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ida
Célula: tipos e
3
de
envoltórios celulares
Habilidades da BNCC
(EM13CNT201)
(EM13CNT302)
Inicie a jornada!
Nesta unidade você
irá estudar:
• A célula.
• Difusão e osmose.
Aldona Griskeviciene/Shutterstock
Professor: Faça algumas
perguntas sobre cada uma
das células para avaliar as
concepções prévias dos
alunos sobre os conteúdos
que serão trabalhados na
unidade. Incentive-os a ob-
servar cada uma delas e a
citar as diferenças observa-
das. Lembre-se de que os
alunos já estudaram célu-
las no Ensino Fundamental Célula bacteriana Célula animal Célula vegetal
e que no Ensino Médio as
habilidades desenvolvidas Os diferentes tipos de células.
serão consolidadas.
Célula: conceito e história
A palavra “célula” significa “pequena cela”, “cubículo” ou “caixinha”. O físico inglês Robert Hooke foi o primeiro
cientista a usar este termo para se referir às unidades básicas dos seres vivos. Ao observar finos cortes de cortiça ao
microscópio, Hooke constatou que esse material era formado por pequenas cavidades ou células, que desenhou e des-
creveu em seu livro Micrographia (1635), um estudo aprofundado sobre observações microscópicas. Sabe-se hoje que
aquilo que Hooke observou foram espaços ocupados por células vegetais que haviam morrido, deixando apenas suas
espessas paredes. Em geral, as células são compostas por uma delgada membrana que as separam do meio externo e
uma porção densa, chamada núcleo, envolta por uma região gelatinosa, o citoplasma.
German Vizulis/Shutterstock
Teoria celular
Em 1833, o botânico escocês Robert Brown (1773-1858) verificou que as células eram por-
tadoras de um corpúsculo geralmente arredondado, que denominou de núcleo. A micros-
copia desenvolveu-se rapidamente, e logo já haviam sido estudados muitos espécimes
de plantas e de animais. Embora Hooke já houvesse observado a célula em 1665, so-
mente em 1838 o cientista alemão Matthias Schleiden (1804-1881) comprovou
a existência de células em todas as plantas. No ano seguinte,
J J Osuna Caballero/Shutterstock
Anotações
• Todos os seres vivos são formados por células originadas a partir de outras células preexistentes.
• A célula é a unidade morfológica dos seres vivos, ou seja, a menor porção em que a vida se organiza.
• A célula é a unidade fisiológica dos seres vivos, ou seja, a menor porção funcional dos seres vivos.
Em 1858, o médico alemão Rudolf Virchow (1821-1902) apresentou a ideia de que toda célula se origina de outra
preexistente, enquanto outros defendiam que as células podiam se formar espontaneamente a partir da associação
entre determinados tipos de substâncias.
Com as observações microscópicas da divisão celular, a teoria da geração espontânea foi perdendo credibilidade.
Finalmente, em 1878, o biólogo alemão Walther Flemming (1843-1905) refutou essa ideia, ao descrever detalhada-
mente o processo de divisão celular que denominou mitose.
unidade de medida associada a observações feitas ao microscópio óptico é o micr metro m , que equivale à milésima
parte do milímetro (micron = 10-6 como exemplo, temos o glóbulo vermelho do sangue m.
Microscópios
Macrovecto/Shutterstock
Macrovecto/Shutterstock
Os microscópios eletrônicos têm a capacidade de ampliar milhares de vezes a imagem de um objeto (100 mil
vezes, por exemplo). Em 1931, o físico alemão Ernest Ruska e seus colaboradores apresentaram o primeiro microscó-
pio eletrônico de transmissão. Esse aparelho substituiu o feixe de luz do microscópio óptico por um feixe de elétrons
propagados no vácuo. Com essa tecnologia, pode-se alcançar um poder de resolução de 0,001 μm e um aumento de
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A unidade de medida do microscópio eletrônico é o Ångström (Å), que corresponde à décima milionésima parte do
milímetro ou à décima milésima parte do micrômetro.
