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A Filosofia tem sido sempre uma tentativa de indicar qual é o sentido do ser do homem no
mundo.
Segundo a concepção Aristotélica, no seu livro I de Metafísica, nos mostra que o homem ao
levantar os primeiros questionamentos, não os fez por certo inquirindo por verdades e explicações
profundas, mas sim assumindo uma situação filosófica diante do mundo, como um ser estético,
lógico, como ser mortal e ativo que anda em busca de soluções para suas dúvidas, um homem que
anda neste mundo conturbado em busca constante de alguma coisa que o aquiete da angústia em
que vive, explicações essas que venham atender às exigências de sobrevivência e aprimoramento do
seu próprio ser.
Desta forma podemos afirmar mais uma vez que o filosofar é realmente um gesto concreto
de um sujeito concreto numa determinada situação, frente aos desafios que a sociedade onde está
inserida, lhe apresenta.
Filosofar é ato que o homem pratica, é uma prática humana, não é próprio somente do
filosófico, é uma das inúmeras determinações da práxis humana, onde o homem empenha sua
liberdade em face de uma problemática que desafia sua capacidade e coragem.
Vivemos numa sociedade caracterizada pelo século das mudanças e surpresas, rápidas e
constantes, vivemos recebendo e dando inúmeras influências, é o tempo da troca de influências,
troca de mensagens, pela comunicação escrita, falada e visual; influências que auxiliam
grandemente na modificação do nosso comportamento. Influências que nem sempre são as que
deveríamos receber, geralmente são perniciosas, prejudiciais que vêm deformar a educação e a
formação da personalidade do homem.
Que fazer então frente a esta realidade? Que atitude tomar? Qual é a causa disso tudo? Devo
aceitar? – Quando interrogamos e buscamos respostas estamos filosofando. Por que perguntamos?
Primeiro porque possuímos naturalmente o espírito filosófico; segundo porque os fatores que levam
o homem a filosofar são a dúvida, a admiração e o sentimento de debilidade.
Frente a um questionamento, a uma dúvida, qual nossa atitude? Adaptação? Acomodação?
Ou questionar, analizar, criticar? O mais importante é realmente analizar a situação, criticar, refletir
antes de aceitar e agir.
Qual é realmente a utilidade da Filosofia? Para que ela serve?
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A falta de utilidade da Filosofia já foi discutida e debatida há muito tempo, existe uma
anedota bem antiga sobre a famosa queda de Tales de Mileto, primeiro filósofo grego, que,
preocupado com os astros com a astronomia, ao contemplar extasiado o brilho das estrelas, caiu
num poço, queria saber o que se passava no céu, esquecendo-se que tinha diante de si e abaixo de
seus pés. Este fato acontecido a tanto tempo atrás deve nos servir para que nos preocupemos mais
com aquilo que está bem mais próximo de nós, com aquilo que é bem nosso, do nosso dia a dia e do
nosso íntimo. Deixar de nos preocupar e envolver com coisas fúteis e desnecessárias. Colocar os
pés nos chão e resolver os nossos problemas através da reflexão, do diálogo da busca consciente da
verdade e do bem. Não permanecer com as nossas verdades buscar através da filosofia encontrar a
verdade e evidência da realidade que nos cerca.
As ciências de nossos dias afirmam mais convictas de que “com a Filosofia não se pode
fazer nada”. Certo, de fato com a Filosofia nada se pode fazer, e está exatamente nesse nada toda a
resposta ou toda a verdade. Pois a própria ciência sem esse nada poderia existir.
Mesmo com este aspecto negativo a Filosofia continua e só nos resta perguntar se também a
Filosofia não poderá fazer nada conosco caso nos comprometemos a entende-la e praticá-la?
A maioria dos estudantes vão para as Universidades apenas visando atingir espectativas
materiais e formais. Não tem noção nem do que é uma Universidade e mais tarde quando inicia o
cstudo da Filosofia, quando felizmente esta disciplina existe nos currículos dos cursos, o estudante,
então vai descobrindo quais as formas e meios para se encontrar a verdade das coisas, a verdade
em sua essência e qual é a verdade real do homem e do mundo em que vive.
