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Filosofia Clássica

Filosofia, do grego antigo philosophia, significa “amor à sabedoria”. Surgida na Grécia Antiga,
serviu aos pensadores da época para explicar e desvendar os mitos até então dados como
verdades imutáveis.

A Filosofia Clássica é o período em que se iniciou o pensamento filosófico, e manteve-se ativa


entre os séculos VII a.C e VI d.C.

Podemos ainda, dividir este período entre os períodos Pré-Socrático, Clássico e Pós-Socrático,
exatamente pelo trabalho do maior filósofo desta época: Sócrates.

O Período Pré-Socrático

Este período é marcado pelo pensamento voltado principalmente a explicar a natureza, o


Universo, suas leis e fundamentos através da razão e da lógica.

A geometria, aritmética, física e química tem várias de suas primeiras ideias registradas nessa
época.

Tales de Mileto desenvolve seu famoso Teorema de Tales durante o período, indicando o
princípio da geometria.

Entre outras discussões, ele começa o pensamento voltado à matéria e do que somos feitos,
indicando erroneamente que toda a matéria deriva da água.

Heráclito, Pitágoras, entre outros também se encaixam nesta época, contribuindo cada um
com seu trabalho. Heráclito com sua Dialética e Pitágoras com suas Leis da Geometria.

Demócrito e Leucipo continuam os estudos de Tales de Mileto sobre a formação da matéria.

Recusando as proposições de Tales de Mileto, eles sugerem pela primeira vez a existência do
átomo.

O Período Clássico

Marcado pela glória da Grécia, nesta época o desenvolvimento cultural, urbano e filosófico foi
o de maior intensidade na região.

É neste período que viveram Sócrates, Platão, Aristóteles e os sofistas.

Sócrates, diferentemente de seus predecessores, iniciou a corrente filosófica de estudo do


Homem, sua moral, suas ações e aquilo que ele chamava de “Mundo da Realidade”: o mundo
sem mitos, histórias e fantasias, com a realidade baseada na lógica e razão.
A fim de resolver cada uma destas questões ligadas ao homem, ele desenvolveu o Método
Socrático, definido como a quebra de uma grande pergunta entre diversas outras menores.
Assim, respondendo todas as pequenas, é possível entender e responder a maior.

Este método, difundido e utilizado largamente, foi a base do pensamento filosófico que se
estende até hoje.

Entre os estudos socráticos destacam-se a Política, a Virtude, a Teologia e o próprio


Conhecimento em si, este exemplificado pela famosa frase “sei que nada sei”, já que, a cada
pergunta respondida, diversas outras surgiam.

Nada dos estudos de Sócrates foi escrito por ele, todas suas ideias e teorias são relatadas nos
escritos de seu discípulo, Platão.

O famoso discípulo de Sócrates prezava pelo estudo do Conhecimento, defendendo que


deveríamos separar o “Mundo da Realidade” do “Mundo das Aparências”, como exemplificado
em seu “Mito da Caverna”.

No mito, ele explica que devemos nos separar das imagens que acreditamos ser a realidade e
buscar a fonte de luz, ou de conhecimento verdadeiro, que causam estas falsas impressões da
realidade.

Entretanto, é difícil que o homem aceite a ideia de que sua realidade é falsa. Ele vê aquele que
contraria sua realidade como um inimigo, atacando-o e fechando os olhos para a verdade,
permanecendo nas sombras.

Os sofistas, filósofos contemporâneos de Sócrates e Platão, eram de uma escola de filosófica


que pregava que a verdade não era única e imutável, mas que podia ser moldada de acordo
com o momento. Eles eram mestres em oratória e retórica.

Por estes motivos, tinham conflitos diretos com as ideias de Sócrates sobre a verdade imutável
baseada na razão.

Aristóteles também foi contra os sofistas. Ele defendia as ideias de Sócrates, mas possuía as
suas próprias.

No vasto campo de estudo de Aristóteles, ele se destacou na Lógica, Política, Ética, Retórica,
Metafísica, Astronomia e as Ciências da Natureza.

A partir da Lógica de Aristóteles, foi possível a Revolução Científica do século XVI d.C.

Período Pós-Socrático

Período que se estende do século III a.C até o início da Era Cristã, o período pós-socrático
mostra o fim da hegemonia grega e queda do império.
As inconstâncias da vida cotidiana pela guerra deram início à correntes filosóficas como o
Ceticismo, em que o homem é cercado pela dúvida e não deve manter-se fixado numa única
verdade, mas sim procurar sempre outras alternativas.

