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Filosofia- 10ºano

Explicita a etimologia da palavra “Filosofia”


A palavra filosofia resulta da união de dois termos gregos: filos (aquele que
ama, que gosta de) e sofia (saber, sabedoria). A Filosofia é, portanto, “amor da
sabedoria”, “gosto pelo saber”; o filósofo é aquele que procura a sabedoria, que
ama o saber, que indaga a verdade das coisas.
1. somos amigos do saber (filos-sophos) e não sábios (sophos: estes, repito, são
os deuses); dito de outro modo, a nossa sabedoria é limitada e está (deve estar)
em contínua evolução. Por isso, devemos assumir uma atitude de humildade
intelectual: ouvindo os outros (para aprender com eles; para contrastar as suas
teorias com as nossas; para analisar as razões em que fundamentam as suas
teorias…); lendo obras de filósofos consagrados, para compreender as suas
teorias e os seus argumentos (compreendê-los bem, antes de os criticar)…;
2. desde o início, na Grécia, a filosofia identifica-se com a ideia de que a
sabedoria não é dom dos deuses, mas pode adquirir-se por um esforço de
vontade. Ou seja, quando filosofamos, devemos pensar pela nossa própria
cabeça e não nos limitarmos a repetir o que outros disseram.

O objetivo do estudo da filosofia não é repetir o que diz o professor ou o manual.


O objetivo é aprender a pensar sobre os problemas, as teorias e os argumentos
da filosofia.

A filosofia é uma atividade crítica pois temos que justificar as nossas


conclusões. E justificar conclusões é apresentar argumentos. Este tipo de
atividade é incompatível com uma atitude dogmática.
A filosofia também é uma atividade conceptual pois analisa problemas
acerca de conceitos (Ex.: O que é a justiça? O que é a liberdade de escolha?)

O objeto de estudo da Filosofia:


A filosofia tem como objeto de estudo os conceitos mais básicos que
usamos nas ciências, nas artes, nas religiões e no dia-a-dia. A filosofia estuda
conceitos como os seguintes: o bem moral, a arte, o conhecimento, a verdade, a
realidade, etc.

O método da Filosofia: A reflexão crítica, a argumentação e a discussão


racional.
Deste modo, podemos considerar que para fazer filosofia devemos ser capazes
de:
● Formular problemas;
● Analisar conceitos fundamentais;
● Propor teorias;
● Argumentar a favor dessas teorias;
● Imaginar possíveis objeções relativamente às mesmas.
Problemas Filosóficos:
● São conceptuais, isto é, são acerca de conceitos;
● Não são empíricos, isto é, não se resolvem através da observação nem
da experiência, mas sim através do pensamento;
● Não se resolvem através de cálculos nem de métodos formais de provas;
● Revolvem-se através da reflexão crítica, da discussão racional e da
argumentação.

Problemas Não Filosóficos:


Problemas Científicos:
● São empíricos, isto é, resolvem-se através da observação e da
experiência.
Problemas Matemáticos:
● Não são empíricos, isto é, não se resolvem através da observação e da
experiência, mas sim através do pensamento;
● Resolvem-se através de cálculos e métodos formais de prova.

Áreas da Filosofia:

● A metafísica: Estuda a natureza da realidade. “O que é que há?”


-Que tipos de coisas existem?
-Que tipo de coisas podem existir?
-Que tipo de coisas podem coexistir?
-Será que tudo o que existe é físico?
-Há livre-arbítrio?

● A epistemologia: Estuda o conhecimento. “Em que condições podemos


dizer que sabemos seja o que for?”
-O que é o conhecimento?
-Que tipos de conhecimento existem?
-Será que o conhecimento é possível, ou será que estamos condenados a viver
numa ilusão permanente?

● A axiologia: estuda a natureza dos valores. “O que são os valores?”


-Que tipos de valores existem?
-Serão os valores meramente subjetivos?
-Será o valor o aborto moralmente aceitável?
-O que torna uma ação certa ou errada?
A ética (ou filosofia moral), é a subdivisão da axiologia que estuda os
valores morais, isto é, dos valores que dizem respeito à forma como devemos
conduzir as nossas vidas, como a justiça, a honestidade, etc.