É através da Filosofia que nos tornamos conscientes de que somos gente, pessoas, e não
objeto nem máquina. É na e com a Filosofia que o homem se humaniza e humaniza os osutros.
“As ciências a tecnologia, podem dizer ao homem como se fazem objetos, a Filosofia dirá
como se constrói o homem e o seu mundo”.
Sem a Filosofia a Ciência corre o grande risco de construir estruturas desligadas do homem,
construirá sim, máquinas, robôs, mas não homens. A Ciência da Filosofia está sujeita a produzir a
criar monstrengos que poderão originar tragédias sociais como muitas de nosso século. Por exemplo
a Educação sem bases filosóficas não será educação é apenas instrução, transmissão de
conhecimentos, de culturas e histórias ultrapassadas que não tem interesse nem utilidade às vezes ao
aluno.
A Filosofia é realmente uma ciência que busca e pretende dar as explicações essenciais a
todos as dúvidas e preocupações que afetam o pensamento do homem. A Filosofia vai até o âmago
das coisas, até as razões mais profundas de todos os seres sendo considerada como a ciência mais
vital e essencial de todas.
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Muito se poderia ainda dizer sobre a importância e utilidade da Filosofia no entanto para que
o próprio leitor descobri-las a medida que for se aprofundando na leitura e refletindo sobre o
assunto.
Conceito de Filosofia
Gênese da Filosofia – Objeto da Filosofia
Vários são os conceitos dados à Filosofia, pode-se até afirmar que são contraditórios, às
vezes, pois eles surgem conforme a corrente filosófica da época embora sejam reelaborados de
tempos em tempos pelas contribuições que recebem. Citaremos alguns conceitos:
“Filosofia é um conjunto de conhecimentos naturais, metodicamente adquiridos que tendem
a fornecer a explicação fundamental de todas as coisas”.
“É a ciência que dá explicação aos porquês de todas as coisas”.
“Filosofia é uma reflexão crítica sobre os problemas e, sobre as soluções que foram dadas”.
“Filosofia é a ciência do saber”.
“Filosofia é a ciência das primeiras causas e dos primeiros princípios”.
“A Filosofia é o conhecimento pelas causas primeiras e universais, obtido sob a luz da razão
natural”. (SANTO TOMÁ, Comentário à Metafísica de Aristóteles, I,1 e I,3)
“A Filosofia é a ciência do Absoluto”. (HEGEL, Enzyklopadie,p.47)
“A Filosofia é a tentativa para pensar do modo mais genérico e sistemático em tudo o que
existe no universo, no todo da realidade”. (George F.Keller – Introdução à Filosofia da Educação
p.11)
“A Filosofia é a fonte comum onde encontram suas justificativas os princípios fundamentais
de todas as outras ciências, que nestas condições dependem dela. Ou mais precisamente ainda: a
filosofia é o conhecimento universal”.(Farias Brito, Finalidade do mundo, Inst. Nacional do
Livro,Rio,1957 v.1º p.56)
Como podemos verificar as definições divergem mas as divergências não chegam a ser
profundas pois as definições sempre apresentam alguns pontos comuns, ou seja, nenhum deles
pretende exaurir o conteúdo principal da Filosofia. As definições mais se completam do que se
diferenciam ou contradizem. Um ponto que se pode afirmar comum nos diversos conceitos dados à
Filosofia é pois difícil desligar filosofia do aspecto cognitivo do homem, outro ponto considerado
também comum nas definições é a própria Filosofia, admitindo-se que nos vários sistemas
filosóficos ela é o primeiro e o maior dos problemas. Ela própria é o grande problema para o
homem.
O que fica claro é que, as definições dadas pelos estudiosos, sobre a filosofia, deve ser
levado em consideração,como sendo um conjunto de questões e respostas arbitrárias sobre a
problemática filosófica de cada época.
