, usando como contexto histórico o cidadão da pólis grega,
e como campo de possibilidade o conceito de cidadão político, o enfoque foi
fundamentalmente o método socrático de investigação, efetivamente o elenkhós, aquele
no qual dois interlocutores ou mais dialogam em pé de igualdade sobre as razões
envolvidas em qualquer assunto. Após, na vivência do estágio estão comentadas as
informações sobre a escola escolhida para colher as informações e a importância da
mesma para a pesquisa. Por último, nas considerações finais existe o ponto de vista do
autor sobre o caráter incomum do momento no qual vivemos e, por isso, a importância da
escola para a sociedade.
Isso significa que as decisões são tomadas por consenso, o que acarreta
persuadir, convencer, justificar, explicar. Não se dispõe mais da força, dos
privilégios, da ordem divina. Anteriormente, havia a imposição, a violência, a
obediência, o privilégio, a tradição, o medo como formas de exercício de poder. A
linguagem, o diálogo, a discussão, rompem com a violência, o uso da força e do
medo, na medida em que, em princípio, todos os falantes têm no diálogo os
mesmos direitos (isegoria): interrogar, questionar, contra-argumentar. A razão se
sobrepõe à força, é uma forma de controlar o exercício do poder. A linguagem
precisa ser racional, as discussões pressupõe a apresentação de justificativas, de
argumentos, sendo abertas à interpretação, ao questionamento (MARCONDES
2007, p.: 41).
A figura do sofista como aquele responsável por educar a seu modo o jovem cidadão
grego está inserida exatamente neste momento de transição. Segundo MARCONDES
(2007, 42), os sofistas praticavam uma espécie de paideia que, diferentemente da paideia
heróica da época mitológica, tinham a tarefa de treinar seus alunos para a vida pública de
Atenas.
Sofista significa sábio, e estes naquele período tinham a função de educadores da
juventude, porém não há muitas informações nas quais possamos verificar um método de
ensino. Sobre isto, MARCONDES aponta que:
A preocupação com a educação e/ou com o conteúdo que era ensinado por estes
sofistas, segundo Platão, era inexistente. De acordo com MARCONDES,
Portanto, ainda que o papel dos sofistas na vida política de Atenas fosse altamente
relevante, havia um grande hiato a ser resolvido entre o que era ensinado e o que poderia
ser conhecido. As escolas filosóficas existentes atuantes até aquele período eram
conhecidas de Platão e ele mesmo havia estudado com um mestre heraclitiano
(GHIRALDELLI, 2010, 20), Crátilo, e havia visitado a escola pitagórica no sul da Itália.
Eram filósofos/cientistas dedicados a produzir conhecimento e que motivaram Platão a
colocar em prática em Atenas a partir daquele Sócrates que dizia saber que nada sabia.
Sobre este ponto de partida, ABRÃO ensina que:
E mais adiante:
O diálogo cumpre essa função de “experimentação”. O pensamento precisa de um
interlocutor com quem possa sempre discutir. O verdadeiro conhecimento nasce
desse diálogo; não é transmissível do mestre ao aluno, mas arrancado do interior
de uma discussão – um verdadeiro trabalho de parto. (ABRÃO, 2004, 44).
O que fazia Sócrates tão sábio era o fato de continuar fazendo perguntas e de
estar sempre disposto a debater suas ideias. A vida, declarava ele, só vale a pena
ser vivida quando pensamos no que estamos fazendo. Uma existência sem
análise é adequada para o gado, mas não para seres humanos. (WARBURTON,
2012, p. 4).
Assim, o estudante do ensino médio pode aprender que ele, sendo um cidadão do e
no mundo, é um agente de mudanças em potencial a partir do momento que ele não
aceita as condições que julga serem injustas e dignas de alguma releitura para um
consequente melhoramento.
3 VIVÊNCIA DO ESTÁGIO
O tema Direitos Humanos foi escolhido por razões óbvias: se trata de algo comum a
qualquer pessoa. É um tema que também deve estar no embasamento de todo estudante
ao assimilar o método socrático de investigação já que este pode causar o efeito colateral
de nutrir lamentavelmente o ceticismo e ainda o niilismo na conduta dos futuros cidadãos
em docência.
Para o produto virtual, foi elaborado o estudo dirigido a partir do livro Direitos
Humanos e Cidadania no Pensamento de Hannah Arendt, texto que foi a tese de
mestrado da professora Iara Lúcia Santos Mellegari. A proposta ainda conta com a adição
do livro Laudato ‘Si, do Papa Francisco, obra na qual ele explana sobre o cuidado comum
que todos temos com a vida, e com a música El Gran Remate, da dupla uruguaia Los
Olimareños, que coloca em figura de linguagem a ética do descarte desenvolvida pelo
Para Francisco em seu livro.
REFERÊNCIAS
ABRÃO, Bernadete Siqueira. A História da Filosofia. São Paulo: Nova Cultural, 2004.
STÖRIG, Hans Joachim. História Geral da Filosofia. Petrópolis – Rio de Janeiro: Editora
Vozes, 1999.
WARBURTON, Nigel. Uma Breve História da Filosofia. Porto Alegre – Rio Grande do
Sul: L&PM Pocket, 2012.