Apesar de o microscópio eletrônico de transmissão ter sido inventado na década de 1930, só começou a ser em-
pregado amplamente em estudos e pesquisas por volta de 1950, pois até então não se sabia como preparar as células
para esse novo aparelho. Logo foram desenvolvidas técnicas para fixar, marcar estruturas, incluir e cortar células para
observação em microscopia eletrônica, como se fizera em microscopia óptica mais de um século antes.
Tipos de células
Em 1990, o microbiologista norte-americano Carl Woese, baseando-se no estudo da filogenia molecular, propôs
uma mudança na classificação dos seres vivos. De acordo com Woese, existem três domínios: Archaea, representado
por organismos procariontes que vivem em ambientes extremos como chorume de aterro sanitário, Bacteria, represen-
tado pelas bactérias e cianobactérias, que também são seres procariontes, e o domínio Eukarya, no qual estão incluí-
dos todos os organismos eucariontes. Os três domínios da vida são constiuídos por organismos celulares, sendo dois
deles formados pelo tipo celular mais simples, as células procarióticas.
OSweetNature/Shutterstock
Pilus
A célula procariótica
As células procarióticas, representadas pelos domínios Arquea e Bacteria, se caracteri-
Cápsula Membrana
plasmática zam pela ausência de um envoltório nuclear, ou carioteca, o que faz com que o seu material
genético, o DNA, se encontre disperso no citoplasma, sendo por essa razão denominado
Plasmídeo
nucleoide. Nessas células, o citoplasma é formado basicamente por um gel constituído de
água e proteínas no qual estão imersos os ribossomos, os únicos organoides presentes nos
procariotos. A membrana plasmática é de constituição lipoprotéica, e a parede celular pos-
Citoplasma sui uma constituição química diferente da parede celular das plantas. Alguns procariotos
possuem: plasmídeos, que são pequenas moléculas circulares de DNA espalhadas ao lon-
DNA go do citoplasma; cápsula gelatinosa envolvendo a parede celular; flagelos para locomo-
ção e pili para proteção da superfície celular.
Ribossomos
LDarin/Shutterstock
Brgfx/Shutterstock
Microtúbulos Complexo
golgiense Retículo Membrana
Retículo endoplasmático plasmática
plasmático
Núcleo
Vesículas
Ribossomos Ribossomos Mitocôndria
Cloroplasto
Membrana
plasmática
Anotações
Membrana plasmática
A membrana plasmática envolve o citoplasma de todas as células, e a sua estrutura principal é similar na maioria
das células estudadas. Invisível ao microscópio óptico, calcula-se que sua espessura seja aproximadamente de 5 nm
(nanômetro), visível somente ao microscópio eletrônico.
A membrana celular controla as trocas de íons e moléculas das células com o meio externo, possibilitando a ma-
nutenção de uma concentração iônica constante. Essa propriedade de regular as trocas entre as células e o meio é
denominada permeabilidade seletiva.
Composição química
A membrana plasmática e a membrana das organelas consistem, fundamentalmente, em uma bicamada de fos-
folipídios e proteínas, com uma pequena quantidade de glicídios ligados covalentemente. As proteínas de membrana
contêm muitos resíduos de aminoácidos hidrofóbicos em sua estrutura, sendo esses associados aos lipídios da mem-
brana plasmática.
Designua/Shutterstock
• ma ri gord rosa l ida ase l ida ormada or ma bicamada de
os oli dios
• ro e as i seridas a ma ri de li dios
• mo ime ação co s a e das mol c las o i erior dessa ma ri l ida
Proteína
• i dios α-hélice
proteica Proteína integral
Canal proteico periférica
A membrana é formada por duas camadas de fosfolipídios. Suas moléculas
alongadas são anfifílicas, solúveis em água – na cabeça polar e, na cauda, são hidro- Modelo da membrana
fóbicas – solúveis em solventes apolares. plasmática.