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Diversificadas ou não as definições, análogas ou antagônicas o certo é que o vocábulo
“filosofia” tem sua gênese, sua origem da mescla de “mitologia” com a “cosmogonia, havendo
neste sentido uma relação entre as cosmogonias da época e as especulações pré-socráticas, havendo
entretanto uma diferença metodológica: método descritivo dos teólogos e racional dos filósofos.
Á divergências também quanto a localização, onde surgiu a filosofia, se na Grécia ou no
Oriente.Certos autores dizem que as condições históricas comprovam o surgimento da Filosofia
tendo como berço a Gécia. Outros caracterizam que há influências orientais no pensamento grego,
não se podendo afirmar categoricamente que a filosofia seja originária da Grécia. Alguns autores
por sua vez afirmam que houveram especulações filosóficas na China e na Índia, que são
merecedoras de crédito.
O certo é que tenha ou não influências de outros, o pensamento do hemem heleno, tenha ou
não havido especulações filosóficas no Oriente antes da Grécia,os significados que teve o termo
filosofia,só sobressaíram e atingiram suas reais acepções,a partir dos gregos; cabe a eles portanto o
mérito de terem sido os primeiros a levantarem questionamentos reflexivos sobre o ser. Foi a
Grécia,portanto, o berço da filosofia,os gregos foram os primeiros que pensaram o termo filosofia
de onde etimologicamente se originou.: philosophia, de philos que significa amigo e Sophia que
quer dizer sabedoria, cuja significação é: amor à sabedoria, amigo do saber.
Em síntese sobre o que trata a Filosofia afinal? Qual seu âmbito? Qual seu campo de ação?
Seu objeto e objetivo?
Se a Filosofia se preocupa em dar resposta à todas as perguntas feitas pelo homem. Se ela se
concentra primordialmente nas especulações sobre o conhecimento, os atos humanos e o conjunto
da realidade que nos cerca tem uma atenção toda especial pelo homem é evidente que seu objeto,
seu campo de ação são todos os seres que existem, tudo o que existe e que suscita dúvidas,
curiosidade, perplexidade ao homem. A Filosofia trata, especula sobre os mais variados temas tendo
por objetivo tentar dar uma explicação, procura mostrar as veredas até encontrar a verdade.
A Filosofia sendo ciência no verdadeiro sentido da palavra é um conhecimento certo,
evidente, metódico, crítico, sistemático sobre as verdades universais e necessárias, que fazem parte
da vida do homem, e sendo este a âmbito atual da Filosofia, sabendo-se entretanto que ela na
antiguidade ou seja, mesmo antes de ser considerada como tal, ela se apresentou como ciência
única que abarcava as demais existentes na época, quem estudasse por exemplo, Filosofia, estaria
estudando todas as outras ciências. A partir da Idade Média houve a independência e cada ciência
tornou-se livre com seu campo de ação e objetivos específicos: Astronomia, Biologia,
Psicologia,Matemática, etc. cada uma formaram ciências à parte, separando-se da Filosofia, que por
sua vez, tornou-se a Ciência mais vital e necessária que passou a afirmar-se na cultura constitindo a
base e justificativa para todas as outras.
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Métodos
Para que a Filosofia consiga atingir seu objetivo, definido seu objeto, ela precisa de
métodos. Cada corrente filosófica com seus criadores e precursores, usara, determinados métodos,
desde Sócrates com a famosa maiêutica,até nossos dias, o método fundamental da filosofia foi e
será sempre o da reflexão. Mas, para que se tenha uma ordem lógica na busca e solução da
problemática que se apresenta, é necessário que o pensador siga um determinado método, assim, a
Filosofia possui três métodos:
1- Intuição – consiste na apreensão de uma determinada realidade, através de um único ato
de espírito,é por meio deste método que se adquire conhecimentos imediatos. Existem
três formas de Intuição:
a) Intuição sensível ou intuição visual – é a primeira que se adquire.
b) Intuição espiritual - é aquela que estabelece uma relação mental entre um
conhecimento e outro, exemplo: a diferença entre filosofar e sofismar – a
diferença entre uma bola e uma caixa.
c) Intuição real – é a intuição que penetra no fundo das coisas, é a que procura
captar a essência do ser.
