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Conceito e o Termo

O objecto de estudo da Lógica é a validade dos argumentos.


● A resposta a questões e problemas filosóficos implica atividades
fundamentais, como: a análise de conceitos, a formulação e avaliação
de teses e teorias e a formulação e avaliação de argumentos.

Conceito: é uma representação mental, abstrata e geral, que reúne


as características comuns ao conjunto de seres ou de objectos de uma
classe.

Tese: é uma ideia que se quer defender a propósito de um dado problema.

Proposição: é o pensamento ou conteúdo, verdadeiro ou falso (possui valor


de verdade), expresso por uma frase declarativa.

Juízo: é um acto do pensamento mediante o qual relacionamos conceitos. O


juízo é um ato pessoal de julgar, ajuizar, afirmar a verdade ou falsidade
acerca de algo. A proposição é a expressão verbal ou escrita desse ato
mental. Juízo e proposição são sinónimos.

● As frases nas quais se interroga, ordena, pede, aconselha, chama,


deseja ou promete não são proposições, uma vez que nelas nada se
afirma ou nega que seja suscetível de ser considerado verdadeiro ou
falso.
● Uma frase só exprime uma proposição se, além de declarativa, tiver
valor de verdade, isto é, for classificável como verdadeira ou falsa.
Ex: Almada Negreiros foi um poeta.

Termo: é geralmente entendido como expressão verbal do conceito. Esse


mesmo conceito pode ser exprimido por temas diferentes sob o ponto de
vista linguístico- “domicílio” e “residência”; o mesmo vocábulo pode exprimir
diferentes conceitos- “nota”, enquanto apontamento e “nota” de dinheiro, ou
seja, temas distintos. O termo pode ser constituído por mais do que uma
palavra, exprimindo um único conceito.

Conceito
● Conteúdo intelectual;
● O significado do termo.
Termo
● Expressão verbal do conceito;
● O significante do conceito.

Compreensão de um conceito é as características que o definem como tal.

Extensão ao conjunto de seres a que o conceito se aplica.

Definição é a análise que clarifica o significado ou a compreensão de um


conceito, indicando as características que o identificam e, assim, permitem
distingui-lo daquilo que ele não é.
Definir "gato", por exemplo, é evidenciar as propriedades que o identificam
(ser animal que mia) distinguindo-o assim de outros animais.

Finalidade da Lógica:

● Formular as regras a que os argumentos devem


obedecer para serem válidos;
● Distinguir as formas válidas das formas não válidas;
● Desenvolver competências de raciocínio e de argumentação e
aumentar a capacidade de avaliação crítica dos argumentos; ensinar a
pensar de forma clara, concisa e correta;
● Disponibilizar processos úteis de análise dos diferentes discursos,
nomeadamente o discurso científico.

Classificação dos juízos

Pela quantidade
Particulares - O predicado atribui-se a uma parte da extensão do sujeito. Ex.
Algumas crianças são agressivas.
Universais - O predicado atribui-se a toda a extensão do sujeito. Ex. todos os
sapos são batráquios.

Pela universalidade
Afirmativos - a relação estabelecida entre o sujeito e o predicado é
afirmativa. Ex: as baleias são mamíferos.
Negativos - a relação estabelecida entre o sujeito e o predicado é negativa.
Ex: os insectos não são vertebrados.
Pela relação
Categóricos – enunciam uma relação entre conceitos que não está
subordinada a outra condição nem se apresenta em alternativa outra
possibilidade. A afirmação apresenta-se, pois, como categórica, como
independente de outras. A sua forma típica consiste na união de um conceito
-sujeito a um conceito-predicado, mediante uma cópula verbal. Ex: Esta
pintura é de Monet.
Hipotéticos – enunciam uma condicionalização entre duas afirmações, uma
conexão entre dois juízos tal que se o primeiro é verdadeiro o segundo
também o será. A sua forma consiste na união de dois juízos mediante a
expressão, “Se…então” (ou equivalentes). Por vezes, no discurso corrente,
omite-se o então. Ex: Se esta pintura é de Renoir, é valiosa.
Disjuntivos – enunciam uma alternativa entre duas ou mais possibilidades. A
sua forma consiste na união de dois ou mais juízos mediante a partícula “ou”,
ou equivalentes. Ex. Aquele homem estava ébrio ou encontrava-se dominado
por uma paixão intensa.