Como existe água tanto dentro como fora da célula, as extremidades hidrofílicas das moléculas da camada in-
terna se orientam no sentido do citoplasma e as da camada externa, para o meio externo. Como resultado, as caudas
hidrofóbicas dos fosfolipídios se associam no interior da membrana.
A bicamada de fosfolipídios estabiliza a estrutura da membrana, deixando-a flexível. Ao mesmo tempo, os ácidos
graxos dos fosfolipídeos tornam o interior hidrofóbico da membrana relativamente fluido. Essa fluidez permite que
algumas moléculas se movam para os lados sobre a membrana.
• Proteínas
As proteínas podem apresentar resíduos de aminoácidos hidrofóbicos ou hidrossolúveis, a quantidade e a locali-
zação desses resíduos determina o tipo de interação predominante com a membrana plasmática. Está demonstrado
que essas moléculas de proteína também podem mudar de posição na membrana, deslocando-se na superfície da
bicamada lipídica. Assim, as proteínas podem ser classificadas quanto à inserção na membrana e quanto à sua função.
Quanto à inserção na membrana
Segundo o modelo do mosaico fluido que será descrito a seguir, existem dois tipos básicos de proteínas de membrana:
• Integrais ou intrínsecas: estão inseridas no interior da bicamada fosfolipídica. Várias dessas proteínas apresen-
tam longas regiões hidrofóbicas que atravessam a parte central da bicamada, com extremidades hidrofílicas que
se estendem na direção do ambiente aquoso em ambos os lados da membrana. Algumas estão voltadas para o
citoplasma, e outras para o meio extracelular.
• Periféricas ou extrínsecas: não estão inseridas na bicamada fosfolipídica, mas localizam-se na periferia da mem-
brana. Unem-se à membrana em locais específicos, por meio de ligações eletrostáticas ou pontes de hidrogênio.
São solúveis em soluções aquosas e não têm domínios hidrofóbicos.
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Receptor
Glico-
proteína
Transdução de sinal
• lic dios
Fora da membrana existem moléculas de carboidratos que se ligam às moléculas de proteína e formam as gli-
coproteínas. O conjunto de glicoproteínas difere em cada indivíduo. São elas, por exemplo, que fazem as hemácias
serem de um dos grupos sanguíneos, A, B, AB ou O, e também atuam no reconhecimento do sistema imunológico
contra invasores. As funções dos glicídios serão estudadas mais adiante, na seção Glicocálix. Muitas organelas têm
membranas que as envolvem ou formam subdivisões. Mostrou-se que todas têm a mesma estrutura básica da mem-
brana plasmática, com sua dupla camada de fosfolipídios, além de moléculas de proteínas e carboidratos. Os tipos de
fosfolipídios e de proteínas que formam as membranas podem ser diferentes. Por isso, a membrana plasmática e as
diversas membranas das organelas podem se comportar de maneiras distintas.
A constituição química e a organização física da membrana conferem propriedades específicas, tais como: alta resistência
elétrica e mecânica, regeneração, permeabilidade seletiva e elasticidade.
Parede celular
A parede celular, acima de todas as outras características, distingue as células vegetais das células animais. Sua
presença explica diversas características marcantes das plantas. A parede celular restringe o tamanho do protoplasto,
o conteúdo celular, e impede a ruptura da membrana plasmática quando há entrada de água na célula. As bactérias
Professor, explore com os e os fungos também têm parede celular, porém, a sua composição é distinta da parede celular das células vegetais.
alunos os diferentes tipos
de células e as principais
funções exercidas nos se-
• Com osição mica
res vivos assistindo ao vídeo A celulose é o componente mais característico da parede celular das células vegetais e determina, em grande
“Bio é vida – Viagem à celu- parte, sua arquitetura. A teia de celulose da parede celular é permeada por uma matriz de moléculas não celulósicas.
la” criado pela Universidade
de Campinas (Unicamp). Algumas dessas moléculas são polissacarídeos chamados hemiceluloses. Outro constituinte importante é a lignina,
molécula rígida que confere resistência à parede celular. A lignina é encontrada nas paredes de células com função
mecânica ou de suporte. A cutina, a suberina e ceras são substâncias “adiposas” existentes nas paredes dos tecidos
protetores externos das plantas.
