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FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
NAMPULA
2020
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
NAMPULA
2020
Índice
Introdução...................................................................................................................................1
3. As formas de governo.............................................................................................................5
Conclusão....................................................................................................................................7
Bibliografia.................................................................................................................................8
Introdução
O presente trabalho é referente a cadeira de ciência politica e tem como tema
pensamento político de Platão, assim sendo visa fazer uma abordagem sintética e esgotada do
tema acima referido, e como nota introdutória convém ter presente que o pensamento político
de Platão está sobretudo nas obras A República e Leis. Ele os escreveu em diálogos, tendo o
seu mestre Sócrates como principal interlocutor. Sempre foi fascinado pela política, apesar de
ter sofrido pesados reveses. Na Sicília, tentou em vão convencer Dionísio, o Velho, a respeito
de suas teorias políticas. Inicialmente bem recebido, após sérias desavenças Platão acabou
sendo vendido como escravo e só por sorte foi reconhecido e libertado por um rico armador.
Nem por isso desistiu, retornando outras duas vezes à Sicília, mais cauteloso, porém sem
sucesso. A amargura dessas tentativas frustradas transparece nas Leis, sua última obra. Para
Platão, somente a teoria política poderia ser capaz de orientar a técnica governamental. Platão
critica a democracia, descrevendo uma cidade em que a liberdade permite que se faça o que
quiser, a igualdade é injusta porque trata da mesma maneira o igual e o desigual.
Objectivo Geral:
Analisar o pensamento político de Platão.
Objectivos específicos:
Dar a conhecer a vida e obra de Platão.
Descrever o seu pensamento politico;
Dar a conhecer época que teve influencia o seu pensamento;
Descrever a relação entre o seu pensamento e o estágio actual da política.
1
1. O Pensamento Politico de Platão
1.1 Vida e Obra de Platão
Platão (427-347 a.C.) foi um filósofo grego da antiguidade, considerado um dos
principais pensadores da história da filosofia. Era discípulo do filósofo Sócrates. Sua filosofia
é baseada na teoria de que o mundo que percebemos com nossos sentidos é um mundo
ilusório, confuso. O mundo espiritual é mais elevado, eterno, onde o que existe
verdadeiramente são as ideias, que só a razão pode conhecer.1
Platão nasceu em Atenas, Grécia, provavelmente no ano 427 a.C. Pertencia a uma das
mais nobres famílias de Atenas. Como todo aristocrata de sua época, recebeu educação
especial, estudou leitura e escrita, música, pintura, poesia e ginástica Era excelente atleta,
participou dos jogos olímpicos como lutador. Seu nome verdadeiro era Arístocles, mas
recebeu o apelido de “Platão”, que em grego significa “ombros largos”. Por tradição de
família, Platão desejava dedicar-se à vida pública e fazer uma brilhante carreira politica, como
descreveu em uma de suas muitas cartas.2
Cerca de trinta obras de Platão chegaram até nossos dias, entre elas:
Quando Sócrates aceita sua própria condenação, mostra sua integridade e, ao mesmo
tempo, a iniquidade dos juízes; mostra que as leis devem ser respeitadas acima de tudo. E, se
por lei, ainda assim proferindo uma sentença injusta, o juiz tem autoridade em julgar, então,
tal julgamento deve ser respeitado. Esse legalismo socrático se explica pela relação entre a
cidade e os cidadãos exposta no diálogo Críton. Segundo Sócrates, existe uma homologia
entre a cidade, considerada como uma pátria e os cidadãos, que se situam assimetricamente
com relação à cidade, a saber, estando a ela filiados e subordinados.6
Essa relação na concepção de que são as leis que garante que todos estão igualmente
submetidos e que todos podem estar unidos.
Há a escolha de ser persuadido, logo, obedecer a lei, ou persuadir em mudar a lei. Tomar tal
decisão é exercer a cidadania e, para que a decisão seja a melhor, que ela seja filosófica. É tal
cidadania que permite a prática da filosofia. Sócrates é um cidadão ateniense, ele pôde se
entregar livremente à filosofia. Um estrangeiro pode ser sofista um homem de opiniões, mas
4
GIANFRANCO, Pasquino, Princípios ideológicos políticos, Princípia, Cascais, 2002, p. 23.
5
Idem, p. 24.
6
Idem, p. 24.
3
não filósofo. Porque Atenas era democrática foi possível nascer o pensamento filosófico. Não
que a prática política democrática levasse às ideias filosóficas, mas porque tal contexto
sociopolítico dava liberdade para se ser filósofo. Platão, na República, VIII, diz que a
democracia, por sua confusão anárquica, permite que cada um viva como queira, inclusive o
filósofo.
A política não é uma técnica, mas uma ciência e que, portanto, pode ser ensinada. Ou
seja, a finalidade da política não é o exercício do poder, mas a realização da justiça como um
bem comum para a cidade. Platão critica os sofistas por eles defenderem que a educação
política se realize pela retórica e que a política não passa de uma boa técnica de governo,
completamente avessa à concepção puramente teórica de bons governos. Para Platão, somente
a teoria política poderia ser capaz de orientar a técnica governamental.7
Platão critica a democracia, descrevendo uma cidade em que a liberdade permite que
se faça o que quiser, a igualdade é injusta porque trata da mesma maneira o igual e o desigual.
Reina a anomia, isto é, a falta de respeito às leis e a anarquia, isto é, a falta de governo.