2- Método da Dedução
Este é o método que parte de verdades gerais para verdades particulares. Ex:
Um homem é um animal racional
Paulo é homem
Logo: Paulo é racional
É o método da lógica, do raciocínio que estabelece uma relação lógica entre as coisas,
entre as verdades permitindo ao homem julga-las com mais coerência, para aceita-las e admiti-las
em sua vida.
3- Método da Indução
É o método que tem por base enumerar verdades particulares e estabelecer uma verdade
geral, decorrente das anteriores. Ex:
Os animais são mortais
Os homens sãomortais
Os seres vivos são mortais
Identificando o âmbito, o objeto, o objetivo e os métodos da Filosofia vamos caracterizar
os fatores que impulsionam e levam o homem a filosofar, ou seja, o homem passa a
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filosofar a partir da admiração, da dúvida e da descoberta do sentimento de debilidade
que é portador.
1- Admiração – A admiração é o primeiro degrau para o exercício do filosofar. Por
que? Porque como já vimos, o homem possui naturalmente o espírito filosoófico que
é inquisitorial, curioso e reflexivo, sendo assim a admiração surge frente ao
desconhecido, ao deparar-se com aquilo que desconhece, que lhe é estranho, o
homem admira-se,espanta-se,despertando daí o desejo de conhecer, tomando
consciência de que deve saber, deve conhecer o objeto de sua admiração,passa a
questionar-se: Que é isto? Qual é sua origem? Sua essência? De onde veio? Para que
serve?
2- Dúvida – Após ser adquirido pelo homem o conhecimento inicial, conseguido pela
admiração, surge a dúvida sobre o mesmo. Será que o objeto ou o assunto tratado,
são assim mesmo como o velo ou admito ser? Tenho certeza absoluta disso?
Com estas interrogações estamos diante de uma dúvida em nosso pensamento, que só
através de uma reflexão, de uma análise de prós e contras é que chegaremos à
verdade absoluta.
3- Sentimento de debilidade – Enquanto estamos somando conhecimento sobre a
realidade que nos cerca, ao mesmo tempo estamos vivendo nesta realidade, assim
não nos damos conta de nós mesmos. Não pensamos muito na nossa situação,
principalmente no que se refere à nossa origem, na causa do nosso ser, em nosso fim.
Haverá um momento no entanto em que nos encontraremos frente a uma dificuldade,
frente a um obstáculo qualquer, aí então vamos tomar consciência de nós mesmos,de
nossa realidade, de nossa existência, de nossas fraquezas, de nossos erros, de nossa
dimensão existencial. Tomamos conhecimento de nosso sentimento de fraqueza, de
debilidade.
Quando nos sentimos fracos é que nos pergunatmos: afinal quem sou eu? Onde está a
força para enfrentar a situação? Qual é o meu objetivo? Qual será o meu fim?
Como vimos a Filosofia surge quando o homem se admira, tem dúvidas, se
interroga e toma consciência de sua própria debilidade e fragilidade existencial.
O Conhecimento Humano
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1 – A ciência do conhecimento, conceito, denominações, objeto e objetivo
A Metafísica defende a base e os princípios das demais ciências, e só ela pode fazer isso por
ser ciência livre por excelência.
Além da Metafísica esta ciência recebe denominações conforme o assunto a ser tratado:
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a) Filosofia – por ser a primeira a oferecer os primeiros princípios e os
fundamentos para as outras ciências;
b) Ontologia – por tratar dos seres em geral
c) Teodicéia – por ser a ciência de Deus, seu objeto é o assunto do Ser Superior
Deus e seus atributos essenciais.
São denominações dos temas fundamentais a serem tratados,porque tanto Metafísica como
Ontologia ou Teodicéia, são a mesma ciência Filosofia, diferenciadas apenas pelo seu objeto
formal a que se propõe estudar.