Nas bactérias, a parede celular é formada basicamente por uma substância típica dos procariontes: o peptidogli-
cano (ou peptoglicano, ou, ainda, peptideoglicano), molécula grande constituída por moléculas menores de açúcares
associadas a aminoácidos. Em algumas bactérias existe, além da parede celular, outro envoltório externo: a cápsula.
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Biologia
• Funções
A parede celular apresenta funções específicas e essenciais, pois:
• contém uma variedade de enzimas e desempenha papel importante na absorção, transporte e secreção de subs-
tâncias na planta;
• é importante na defesa da planta contra agentes patogênicos, como bactérias ou fungos, ao receber e processar as in-
formações da superfície do patógeno e transmitir tais informações para a membrana plasmática da célula hospedeira;
• alguns polissacarídeos da parede celular, chamados oligossacarinas, podem agir como hormônios, regulando o
crescimento e o desenvolvimento da planta.
Carboidrato
Glicocálix Proteína
Glicolípide
O glicocálix é a cobertura da superfície externa da célula, formada por glico- Glicoproteína
proteínas, glicolipídios, proteoglicanos e proteínas. Existe em células animais, nas
quais desempenha as seguintes funções:
Amnat Dpp/Shutterstock
• adesão celular;
• proteção da bicamada lipídica;
• reconhecimento celular;
• preenchimento intercelular;
• retenção de nutrientes e enzimas.
Glicocálix em célula
Especializações da membrana plasmática animal.
Em algumas células, é possível observar que a membrana plasmática apresenta modificações, relacionadas à sua
forma e função:
• icro ilosidades: estruturas com formato de dedos de luva que aumentam consideravelmente a superfície de
contato com o meio externo e estão relacionadas com a absorção de nutrientes pelas células. Por essa razão, são
abundantes nos tecidos de absorção intestinal e renal.
• Interdigitações: aumentam a aderência entre as células. Ocorre um tipo de encaixe das membranas plasmáticas
laterais de células adjacentes, ou seja, as dobraduras existentes na membrana de uma célula encaixam-se na célula
vizinha, aumentando a coesão entre elas.
• Desmossomos: têm função de aderência entre duas células e são formados por proteínas estruturais de membrana
Tonofibrila:
que se ligam aos filamentos do citoesqueleto. Tais estruturas são ancoradas no citoplasma celular por tonofibrilas.
finos filamentos
A adesão intercelular é garantida pela presença de filamentos entre as células, ligando as duas partes frontais do radiados de natureza
desmossomo. Os hemidesmossomos apresentam estrutura similar aos desmossomos e ligam as células epiteliais proteica, que emergem
à lâmina basal. dos espessamentos da
membrana plasmática ao
nível dos desmossomos e
Célula epitelial Filamentos
que penetram o citoplasma,
Superfície apical Trama terminal Microvilos de actina Glicocálice atuando como fibras de
resistência para oferecer
Don W. Fawcett/Science Source/AGB Photo Library
Desmossomas
Espaço extracelular
Interdigitação
Junção
comunicante
Hemidesmossomas
Estruturas que participam da adesão entre células epiteliais. Ápice de uma célula epitelial do intestino.
Referência: Junqueira: Histologia, 2013. Referência: Junqueira: Histologia, 2013.
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Concentração de soluções
Sansanorth/Shutterstock
Transportes
Para a maioria das substâncias, há uma relação direta entre sua solubilidade nos lipídios e sua capacidade de
penetração nas células. De modo geral, os compostos hidrofóbicos, como os ácidos graxos, os hormônios esteroides e
os anestésicos, atravessam facilmente a membrana plasmática. Já as substâncias hidrofílicas, insolúveis nos lipídios,
penetram as células com mais dificuldade, dependendo das propriedades físico-químicas das moléculas. O transporte
de substâncias através da membrana pode ser basicamente de três tipos: passivo, ativo e em bloco.