Prevalece a desordem moral, a injustiça, o domínio dos mais fortes e o subjugo dos mais
fracos. A anarquia está contida na essência da democracia, por isso, quando se governa mal
em um regime democrático, a consequência inevitável é a anarquia.8
7
GIANFRANCO, Pasquino, Princípios ideológicos políticos, Princípia, Cascais, 2002, p. 28.
8
Idem, p. 28.
4
2.2 A Pólis ideal e a justiça
Para Platão, os seres humanos e a pólis possuem a mesma estrutura. Platão entendia
o homem como sendo corpo e alma. Esta, que antes era livre no mundo das ideias, agora vive
prisioneira no corpo, esquecendo-se de tudo que já havia contemplado. Os humanos são
dotados de três almas ou três princípios de actividade:9
Um homem, diz Platão, é injusto quando a alma desenjante (os apetites e prazeres) é
mais forte do que as outras duas, dominando-as. Também é injusto quando a alma colérica (a
agressividade) é mais poderosa do que a racional, dominando-a. O que é, pois, o homem
justo? Aquele cuja alma racional é mais forte do que as outras duas almas, impondo à alma
desejante a virtude da temperança (ou moderação) e à alma colérica, a virtude da coragem,
que deve controlar a raiva. O homem justo é o homem virtuoso; a virtude, domínio racional
sobre o desejo e a cólera. A justiça ética é a hierarquia das almas, em que a racional domina as
inferiores.10
3. As formas de governo
Com a utopia, Platão critica a política do seu tempo e recusa as formas de poder
degeneradas. A aristocracia, por exemplo, pode se corromper em timocracia, quando o culto
da virtude é substituído pela forma guerreira; ou em oligarquia, quando prevalece o gosto
pelas riquezas, e o censo é a medida de capacidade para o exercício do poder.11
No livro VIII de A República, Platão explica como essas formas degeneradas podem
fazer surgir a democracia. Como vimos, a democracia não corresponde aos ideais platônicos
9
AMARAL, Diogo Freitas Do, História das Ideias Políticas, Vol. I, Almedina, Coimbra, 1998, p. 87.
10
GIANFRANCO, Pasquino, Princípios ideológicos políticos, Princípia, Cascais, 2002, p. 31.
11
AMARAL, Diogo Freitas Do, História das Ideias Políticas, Vol. I, Almedina, Coimbra, 1998, p. 293.
5
porque, por definição, o povo é incapaz de possuir a ciência política. Quando o poder pertence
ao povo, é fácil prevalecer a demagogia, característica do político que manipula e engana o
povo (etimologicamente, “o que conduz o povo”).12
Platão critica a noção de igualdade na democracia, pois para ele a verdadeira igualdade é de
ordem geométrica, porque se baseia no valor pessoal que é sempre desigual (já que uns são
melhores do que outros), não considerando todos igualmente cidadãos. Por fim, a democracia
levaria fatalmente à tirania, a pior forma de governo, exercido pela força por um só homem e
sem ter como objectivo o bem comum. O tirano é a antítese do rei-filósofo. Platão não via a
democracia como um bom regime, foi a democracia que matou o mais sábio dos homens. E
foi a democracia que levou Atenas à guerra e à ruía.13
Conclusão
Depois de ter feito o presente trabalho cheguei a conclusão que a política não é uma técnica,
mas uma ciência e que, portanto, pode ser ensinada. Ou seja, a finalidade da política não é o
exercício do poder, mas a realização da justiça como um bem comum para a cidade. Platão
12
AMARAL, Diogo Freitas Do, História das Ideias Políticas, Vol. I, Almedina, Coimbra, 1998, p. 267.
13
Idem, p. 267.
6
critica os sofistas por eles defenderem que a educação política se realize pela retórica e que a
política não passa de uma boa técnica de governo, completamente avessa à concepção
puramente teórica de bons governos. Para Platão, somente a teoria política poderia ser capaz
de orientar a técnica governamental. Platão critica a democracia, descrevendo uma cidade em
que a liberdade permite que se faça o que quiser, a igualdade é injusta porque trata da mesma
maneira o igual e o desigual. Reina a anomia, isto é, a falta de respeito às leis e a anarquia,
isto é, a falta de governo.
Prevalece a desordem moral, a injustiça, o domínio dos mais fortes e o subjugo dos mais
fracos. A anarquia está contida na essência da democracia, por isso, quando se governa mal
em um regime democrático, a consequência inevitável é a anarquia. É tal cidadania que
permite a prática da filosofia. Sócrates é um cidadão ateniense, ele pôde se entregar
livremente à filosofia. Um estrangeiro pode ser sofista um homem de opiniões, mas não
filósofo. Porque Atenas era democrática foi possível nascer o pensamento filosófico. Não
que a prática política democrática levasse às ideias filosóficas, mas porque tal contexto
sociopolítico dava liberdade para se ser filósofo. Platão, na República, VIII, diz que a
democracia, por sua confusão anárquica, permite que cada um viva como queira, inclusive
o filósofo.
Bibliografia
AMARAL, Diogo Freitas Do, História das Ideias Políticas, Vol. I, Almedina, Coimbra,
1998.
7
PRÉLOT, Marcel; Georges Lescuyer, História das Ideias Políticas, Vol. I, Editorial
Presença, Lisboa, 2000.p 76.