Você está na página 1de 6

Filosofia 10º ano

Betty Fernandes
2019/2020
Características das questões filosóficas: Atitudes que caracterizam a filosofia:

 Possuem carácter existencial:  Atitude reflexível- Atitude natural do filosofo


-Consiste em uma reflexão pessoal acerca dos assuntos;
-Provêm da condição humana e são colocados
-Leva a pensar e refletir antes de agir
por todos os homens;
 Atitude crítica- na filosofia não se pode ter uma atitude
-A resposta acarreta implicações no modo como
passiva, isto é, assimilar os conhecimentos sem que sejam
cada pessoa atua na vida
sujeitos ao crivo da razão;
 Não têm solução científica ou técnica:
 Atitude radical- as interrogações filosóficas procuram ir
-procura-se a razão de ser (ex: CT: como curar o de encontro à natureza íntima das coisas, por isso, esta
cancro? F: qual a razão de ser do sofrimento e da interrogação/ duvida filosófica não para.
doença?)
Filosofia e filosofias? – A filosofia só existe no plural
 Não são questões de facto:
Filosofia
-Não se resolvem ou incidem em fenómenos
Filo: busca sofia: saber
observáveis ou informações que se possam
adquirir (ex: qual a composição do carbono?) Filosofia: realidade autónoma e autossuficiente, não existe,
não passa de um conceito abstrato e vazio.
 Ultrapassam o campo da legalidade:
-Serve para compreender melhor o mundo, os outros e nós
-Não se resolvem pelo recurso das leis vigentes mesmos.
(ex: será correto o trabalho infantil?) -Busca pelo saber (não tem respostas);
-A melhor idade para estudar a filosofia é na adolescência
 São gerais pois é a idade de critica da natureza, temos interesse em
-Libertas de interesses pessoais ou visões saber tudo e tencionamos mudar o mundo.
apaixonadas dos acontecimentos, não se -A filosofia é para todos pois todos têm a capacidade de
referindo a casos particulares e concretos pensar, logo, capacidade de filosofar.
-move-se no âmbito da subjetividade oferecendo-nos
 São abertas opiniões e teorias que, se bem fundadas em argumenos
-Não há soluções únicas nem definidas, racionais, são sempre possíveis de análise de sicusão e de
proporcionando diferentes perspetivas de critica.
solução, obrigando à reflexão. -Procura que nunca termina, pois nunca se contenta com
um conjunto de conhecimentos aparentemente definitivos.

Filosofar: é pensar por si, isto é, usar por si próprio a sua


Características dos problemas/questões filosóficos: razão de um modo autónomo, livre e crítico
 São pessoais, individuais e resultam da -Filosofar espontâneo: praticado por todos nós, não tem
reflexão critica grande rigor porque filosofamos de acordo com o nosso
conhecimento, logo não são muitos.
 a resposta obtém-se de forma não
-Filosofar sistemático: próprio daqueles que vivem da
empírica (sem recurso à experiência, mas através
filosofia, refletindo e enquadrando dentro das filosofias
do pensamento refletivo;
tendo conhecimento das várias perspetivas.
 são universais;
Filosofo: não é um sábio, é aquele que procura o saber.
 são abstratos - resulta de um processo
Para nos tornarmos bons filósofos precisamos da capacidade
mental (ex: o que é a felicidade?) concreto (ex:
¿ de nos surpreendermos, logo nunca podemos cair no
o João +e feliz?); hábito/rotina.
 dizem respeito à totalidade do real; Admirar/surpreender: querer saber, querer conhecer

O que faz a nossa opinião concreta é os argumentos para a


justificar, logo, quanto mais conhecimento tivemos melhor
serão os nossos argumentos e melhor entenderemos a
filosofia.
1.Todos os homens são mortais. -Termo maior:
Teses e teorias filosóficas predicado da conclusão
2.David é um homem. – Termo médio: termo que se
Teses/teorias filosóficas: respostas da filosofia de onde
repete nas proposições e não entra na conclusão.
resultam as teorias da articulação coerente de 2 ou mais David é mortal. – Termo menor: sujeito da
teses. conclusão.
-só por si, as teses nada valem, sem razões ou argumentos
que a sustentem, não passando de meras opiniões Proposição maior
superficiais e voláteis. Proposição menor
Argumento: raciocínio que se utiliza quando se pretende Conclusão
persuadir ou convencer alguém a respeito de algo.
Ex: As estrelas têm luz própria
O sol é uma estrela Termo/ conceito
Conclusão: O sol tem luz própria- Argumento. Não pode ser verdadeiro nem falso.

