MATERIAL

DE APOIO
C U R S O

ASTROLOGIA CLÁSSICA HORÁRIA

Curso dedicado à formação de astrólogo clássico.

A Astrologia tem o propósito de nos apresentar potencialidades

em termos de eventos, que podem ser expressos no âmbito
individual ou coletivo. Ela se sustenta nas leis da natureza, e tem
como base a filosofia antiga.

O ESTUDO DESTE CURSO COMPOSTO EM TRÊS ETAPAS

Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3

Reconhecimento dos Aprendizado das técnicas Trabalho prático da análise e
conceitos clássicos e da tradicionais de cálculo, interpretação do mapa natal
história da Astrologia pesos, importância
 AULA 1
A S T R O L O G I A . C O N C E I T O

INTRODUÇÃO

HORÁRIA
Para iniciar nossos estudos, não só podemos, como devemos nos
perguntar: “O QUE É A ASTROLOGIA”? No que ela se baseia?

De uma maneira muito simples, podemos dizer que Astrologia se

baseia em uma leitura de eventos celestes, para compreender os
eventos terrestres, ou relativos à vida humana.

A observação dupla que seria a observação externa e uma

interna, da introspecção, psíquico e cognitivo: está no mesmo
movimento o que eu entendo como meu ser, como outros, como
o mundo exterior e suas raízes astrais comuns.

A astrologia não exige crença, de nenhuma natureza, nem de

verificação experimental, mas de adesão psíquica: existe uma
realidade que nos afeta e que não é explicada pelos sistemas de
representação da natureza propostos pelo mundo acadêmico.

©ANA RODRIGUES
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INTRODUÇÃO
AULA 1

HORÁRIA
O trabalho astrológico exige que compreendamos a maneira como a
Astrologia está assentada no mundo. Para isto necessitamos compreender
que existem três regras básicas:

1) Existe um mundo dos fatos, do concreto, das coisas, da "experiência",

como o das leis, das palavras, das representações mentais, que só parecem
conscientes graças à presença de um primeiro mundo, psíquico, interno,
que os recebe e os modela. As ideias da mente nascem apenas por causa
da apreensão do mundo externo por uma interioridade qualificada. Os
estados psíquicos têm precedência sobre coisas e palavras.

.2) Este mundo interior está em movimento perpétuo, em inervação

contínua pelos ciclos planetários. É psíquico-astral,, impressional a marca
desta impregnação psíquica pelos operadores astrais.

3) As impressões são diferenciadas através de estruturas. Esta

estruturação da vida individual e coletiva ocorre através de quatro
ambientes condicionais: energéticamente pelas Forças Planetárias,
espacialmente pelas casas, temporariamente pelos Ciclos Planetários,
estruturalmente pelos Signos Zodiacais.
©ANA RODRIGUES
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INTRODUÇÃO AULA 1

O mapa astrológico é uma representação bidimensional do sistema

HORÁRIA
SIGNOS
solar, sob um ponto de vista terrestre.

Neste esquema simbólico temos a roda plana (360°) representando o

céu dividido em 12 partes iguais (signos zodiacais). Cada trânsito ou
movimentação planetária dentro desta faixa do céu observável,
PLANETAS representa certas características, que são associadas à situações da
vida humana.

Fisicamente o gráfio é espelhado. Portanto o Norte se posiciona no

ponto mais baixo da roda, e o Sul no ponto mais acima.

CASAS
Casas têm relação com o espaço físico (terrestre), e o posiconamento
planetário com o espaço cósmico visível a olhos nus. O zodíaco é a
impressão do movimento Solar ao longo do ano, que forma as
estações do ano.

Todos estes temas (signos, planetas e casas ) serão abordados em

profundidade neste curso).

O que é importante sabermos agora é que os planetas agem por

meio de um signo, dentro de uma casa. Signos não realizam, apenas
A interação dos símbolos, interpretação e os ritmos pessoal e
colorem as características planetárias. Os planetas nunca funcionam ©ANA RODRIGUES
universal, compõem a Astrologia
em seu estado puro, necessitam de uma tônica para se expressarem.
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AULA 1
UM RESUMO DA HISTÓRIA

HORÁRIA
Toda vez que a Grécia antiga é mencionada, a maioria das
pessoas pensa automaticamente sobre a democracia, os Jogos
MESOPOTÂMIA
Olímpicos, a mitologia, a filosofia, a tecnologia e várias ciências
como a matemática e a astronomia. Parece que muito poucos
HERMES – NECHEPSO - PETOSIRIS
= VULGATA HELENISTA
não estão conscientes de que os antigos gregos também eram
místicos, apesar do seu pensamento lógico. Isso talvez explique
por que foram os gregos que moldaram o sistema de astrologia
NIGIDIUS FIGULUS GEMINUS na sua forma moderna, embora o primeiro sistema organizado de
astrologia surgisse durante o 2º milênio A.C, na Babilônia.
MARCUS MANILIUS