● Outras disciplinas da filosofia: a lógica, a filosofia da arte, a


filosofia da religião, etc.
Caracteriza a atitude filosófica utilizando a “Alegoria da Caverna” como
forma de ilustração da atitude filosófica:

Platão escreveu esta alegoria há mais de dois mil anos mas ela permanece
importante para nós porque nos diz muito sobre o que a filosofia é.
Em primeiro lugar, na alegoria, a filosofia corresponde a uma atividade,
sendo uma atividade, a filosofia não é um simples conjunto de teorias. É
evidente que os filósofos produziram muitas teorias sobre muitas questões
fundamentais. Mas não se trata em filosofia de estudá-las para simplesmente as
memorizar.
Em segundo lugar, a alegoria de Platão mostra-nos que a filosofia (sair da
caverna e regressar a esta) é uma atividade difícil. Porquê? Porque a viagem que
nos faz subir da caverna em direção à luz exterior implica questionar as nossas
crenças mais básicas, crenças que nos parecem dados adquiridos e
incontestáveis. Mais claramente, é difícil porque ao questionarmos as nossas
crenças fundamentais podemos ter de enfrentar a incompreensão dos outros,
das pessoas que se satisfazem com ideias feitas. É difícil também porque exige
disciplina intelectual, esforço crítico e autocrítico. Por exemplo, a filosofia
examina as crenças básicas nas quais se apoia a religião quando pergunta: Será
que Deus existe? Que razões temos para acreditar nisso? Há uma vida para além
da morte? Também questiona as ideias fundamentais que constituem os
pressupostos das nossas relações sociais ao perguntar O que é uma sociedade
justa? Será que devemos obedecer a quem nos governa? O Estado é uma
instituição necessária? Estas questões podem ser consideradas como desafios às
ideias estabelecidas e falta de respeito pelo que a tradição definiu. Basta
pensares nos problemas que enfrentam os que defendem, por exemplo, a ideia
de direitos dos animais.
A atitude filosófica é também difícil porque exige que pensemos
criticamente e rigorosamente acerca de crenças fundamentais que nos foram
transmitidas e que aceitamos de forma acrítica. Até podem ser verdadeiras e
excelentes, mas como havemos de o saber se as interiorizamos de forma
acrítica, sem pensar? Ao examinarmos as ideias básicas, nossas e dos outros,
que se transformaram em hábitos mentais, devemos como filósofos perguntar:
O que justifica essas crenças? Que razões temos para supor que são
verdadeiras? Podemos definir a filosofia como a atividade que critica e
rigorosamente examina as razões subjacentes às nossas crenças fundamentais.
Sair da caverna é procurar encontrar crenças fundamentais que sejam
racionalmente justificadas.

Uma proposição é o pensamento, verdadeiro ou falso, literalmente expresso


por uma frase declarativa.
Frases declarativas têm obrigatoriamente: Sujeito + verbo + predicado
Todas as proposições são frases declarativas, mas nem todas as frases
declarativas são proposições ( ex.: Incolores ideias verdes dormem furiosamente
- sem sentido lógico ). Frases imperativas, interrogativas ou exclamativas não
são proposições.

Competências relativas a problemas filosóficos:


● Identificar problemas;
● Formular problemas;
● Esclarecer problemas;
● Relacionar problemas.

Competências relativas a conceitos:


● Identificar conceitos- é reconhecer conceitos (“ o que conceito que está
em causa é o conceito de arte”);
● Esclarecer conceitos- é explicitar o seu significado;
○ Uma definição de um conceito pode ser:
■ demasiada abrangente: “Algo é um cavalo se, e só se, é um
mamífero;
■ demasiada restrita: “Algo é um cavalo se, e só se, é um
mamífero equestre castanho”;
■ simultaneamente demasiado abrangente e demasiado
restrita: “Algo é um cavalo se, e só se, é um mamífero
castanho”;
■ viciosamente circular: “Algo é um cavalo se, e só se, os seus
progenitores são cavalos”.
● Aplicar conceitos- Aplicar um conceito é o mesmo que saber usá-lo
corretamente;
● Relacionar conceitos- por exemplo, o conceito de irmão e o conceito de
filho único são incompatíveis.