O Epicurismo, do filósofo Epicuro, buscava o prazer imediato, tanto intelectual quanto


corpóreo, pois não se sabia o resultado de amanhã.

Os seguidores do Estoicismo mantinham a razão como pedra fundamental de seus


pensamentos, pregando que o sofrimento, perdas e emoções deveriam ser mantidas de lado
para o pensamento claro e lógico.

Sócrates

Sócrates figura entre os principais filósofos Clássicos e é considerado o fundador de preceitos


básicos da filosofia Ocidental. Influenciado por Anaxágoras, em seus primeiros trabalhos,
Sócrates desenvolveu ideias sobre a alma humana e a essência da natureza.

A filosofia socrática é tão importante, que a filosofia grega clássica é dividida em pré-
socrática, socrática e pós-socrática.

A filosofia pré-socrática é marcada pela preocupação com a origem do mundo e com o


desenvolvimento de explicações racionais para substituir os mitos.

No período socrático, a filosofia buscou entender as formas de organização política, além de


questões relacionadas à sociedade e ao indivíduo.

No período pós-socrático, a filosofia ampliou suas discussões e passou a tratar de temas


variados, como o materialismo, o determinismo e a liberdade.

Sócrates não deixou trabalhos escritos, o conhecimento de suas principais ideias foi
preservado graças aos escritos de seus principais discípulos: Platão e Xenofontes. Sócrates é
um dos principais personagens dos diálogos escritos por Platão.

Filosofia e maiêutica

Sócrates era um exímio orador e propagava suas lições e pensamentos através do diálogo,
desenvolvido também por seu discípulo Platão. O poder de oratória foi responsável por
aproximar os jovens da filosofia socrática.

Em suas reflexões, o filósofo afirmava a existência de verdades universais, que, por sua vez,
eram válidas para qualquer indivíduo, independentemente do tempo e espaço. Para
encontrar a verdade, entendia-se que era preciso que o indivíduo refletisse sobre ela.

No entanto, antes de empreender na busca pela verdade, o homem precisaria conhecer a si


mesmo, suas falhas e defeitos, só assim seria possível reconhecer sua ignorância e, a partir
daí, conduzir sua caminhada em busca da verdade. Esse primeiro método filosófico é
chamado de ironia.

A ironia representa nesse modelo socrático o constante questionamento e a refutação. A


jornada em busca da verdade é resumida pela clássica frase “Conhece-te a ti mesmo”.

Na segunda fase, Sócrates propôs o uso da maiêutica. O filósofo pedia ao seu interlocutor no
diálogo que apresentasse vários exemplos do assunto que estava sendo discutido. Sócrates,
então, buscava encontrar quais eram as características comuns a todos esses exemplos. A
maiêutica é, portanto, a análise sucessiva de respostas em busca da verdade.

Ao usar a técnica da maiêutica Sócrates pressupunha que a verdade estava contida em todos
os homens, mas nem sempre era acessada, pois o homem encontrava-se imerso em uma falsa
realidade, cheia de falsas ideias e de métodos inadequados. Só a transposição desses
obstáculos é que seria capaz de garantir ao homem o acesso às verdades universais.

A chegada ao conhecimento verdadeiro e universal, atingida após o uso da refutação e da


maiêutica, é chamada por Sócrates de virtude.

Método Socrático

O modelo de filosofia e de busca pelo conhecimento é chamado de Método Socrático. O


método tem a intenção de promover a construção do conhecimento e não somente a
transmissão de ideias. Os alunos e discípulos deveriam fazer parte e ter papel ativo na
construção do conhecimento.

Sócrates desenvolveu a troca de conhecimento através do diálogo e uso de duas etapas, a


ironia e a maiêutica. Esse modelo é o Método Socrático que ainda hoje é utilizado pela
humanidade como forma de adquirir o conhecimento de forma autônoma e crítica, formando
indivíduos participantes e responsáveis por sua própria formação.

A autonomia dos alunos, a busca constante pelo conhecimento, os questionamentos, as


refutações, as ironias e a oratória socrática atraíram uma série de jovens atenienses em busca
dos ensinamentos dos filósofos.

Os métodos de ensinamentos socráticos não agradaram à elite grega. Acusado de corromper a


juventude e de perturbar a ordem vigente, Sócrates foi condenado à morte. O filósofo
morreu em 399 a.C. após ingerir cicuta.

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