Juízo ou Proposição Categórica: As proposições deste tipo podem ser


analisadas como sendo proposições acerca de conjuntos, afirmando ou
negando que um conjunto S está incluído num conjunto P, total ou
parcialmente.

Juízo categórico: estabelece uma relação absoluta incondicional e por isso


categórica entre duas classes de seres ou objetos.

1. Todos os políticos são ambiciosos - Proposição Universal Afirmativa - Tipo A


2. Nenhum político é ambicioso - Proposição Universal Negativa - Tipo E
3. Alguns políticos são ambiciosos - Proposição Particular Afirmativa - Tipo I
4. Alguns políticos não são ambiciosos - Proposição Particular Negativa - Tipo O
Regras da oposição:
Regra das contraditórias (A e O; E e I): duas proposições contraditórias não
podem ser verdadeiras e falsas ao mesmo tempo (se uma é verdadeira a
outra é falsa);
Regra das contrárias (A e E): duas proposições contrárias não podem ser
verdadeiras ao mesmo tempo (se uma é verdadeira a outra é falsa); mas
podem ser falsas (se uma é falsa a outra é indeterminada);
Regra das subcontrárias (I e O): duas proposições subcontrária (I e O) não
podem ser falsas ao mesmo tempo (se uma é falsa a outra é verdadeira);
mas podem ser verdadeiras ao mesmo tempo (se uma é verdadeira a outra é
indeterminada);
Regra das subalternas (A e F); (E e O): quando a universal é verdadeira a
particular é verdadeira, quando a universal é falsa a particular é
indeterminada.
Quando a particular é falsa a universal é falsa, quando a particular é
verdadeira a universal é indeterminada.
Raciocínio ou inferência: é uma operação intelectual mediante a qual o
pensamento parte de uma ou mais proposições, relacionadas entre si
(premissas), para novas proposições que são a sequência lógica das
premissas.

Argumento: é o conjunto de sentenças estruturadas, normalmente por meio


de palavras, que expõe um determinado raciocínio na busca de justificar,
apoiar ou provar a verdade de uma outra sentença. Em Lógica, as sentenças
articuladas pelo argumento como ponto de partida chamamos premissas.

Argumento válido: é todo aquele em que a conclusão é inferida


correctamente, isto é, quando a conclusão decorre das premissas e é
sustentada ou legitimada por elas.

Diferença entre raciocínio e argumento


A diferença está no contexto em que se usam: o raciocínio é uma operação
intelectual e, por isso, situa-se a nível do pensamento; o argumento é a
expressão verbal do raciocínio, situando-se, pois, no contexto da linguagem.

Premissas: Fundamentam ou justificam a conclusão

Conclusão: Aquilo que é justificado pelas premissas. Se há argumento, há


conclusão; se há conclusão, há argumento. A conclusão é a afirmação que é
defendida e que se destina a convencer alguém de alguma coisa.

Inferência: é o processo que permite passar das premissas à conclusão.


As premissas são as afirmações que se destinam a apoiar outra.

● Domínios da Filosofia:
1. Metafísica: Estudo do que está para além da realidade física;
2. Cosmologia: Origem do universo e da matéria;
3. Ontologia: O ser;
4. Gnosiologia: Estudo crítico e teórico do conhecimento;
5. Epistemologia: Estudo crítico das ciências, da sua forma e
método;
6. Filosofia de Religião: Reflexão sobre a religião;
7. Ética: Questões morais;
8. Axiologia: Valores;
9. Antropologia filosófica: O Homem.

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