Também para um estudo mais fácil e de melhor compreensão, divide-se a Metafísica
em:
a) Geral – ou Ontológica, do grego “Ontos”, que significa ente e “logos”
designando estudo, é portanto a ciência que estuda o ente o ser sem a matéria, por
abstração, o ser como tal. Estuda o ser, na sua essência, o ente enquanto ente em
si mesmo.
b) Especial – trata dos seres imateriais e subdivide-se em:
1) Teodicèia – que estuda o ser universal, Deus, causa, essência e atributos.
2) Crítica – estuda o ser universal enquanto cognoscível, trata sobre o
conhecimento humano e sua valoração; é uma parte da Metafísica que
procura ver se o conhecimento é verdadeiro e objetivo.
A crítica como ciência e conforme o tema que tratar, por sua vez, também recebe
determinadas denominações, tais como: Gnoseologia, Criteriologia, Epistemologia, Teoria
do conhecimento e Fenomenologia do pensar.
Conforme nos propomos em deixar registrado neste trabalho, não um estudo
profundo, mas noções de iniciação sobre cada tema, para uma orientação ao estudante de
Filosofia, vamos apresentar aqui algumas noções sobre a Crítica,parte da Metafísica que
trata da valorização do conhecimento humano.
Partindo dos problemas centrais que desde os primeiros tempos filosóficos foram
abordados pela Crítica.
Conhecimento Empírico
Diz-se que o homem difere dos animais pela razão e que os animais por não
possuirem inteligência, praticam um só gênero de conhecimento, ou seja o conhecimento
sensível que é baseado unicamente em percepções e em associações de idéias. Isto difere
essencialmente o homem dos animais que por sua vez em qualquer dos conhecimentos que
pratique utiliza a inteligência. Não existe conhecimento humano sem a intervenção do
intelecto. Caracterizando neste aspecto a união perfeita existe entre a alma, ou seja, o
espírito e o corpo na constituição do ser humano.
O conhecimento empírico é um conhecimento pré-científico e pré-filosófico que o
homem adquire, é uma forma espontânea de conhecer. É o chamado de conhecimento
“empírico” por ter origem das experiências que o homem consegue para si na trajetória de
sua vida, com influências externas ou internas, através do convívio, na comunidade onde
está inserido. Esta forma de conhecimento chama-se também “empirismo” ou conhecimento
vulgar, por ser um conhecimento que surge espontaneamente, como vimos, de uma
experiência individual ou grupal, ele está intimamente ligado com a vida do homem, daí o
provérbio popular: “vivendo e aprendendo”.
Nas estórias ou contos, talvez gaúchos, está um caso que nos mostra a veracidade
dessas afirmações-conta-nos o caso, que um determinado senhor estava à beira da morte,
chamado o sacerdote para a extremunção, eis que chegando pede uma vela para iniciar suas
orações, não tendo na casa o que pedira, o padre, estando o doente muito mal, alguém ou p
próprio padre, fala que um tição de lenha aceso serviria para substituir a vela,
providenciando logo o que fora sugerido, colocam a lenha acesa nas mãos do enfermo, este
ainda vagarosamente abre os olhos antes de expirar e diz: “morrendo e aprendendo”. Prova
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de que até antes de morrer estamos adquirindo experiências válidas e que são
conhecimentos chamados de empíricos.
São empíricos todos os conhecimentos das crianças, não só aqueles que ela recebe
por si mesma, mas também os que adquire pela comunicação. Leitur. Educação, exemplos
do meio onde vive.
São empíricos os conhecimentos do homem comum, cuja única escola-mestra é a
vida.
Podemos dizer, enfim, que os filósofos e cientistas possuem também conhecimento
empírico, quando estes não são oriundos da filosofia nem da ciência e si, de suas próprias
experiências.
1- Conhecimento interessado
É através do conhecimento empírico que o homem vai adquirir seus conhecimentos,
conforme o interesse que sente por meio das experiências do dia a dia. “Saber
compreender para viver” é o lema desta forma de conhecer, visando quase a sempre
finalidades subjetivas e práticas.