• ra s or e assi o: é a passagem de substâncias de um meio mais concentrado para um menos concentrado sem
envolver gasto energético, relacionado à hidrólise das moléculas de trifosfato de adenosina (ATP). Existem três
tipos de transporte passivo: difusão simples, difusão facilitada e osmose.
• ra s or e a i o: é a passagem de substâncias de um meio menos concentrado para uma solução mais concentra-
da, ou seja, o transporte ocorre por meio da hidrólise de ATP.
• ra s or e em bloco: é a entrada e saída de substâncias grandes demais para atravessar a membrana. Nesse caso,
Excellent Dream/Shutterstock
Membrana
semipermeável as partículas são englobadas. Envolve os processos de endocitose e exocitose.
• i são sim les
Quando adicionamos soluto em um recipiente com solvente, há
uma distribuição lenta e homogênea desta substância por toda a solu-
ção. Nas células este processo também ocorre, ou seja, quando a con-
centração de soluto é maior no meio externo há uma tendência de en-
trada desta molécula no interior das células, e quando a concentração
do meio externo é menor o soluto se difunde para o meio extracelular.
Porém, a difusão simples ocorre somente se houver a permeabilidade
Alta Baixa
Concentração igual do soluto na membrana plasmática.
concentração concentração
Nesse processo não há consumo de energia; trata-se de um fenô-
Na difusão simples há movimentação do soluto a partir de regiões de maior
concentração para regiões de menor concentração. meno físico de difusão a favor de um gradiente de concentração (meio
Professor, indique aos alu- hipertônico → meio hipotônico). As principais condições para que ocorra
nos o vídeo do Núcleo de a difusão entre o meio externo e a célula são: a presença de uma mem-
Ensino, Pesquisa e Exten- brana permeável e a existência de uma diferença de concentração.
são, do Departamento de
Biologia Celular da UFPR, • i são acili ada
sobre difusão facilitada.
Numerosas substâncias atravessam a membrana plasmática a favor do gradiente de concentração, tais como a
glicose, vitaminas e aminoácidos. Nesses exemplos, a velocidade da difusão não é proporcional à concentração de so-
luto e não há gasto energético. Isso sugere que a difusão facilitada envolve a participação de proteínas transportadoras,
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Biologia
Osmose
A osmose é a difusão de solvente através de uma membrana semipermeável, esse
movimento ocorre a partir de um meio menos concentrado para um meio de maior concen-
tração. Ao mesmo tempo, de forma mais lenta, o soluto tende a difundir da solução em que
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está mais concentrado para a solução em que está menos concentrado. Contudo, a osmose
é incomparavelmente mais rápida e predominante neste exemplo. As células apresentam Glicose
mecanismo de controle que mantém a concentração de soluto em equilíbrio no citoplasma.
Esse mecanismo mantém as funções celulares e impede a desidratação ou a entrada ex-
cessiva de água, o que poderia causar o ressecamen- Difusão facilitada da glicose
por uma membrana usando
to ou o rompimento das células. A ilustração a seguir
Gritsalak Karalak/Shutterstock
um transportador. A proteína
mostra o comportamento das células animal e vegetal transportadora se liga à glicose
no líquido extracelular e a
com relação à osmose. libera no citosol.
