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FILOSOFIA

● O que é a Filosofia: A Filosofia é a decisão de não aceitar como óbvias e


evidentes as ideias, os conceitos, os factos ou as situações da nossa existência
quotidiana sem antes tentar pensar por nós mesmos e ter a capacidade de
compreender. A Filosofia pode ser considerada uma atividade conceptual
crítica, uma vez que examina as crenças essenciais sobre a realidade e os
conceitos em que elas se baseiam; é uma atividade que examina com uma
profunda avaliação. Por isso a Filosofia é a arte de pensar por nós mesmos.
● A Filosofia como problema filosófico: Na generalidade, quando se
fala de uma ciência, sabemos de imediato de que é que ela trata. O mesmo não
se verifica quanto à filosofia, onde não é possível dar uma definição de
filosofia que seja suficientemente esclarecedora do que ela é, e dos assuntos
que trata. Enquanto as ciências conseguem determinar e definir com rigor a
natureza do seu objecto, a filosofia não o consegue.
● Objeto de estudo e método da Filosofia: A Filosofia tem como objeto
de estudo vários problemas acerca da natureza, do conhecimento, do valor,
entre outros, e as respostas que damos a esses problemas são as teorias ou
teses que se defendem com argumentos bem fundamentados. Os problemas
filosóficos não podem ser resolvidos recorrendo à experimentação científica, à
autoridade ou ao cálculo matemático. Para resolver os problemas da Filosofia
recorremos à arte do pensar.
● Atitude filosófica: A atitude filosófica não pode ser uma atitude natural
em que o homem se limita a existir passivamente, sem pôr em causa a sua
própria existência. Qualquer indivíduo de forma imediata centra-se na
resolução de problemas práticos, e guia-se pelo senso comum, tendo em vista
resolver certas necessidades imediatas ou interesses concretos (atitude
natural). Ninguém pode viver sem se adaptar constantemente às condições do
seu mundo. Estas exigências de sobrevivência tendem, naturalmente, a
sobrepor-se a todas as outras preocupações.
● Autonomia: A Filosofia é independente face às outras formas de saber,
nomeadamente, à ciência, religião e ao senso comum. Por ser autónoma em
relação aos outros, a Filosofia não pode aceitar os contributos das outras
formas de saber, por isso é que a Filosofia é caracterizada pela forma de
pensar por si mesmo.
● Radicalidade: A palavra radical opõe-se à superficialidade, isto significa
que a Filosofia procura analisar as questões de uma forma aprofundada, ou
seja, procura ir à raiz dos problemas com que se depara e tentar resolvê-los.
● Universalidade: A universalidade da Filosofia pode aparecer associada à
Filosofia espontânea, já que todos os homens são filósofos ou podem sê-lo.
Isto acontece porque todo o homem é um animal racional, logo pensa e
questiona-se face à realidade circundante. Em relação à Filosofia Sistemática,
a universalidade pode significar, ciência do universal ou do ser. A palavra
universalidade da filosofia pode também ser entendida como a construção de
um sistema de verdades universais. Podemos falar de universalidade da
Filosofia quando nos referimos ao objeto da Filosofia, ou seja, todos os
problemas relacionados com o homem e com o mundo que o rodeia e no qual
ele está inserido.
● Historicidade: Cada época histórica tem a sua própria cultura (valores)
dominante e, consequentemente, suscita nos filósofos problemas distintos que
variam de época para época. Por outro lado, sendo a filosofia, uma realidade
histórica, que os filósofos querem a sua forma de pensar e analisar os
problemas só podem ser compreendidos quando inseridos no seu tempo.
● Filosofia espontânea e Filosofia sistemática: A Filosofia
espontânea é o saber resultante dos modos comuns de perguntar e pensar a
vida. É um pensamento comum, uma sabedoria popular, que não exige
nenhum conhecimento prévio ou adquirido. Este tipo de saber não tem
grande complexidade conceptual e argumentativa. Por outro lado, a Filosofia
sistemática é o saber rigoroso, conceptual, que é apresentado sob forma de
argumentação crítica. Contrariamente, ao pensamento comum, o pensamento
sistemático é sustentado por determinados conhecimentos filosóficos.
● Dimensão teórica da Filosofia: Ultrapassa o concreto e se desenvolve
no âmbito do universal, do essencial e do abstrato.
● Dimensão prática da Filosofia: Orienta para o saber viver.
● Problemas filosóficos: Põem em questão as nossas crenças mais
fundamentais. A filosofia analisa e discute as nossas crenças mais básicas e,
por isso, analisa e discute as ideias (ou conceitos) que as nossas crenças
refletem. São problemas muito gerais. Todos os problemas filosóficos são
questões abertas. As respostas a tais questões não satisfazem todos os
entendidos. São problemas que resultam da reflexão sobre conceitos
fundamentais em que se baseiam a ciência, a arte, a religião e a moral.
● Domínios da Filosofia:
1. Metafísica: Estudo do que está para além da realidade física;
2. Cosmologia: Origem do universo e da matéria;
3. Ontologia: O ser;
4. Gnosiologia: Estudo crítico e teórico do conhecimento;
5. Epistemologia: Estudo crítico das ciências, da sua forma e método;
6. Filosofia de Religião: Reflexão sobre a religião;
7. Ética: Questões morais;
8. Axiologia: Valores;
9. Antropologia filosófica: O Homem.

● Temas intemporais: Ser, conhecer e ação.


● Alegoria da Caverna
1. Prisioneiros: os prisioneiros da caverna somos nós mesmos, os cidadãos
comuns - o homem que é escravo das sensações e das opiniões, que confunde
as aparências com a verdadeira realidade.
2. Caverna: é o nosso corpo, que segundo Platão, seria fonte de engano e
dúvida, pois este ilude-nos na forma como apreendemos as aparências das
coisas, fazendo-nos acreditar que essas são as próprias coisas.
3. Sombras e ecos: as sombras que os prisioneiros vêem e os ecos que eles
escutam são as opiniões e os preconceitos que trazemos do senso comum e da
vida quotidiana. Eles são, segundo Platão, conhecimentos errados que
adquirimos através dos sentidos do nosso corpo e da vida quotidiana.
4. Sair da caverna: a libertação do prisioneiro e a sua fuga da caverna
simboliza a busca pelo conhecimento verdadeiro.
5. A luz do Sol: a luz solar no exterior da caverna simboliza a Ideia de Bem,
seguida de três ideias que a caracterizam: Beleza, Proporção e Verdade; o
conhecimento verdadeiro, a razão e a filosofia. Quando o prisioneiro sai da
caverna, ele sente-se perturbado pela luz intensa, elemento natural que ele
nunca havia experimentado. No início, há uma dificuldade de aceitação dessa
luz pelas retinas, até que ele se adapta e percebe toda a realidade exterior.
Metaforicamente, isso simboliza a zona de conforto que as sombras e a
caverna representam, pois, o engano da vida comum pode ser confortável,
enquanto a verdade pode ser, pelo menos, inicialmente, dolorosa e exigir
sacrifício. Sair da ignorância significa sair da zona de conforto.

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