Os babilônios foram os primeiros a aplicar sistemáticamente os

DOROTHEUS DE SIDON
mitos às constelações e astrologia e descrever os doze signos do
MANETHON PTOLOMEU
zodíaco. Os egípcios seguiram pouco depois refinando o sistema
TRASYSLUS ANUBION
CRITODEMUS babilônico de astrologia, mas foram os gregos que o moldaram
em sua forma moderna. Os gregos emprestaram alguns dos seus
FIRMICUS MATERNUS
ANTIOCHIUS DE ATHENAS
VETTUS VALENS mitos dos babilônios e criaram os seus próprios. Para esse
PAULUS DE ALEXANDRIA assunto, até mesmo a palavra astrologia - assim como a ciência
HEPHAISTOS DE TEBAS
da astronomia - é derivada da palavra grega para a estrela,
ANÔNIMO DE 379 HELIODORO "asteri". Mas como e quando os gregos foram introduzidos pela
RHETORIUS primeira vez na astrologia?
©ANA RODRIGUES
 AULA 1
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Não demorou muito para que os
UM RESUMO DA HISTÓRIA gregos ultrapassassem o roteiro

HORÁRIA
cuneiforme como a língua
internacional da comunicação
acadêmica, e parte dessa ação
foi a tradução da astrologia do
cuneiforme para o grego.

Cerca de 280 aC, Berossus,

sacerdote de Bel, da Babilônia,
viajou para a ilha grega de Kos,
onde acabou ensinando
astrologia e cultura babilônica às
populações locais. Esta foi a
primeira vez que o mundo da
astrologia foi transferido
oficialmente para o mundo
helenístico (e este para o
ocidental) da Grécia e do Egito
que estava sob o domínio grego
na época. Inicialmente, os gregos
antigos que eram conhecidos por
sua maneira lógica de pensar
Durante a conquista da Ásia por Alexandre o Grande, os gregos foram eventualmente introduzidos nas eram. céticos sobre a astrologia e
culturas desconhecidas e esquemas cosmológicos da Síria, da Babilônia, da Pérsia e da Ásia Central. se perguntavam sobre muitas
coisas
©ANA RODRIGUES
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UM RESUMO DA HISTÓRIA
como por que os animais não eram governados pelos mesmos poderes cósmicos
que os humanos, por exemplo
Em 331 aC, Alexandre, o Grande fundou a cidade de Alexandria. Isto marca o
início do período greco-romano na história do Egito. Alexandria tornou-se uma
das mais famosas capitais helenísticas.
Helenismo é o termo que descreve o modo de vida grego. O povo de Alexandria
manteve parte de sua cultura egípcia, mas se misturou com a dos gregos,
romanos, macedônios, persas, sírios, judeus e caldeus. Quando o Império Romano
começou seu declínio, Alexandria conseguiu manter seu prestígio como centro de
atividades culturais.
O período helenista da Astrológia se extende do séc I ec até o séc IV ec. É o
período mais fértil em termos do desenvolvimento da astrologia ocidental.
Outros tipos de Astrologia são praticadas em utras regiões do globo, como a
Astrologia Chinesa, e a Védica, com a importância de colcoarmos que a Astrologia
Védica moderna recebeu muitas influências da Astrologia Ocidental, como o
zodiaco em 12 aprtes de 30 graus, as casas, os planetas, e outros pontos.
Astrologia floresceu na Europa durante o período helenista de 300 AC e sob o
Império Romano desde a sua fundação no primeiro século AC
AULA 1
HORÁRIA
Astrologia floresceu na Europa durante o período helenista de
300 AC e sob o Império Romano desde a sua fundação no
primeiro século AC como sua queda sem século v. Com as
invasões bárbaras subsequentes e desintegração do sistema
romano de aprendizagem, a astrologia, e tudo mais desapareceu
da Europa. Então desde o sec.V com as invasões bárbaras até o
VII, com a virada do mundo árabe sob a astrologia, tivemos uma
lacuna, e muito dos estudos gregos e romanos se perdeu no
tempo.
Enquanto que uma boa dose de aprendizagem era conservada
pelo Império Bizantino cristão Oriental, é na civilização avançada
islâmica do Oriente Médio que se desenvolve e preserva a
astrologia grega e romana. Isto emprestou uma nova diversidade
de astrologia em fontes, técnicas e filosofia.
O desenvolvimento da astrologia no Médio Oriente seguiu um
curso com continuidade considerável, mas houve algumas ©ANA RODRIGUES
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AULA 1
UM RESUMO DA HISTÓRIA

mudanças significativas da prática helenista e romana. Uma dessas

HORÁRIA
mudanças foi a adoção de sistemas da casa e orbes de aspecto.
Principalmente, astrólogos gregos e romanos parecem ter usado o
sistema de signo-casa ou signo inteiro.

Os astrólogos árabes, por outro lado, adotaram vários sistemas de casas,

incluindo os sistemas de Porfirio e Alcabitius, que quebraram a
correspondência exata do signo e casa. Estas novas práticas iniciaram
uma polêmica sobre a escolha adequada do sistema de casa que
continua até os dias atuais.