2- Conhecimento individual
O homem é mais rico em idéias individuais do que em concepções universais, pouco
se importa em adquirir conhecimentos universais que os considera abstratos. Por
exemplo, a observação da natureza fornece ao camponês “receitas
meteorológicas”para explicar e para prever as mudanças de tempo, orienta-se pelo
sol, sabendo a hora do almoço ou de voltar para casa após seu trabalho diário; sabe
quando chover, pelo vento ou mudanças de temperatura. Assim também adquire
conhecimentos gerais sobre a terra e seu cultivo, sem muitas teorias, sem estudos
amplos e abstratos, gerais, tudo através da experiência e observação. Por isso é
caracterizado de conhecimento individual.
3- Falta de Método e de Sistematização
É uma forma de conhecimento que o homem adquire, sem ordem, ao
acaso,pela observação e conclusões que a experiência provoca e oportuniza.
Basta para a vida mas não para aprofundamentos nos mistérios e verdades da
natureza. Eis um burro achando que todos são burros.
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4- Falta de certeza objetiva
O homem de conhecimento empírico confia demasiado em si mesmo e por
isso, está sujeito a falta de certeza objetiva, controlada pela razão e
fundamentadas em provas. Um exemplo típico:num determinado grupo onde
se encontram pessoas de conhecimento empírico e outras com um nível de
conhecimento mais elevado, o assunto tratado ali, é atual, o homem de
conhecimento empírico fica alheio, não fala, não participa. O homem de
conhecimento empírico deixa-se levar, se contagia pelo dizem e por crenças e
crendices da multidão, estas que são as mais difíceis de comprovar e no
entanto o homem de conhecimento empírico se agarra a elas com unhas e
dentes, mesmo sem a certeza objetiva, é a sua verdade, e ainda sai espalhando,
difundindo-as como dogmas ou crenças.
Embora apresentando características, algumas negativas, também erros e
falhas, não podemos negar o valor que o empirismo apresenta até para a
própria ciência, como afirmou Augusto Conte: “Ciência e Filosofia não
passam de empirismos aperfeiçoados e plenamente racionalizados.
Mesmo os filósofos e sábios, tem necessidades empíricas, tem necessidade de
voltar os olhos para muitas de suas experiências anteriormente vividas, para
poder organizar e utilizar da melhor forma possível os seus conhecimentos,
levando em consideração o bom senso empírico. Determinados valores
positivos como esses, dão ao empirismo um caráter muito significativo para
qualquer atividade do homem. Concluindo-se daí que o “homo cientificus” e o
“homophilosophicus”, devem baixar a cabeça e reverenciar mérito ao “homo
sapiens”, ou seja, este homem que traz na sua vida uma bagagem
essencialmente empírica.
5 – Conhecimento Científico
Tanto o conhecimento científico como o conhecimento empírico, são
adquiridos pelas mesmas faculdades e tem um objetivo: a verdade, apenas o
empírico tem em vista interesses secundários ao passo que o conhecimento
científico, visa a verdade objetiva, a certeza.
Nesse sentido o conhecimento científico é eminentemente intelectivo,
racional, mas não essencialmente diferente do conhecimento empírico. O
conhecimento empírico quase sempre aparece ora aqui ora acolá, sem muita
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ordem, como já vimos, acomoda-se na mente do homem sem método e não
leva em conta a união natural que deve existir nas idèias, o conhecimento
científico, adquire-se por meio de ordem, método e sistemas conforme as
exigências de estruturação e subordinação das idéias, princípios e conclusões
universais.
1- Desinteresse e objetividade
Este é o conhecimento que possui uma só e única finalidade: a descoberta da
verdade. O cientista tem que praticar uma espécie de ascese, de contemplação
que absorve toda a realidade, cujo único interesse do cientista é a descoberta
da verdade, sobre o objeto de sua pesquisa. Se um de nós for examinar um
objeto qualquer, vamos logo nos preocupar em saber sua utilidade, a satisfação
vai nos proporcionar, ao passo que o sábio, o cientista, ao examinar as coisas,
ele não se detém nesses detalhes e sim procuram ver qual é sua natureza, o que
é que elas são em si;- não há interesse pessoal, individual, existe apenas
objetividade na descoberta da certeza e da evidência.