Competências relativas a teses:


● Formular teses- formular uma tese é enunciá-la por meio de uma frase
declarativa que constitui uma resposta possível para o problema em
análise;
● Explicitar teses- explicitar uma tese é esclarecer o seu significado;
● Relacionar testes;
● Avaliar teses- Ao avaliar teorias, devemos ter em conta os seguintes
aspetos:
○ A teoria responde ao problema filosófico em causa?
○ A teoria é consistente?
○ A teoria é mais aceitável que as alternativas?
■ A tese ou teoria avançada procura efetivamente constituir-se
como uma resposta para o problema em questão.
Um conjunto de proposições (uma teoria) é consistente quando todas
as proposições que o compõem podem ser simultaneamente verdadeiras.
Quando essas proposições não podem ser simultaneamente verdadeiras,
dizemos que a teoria é inconsistente. Uma teoria inconsistente nunca pode ser
verdadeira.

Um argumento é um conjunto de proposições em que se pretende


justificar ou defender uma delas, a conclusão, com base na outra ou nas
outras, que se chamam premissas.

Competências relativas a argumentos:


● Formular argumentos:
○ Identificar a conclusão do argumento-
■ ex.: “Deus não existe”;
○ Identificar as premissas do argumento-
■ ex.: “Existe mal no mundo";
○ Completar o argumento (identificar as premissas implícitas)-
■ ex.: “Se existe mal no mundo, então Deus não existe”;
○ Formular explicitamente o argumento-
■ ex.: “1-Existe mal no mundo.
2- Se existe mal no mundo, então Deus não
existe.
● Avaliar argumentos-
○ As premissas garantem ou apoiam a conclusão?
○ As premissas são verdadeiras?
○ As premissas são mais aceitáveis que a conclusão?
■ Tipos de argumentos:

No entanto, o facto de um argumento ser válido ou forte não é suficiente


para ser um bom argumento:
1-Se o Donald Trump é chinês, então o monte Everest é nos Estados Unidos.
2- O Donald Trump é chinês.
3- Logo, o monte Everest é nos Estados Unidos.

Um argumento é sólido se, e só se, é válido e tem premissas


verdadeiras.
Contudo, a solidez também não é suficiente para que um argumento seja
persuasivo:
1- Sócrates era filósofo.
2- Logo, Sócrates era filósofo.
Uma falácia é um argumento que parece bom, mas não é.
● Refutar argumentos- é mostrar que um argumento não é persuasivo-
○ Mostrar que as premissas não apoiam ou garantem a conclusão
(mostrar que o argumento não é válido ou forte);
○ Mostrar que, pelo menos uma das suas premissas é falsa (mostrar
que apesar do argumento ser válido, ele não é sólido);
○ Mostrar que as premissas não são menos aceitáveis que a
conclusão (mostrar que mesmo que o argumento seja sólido, não é
persuasivo).
● Contra argumentar:
○ de forma direta: é construir um argumento que tem como
conclusão a negação total da teoria em causa;
○ de forma indireta- é construir um argumento que tem como
conclusão a redução do absurdo. Nesse caso, procura-se mostrar
que uma dada posição é falsa, mostrando que, se seguimos essa
premissa, somos validamente conduzidos a consequências absurdas
ou inaceitáveis. Teorias como essas devem ser rejeitadas e
substituídas por uma melhor (ex.: “mentir é sempre errado”- esta
premissa for verdadeira, então mentir para salvar dezenas de vidas
é errado).

Proposições podem ser simples ou compostas. As simples são afirmações


como:
● Fumar causa cancro
● Ângela tem 35 anos;
● Esse ano o verão será mais quente que a média;
● Todos os seres humanos são mortais.

As Proposições compostas/ complexas são formadas pela combinação de


várias afirmações simples. Por exemplo:
● Maria foi ao mercado e a Teresa à farmácia;
● Se o calor aumentar, irá chover;
● Vou comer um gelado ou um batido.