As teorias/argumentos não devem ser tomadas como Snopy é cão – Proposição/ juízo
verdades absolutas e indiscutíveis, pelo contrário, devem
Apresenta 2 conceitos: “Snopy” e “cão”.
ser permanentemente submetidos ao confronto de Pode ideias,ser visto como verdadeiro ou falso.
ou seja, á analise, à discussão e à critica. Proposição + Proposição = Termos de raciocínio (juízo)

Proposições
Todos os cães ladram.
Frase- sequencia de palavras. Snopy é cão. Argumentos/Raciocínio
Proposição- junção de pensamentos. Logo, Snopy ladra.
Pode ser visto como válido ou inválido.
Proposições: diz-se que proposições são “frases”
declarativas, com valor de verdade, mas na verdade, são Os argumentos são constituídos por proposições simples ou
meros pensamentos expressos por elas. (Frases complexas:
¿
Proposições).  Proposições simples: expressam uma só ideia, não
Designação Exemplo Dicionário se decompõem. Ex: O David é mortal.
Proposição Sócrates é P: Sócrates sé  Proposições complexas: (à exceção das negativas)
simples filosofo filosofo são compostas por 2 ou mais proposições simples ligadas
Sócrates não P: Sócrates por conetivas. Ex: O David é mortal e aluno da ESV.
Negação nasceu no nasceu no
Porto Porto A ligação de proposições simples para originar proposições
P: Sócrates écomplexas, faz-se através da utilização de palavras ou
Sócrates é
grego. expressões, como:
Conjunção grego e
Q: Sócrates é  Não (negação): ¬
filosofo
filosofo.  E (conjunção): ^
P: O Rui  Ou (disjunção): V Conetivas: fazem
O Rui
compreendeu  Se… então (condional): → ligação com
Disjunção compreendeu
Q: O Rui  Se… só se (bicondicional): ↔ proposições simples
ou decorou
decorou
Se a arte é P: A arte é bela
Condicional bela, então Q: A arte tem Variáveis proporcionais: letras (P, Q, R, S) que representam
tem valor valor e estão em lugar de proposições simples.
P: A arte tem
A arte tem Ex: O David é mortal – P
valor
Bicondicional valor se e só
Q: A arte é David é aluno da ESV – Q
se for bela Logo, o David é mortal e aluno da ESV. – P ^ Q
bela
-As “frases” declarativas são as únicas que se podem
dizer proposições, porque são as únicas frases que
negam ou afirmam alguma coisa do sujeito e por isso
podem ser vistas do ponto de vista de verdadeiro ou
falso.
Definição de Filosofia segundo Pitágoras

A palavra filosofia deriva da concentração de 2 palavras, a 4: Não tem uma resposta concreta, é subjetiva (encontra-se
palavra philia que significa amor, no sentido de amizade e na dependência do sujeito e por tanto vai variar de sujeito
respeito, e a palavra sophia que significa sabedoria e para sujeito).
conhecimento. 5: É filosófica, pois coloca problemas que vão aos níveis mais
Logo, Filosofia é o amor pelo saber, o interesse e a profundo daquilo em que acreditamos sobre o mundo, as
dedicação para com o conhecimento. pessoas e nós mesmos. Abalam muitas vezes a organização
de ideias que cada um tem sem ter pensado ainda muito
Pitágoras queria estabelecer um contraste entre a sua sobre elas e são difíceis de responder.
atividade e de outros investigadores pois pensava que
sábio transmitia a ideia errada, então inventou a O método usado pela filosofia é a analise conceptual (analisa
designação para filosofo. conceitos), analisa algo decompondo-o nas partes que o
Definição de filosofo segundo Pitágoras: aquele que nunca constituem permitindo conhecê-lo.
se considera dono de um saber que não possa ser O método na ciência é o método experimental.
discutido.
A solução que parece correta a um filosofo só pode ser
--- proposta a outros através de argumentos que possam apoiá-
As questões filosóficas são difíceis de se responder oque faz lo, nunca podendo ser demonstrada como verdade definitiva.
com que muitos considerem que é impossível alcançar
qualquer respostas conclusivas para elas. Estas surgem de Certezas, dúvidas, aplicações e o valor da filosofia
forma espontânea e naturalmente.
Senso comum: conhecimento que resulta da observação
Disciplinas da Filosofia: direta (não pensa).
 Ética- reflete sobre valores que devem
orientar o comportamento moral; A filosofia liberta-nos de um mundo obvio, levando-nos para
 Estética; um mundo subjetivo, que nos leva a refletir individualmente,
 Filosofia da Religião- relação do Homem com olhando para as coisas com um pensamento mais profundo.
o sagrado, divino; Afastando-nos do dogmatismo, despertando-nos para um
 Teoria do conhecimento; mundo de dúvida onde as respostas não são dadas de
 Metafísica. imediato

A profundidade das questões filosóficas Bertrand Russel:


 Homem que não se interessa pela filosofia- vive
Ao nos confrontarmos com questões filosóficas reparamos preso ao preconceito derivado do senso comum (não
que estas apresentam um grau de complexidade e pensa), a crenças costumeiras da sua nação e convicções
dificuldade de resposta grande. Isso deve-se ao facto de que cresceram na sua mente. Para tal homem, o mundo
colocarem em causa aspetos da realidade e de nós não tende a tornar-se definitivo, finito, óbvio, os objetivos
estarmos habituados a discutir questões tão gerais e comuns não levantam questões e as possibilidades
profundas. incomuns são rejeitados.
Ex:  Com filosofia: descobrimos que mesmo as coisas
1. Em que país vive o Guilherme? mais quotidianas levam a problemas aos quais só se
2. Quem governa esse país? podem dar respostas muito incompletas, pois a filosofia
3. Quantos amigos próximos tem o sugere muitas possibilidades que alargam os nossos
Guilherme? pensamentos e os libertam da tirania do costume.
4. Serão todos realmente amigos de Diminui a nossa sensação de certeza quanto ao que as
Guilherme? coisas são, mas aumenta muito o nosso conhecimento
5. Se Guilherme considerar injusto as quanto ao que pode ser, removendo o dogmatismo e
leis do governo, e este perseguir o seu amigo, mantém vivo o nosso sentido de admiração ao mostrar
ele deve esconde-lo? coisas comuns a uma luz incomum. A filosofia ajuda-nos
assim a ter atitude critica.
Análise:
1/2: São factos específicos, não exigem reflexão, logo, não Atitude crítica: é o hábito de parar para pensar antes de
são perguntas filosóficas. aceitar ou rejeitar qualquer opinião, refletindo para
3/4: São questões mais gerais e profundas.
compreender o que nos dizem, as consequências
argumento dedutivo
e as inválido, pois cometemos alguma
implicações.

Critica filosófica: permite-nos avaliar a validade das teorias


filosóficas através do questionamento dos argumentos que
as sustentam e autocriticar as nossas próprias verdades, das Lógica
nossas crenças e opiniões, as quais, sem esse
questionamento não passariam de simples preconceitos.  Lógica Informal: estuda as condições de validade dos
argumentos não dedutivos por analogia, autoridade e
Lógica Formal argumentos indutivos.
-Neste tipo de argumentos a sua validade não depende
Argumentos Dedutivos: a conclusão segue-se apenas da sua forma lógica, mas também de aspetos
necessariamente das premissas, se estas forem verdadeiras informais relacionados com o conteúdo, auditório e contexto.
a conclusão também será. – Falácias Informais.
 Argumento dedutivo válido:  Lógica Formal: estuda argumentos dedutivos e as a suas
premissas verdadeiras e conclusão condições de validade; a sua validade depende da sua forma
verdadeira. (VVV) lógica (válido/inválido).
 Argumento dedutivo inválido -Falácias Formais
(falácias): premissas verdadeiras e conclusão
falsa. ( VVF) Falácias Formais

Raciocínio Hipotético (hipótese “se”)- tem de obedecer a 2 Falácias formais: raciocínios enganadores em que cometemos
regras: um erro levando-nos a conclusões enganadoras.
 Modus Ponens (MP; aspeto positivo):  Falácia da inversão do consequente:
Afirmar o antecedente implica que se tenha
que afirmar o consequente.
P Q não é igual a Q P
→ →
 Falácia da negação do antecedente (MT):
1P: Proposição condicional; 1P: Proposição condicional;
2P: Afirma o antecedente do condicional da 1ºP; 2P: Negação do antecedente da 1P;
C: Afirma o consequente. C: Negação do consequente.
Ex: Ex:
Se a justiça é respeitada, os cidadãos cumprem a Se Portugal sair da crise, então os portugueses

lei. (P q); abandonam o seu pessimismo. (P Q)

A justiça é respeitada. (P) Portugal não sai da crise. (¬P)
Logo, os cidadãos cumprem a lei. (.:Q) Logo, os portugueses não abandonam o seu
V V V pessimismo. (.:¬Q)

1P: (P V R) (R V Q) V V F
Antecedente: (P V R) V V V
Consequente: (R V Q)
2P: (P V R)  Falácia da afirmação do consequente (MP)
C: .: (R V Q) 1P: Proposição condicional;
 Modus Tollens (MT; aspeto negativo): 2P: A afirmação do consequente da 1P;
negar o consequente implica que se tenha C: A afirmação do antecedente.
que negar o antecedente. Ex:
1P: Proposição condicional; Se Portugal sair da crise, então os portugueses
2P: Negação do consequente da 1P. abandonam o seu pessimismo.
C: Negação do antecedente. Os portugueses abandonam o seu pessimismo.
Ex: Logo, Portugal vai sair da crise.
Se a justiça é respeitada, os cidadãos cumprem a V V V

lei. (P Q) V V F
Os cidadãos não cumprem a lei. (¬Q)
Logo, a justiça não é respeitada. (.: ¬P) As falácias formais são formas argumentativas inválidas
V V V uma vez que têm conclusão falsa.

O Modus Ponens e Modus Tollens são argumentos válidos,


caso nos dê uma conclusão falsa, estamos perante um
Silogismos

 Silogismo demonstrativo: não podemos


recusar a conclusão, logo, a verdade da conclusão não
depende da nossa opinião ou ponto de vista pessoal.
Ex:
Todos os homens são mortais.
David é um homem.
Logo David é mortal.

 Silogismo Dialético: a conclusão não se impõe


por si em virtude da forma lógica do argumento,
podendo haver discordâncias quanto à sua aceitação,
logo, há incertezas quanto à verdade da conclusão.
Ex:
Se o feto é um ser humano, o aborto é moralmente
errado.
O feto é um ser humano.
Logo, o aborto é moralmente errado.

Você também pode gostar