Quando uma célula está em meio isotônico, os
movimentos de entrada e saída de água são equiva-
Anotações
Antes Depois
lentes. Em meio hipotônico, há entrada de água na cé-
lula, aumentando seu volume; já no meio hipertônico
Comportamento das células em relação à osmose.
há perda de água para o meio extracelular. Como as
células de origem animal não apresentam a parede celular, a entrada excessiva de água pode causar o rompimento de
sua membrana plasmática, ou lise celular. No caso das hemácias, este processo se chama hemólise. Por outro lado, em
meio hipertônico, as células perdem água, ou seja, há o ressecamento e a retração de seu volume. Nas hemácias, esse pro-
cesso se chama crenação. As células vegetais, quando em meio hipotônico, ficam túrgidas devido à entrada de água, mas
não há lise celular. Ao serem colocadas em meio hipertônico, as células túrgidas perdem água para o meio, diminuindo
seu volume citoplasmático, mas sem que haja retração da parede celular; nesse estágio, a célula encontra-se flácida. Se
a concentração do meio for muito maior que a da célula, a perda de água será maior, podendo resultar na separação en-
tre membrana plasmática e parede celular; esse processo denomina-se plasmólise e é característico de células vegetais.
A deplasmólise é o processo inverso ao da plasmólise, em que a célula plasmolisada, ao ser colocada em meio de menor
concentração, volta a ficar túrgida.
Solução hipotônica Solução isotônica Solução hipertônica
Membrana
plasmática Parede Membrana
celular H2O plasmática H2O
(b) Célula vegetal. As células H2O
Carlos Jorge Nunes. Fonte:
• ra s or e a i o
É um processo no qual o ATP fornece energia para que seja realizado o transporte de substâncias contra um gra-
diente de concentração, isto é, de uma área de menor para uma de maior concentração através da membrana plasmá-
tica. Na maioria das células, os íons sódio (Na+) saem e os íons potássio (K+) entram na célula por meio do transporte
ativo, catalisado pela bomba de sódio e potássio. Em alguns casos, existem substâncias veiculadoras ou transportadoras
que se encarregam desse trânsito, ligando-se à molécula a ser transportada, de um lado da membrana, e deixando-a,
depois, do outro lado.
Soleil Nordic/Shutterstock
Espaço
extracelular
Membrana
plasmática
Citoplasma
• ra s or e em massa
Macromoléculas, como proteínas, polissacarídeos, ácidos nucleicos e grandes partículas, geralmente atravessam a
membrana por meio de mecanismos que envolvem empacotamento em vesículas. Assim como o transporte ativo, esse
processo requer energia. Os principais tipos de transporte em massa entre uma célula e o meio extracelular são:
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Biologia
Anotações
• Fagocitose
Ocorre por projeções citoplasmáticas, denominadas pseudópodes, que englobam partículas sólidas grandes do
meio externo. A partícula envolvida passa para o interior da célula, onde fica retida dentro de uma pequena vesícula
membranosa. São relativamente poucas as células que realizam fagocitose; entre elas, destacam-se os protozoários,
que utilizam esse processo em sua alimentação. As células do sistema imune podem realizar a fagocitose eliminando
microrganismos e/ou restos celulares do espaço intercelular.
• Pinocitose
É o mecanismo de absorção de pequenas substâncias dissolvidas ou fluidos. No processo de pinocitose, a mem-
brana plasmática forma um canal que gradualmente se aprofunda na célula. Esse processo ocorre no endotélio, que
é o tecido epitelial que reveste os vasos sanguíneos. O endotélio separa o capilar sanguíneo do tecido que o circunda,
permitindo que as células recebam, de forma rápida, substâncias presentes no sangue.
• doci ose mediada or rece ores
Considerada outra forma de pinocitose, é um processo usado por células animais para englobar macromoléculas
específicas do ambiente. Esse processo se dá pela presença de receptores proteicos, que são proteínas da membrana
plasmática, ligando-se a moléculas especificas do meio extracelular. A endocitose mediada por receptores é o método
pelo qual o colesterol entra na célula da maioria dos mamíferos.
Tanto na fagocitose como na pinocitose, as vesículas formadas, ou seja, os fagossomos e pinossomos, respecti-
vamente, unem-se no interior das células a pequenas organelas membranosas, denominadas lisossomos. A partícula
englobada é, então, digerida pelas enzimas digestivas dos lisossomos. Em seguida, há o aproveitamento de substân-
cias presentes nas vesículas.