Conceito de Lógica Formal:


• Para se conseguir determinar com rigor se um argumento é dedutivamente
válido ou inválido é importante estudar lógica proposicional clássica.
• Esta lógica chama-se proposicional porque dá atenção às proposições
simples e às compostas que constituem os argumentos.
• Uma proposição simples é uma proposição sem conetivas ou operadores
proposicionais.
• As proposições compostas resultam da ligação de proposições simples.
• Os elementos que ligam as proposições simples para formar proposições
compostas são os operadores ou conetivas (como “se. . . então”, “se e
somente se”, “ou”, “e”, “não”).
• Este tipo de lógica remonta aos estóicos, mas desenvolveu-se muito a partir
do século XX com os trabalhos dos filósofos Gottlob Frege e Bertrand Russell.
• É designada por “clássica” para se distinguir das restantes lógicas
contemporâneas.
Forma Lógica:

Uma lógica formal começa pela tomada de consciência de que a validade de


alguns argumentos depende de certos aspetos da sua estrutura. Isso é visível
nos dois exemplos seguintes:

➔ Argumento 1:
Se o conhecimento é sensação, então os porcos têm conhecimento.
Mas os porcos não têm conhecimento.
Logo, o conhecimento não é sensação.
➔ Argumento 2:
Se a vida tem sentido, então Deus existe.
Mas Deus não existe.
Logo, a vida não tem sentido.

Apesar de os dois argumentos serem diferentes, é evidente que têm uma


estrutura comum. Essa estrutura capta-se bem do seguinte modo:

Se p, então q.
Não q.
Logo, não p.

É a esta estrutura partilhada por diferentes argumentos que se chama


forma lógica.

As diferentes conetivas ou operadores verofuncionais:


A formalização das diferentes conetivas ou operadores verofuncionais:
Âmbito das Conetivas:
O âmbito de uma conetiva numa determinada fórmula lógica é a parte sobre a
qual ela opera.
● Por exemplo, na fórmula (p ^ ¬q) a negação aplica-se apenas à variável
proposicional “q”, enquanto a conjunção se aplica a toda a fórmula. Por isso, a
conjunção é a conetiva com maior âmbito.
● A conetiva principal ou com maior âmbito é a que se aplica a toda a
proposição.

Normas para a Formalização:


● Representar canonicamente a proposição ou o argumento em análise.
● Construir um dicionário que torne claro quais são as variáveis
proposicionais que abreviam as proposições simples ou elementares. (As
proposições simples ou elementares são aquelas proposições que não têm
qualquer conetiva proposicional)
● Uma vez feito o dicionário, formalizar em linguagem lógica (isto é, com as
conetivas e as variáveis proposicionais) a proposição ou argumento.
Avaliar formas proposicionais
através da aplicação de
tabelas de verdade-Tautologia,
Contradição e Contingência

Um inspetor de circunstâncias consiste num dispositivo gráfico com


uma sequência de tabelas de verdade que mostra o valor de verdade que mostra
o valor de verdade de cada premissa e da conclusão de um dado argumento, em
todas as circunstâncias possíveis.

Negar proposições (Categóricas, conjunções, disjunções, condicionais e


bicondicionais)
Formas de inferência válidas:
● Modus Ponens-
(1)(A→B)
(2)A
(3) ∴B
● Modus Tollens-
(1)(A→B)
(2)~B
(3) ∴~A
● Silogismo Hipotético-
(1)(A→B)
(2)(B→C)
(3) ∴(A→C)
● Silogismo Disjuntivo-
(1)(A V B)
(2)~A
(3) ∴B
OU
(1)(A V B)
(2)~B
(3) ∴A
● 1ªLei de Morgan-
(1)~(A V B)
(2) ∴(~A^~B)
OU
(1)(~A^~B)
(2) ∴~(A V B)
● 2ªLei de Morgan-
(1)~(A ^ B)
(2) ∴(~A V ~B)
OU
(1)(~A V ~B)
(2) ∴~(A ^ B)
● Contraposição-
(1)(A→B)
(2) ∴(~B→~A)
OU
(1)(~B→~A)
(2) ∴(A→B)
● Dupla Negação-
(1)~~A (2)∴A
Argumentos não dedutivos:
Determinismo e liberdade na ação humana:

★ Determinismo: é a tese de que tudo o que acontece é a consequência


necessária de acontecimentos anteriores e das leis da natureza.
★ Temos livre-arbítrio, se, e só se, algumas das coisas que acontecem
dependem fundamentalmente de nós.

Problema da Compatibilidade: o problema de saber se o livre-arbítrio é


(ou não) compatível com o determinismo. Este problema pode ser assim
formulado: “Será o livre-arbítrio compatível com o determinismo?”.