Como um resultado da adoção destes sistemas de casa, astrólogos

árabes também começaram a usar aspectos baseados em graus, ao invés
de signos. Assim, se um planeta a 5 graus de Áries e outro planeta a 25
graus de Gêmeos, já podem ser considerados para um aspecto de sêxtil.
( este assuntos será abordado em profundidade na aula sobre aspectos).

Com a utilização dos aspectos usando graus, ao invés de signos, veio a

introdução de zonas de influência ou orbs, consistindo de um
determinado número de graus em que o aspecto é eficaz tanto antes
como após o grau exato do aspecto. Ao contrário da prática moderna,
©ANA RODRIGUES
onde cada aspecto tem uma esfera particular na astrologia árabe cada
planeta tinha sua própria esfera.
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UM RESUMO DA HISTÓRIA

HORÁRIA
Seguindo a adoção de orbes e aspectos baseados em graus, ao invés de
O que podemos perceber nitidamente é que a Astrologia muda seu
signos, os astrólogos árabes também começaram a usar um sistema muito
rumo na idade média, e sai consideravelmente do caminho que
complexo de separar e aplicar os aspectos e tais relações arcanas como
incialmente era a Astrologia Grega.
tradução, abscisão e coleta de luz, refranação, proibição e frustração. Estas
A época renascentista da Astrologia chega seu auge, com a crescente
mudanças lhes permitiam extrair uma grande quantidade de informações
porpualridade do tema, e a busca pela nobreza para orientação.
sobre a interação, tanto do passado e do presente dos planetas envolvidos.
As referências mais fores em Astrologia Horáriad esta fase são Wiliam
A civilização medieval cresceu em tamanho e complexidade, os
Lilly e Morinus.
conhecimentos necessários para erigir e delinear gráficos tornou-se mais
amplamente dispersos e independentes. Tornou-se comum, as cidades-
estado avançadas do norte da Itália, seus nobres, reis e a burguesia abastada
consultar astrólogos para orientação em seus negócios. Astrologia foi
ensinada em muitas universidades e era geralmente aceita parte da visão de
mundo medieval, metafísica e filosofia. A Astrologia grega e romana,
modificadas pela prática árabe e repassada para a Europa na idade média,
tornou-se assim, a astrologia do Renascimento.
Os astrólogos renascentistas também fizeram inúmeros avanços na técnica.
Um número de novos sistemas de casa, foram inventados e novas tabelas ©ANA RODRIGUES

foram criadas.
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AULA 1
O QUE É ASTROLOGIA HORÁRIA?

HORÁRIA
A Astrologia Horária é um antigo ramo da astrologia, já citado nos estudos de
Para o julgamento da carta, algumas considerações são
muitos astrólogos da fase helenista, no qual a carta astrológica é utilizada
improtantes. A primeira delas é que a pergunta deve ser elaborada
para encontrar respostas à perguntas específicas.
pelo consulente de forma bastante clara, e que o astrólgo esteja
ciente do contexto na vida no nativo onde a pergunta surge.
O princípio é que no momento em que uma questão é esclarecida na mente
Esta compreensão é um ponto crucial do trabalho, para que o
– o tempo de nascimento da pergunta – a resposta também está lá e a
astrólgo consciente, determine qual ou quais serão os
interpretação desta carta é feita com base nessas informações.
signficadores a serem analisados e interpretados, e portanto julgar
a carta..
Nesta apresentação, os blocos básicos de construção e as regras serão
delineados para ajudar o astrólogo a entender como ler com precisão e
confiança uma carta horária. Não é recomendado perguntar mais de uma vez sobre a mesma
questão, em curto prazo de tempo, como também não realizar

No entanto, com a carta horária, cada pista deve ser analisada para chegar a perguntas sobre suposições, ou eventos possíveis, ams que naõ

uma resposta conclusiva. Portanto, uma compreensão completa das casas, são reais.

planetas (e o que eles significam), signos e suas relações entre si deve ser Ao longo do curso aprofundaremos este olhar sobre as
usada para “quebrar o código" e entender a mensagem das estrelas. possibilidades da aStrologia Horária.
©ANA RODRIGUES
 BIBLIOGRAFIA
F O NTE S N AC I ONAI S E I N T E RNACI ONAI S

1. George, Demetra , “Manuel I Komnenos and Michael Glykas: A Twelfth-

Century Defence and Refutation of Astrology. Part 1: History and
Background,” in Culture and Cosmos, Vol. 5, No. 1, Spring/Summer
2001,pgs. 3-48.

2. Pingree, David “Classical and Byzantine Astrology in Sassanian Persia,”

Dumbarton Oaks Papers, Vol. 43, 1989, pgs. 227-239.

3. Site: Helenist Astrology www.helenisticastrology.com. Chris Brenan –

4. The Arabic Tradition of Vettius Valens’ Auxiliary Function for Finding the
Length of Life,” in Studies in the History of the Exact Sciences in Honour
of David Pingree, ed. Charles Burnett, Jan P. Hogendijk, Kim Plofker and
Michio Yano, Brill, Leiden & Boston, 2004, pgs. 666-714.

ASTROLOGIA HELENISTA
©ANA RODRIGUES
MEDIEVAL E
RENASCENTISTA