2- Universalidade e Necessidade
“Não há ciência do indivíduo”, diziam os escolásticos. “Podemos conhecer o
indivíduo, mas não ter ciência deles. O indivíduo é real, concreto e
contingente, a ciência é universal e necessária”.
De fato, tudo o que existe é único e contingente, mas sob esta individualidade
e contingência, esta essência e a natureza do ser, que são universais,
necessárias e reais, sendo delas que a ciência se ocupa, é desta universalidade
que é real e necessária que a ciência trata em busca da verdade sobre os seres ,
através do conhecimento científico.
3- Ordem e Método
Descarte foi quem deu maior realce à necessidade de ordem e método nas
ciências. Ele afirmou que todos os homens tem capacidade igual mas não exercem
igualmente. Daí a diferença entre o conhecimento empírico e o científico. O
primeiro ignora o verdadeiro método, o segundo, o segundo o conhece e o pratica,
eis porquê do seu êxito.
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O sábio deve ter por lei absoluta: “proceder com ordem”. O
conhecimento científico deve portanto obedecer métodos e ordem na pesquisa,
sistemas e técnicas adequados a cada caso.
4- Certeza e evidência científica
Todo o conhecimento científico deve estar impregnados de evidência
objetiva que é o critério último e universal da certeza. Só assim poderá
ser considerado conhecimento científico. Hipóteses e teorias não são
ciência, são meios para conseguir a ciência e só passarão ao campo
estritamente científico quando forem comprovadas como certeza e
evidentes. “Onde não há evidência, não há certeza, onde não há certeza,
não há evidência”.
5- Conhecimento Filosófico
Os homens que se dedicarem ao estudo da ciência, na antiguidade, eram
chamados de sábios. Pitágoras quis ser chamado desta forma, e ele
preferiu ser chamado de filósofo, baseado no significado do termo, que
quer dizer “amigo do saber”.
Por muito tempo os sábio passaram a chamar-se filósofos e a sabedoria
humana, tomou o nome de : Filosofia. Primeiramente todas as ciências
faziam parte da Filosofia, quem estudasse esta Ciência estaria
estudando as demais, era a única ciência da época, conforme
consideravam os gregos. Quanto ao conhecimento filosófico,
propriamente dito, sua origem apresenta várias teorias: 1º, o homem se
põe a filosofar sem nenhum outro objetivo senão o de conhecer e saber,
conforme Aristóteles;
2º: o homem se põe a filosofar unicamente por curiosidade, pó uma
curiosidade de exigência racional e de compreensão simples, de uma
necessidade puramente mental em busca da verdade. Apesar disso a
verdade foi encontrada? Existiu verdade absoluta nessa época? Existe
hoje?
Uma e outra teoria tem sua parcela de verdade. O homem muito
sobrecarregado de trabalho e preocupação se entrega a especulações
filosóficas. O ócio é que favorece à reflexão, afirmavam e afirmam
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alguns ainda hoje. No entanto, nenhuma das teorias explica a origem do
conhecimento filosófico.
Segundo o que afirmam vários autores, o conhecimento filosófico se
originou da inquietação do homem a respeito de sua origem e seu
destino. Necessidade essa que surge a partir do momento que o homem
sente que deve buscar soluções para os problemas que o afligem e
exigências de conhecer a essência das coisas que o admiram e o deixam
impressionado e curioso.
Todo o ser que existe por si mesmo, com suas características próprias e
possuidor dos elementos essência, existência, ato e potência, na sua constituição, agindo ele
irá produzir um outro ser, que sem este princípio de produção não teria condições de existir.
Princípio é pois aquilo de que uma coisa procede, tem origem: ex.: o ponto, origem da linha.
Para que a linha exista é necessário uma causa. “Toda causa é princípio mas todo princípio
não é causa”. Causa é aquilo de que uma coisa, um ser, depende para existir e efeito é o
produto, o resultado da causa e o influxo da causa no efeito, chama-se causalidade.