Respostas:
INCOMPATIBILISMO: NÃO, o livre-arbítrio não é compatível com o
determinismo.
Se o determinismo é verdadeiro, não temos livre-arbítrio.
Num mundo onde todos os acontecimentos (incluindo as nossas ações) fossem a
consequência necessária de acontecimentos que os antecedem e das leis da
natureza (i.e., num mundo onde o passado e as leis da natureza determinassem
em cada momento um único futuro possível), não poderia haver verdadeiro
livre-arbítrio.
COMPATIBILISMO: SIM, o livre-arbítrio é compatível com o determinismo, ou
seja, é possível termos livre-arbítrio, apesar de vivermos num mundo onde
todos
os acontecimentos (incluindo as nossas ações) são uma consequência necessária
de acontecimentos que os antecedem e das leis da natureza.

Problema da compatibilidade:

Argumento incompatibilista- Argumento da consequência:


(1)Se o determinismo é verdadeiro, então não temos possibilidades alternativas.
(2)Se não temos possibilidades alternativas, então não temos livre-arbítrio.
(3)Logo, se o determinismo é verdadeiro, então não temos livre-arbítrio.
(De 1 e 2, por Silogismo Hipotético)

Argumento compatibilista- Argumento das Possibilidades Alternativas:


(1)Temos possibilidades alternativas se, e só se, há situações em que, caso
tivéssemos escolhido fazer outra coisa, teríamos feito outra coisa.
(2)Ainda que o determinismo seja verdadeiro, há situações em que, caso
tivéssemos escolhido fazer outra coisa, teríamos feito outra coisa.
(3)Logo, ainda que o determinismo seja verdadeiro, temos possibilidades
alternativas. (De 1 e 2)- Negação da premissa (1) do argumento da
consequência.
(4)Se em possibilidades alternativas, podemos ter livre-arbítrio.
(5)Logo, ainda que o determinismo seja verdadeiro, podemos ter livre-arbítrio.
(De 3 e 4)

Defesa da premissa 4 “o determinismo é


verdadeiro”:
Os deterministas defendem que quer a nossa experiência do dia a dia,
quer o estrondoso sucesso da ciência nos mostram que tudo o que acontece é
causado por acontecimentos anteriores e pelas leis da natureza.

Defesa da premissa 4 “o libertismo é


verdadeiro”:
Os libertistas defendem que não conseguimos simplesmente assumir que
as nossas ações decorrem naturalmente de cadeia causal que compõe o
universo, sobre a qual não temos qualquer tipo de controlo. Somos
irresistivelmente levados a assumir que algumas coisas que fazemos dependem
fundamentalmente das nossas escolhas livres. Não somos capazes de viver, de
fazer escolhas e de agir sem pressupor o livre-arbítrio.

Objeções ao determinismo radical:


➔ Objeção da Mecânica Quântica: Algumas experiências realizadas no
âmbito da mecânica quântica sugerem que existem acontecimentos
genuinamente indeterminados no universo, pois por maior que seja a
informação acerca do estado de um sistema físico num dado momento,
não somos capazes de prever o comportamento futuro de certas
partículas subatómicas.
➔ Objeção da Responsabilidade Moral:O determinismo radical implica que
ninguém é moralmente responsável por nada do que faz. Mas grande
parte dos nossos comportamentos quotidianos- como a admiração, a
censura, o louvor e a culpa- pressupõe que, de facto, somos moralmente
responsáveis, pelo menos por algumas das coisas que fazemos. Assim, se
não aceitamos que muitos dos nossos comportamentos são simplesmente
absurdos (isto é, sem sentido), somos racionalmente forçados a rejeitar o
determinismo.

Objeções ao libertismo:
➔ Objeção da Ilusão: diz que a ilusão que temos livre-arbítrio resulta do
fato de termos consciência dos nossos desejos, mas ignoramos as causas
que os determinam. Ou seja, aquilo que queremos ou deixamos de querer
não dependem de nós, mas sim de causas que ignoramos. Então não
temos verdadeiro livre-arbítrio.
➔ Objeção da Aleatoriedade: para que as nossas escolhas seja
genuinamente livres, elas não podem ser determinadas pelos
acontecimentos anteriores e pelas leis da Natureza. Mas uma escolha que
não seja determinada por acontecimentos anteriores não é livre, é
simplesmente aleatória, fruto do acaso, que é algo que não podemos
controlar.

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