• Exocitose
Envolve a eliminação de material da célula, liberando secreções que desempenham funções diversas no orga-
nismo. A exocitose é um processo que ocorre com frequência nas células do pâncreas, que secretam os hormônios
insulina e glucagon. Essas substâncias são produzidas no interior das células e ficam armazenadas em vesículas intra-
celulares. Após a percepção de estímulos do ambiente, as vesículas são liberadas por exocitose na corrente sanguínea.
Carlos Jorge Nunes
Como moléculas grandes entram e saem de uma célula. Referência: REECE, Jane B. et al. Biologia de Campbell.
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5. (Enem) Osmose é um processo espontâneo que ocorre em todos os or- 7. (Uerj) O esquema mostra as diferentes concentrações do íon sódio
ganismos vivos e é essencial à manutenção da vida. Uma solução 0,15 medidas na luz intestinal, no interior da célula epitelial intestinal e no
mol/L de NaCl (cloreto de sódio) possui a mesma pressão osmótica das líquido intersticial que banha essas células.
soluções presentes nas células humanas.
Faça em casa
1. Um estudante de Biologia, ao observar um ser vivo ao microscópio, afir- Essa constatação foi possível graças à possibilidade gerada pela combi-
mou que ele pertencia ao domínio Archea. Que característica desse ser nação de duas partes (A e C) do microscópio óptico. O sistema de lentes
vivo possibilitou esta classificação? Resposta: A A e C, responsável pelo aumento final de uma célula, é chamado, res-
pectivamente, de: Resposta: E
a) Material genético disperso no citoplasma.
a) diafragma e condensador. d) ocular e diafragma.
b) Membrana plasmática lipoproteica.
b) objetiva e condensador. e) ocular e objetiva.
c) Ribossomos presentes no envoltório nuclear.
c) condensador e ocular.
d) Mitocôndrias em grande número.
3. (Enem) Visando explicar uma das propriedades da membrana plasmática,
2. (Uema) A construção do microscópio composto ou binocular por Robert fusionou-se uma célula de camundongo com uma célula humana, for-
Hooke, em 1663, permitiu a visualização de estruturas até então des- mando uma célula híbrida. Em seguida, com o intuito de marcar as pro-
conhecidas pelos cientistas, a partir da utilização de lentes de grande teínas de membrana, dois anticorpos foram inseridos no experimento, um
aumento. Com o advento da microscopia, os pesquisadores, após vários específico para as proteínas de membrana do camundongo e outro para
estudos em muitos tipos de plantas e animais, lançaram a ideia de que to- as proteínas de membrana humana. Os anticorpos foram visualizados ao
dos os seres vivos são formados por pequenas unidades chamadas células. microscópio por meio de fluorescência de cores diferentes.
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Biologia
Junte os pontos
Complete os quadros em branco e, com base no esquema, resolva as questões.
Procariontes
Presente
Membrana Parede
em todas as Estrutura das
plasmática celular
células células nos
diferentes Plantas Fungos
seres vivos
Algas
Núcleo
Presente nos
procariontes e Citoplasma Centríolos
Sem
eucariontes envoltório Procariontes
Com nuclear
envoltório
nuclear
Organoides
citoplasmá-
Eucariontes
ticos Peroxisso-
mos
Retículo Cloroplastos
endoplas-
Ribossomos Células
mático
animais
Mitocôndria Complexo
Grandes
golgiense Lisosso- Células
vacúolos
mos eucariontes
Células
eucariontes Algas e
Todas as
Células plantas
células
eucariontes Células
eucariontes Células Células
animais vegetais
1. Use as palavras e expressões do esquema para escrever, em seu cader- 2. Observe os tipos celulares e, consultando o esquema acima, resolva
no, um texto, de no máximo 10 linhas, sintetizando o conteúdo estuda- as questões
Aldona Griskeviciene/Shutterstock
do na unidade.
Professor, é importante que o aluno, além de completar os quadros,
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