Causalidade é um princípio que, pela sua ação determina algo que por si
mesmo não poderia existir.
De acordo com o que nos deixou Aristóteles, sobre este assunto, temos quatro
espécies de causas, sendo duas chamadas de externas e duas internas:
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1.1 – Causas internas – São a matéria que entram na constituição dos seres, estas dependem
das causas externas, ou seja, das causas eficiente e final. Ex.: uma casa de material estilo
moderno
O que é ética?
Ética ou Moral é a parte da Filosofia prática, que trata da ação do homem,
estuda os atos humanos; o campo de ação da Ética, é o agir humano, tendo como objetivo,
verificar até que ponto os atos humanos são corretos, são reais, procurando orienta-los
através de suas normas de bem agir. Mostrando ao homem o valor consciência moral, pela
qual deve conhecer e distinguir o Bem e o Mal.
A Ética serve de base para os homens bem intencionados viverem em paz
consigo mesmo e com os outros, através de atos humanos, conscientes e certos.
Se a Ética ou Moral estuda e orienta os atos do homem, se determina o valor
do fato moral, tentaremos então verificar alguma coisa a respeito dos conceitos atribuídos ao
homem, ao indivíduo e pessoa, suas diferenças e relações, também várias teorias que
surgiram sobre o questionamento sobre o homem. O que é Homem, afinal? O que é
indivíduo? O que é pessoa, são ou não a mesma coisa?
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Indivíduo é tudo o que existe e é individido, por exemplo, uma estrutura física
qualquer, como uma cadeira, 1 cão, uma flor, etc. até o homem enquanto um ser físico,
enquanto animal biológico, apenas, são considerados indivíduos.
Esta noção de indivíduo opõe-se de pessoa e a de homem, que é uma
existência ontológica, com essência, dotado de razão, de raciocínio, ser consciente de seus
direitos, deveres, liberdade, ser psicológico com tendências “nosísticas”, que busca o tu,
para realizar o nós, ser consciente dos seus defeitos e também de suas capacidades, possui
personalidade.
Homem ontológico é um ser complexo e sua existência como pessoa humana,
está sujeita à vários aspectos tornando mais difícil a apreensão da sua própria realidade.
Existe uma ciência específica que trata sobre o homem. É a ciência chamada
Antropologia, do grego “antrophos”, que significa homem e “logo”, mais o sufixo ia,
significando, estudo. E é pois, Antropologia, “a ciência que se ocupa do homem e tem por
objeto o estudo e a classificação dos caracteres físicos dos grupos humanos”.
Mas, a preocupação com querer saber o que é o homem e tentar um estudo
profundo, buscando a resposta para esse questionamento, não é recente, essa preocupação
vem de milênio, já na Idade Média, na época da Escolástica, surgiu um Tratado Latino
chamado “De natura hominus”, traduzindo, Da natureza do homem, de autoria do Bispo
Nemésio de Emesa, mais ou menos no ano 400.
Segundo o Bispo Nemésio, o estudo do homem é o mais importante de todos
os temas de ciência e esta ciência deve ser nutrida pela Filosofia, que é o tronco das demais
ciências, pois no estudo sobre o homem compreende o estudo do universo inteiro.
O Bispo Nemésio, no início de sua obra fala: “O homem se compõe de uma
alma racional e de um corpo tão perfeita e tão bela é esta composição, que seria impossível
fazê-lo ou compô-lo de outra maneira”.
O que este Bispo fala em sua obra não é uma definição de homem, nem
platônica e nem Aristotélica, e sim uma definição eminentemente cristã. Como se vê
estamos em terreno cristão desde muitos séculos atrás como falamos de início, há milênios
atrás a preocupação em explicar o que é o homem, já era estudada e tentada a busca da
verdade sobre o tema.
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Podemos também falar em especial sobre as concepções existentes a respeito
do homem, segundo alguns pensadores antigos, ei-las:
1 – A concepção tricotomista de Plotino
3 – A concepção de Aristóteles
4 - A concepção de Platão
Valores humanos
Filosofia e Educação